sexta-feira, 31 de maio de 2013

INTERVENÇÃO DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (55)

COMO GUARDIÃO ENCARA A SITUAÇÃO DOS MENDIGOS, DROGADOS E MORADORES DE RUA
Olhar para o lado social desse mundo com os olhos de quem quer ver aquilo tudo resolvido e solucionado e não ir empurrando tudo com a barriga ou simplesmente, numa atitude mais cômoda, varrer tudo para ali adiante, saindo do seu campo de visão e dessa forma fazer como o avestruz, que com a cabeça enfiada no buraco foge do problema, essa uma boa forma de discutir esse tema. Guardião, o super-herói de Bauru encara mais esse problema crônico vivenciado pelas ruas bauruenses, a dos mendigos, craqueiros, drogados, desvairados, abilolados, refugados e os que desistiram de tudo e vivem a perambular pelo mundo, de uma forma bem clara. “Trombamos com eles a todo instante, invisíveis para muitos, um baita de um problema para outros, um empecilho para o progresso segundo outros e assim por diante. O fato é que algo necessita ser feito e muito além do que já vem sendo feito, pois é impossível ser feliz convivendo com isso ao nosso lado”, diz Guardião.

Pegando um caso das ruas, a de ANDREZA OLIVEIRA CAETANO, vivendo nas ruas, dizendo ter 35 anos e três filhos. Conta uma história confusa, embaralha fatos. É uma das denominadas como “nóia”, fruto da entrada de cabeça no mundo do crack, essa perversa e cruel droga. Seu raio de ação são os trilhos na região central da cidade, moça bonita, andando na maioria das vezes sozinha e quando sem o efeito das drogas, palatável, pede comida e roupas. Quando sob o efeito e diante de recusas, atira pedras nas pessoas e residências. “Vê-la nas ruas, coisa de um ano e pouco atrás ainda bela, cabelos pintados de loiro e hoje, deteriorada e suja é ir acompanhando a cada instante as possibilidades da verdadeira degradação humana. Sua mente está confusa, fala sozinha, inspira medo em muitos, rejeição na maioria. Segue sem rumo, dorme por aí e muitas vezes nas calçada defronte residências. É uma das tantas invisíveis dessa cidade, uma que a maioria só bota os olhos quando aprontam alguma, do contrário segue sua sina de destruição, cada dia com aspecto piorado. Vamos pensar juntos sobre essa questão”, continua na sua explanação.

Esse texto foi escrito após um internauta, José Luiz Schubert postar em sua página um desabafo sobre a situação. Aqui um resumo do que escreveu: “Às 13 horas de ontem já tinha gente no "HOTEL", e muitos foram chegando, a noite mais de 20 já estavam deitados aí na garagem (INVADIDA, claro!!!) dessa clínica psiquiátrica localizada na Rua Padre João esquina com a Rua 13 de maio, menos de 100 metros da Prefeitura, quase ao lado da SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, em frente o muro lateral do ERNESTO MONTE... Acho que vai ser fácil acharem o lugar, a SEBES sabe onde é, eles levam comida e cobertas pro pessoal dormir na RUA... Estão despejando indigentes aqui na cidade por ser polo regional. (...) É verdade e contra os fatos concretos não existem argumentos, está aumentando o numero de pessoas perambulando pelas ruas da cidade pedindo uma ajuda, uma moeda, batendo nas casas, tocando as campainhas, nos semáforos, por todo canto tem pedintes... Onde estão as autoridades municipais que parece fingirem desconhecer esse problema que está aumentando a cada novo dia?(...) Todos eles portam uma coberta vermelha. Quem lhes deu a coberta? Tem que existir uma solução para isso. O nosso Albergue Noturno já não comporta mais pessoas. Não adianta dar um cobertor e um lanche e achar que o problema está resolvido”.

O texto pode ter, em alguns pontos, questionamentos de busca de uma solução, em outros algo resvalando no preconceito, mas no geral é bom para que se proceda a busca por soluções. Meses atrás a SEBES – Secretaria do Bem Estar Social, a responsável por essa questão na cidade, abrigava famílias no mesmo estado num hotel abandonado no cruzamento da Monsenhor Claro x Rodrigues Alves. E daí? Isso denota que a solução ainda não existe na cidade. Guardião dá o tom final do que acha disso tudo: “Não devemos ser contra o alimentos e cobertas serem dados. Tudo pode ser paliativo, ameniza, mas não resolve. Não existe em Bauru um centro de ressocialização para essas pessoas. Existe o Albergue, entidade privada e mais o que? Existe o que a SEBES faz, pouca coisa além disso além disso? Igrejas, entidades e ONGs distribuem alimentos nos pontos de maior concentração. Mas para onde poderiam ser levados? Como o problema é tratado na esfera estadual e federal? Existe um consenso sobre o assunto, um modelo a ser seguido? Não existe no país todo, ou melhor no sistema capitalista num todo. O ser humano sendo um mero número, um coeficiente e não sendo levado em consideração desemboca nisso. Quando é exposto o outdoor cubano na saída do aeroporto de Havana com os dizeres ‘A cada ano, 80 mil crianças morrem vitimas de doenças evitáveis. Nenhuma delas e cubana’, ironizam e chacoteiam a pequena ilha, mas lá, assim como não existem crianças nas ruas, muito menos mendigos e viciados largados ao deus dará. E por que, já se perguntaram isso? ”, afirma. E conclui: "O problema é o regime, sendo o nosso excludente e privilegiando uns poucos. Enquanto não mudar isso, essa situação nunca terá solução". E deixa uma proposta: "Não existe como discutir uma solução dissociada com a mudança de um regime que inviabiliza a solução". E aí?

Obs final: Hoje, 31/05, na capa do caderno Cultura do JC, uma matéria com o desenhista Gonçález (meu parceiro nessa empreitada blogueira), sobre o lançamento do nº 2 do gibi/HQ com as aventuyras do intrépido Guardião, dessa feita envolvidos com as erosões na cidade. Na banca do seu Orlando, ali na 1º de Agosto tem gibi para vender a módicos preços. A matéria, o “Guardião está de volta”, foi escrita por Mariana Cerigatto, com fotos do Éder Azevedo (uma reproduzida aqui). Leia clicando a seguir a matéria: http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/05/o-guardiao-esta-de-volta.html

quinta-feira, 30 de maio de 2013

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (51)

O QUASE TOMBAMENTO, QUE ACABOU SE TRANSFORMANDO NUM DESTOMBAMENTO - O "BTC" ESTÁ VULNERÁVEL À DEMOLIÇÃO
Por oito anos fui conselheiro do CODEPAC, por quatro o presidi e nesse momento, após a nova composição do Conselho tomar posse semana passada, numa renovação em seus quadros, estou fora de sua composição. Alguns valorosos conselheiros lá continuam, outros chegaram e esse período de cinco meses sem atividade nenhuma (acéfalo de janeiro a maio 2013) foram catastróficas para o prosseguimento de suas atividades, haja visto que ocorreu no período uma degradação imensa no trato dos imóveis tombados, em relação à sua preservação e mesmo ocorrendo inúmeros obras sem prévia autorização e anuência do Conselho. São inúmeros os casos e o mais gritante, é o que tomo conhecimento dias atrás, quando um processo iniciado já teria tido decisão tomada pelo prefeito, pela interrupção de tramitação, ou seja, ele decide pelo não tombamento do imóvel do BTC, antes mesmo que o Conselho houvesse tomado essa iniciativa. é dele o poder de veto, mas nunca ocorreu antes do Conselho opinar se a edificação deve ou não ser tombada. O que publico abaixo é um texto de denúncia, em tom amistoso, sem nenhuma agressividade, mas contundente. Primeiro reproduzo o mesmo e depois, na sequência acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, gostaria de discutir melhor esse e outros procedimentos de tombamento em Bauru. As fotos aqui reproduzidas foram tiradas por mim, numa vistoria ocorrida quando foi iniciado o processo, em 08/07/2010. Naquela oportunidades os novos proprietários do prédio onde antes foi o BTC, haviam se comprometido a manter intactos fachadas e algumas partes internas da edificação. O tempo passou, o poder público não fez força nenhuma para que o tombamento prosseguisse e a notícia atual é que, lamentavelmente, o último resquício de um clube social de grande porte em Bauru está desguarnecido e desprotegido, podendo ser literalmente tombado, ou seja, demolido ao bel prazer dos proprietários. Como isso se deu, como foi o desenrolar dos bastidores disso tudo, nem eu, nem a maioria dos conselheirtos saberemos responder. O fato é que o Poder Público Municipal precisa se manifestar sobre o assunto e a carta, em forma de lamento, explícita bem o que tratei acima:

Olá Presidente e demais Conselheiros, amigos e demais colegas anexados nessa lista.

Fui informado, se é que vocês já não sabem, que o pedido de tombamento do Bauru Tênis Clube foi anulado pelo Prefeito Municipal, se não me engano por ter excedido o prazo legal para o tombamento. Quero ver se amanhã ou segunda  tenho acesso ao teor da manifestação do prefeito e do jurídico que analisou o caso e foi favorável ao cancelamento. Já podíamos imaginar que alguma coisa iria acontecer nesse sentido ao tomarmos posse para a atual Triênio do Conselho quando fomos informados que, sobre o BTC, as análises jurídicas sobre o tombamento não eram das melhores.

Como sabemos esse tombamento era uma "crônica de uma morte anunciada" e eu ainda argumentava com alguns conhecidos, não amigos, conhecidos, que o BTC poderia ser tombado e eles riam da minha ingenuidade dizendo que eu era mais realista que o rei. Parece que tinham razão. Bauru vai ficar sem nenhuma das sedes das mais importantes práticas sociais do século XX que era praticar atos de sociabilidade em clubes. Agora o BTC pode ser descaracterizado e demolido sem culpa. Mas quero lembrar a todos que, provavelmente, o parecer pela anulação do pedido de tombamento não entrou no mérito da construção anexa ter sido iniciada e quase que concluída sem autorização da Prefeitura Municipal e sem fiscalização, o que, a meu ver é algo absurdo, pois o pedido de tombamento era público e notório e tanto os arquitetos que fizeram o primeiro contato conosco como o arquiteto que assinou a obra nova não poderiam alegar desconhecimento de tal fato. Além do que o Conselho fez uma vistoria e informou a Prefeitura Municipal das irregularidades e pediu providências, inclusive ao Ministério Público Estadual.

Hoje, Bauru não conta com nenhuma sede original de Clubes que existiram e ainda existem na cidade e provavelmente o BTC será a próxima vítima. É lógico que se pensarmos na importância dessas sedes,  devemos lembrar que o clube do maior atleta do século XX, Pele, o Bauru Atlético Clube/BAC  também, não existe mais e não foi salvo por falta de um projeto alternativo, falta de interesse do Rei do Futebol, falta de envolvimento da sociedade, e a premência de um projeto econômico que geraria como gera e gerou impostos, empregos o que acabou prevalecendo dentro do Conselho ao apreciar um possível pedido de tombamento do BAC. Será que o BTC não pode ser objeto de um projeto do Conselho que possa salvar o que agora está totalmente vulnerável? A profissionalização do Conselho não passa por termos uma equipe de projetos e cobrar da Prefeitura fiscalização e cumprimento da lei? 

É certo que muitos comemorarão o acontecido, pois para eles o BTC era um "Clube de Burguês" mas um Clube que além da sua arquitetura modernista foi o centro de sociabilidades de todos os tipos como no esporte ao receber os esportistas vitoriosos e homenageá-los (no judô, basquete feminino e masculino, natação, polo aquático e o mais importante tênis de campo que deu nome ao Clube),  ter um parque aquático que reunia natação e polo aquático;
no teatro ao receber peças teatrais do mais alto renome - quem não se lembra de Zoo Story com Marcos Nanini e Lição de Anatomia com Marília Pera? - e as mais simples também (não devemos esquecer que até a inauguração do Teatro Municipal Bauru não tinha Teatro e tudo acontecia nos salões do BTC); na música onde o Rock And Roll mais pesado conviveu com shows antológicos como o show do Secos e Molhados na estreia de Nei MatoGrosso no cenário musical nacional; no cinema comercial e de arte que exibia filmes de qualidade aos associados e seus filhos no cinema que existia na sua sede agora relegada.

Enfim o cancelamento do tombamento do BTC prova mais uma vez como é difícil a tarefa da preservação do Patrimônio Cultural de uma cidade e na nossa Bauru não seria diferente. A Secretaria da Cultura poderia pensar através do atual Secretário Elson, amigo de longa data, a criação de um grupo de funcionários de projetos para dar destinos adequados a bens tombados ou pelo menos propor projetos e apontar caminhos para os proprietários particulares de bens tombados. Peço aos conselheiros que reflitam sobre o acontecido e aqueçam seus corações e mentes para podermos, se possível, pensarmos  em algo para dar um destino mais digno a um espaço histórico, arquitetônico tão importante. Lembro também que o Conselho irá se deparar com problemas enormes como reformas e alterações que estão sendo feitas em obras tombadas onde os donos dos imóveis simplesmente ignoram, como aconteceu no BTC, o Poder Público e o Conselho. Posso citar as alterações que estão sendo feitas nas Casas da Sorocabana na Avenida Pedro de Toledo e a alteração feita na Aliança Francesa na Araújo Leite onde alterações na lateral e no telhado foram realizadas sem a Consulta do Conselho e de forma inadequada.

Era isso que eu tinha a relatar aos Conselheiros, e outros amigos e colegas que leem essa manifestação. 
OBS.: Omito o nome do missivista por não possuir sua autorização de publicação e para que não ocorram problemas com sua pessoa. Achando necessário, considerem como meu o texto acima e estamos ditos. HPA

quarta-feira, 29 de maio de 2013

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (59)

A CONSPIRAÇÃO EM CURSO – CRÔNICA NOROESTINA, A XEPA NO FINAL DA FEIRA (texto espalhado cidade afora, principalmente para órgãos da imprensa esportiva bauruense e torcedores noroestinos):
Vejam se não é exatamente isso que está ocorrendo nas hostes noroestinas? Na última eleição referendada pelo seu Conselho Deliberativo, para não deixar que um grupo de torcedores, aliados a alguns empresários desconhecidos deles assumisse a direção, no surgimento de uma única alternativa, com um empresário da cidade, Buzalaf Jr, cheio de propostas mirabolantes, foi-lhe passado o bastão e esse assume o cargo. Em três meses a derrocada é total e em todos os sentidos, desde as desavenças internas do grupo, promessas não cumpridas, desencontros direcionais e além do time ser rebaixado para a 3ª Divisão do futebol paulista, a bancarrota institucionalizada. O fundo do poço muito próximo.

Nos bastidores a salvação da lavoura, após tantas outras ideias não concretizadas era a da criação de um pool de empresários cotistas, com cada um assumindo um valor mensal, totalizando aproximadamente R$ 100 mil reais/mês, o que movimentaria e seria o caixa principal daí por diante. No acerto inicial a possibilidade de retorno aos empresários era uma margem de 80% para eles em caso de negociação de jogadores e 20% para os cofres do Noroeste. Quem coloca dinheiro em algo quer ter a garantia de uma provável retirada, no nosso caso seria essa. O consenso existia, mas na última hora, de forma inexplicável, quando tudo estava para ser concretizado, o atual presidente do Conselho, Toninho da Alto Astral, muito amigo do presidente anterior, Toninho da Bauru Painéis, surge com algo novo. Propõe que de 20% o Noroeste fique com 30% e mela o acordo.

Emperrado ele não se concretiza e daí as especulações. Por que a mudança de posição quando tudo parecia já estar na reta final para sua viabilização? O que de pior se ouve é que essa estratégia do presidente do Conselho foi para minguar cada vez mais as ações do atual presidente do Noroeste. Isolado está num mato sem cachorro. Salário do mês atrasado, jogadores em debandada, o presidente diz permanecer fora da cidade a semana toda para buscar recursos, mas se esconde por aqui mesmo, pois não tem mais para onde ir. Encurralado, abandonado por tudo e por todos, espera-se que a renúncia ocorra a qualquer momento.

E daí, quando isso ocorrer o que surgirá como luz no fim do túnel? A alternativa dita como salvadora, o que se comenta é que, quando o presidente Buzalaf cair fora, só daí o Conselho se reunirá e empossará o ex-presidente do Conselho, Toninho da Bauru Painéis ou alguém ligado a ele, tendo como recurso para ser utilizado na salvação o pool de empresários, que daí sim seria concretizado e talvez com 20%. Se isso é o melhor ou o pior para o Noroeste, não tenho condições de avaliar. O que detesto é observar à distância os que apostam no quanto pior melhor, tudo para ter a oportunidade de voltar aclamados como única alternativa. Esses os piores, pois não ligam para ver tudo destruído, na lama e depois, somente “eles” podendo fazer o que outros também o poderiam.

Entendo os bastidores dessa forma. Posso estar errado. Torço para que o Noroeste sobreviva, mas vejo que união de forças nesse momento é praticamente impossível. Relato isso não com o intuito de piorar a situação, mas de esclarecer. Torço para que algo de novo desponte no horizonte e viceje um novo momento pelos lados do glorioso Esporte Clube Noroeste. Torço e muito pelo Noroeste, sei das complicações dos seus bastidores, sei que futebol hoje em dia não é brincadeira para quem não tenha “cacife” financeiro, sem algo concreto, o tal dos pés no chão. Observando pelo que tenho visto e ouvido é isso que extraio como bastidores noroestinos. Desmintam-me ou mostrem outro panorama.
Henrique Perazzi de Aquino – Bauru SP

terça-feira, 28 de maio de 2013

UMA MÚSICA (102)

"MEDO DA CHUVA", DE RAUL SEIXAS E O QUE FLUI DEPOIS DE MUITA ÁGUA...
http://www.youtube.com/watch?v=vV21CaatJ14

É pena que você pense/ Que eu sou seu escravo/ Dizendo que eu sou seu marido/ E não posso partir
Como as pedras imóveis na praia/ Eu fico ao seu lado sem saber/ Dos amores que a vida me trouxe/ E eu não pude viver

Eu perdi o meu medo/ O meu medo, o meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando/ Pra terra traz coisas do ar
Aprendi o segredo, o segredo/ O segredo da vida/ Vendo as pedras que choram sozinhas/ No mesmo lugar

Eu não posso entender/ Tanta gente aceitando a mentira/ De que os sonhos desfazem aquilo/ Que o padre falou
Porque quando eu jurei meu amor/ Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei/ Que ninguém nesse mundo/ É feliz tendo amado uma vez.../ Uma vez

Eu perdi o meu medo/ O meu medo, o meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando/ Pra terra traz coisas do ar
Aprendi o segredo, o segredo/ O segredo da vida/ Vendo as pedras que/ Choram sozinhas no mesmo lugar

Vendo as pedras que/ Choram sozinhas no mesmo lugar/ Vendo as pedras que/ Sonham sozinhas no mesmo lugar

Obs.: As imagens possuem diversos autores e foram gileteadas via internet.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (88)

CHUVA E ENCHENTE, ESTRAGOS POR AQUI É MATO- REVIVAL DE 2007
Uma manhã de segunda, 27/05 com uma chuva alagando Bauru por todos os poros. Carros virados de ponta cabeça em plena via pública, uma enxurrada na Nações Unidas, transformando-a em caudaloso rio. Fotos e mais fotos expondo a catástrofe para aqui e alhures. Todos tendo a possibilidade de dar o seu palpite de solução para infindável problema em pontos críticos da cidade. Da internet, entre fotos e escritos dois, de uma lavra mais reflexiva. “Entubar um rio em seu curso natural e achar que o comina é no mínimo arrogante...”, acertadamente desfere Márcia Nuriah, que conhece o problema, mesmo hoje morando na distante Holanda. Esse mesmo rio, debaixo da Nações, um dia explodiu quando o presidente ditador Figueiredo acabara de passar por cima dele. O arquiteto mais famoso de Bauru encobriu o rio, modernizou a cidade, mas ninguém consegue conter a fúria das águas quando elas resolvem, sufocadas por canaletas estreitas, que não dão vazão à quantidade da água das chuvas, delas virem à tona. A Nações vira um rio e isso não é de hoje, é desde que foi inaugurada a avenida.

Num outro texto da internet, também curto e grosso, Silvio Selva, o rei dos aforismos na capital da terra branca lembra algo: “O Secretário de Obras no governo Tuga, Leandro Joaquim, tinha em sua sala, uma foto de uma enchente na Alfredo Maia nos anos 50...”. É verdade, a foto é famosa e ilustra um problema ainda sem solução, hoje relembrado, pois a catástrofe naquela região é eminente, líquida e certa. Ali será o desembocar do viaduto inacabado, que em dias de chuva certamente permanecerá interditado, como a passagem de carros por debaixo da linha férrea na Nações. Como todos hoje possuem meios de fotografar tudo e todos, as fotos que mais estão a circular hoje é a de uma Bauru debaixo das águas. O país inteiro vê isso.

Trabalhei por quatro anos na Cultura municipal e dali do andar de cima, mesma altura do hall de entrada do Teatro Municipal, um lugar para ser ver a tragédia como se estivesse num privilegiado camarote. Hoje as águas chegaram até o meio das escadarias e as fotos tiradas dali estão circulando Bauru e o mundo. Relembro aqui, fotos antigas, tiradas em 2007, num dia de chuva forte e os funcionários todos de prontidão para socorrer incautos e registrar a tragédia ao seu modo, calças arregaçadas e molhados dos pés à cabeça. Mudaram-se a fisionomia de alguns, mas a cena é a mesma, sem tirar nem por. As justificativas idem, a solução idem, o paliativo idem, as providências idem, o rescaldo idem, as cenas idem, os desabafos idem, tudo repetido, cenas conhecidas de todos, repetidas à exaustão até caírem no esquecimento e até cair a próxima tempestade e tudo ser revivido. Um dia alguém vai propor algo sensato e viável para resolver isso, mas enquanto isso não acontecer vamos contabilizando os que se foram, os que perderam bens, os que inadvertidamente se atolaram ali, etc e etc. A coisa é antiga, mas antes ali passava um rio...
 

domingo, 26 de maio de 2013

BAURU POR AÍ (85)

A MENTIRA E O FUNDO DO POÇO – ‘NOROESTE’ DENTRO DELE
Mentir todos nós o fazemos. Desconheço quem não o faça. Uma simples confirmação de alguém sobre uma suposta beleza pode ser algo falso. Quando o patrão lhe pede para ficar após o expediente e lhe pergunta se teria algum problema, sendo ‘sim’ a sua resposta, que nome se dá a isso. Mentira. Mentimos muito, repetidas vezes, mas em algumas vezes existe um extrapolar, um passar dos limites. Ouço desde meus tempos de cueiros, que “mentira tem perna curta”. Quem já não passou apuros por causa de uma mentira e nas explicações posteriores, o caldo entornou e a emenda ficou pior que o soneto, que atire a primeira pedra.

Tudo isso para relatar aqui algo onde estive metido nessa semana. Uma explicação. O Noroeste, o time que torço apaixonadamente está no fundo do poço, com uma administração perdida, fazendo o que não sabe, metendo os pés pelas mãos e afundando cada vez mais o querido alvirrubro. A situação já é por demais conhecida de toda a cidade, famélica. O time foi vergonhosamente rebaixado para a 3ª Divisão do futebol paulista e após isso, aconteceu de tudo e mais um pouco nos seus bastidores. Vexame em cima de vexame. Promessas não cumpridas é mato e a situação está de mal a pior nas hostes noroestinas.

Na semana passada, o presidente que não atende telefones e nem aparece mais nas dependências do Alfredo de Castilho, após salários atrasados e jogadores acionando e abandonando o trabalho, disse que estaria viajando no período, permanecendo em São Paulo cuidando de verbas, contratos, parcerias e outros temas. Tem quem acreditasse nisso, tem quem não acredita em mais nada (eu um desses). Na segunda, 20/05, disse ter marcado presença na festa que a FPF – Federação Paulista de Futebol promoveu depois do fim do Paulistão 2013. As informações que repassou para todos daqui é que continuaria em São Paulo o restante da semana e a imprensa divulgou isso como algo alentador para resolver as questões de caixa. Afinal, o presidente estaria buscando recursos. Ufa!

Na quinta, 23/05, ouço pela 87,9 FM, no seu programa esportivo essa história e não resisto ligo em off para seus apresentadores e desminto o álibi do presidente. Repasso a informação de que o havia visto num famoso restaurante da cidade jantando com a família na noite de terça, 21/05. Foi motivo de risadas no programa esportivo e também de muita lamentação. O fato é que o presidente não aparece na sede do clube, quando mais se precisa dele, momento em que tudo está se esvaindo em cacos. O fato que deixo registrado como lamento e dor é por ter faltado com a verdade, nãocomigo, mas com toda a cidade e os torcedores. Acredito que isso possa ser a gota d’água para que algo de mais sério ocorra com sua administração, ou seja, um impeachment, destituído pelo tal do Conselho Deliberativo e algo novo assumindo o comando. Não dá mais, não existe mais saída, o limite foi ultrapassado. Perdeu o rumo, o prumo e tudo o mais. Na continuidade, um risco mais do que eminente do time fechar as portas. Não cumpriu nada do que prometeu e nem um grupo de apoiadores parece ser verossímel. O momento de se fazer alguma coisa é agora.

OBS.: As fotos publicadas aqui são da aguerrida torcida Sangue Rubro ontem, 25/05, no Alfredão, quando ganhamos de 2x1 do Penapolense, pelo Campeonato Sub-20, reproduzidas do facebook do torcedor Siva Tiba.

sábado, 25 de maio de 2013

FRASES DE UM LIVRO LIDO (69)

NOITES COM ARGENTINOS E UMA REVELAÇÃO: MEDIANERA É ÓTIMO
Nos pernoites com meu pai no hospital fiz algo que deixei de fazer aqui do lado de fora do mundo, creditando a isso uma absoluta falta de tempo. Como somos bestas em abdicar de coisas, pessoas, lugares, acessos usando isso como justificativa. Meu filho cansou de me falar de um filme argentino e fui adiando de assisti-lo. Ontem, com um computador de mão e uma fita pirata plugada nele assisti o “MEDIANERAS – BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL”, filme de Gustavo Taretto, 2011 (http://www.amofilmes.com.br/?p=6809). É a história de dois jovens, que mesmo morando muito pertos, esbarrando-se a cada cruzada na esquina não se conheciam e daí por tudo um monte de fatos conspirando a favor e contra o inevitável encontro. O mais bonito do filme, além dessa vida desencontrada de uma metrópole foi a introdução do filme, as cenas iniciais, quando ambos produzem um sentido desabafo sobre a cidade onde moram e que serve para todos nós. Cada um do lado de cá, vê aquilo exposto sobre Bueno Aires e reflete dolorosamente sobre como é a vida no meio da selva de pedra do lugar onde mora. Lembrei-me também de uma fala do cantor argentino Fito Paez, quando de saco cheio do conservadorismo de sua cidade, soltou o verbo contra o 50% dos seus habitantes que pregam descaradamente o retrocesso, são contrários aos avanços e travam uma queda de braço dolorosa contra os que se mostram avançados e a propor o novo.

Reproduzo abaixo a fala de cada um dos personagens no começo do filme. Vendo as imagens na tela é tudo tão mais claro, mas só com uma leitura e fazendo uma alusão com algo aqui de minha aldeia bauruense, algo muito parecido. Leia antes a visão arquitetônica da questão: http://www.arquitetonico.ufsc.br/medianeras. Primeiro a visão dele, o personagem Martín: "Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita, é uma cidade superpovoada em um país deserto, uma cidade em que se erguem milhares e milhares e milhares e milhares de edifícios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto, existe um muito baixo, ao lado de um racionalista, um irracional, ao lado de um de estilo francês há outro sem estilo algum. Provavelmente estas irregularidades nos refletem perfeitamente, irregularidades estéticas e éticas. Estes edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica demonstram uma total falta de planejamento. Exatamente igual à nossa vida, vamos vivendo sem ter a mínima idéia de como queremos ser. Vivemos como se estivéssemos de passagem por Buenos Aires. Somos os inventores da cultura do inquilino. Os edifícios são cada vez menores, para dar lugar a novos edifícios, menores ainda. Os apartamentos se dividem em ambientes, e vão desde os excepcionais 5 ambientes com varanda, sala de jogos, dependência de empregados, depósito, até a quitinete, ou caixa de sapatos. Os edifícios, como quase todas as coisas pensadas pelo homem são feitos para nos diferenciar uns dos outros. Existe uma fachada frontal e posterior, e os pavimentos baixos e os altos. Os privilegiados são identificados com a letra A, excepcionalmente a B, quanto mais progride o alfabeto menos categoria tem o apartamento. As vistas e a luminosidade são promessas que raramente condizem com a realidade. O que se pode esperar de uma cidade que vira as costas para o seu Rio? Estou convencido de que as separações e os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais de cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a abulia, a depressão, os suicídios, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a insegurança, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e empresários da construção. Desses males, exceto o suicídio, eu padeço de todos". Depois, a visão dela, Mariana: "Todos os edifícios, absolutamente todos, possuem uma face inútil, imprestável, que não é nem a fachada frontal e nem a posterior, é a “medianera”. Superfícies enormes, que nos dividem e nos lembram do passar  do tempo,  a poluição e a sujeira da cidade. As medineras mostram  nosso estado mais miserável, refletem a inconstância, as rachaduras, as soluções temporárias.  O lixo que escondemos sob o tapete, pensamos nelas excepcionalmente, quando,  violadas pelos intempéries do tempo, deixam infiltrar suas reivindicações. As medianeras  se tornaram mais um meio publicitário, que salvo raras exceçõe conseguiu embelezar-lhes. Geralmente, são propagandas duvidosas de supermercados ou fast food, anúncios de loteria que prometem de muito à quase nada, etc etc etc. Apesar de atualmente nos recordar da terrível crise que nos deixou desempregados. Os condicionadores de ar são erupções irregulares das quais padecem as medianeras, graças à antiguidade dos edifícios que não comtemplaram sistemas de refrigeração adequados para uma cidade cada vez mais quente. Contra toda a opressão que significa viver em caixas de sapatos, existe uma saída, uma fuga, ilegal, como todas as fugas. Em clara contravenção ao código de planejamento urbano, abrem-se minúsculas, irregulares e irresponsáveis janelas que permitem que milagrosos raios de luz iluminem a escuridão em que vivemos".

Viajei não só com a história, mas com esse entendimento de nossas cidades feito logo de cara, de sopetão, primeira visão do filme, explicitada solidão entre concretos e muros. Hoje, volto à noite para mais um pernoite hospitaleira com meu pai (deve ter alta amanhã ou segunda) e já reúno na minha matula, outros argentinos, pois com a Virada Cultural ocorrendo nas ruas bauruenses e não podendo lá estar, fico eu e meu pai vendo cenas platinas com “Um conto chinês”, com Ricardo Darin, “A dançarfina e o ladrão”, do Fernando Trueba, “Crônica de uma fuga”, do Isarel Adrián e “Madres de la Plaza de Mayo – Memória, Verdade e Justiça”, do Carlos Pronzato.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PALANQUE – USE SEU MEGAFONE (41)

UMA SEXTA CORRIDINHA E ALGO QUE FUI LENDO AQUI E ALI
Meu pai no hospital (tudo bem com ele) e sem tempo para preparar textos aqui no blog, posto hoje alguns comentários de amigos internet afora. Expressam a minha linha de pensamento e dizem em poucas linhas exatamente o que também diria em muitas, pois como sabem, ainda não consigo produzir textos mais contidos:

O CASO DO GOLEIRO E DO DIRIGENTE EMPRESÁRIO: “Dono de 60% do passe do goleiro, era o VIRTUAL PRESIDENTE ELEITO DO ECN, ele adquiriu o jogador na manhã da VÉSPERA DA ELEIÇÂO, num negócio entre amigos, por miseros trocados e depois nunca mais apareceu no clube, desistiu da candidatura e $aiu $orrindo!! Isso a imprensa bauruense não fala!! Viva la provincia de Bauru onde se come mortadela e arrota peru!!”, Bruno Lopes, pequeno comerciante e torcedor noroestino.


O CASO DO CRAQUE SANTISTA: “Pô , não aguento mais ver o Neymar , é no almoço, na janta , na feira , vá lá pra Malásia vai....”, MÚSICO Marco Zambom.

O CASO DO PRECONCEITO A TUDO O QUE VENHA DO GOVERNO: “Sobre o bolsa família 1: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/impacto-do-bolsa-familia-na-reducao-da-mortalidade-infantil Sobre o bolsa família 2: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2012/11/o-bolsa-familia-e-revolucao-feminista-no-sertao.html [leia antes de vociferar preconceitos!]”, Verônica Lima, andante do mundo do Timor Leste à Bauru.

O CASO DO TRANSPORTE PÚBLICO: “No último sábado, foi publicado no Diário Oficial do Município o 4º Termo Aditivo firmado entre a Prefeitura de Bauru e a empresa Transporte Coletivo Grande Bauru, alterando a Clausula Quinta do Contrato de Concessão, e estender por mais um ano o direito desta empresa explorar o serviço de transporte urbano na cidade de Bauru. Este contrato foi firmado em 2002 com a empresa KUBA, e em 2009 a empresa Transporte Coletivo Grande Bauru assumiu o contrato. O Contrato original tem prazo de 8 anos portanto venceria em 2010. Como existe no contrato o direito de prorrogação por 2 anos, o que foi feito o prazo final do contrato seria 2012. Ocorre, que foi realizado um terceiro aditivo, e a empresa pode manter por mais um ano o direito de exploração, mediante acordo para quitar as dívidas da Câmara de Compensação Tarifária, vencendo então o contrato em 2013. O correto seria ter sido realizada a abertura de licitação o que não ocorreu, havendo a prorrogação “ilegal” do mesmo por mais um ano, sem nenhuma justificativa prevista na legislação, sem consulta ao Conselho de Usuários, etc. Este é mais um fato que justifica a instalação da CEI do Sistema de Transporte em Bauru. Uma das principais funções do legislativo é fiscalizar, e não conseguimos entender porque a maioria dos vereadores se recusa a assinar o Requerimento da CEI, cujo objetivo central é tratar com transparência o dinheiro e o patrimônio público. Até agora somente dois vereadores assinaram o requerimento, Roque Ferreira do PT e Raul de Paula do PV. Esta medida do Executivo contraria preceitos básicos da Administração Pública”, Roque Ferreira, vereador bauruense.

O CASO DO DR RUY: “Manchete definitiva: MORRE DR. RUY. ESTADÃO TAMBÉM NÃO PASSA MUITO BEM”, Gilberto Maringoni, chargista bauruense Gilberto Maringoni.


O CASO DA INTERINIDADE: “Bom dia. Só gostaria de informar que o Renan Calheiros é o presidente interino da República...”, Silvio Selva, nosso outsider sempre de plantão, ao saber da viagem de Dilma e Temer para fora do país.

RECADO DE ÚLTIMA HORA PARA HOJE, ESSA DE MINHA LAVRA E RESPONSABILIDADE: Hoje tem Henrique Rosa no Jeribá. Quem não conheceu, não sabe o que está perdendo. Quem conhece, oportunidade rara de rever uma grande pessoa, voz, músico...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

CHARGES ESCOLHIDAS A DEDO (68)

VOCÊ TOMA ÁGUA TORNEIRAL? AFINAL, QUAL A MAIS CONFIÁVEL?

Começa hoje aqui em Bauru o FESTIECO – Festival de Tecnologia e Inteligência Ecológica, de 23 a 26/05, no Recinto Mello de Moraes, evento ambiental e para que o tema não passe despercebido, foco meu escrito de hoje no tema ÁGUA. Não me faço de rogado e como tomo água de torneiras todos os dias, dessas que aqui em Bauru são fornecidas e garantidas pelo DAE – Departamento de Água e Esgoto, credito ela uma das mais confiáveis no mercado atual de águas. As explicações fornecidas por eles me satisfazem. Em casa busco água em duas fontes do DAE, a da praça da Bíblia e do parque Vitória Régia e nunca tive problemas intestinais. Com um filtro acoplado na torneira da cozinha consumo a torneiral sem medo de ser feliz e tudo funciona a contento dentro de minhas entranhas.

Faço isso sem traumas. Muitos não o fazem. Percebi ser besteira confiar mais nas águas que compro embaladas em plásticos, garrafinhas e galões e menos na do DAE. Confesso que sempre desconfiei das águas que compro por aí. Uma mais que a outra quer se mostrar a mais potável e a empresa a mais impoluta. No que elas diferem da fornecida pelo DAE? Nada. Tive a certeza disso essa semana e a explicito aqui. Li uma matéria na revista mensal, a “Unesp Ciência”, (edição nº 40, abril 2013), “A da torneira talvez seja mais limpa”, texto escrito por André Julião, com o subtítulo: “Pesquisadores de Araraquara avaliaram a qualidade de três modelos de água mineral e detectaram níveis preocupantes de contaminação em galões de 20 litros antes do vencimento do prazo de validade”. Mais um bocadinho do texto: “Em dois terços dos 60 galões a contagem de micro-organismos ficou acima do limite aceitável para a água de torneira. Em certos casos, o valor obtido era mil vezes maior que esse padrão. Um bactéria oportunista foi encontrada em duas amostras”. Leiam a matéria completa clicando a seguir: http://www.unesp.br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/40/quem-diria

Conheço gente que não bebe água que não venha dessas garrafinhas compradas em mercado, como se ali naquele envolucro estivesse localizada a total garantia de estar consumindo algo totalmente confiável. De uma coisa tenho a mais absoluta certeza: nada mais é absolutamente confiável nos tempos atuais, onde o deus dinheiro impera sobre todas as coisas e as leis de mercado dominam as mais simples relações comerciais. Tirem todos vocês mesmos as conclusões que acharem por bem tomar e não me espezinhem por tomar água torneiral do DAE. Sem tirar nem por, vejo ali a melhor de todas. Acredito que ali, a sacanagem não seja tão explícita (toc toc toc). É com essa que eu vou, só não sei se um dos motivos de minha barriga ter crescido absurdamente nos últimos tempos se deve a isso. Será? Queria muito discutir em eventos como esse FESTIECO algo como: a confiabilidade dos produtos ecologicamente existentes. À água é só um deles.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (58)

A VIRADA JÁ FOI MELHOR, PODE DEGRINGOLAR E ATÉ VINGAR. DEPENDE...
Vai começar nesse próximo final de semana mais uma edição da VIRADA CULTURAL em Bauru e em outras cidades do interior paulista. Emoções novas a cada ano, pois ela parece estar sempre embutida com muitas polêmicas. É de arrepiar os cabelos os seus bastidores, sempre emocionantes. Tivemos até um ano em que, mesmo tendo aqui na Cultura Municipal personagens com ligação umbilical com o Governo Estadual (organizador do evento), ela quase deixa de acontecer. Hoje os tempos são outros (ufa!). Elson Reis, o atual secretário Municipal de Cultura vai atrás e mesmo contrariando uma norma pré-estabelecida pelo tucanato, a de que o evento só deva ocorrer nas cidades onde eles são governo, com muito empenho revertemos isso, mas sempre existe uma velada forma de retaliação. E ela não deixa de existir.

Bater de frente com governos tucanos é ir percebendo a retaliação logo ali no ato seguinte. É a prática deles, sem tirar nem por. Veja isso. Faça uma comparação da programação da Virada aqui de Bauru com a de qualquer outra cidade onde eles são governo. Bauru pode ser considerada terra de adversários políticos e assim sendo, nada de privilégios e benesses. A vergonha institucionalizada. O caso de Bauru é explícito. Durante todo o processo de acerto da programação não houve nenhuma possibilidade dos dirigentes bauruenses indicarem um nome sequer dos artistas que vem de fora. Só um local, esse sim, indicado por Bauru, nada mais. Tudo o mais decidido de cima para baixo. É assim ou a cidade aceita ou aceita. Não existe diálogo possível com as esferas superiores da Virada, todas também com rédea curta quanto a esse tipo de imposição vinda dos altos escalões. Notei quando da divulgação da programação aqui de Bauru certo mal estar, por um simples motivo, ela foi divulgada para eles no mesmo tempo que para a imprensa. Nem tomaram conhecimento de forma antecipada e alguns órgãos da imprensa souberam até antes. Que nome se pode dar a isso?

Dito isso, algo mais. Hoje no JC, numa matéria de capa do Caderno Cultura, o coordenador da Virada, indicado pelo Governo do Estado, Giuliano Laurenza, declara algo na matéria “Virada Alternativa”, soando algo um tanto ridículo: “Uma das propostas da Virada é levar ao público linguagens diferenciadas, até porque essa é uma forma das pessoas conhecerem e terem acesso. (...) Acho que está acontecendo uma mudança de comportamento – as pessoas aceitam mais coisas por causa da revolução digital. Antes, existia uma indústria que era obrigada a vender dez produtos, somente. Tínhamos acesso a essas coisas apenas. E agora, com a internet temos a oportunidade de gostar de mais coisas. Assim, o público se descobre como não sendo de massa”. Ele tenta explicar o inexplicável, mas não consegue. Tudo é derrubado quando comparado com o que cito lá no começo do texto. Esse discurso é o de quem precisa defender o que aí está e para isso usa o que de melhor tem dentro de si. Simples demais conseguir desarmá-lo, pois lhe faltam argumentos convincentes diante da realidade dos fatos. Novidades do mercado cultural são sempre bem vindas (o SESC faz isso tão bem por aqui), mas engolir o que nos está sendo oferecido e ainda a seco é fazer com que nada disso tenha digestão prazerosa. 


O fato é que o método da escolha é cheio de critérios, bem explicitados aqui. Tapar o sol com a peneira não cola. Bauru conseguiu fazer vingar a Virada e terá que engolir a prepotência dos que detém o poder da caneta. Esperanças existem e reservo as melhores delas para a REVIRADA CULTURAL, essa algo local, com recursos e toda programação sendo montada aqui. Quero poder comparar as programações. Giuliano poderia muito bem passar sem essa, mas sua fala faz parte de sua função, aliás, remunerado para tanto. E nem por isso deixo de comparecer à Virada, pois garimpo lugares para fazer o que mais gosto, botar o bloco na rua.

terça-feira, 21 de maio de 2013

RETRATOS DE BAURU (141)

ALDO WELLICHAM É A CARA DOS QUE NÃO ABREM MÃO DA OUSADIA
ALDO foi um radialista diferenciado aqui em Bauru, pois tocava só clássicos mundiais nos seus programas, coisas do tipo como venerar Henri Salvador e Toots Thielemans. Com o passar do tempo e as transformações nas programações faltou-lhe espaço. Deixou de irradiar música de boa qualidade pelas ondas do rádio (é da escola do João Dez e Meia), mas não abandonou o que sempre gostou e faz com categoria e finesse, viver e deixar viver. Esse já fez de tudo um pouco na vida, tendo começado muito cedo lá na sua Junqueirópolis, onde diz ter sido um craque de futebol. Bateu nas onze, não só no futebol, mas nas atividades onde atuou. Nos últimos tempos, filhos criados, foi morar sózinho no Bela Vista, cercado pelas suas lembranças musicais e de lá, uma espécie de embaixada da picardia, soltava as suas. Bate cartão na Tribuna do Leitor do JC, sempre preciso e duro com os vendilhões da cidade, foi corretor de imóveis, noroestino de quatro costados, frequentador assíduo da feira do Rolo e macrobiótico na alimentação. Uma figura controvertida, singular dentro da névoa que circunda os bate papos de botequins e afins. Criou um tipo, um personagem onde ninguém consegue atuar como ele, pois é único. Sempre circula com camisetas tendo inscrições boladas por ele mesmo, uma grife só sua. Semanas atrás bateu asas e foi morar nas barrancas do Tietê, na vizinha Arealva, deixando saudade nos lugares onde gostava de bater cartão diariamente. A ironia e a picardia, junto do bom humor agora tem novo endereço. Olhe só onde ele já mostrou a cara no mafuá: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=aldo+wellicham