sábado, 28 de fevereiro de 2015
CENA BAURUENSE (131)
NOTÍCIAS DO NOROESTE – ALGO ALVISSAREIRO, CRIADA A “AVANTE, RUBRO!”
Esse glorioso Esporte Clube Noroeste de Bauru é mesmo fonte de muita conversa, papo, discussões múltiplas e variadas e pelas ações de sua atual diretoria, pouca solução. Problemática muita, solucionática pouca, poderia dizer Dadá Maravilha. Nunca se viu diretorias tão confusas, convulsionadas, desencontradas, repudiadas, inflexíveis e autoritárias. Como pode alguma diretoria querer algo de saudável pregando não querer sócios (ninguém consegue se associar – tente e veja que o impedimento é total), nem ajuda desses. Torcedor hoje lá pelos lados do Alfredo de Castilho é sinal de problema, ou seja, problema para os encastelados de um Conselho Deliberativo deliberando só para favorecer a continuidade da situação degradante. Torcedor questiona, sugere, aponta o dedo para os erros, instiga e quer ver os tais balancetes mensais (mera contabilidade de entrada e saída, algo tão simples), que reclamados desde a época do Damião, nunca mais foram vistos pelos lados do Alfredão. Nem o dinheiro que entra, nem como sai. Isso é o mínimo para algo sério. Perguntem para qualquer conselheiro se comandam suas empresas da mesma forma que o Noroeste? Vão gaguejar na resposta.
Logo pela manhã o jornalista Erlinton Goulart, titular do site BAURU FUTEBOL solta uma bomba em seu site. Algo sobre o fim da parceria entre o Noroeste e a Ferroviária de Araraquara. Leiam a matéria:http://www.futebolbauru.com.br/noroeste_noticias.php…. Preocupação geral. No final da tarde, corre a notícia de que tudo foi reestabelecido lá pelos lados noroestinos. Daí a pergunta, onde existe fumaça existe fogo: O que de fato ocorre sobre isso? Tudo por lá é mais do que nebuloso. Um membro do Conselho Deliberativo, Daniel Rufino, assessor parlamentar do vereador Roberval Pinto Sakai pede demissão e poucos entendem dos motivos. Seu filho até pouco tempo tentou ser jogador do time, foi jogar em outro time, acabou voltando e não seria mais aproveitado. Seria esse o motivo da saída? Se for, péssimo. O fato é que essa diretoria, pelo que se saca à distância, não bate bem os pinos com alguns do Conselho. Uns querem mandar de um lado e o outro idem. Interesses conflitantes e no choque, desavenças constantes. Se não bastasse todos os problemas atuais, junte mais esses e os extracampo, daí a combustão é fatal.
Nem tudo são notícias ruins no quesito Noroeste. Hoje uma muito boa, diria, alvissareira. Um grande grupo de torcedores, alguns profissionais liberais, empresários, todos noroestinos estiveram reunidos no começo da tarde para a criação e fundação da ASSOCIAÇÃO AVANTE RUBRO. Mas o que seria isso? Simples. Diante de tanta barbaridade lá pelos lados internos do glorioso, um grupo de abnegados torcedores resolvem se unir e criar algo de concreto para alavancar o Noroeste. Muitas iniciativas estão sendo pensadas e algumas já colocadas em prática com o intuito de solucionar problemas dito insolúveis lá pelos lados noroestinos. Estatuto pronto, aprovado e com algo bem diferente do vigente lá no Noroeste. Na Associação tudo será contabilizado, entradas e saídas, com reversão para a causa noroestina. Um exemplo, o alambrado necessitando de reparos a Associação repara, mas não paga nada via Diretoria e sim, paga o diretamente ao fornecedor. E assim por diante. Uma iniciativa que veio para chacoalhar o carcomido momento diretivo noroestino.
Numa das fotos aqui postadas a composição aprovada por unanimidade da primeira diretoria. Vejam os nomes dos componentes e em breve a divulgação por aqui do estatuto para discussão e verificação de sua aplicabilidade imediata revertendo dividendos para salvar o Noroeste da bancarrota. Uma bela iniciativa, algo de concreto, bem diferente de iniciativas sem respaldo, feito em salas fechadas, grupo reduzido de pessoas. A proposta da AVANTE, RUBRO! é aglutinadora, dando o seu quinhão, expondo a chaga atual e fazendo a sua parte para buscar devolver a credibilidade perdida. Dentre todos os presentes, a presença do ex-presidente Cláudio Amantini, o melhor presidente que o alvirrubro teve em toda sua historia e seu aval, sendo um dos primeiros a pagar sua contribuição na criação da Associação. Visitas a empresários estão sendo agendadas, contatos feitos, imprensa sendo informada das ideias, apoios solicitados, proposta exposta e muitos preparados para visitas múltiplas, trabalho voluntário em prol da recuperação do time da aldeia bauruense. Do que vi, algo salutar, união de interesses, alegria no rosto dos presentes, propostas concretas e uma só certeza: o Noroeste é muito maior do que qualquer pessoa que tente se eternizar de forma autoritária e como uma espécie de “rei” em suas dependências. Essa movimentação toda tem um sentido muito claro: OXIGENAR O NOROESTE. Mais novidades dia após dia.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
O QUE FAZER EM BAURU E NA REGIÃO (58)
OS QUE DORMEM EM COLETIVOS
Noites mal dormidas em nossos colchões e complementadas depois no transporte urbano. Sempre pensei em sair fotografando pessoas nessa situação. Não iniciei até agora por um simples motivo. Acho deselegante, desagradável e uma invasão no individual de cada ser humano eu sair fotografando pessoas sem o seu consentimento e justo num momento onde estão totalmente indefesas. Muitos o fazem. Eu mesmo já o fiz em algumas ocasiões. Não divulgo essas fotos. Estou pesquisando por esses dias e lendo algo sobre um jornalista boliviano, Alfonso Gumucio-Dagron, textos divinais sobre “Comunicação, Desenvolvimento e Mudança Social” em nossa América Latina. Além do trabalho jornalístico escrito, reproduz belos ensaios fotográficos numa página na internet, a “Nuestra Mirada” (http://www.nuestramirada.org/photo/albums/transdormitorio). Enquanto tento escrever algo sobre isso, dessa soneca em lugares públicos, aqui somente em coletivos, algo mais do trabalho do fotógrafo Diego Sandoval N., 36 anos. O trabalho aqui reproduzido tem por título “Transdormitório - Estação Mapocho”, Santiago, Chile, novembro de 2014. No site quase 4000 portfólios, temas variados e fotógrafos idem, todos de situações em países latinos.
Percebam, todas tiradas no começo de alguma noite qualquer. Não importa o dia, importa muito a condição, dos motivos disso se repetir dia após dia. O cansaço está estampado na face de todos, indistintamente. O trabalhador, tanto daqui como acolá, pega um coletivo bem no começo do dia, na maioria das vezes percursos longos, horas sentados no coletivo, trabalha depois o dia inteiro e no retorno, algo inevitável, o corpo não mais aguenta e ele desfalece. Quantas vezes não me ocorreu o mesmo nos grandes centros. Minha resistência é pífia em coletivos. Durmo fácil com o chacoalho do veículo em movimento. Começo lendo e termino babando, jornal ou livro encontrados posteriormente no chão, já devidamente pisoteados. Muitos dormem pela aí e pelos mais diferentes motivos. Esse do trabalhador cansado, na maioria das vezes nos grandes centros urbanos mundo afora é o mais cruel. Daria para fazer um tratado sobre isso, imagina o que viria quando entrevistados um por um, sendo observado os motivos individuais para aquela soneca ali registrada. Isso vai muito além do ensaio.
Vinha pensando nisso hoje quando atravessei a praça Rui Barbosa, a central, postada no coração de Bauru. Fui e voltei e em ambas caminhadas vejo gente dormindo em bancos e em plena luz do dia. A ideia das fotos me volta à cabeça. Seguro a vontade e no retorno contei, eram três os que vi assim de longe dormindo nos bancos e isso por volta das 12h. Essa praça daria também mais do que um belo estudo sobre dos motivos das pessoas ali pararem, algo muito além do descanso, de um simples folego para continuar a jornada. Quantos ali, percebo, estão sem eira e nem beira. A praça lhes cai como uma luva e sentados, olhares pregados num horizonte nebuloso acabam dormindo. Volto para casa pensando nisso e ao retomar minha pesquisa com o jornalista boliviano, eis que encontro as fotos do site citado. Sento e escrevo isso tudo numa só sentada. Num só folego e posto sem pensar muito. São tantos os belos temas para pesquisa. Algo para tentar entender das agruras desse mundo moderno e cada vez mais insensível. Isso ocorre aqui, em La Paz, em Santiago do Chile, em New York, em Arealva e por todo lugar. Vejam as fotos e olhando nos detalhes de cada uma delas, muita reflexão por vir.
Por fim conto uma história que aconteceu comigo tempos atrás. Perto de uns quinze anos atrás. Pouco a ver com essa situação das fotos aqui retratadas, mas algo valendo o registro. Embarquei num ônibus do Prata com destino a Santos, viagem a noite toda e com chegada prevista para o terminal no litoral bem no começo da manhã. Iria passar o dia todo trabalhando e voltaria no final da tarde para Bauru. Claro, fui dormindo quase a viagem toda. E dormi demais, tanto que todos desceram e ninguém me acordou. Fui parar na garagem e ao ser acordado por uma pessoa da limpeza, um susto. Nada além disso. Fui encaminhado a um banheiro e em seguida me levaram de volta num carro para a rodoviária. Trabalhei o dia todo vendendo as tais chancelas e no final do dia, disso não me lembro, mas tenham certeza assim ocorreu, desmaiei e só fui acordar em Bauru. Dessa vez, conseguindo descer no terminal rodoviário. Essa foi só uma delas, outras tantas dormitei em circulares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tomava o cuidado de dormir abraçado com meus pertences, daí nunca nada me aconteceu merecendo o registro. Durmo até hoje, só péssimo acompanhante em viagens. Mas aí entra em questão a tal da diabetes e a prosa muda de rumo.
Vinha pensando nisso hoje quando atravessei a praça Rui Barbosa, a central, postada no coração de Bauru. Fui e voltei e em ambas caminhadas vejo gente dormindo em bancos e em plena luz do dia. A ideia das fotos me volta à cabeça. Seguro a vontade e no retorno contei, eram três os que vi assim de longe dormindo nos bancos e isso por volta das 12h. Essa praça daria também mais do que um belo estudo sobre dos motivos das pessoas ali pararem, algo muito além do descanso, de um simples folego para continuar a jornada. Quantos ali, percebo, estão sem eira e nem beira. A praça lhes cai como uma luva e sentados, olhares pregados num horizonte nebuloso acabam dormindo. Volto para casa pensando nisso e ao retomar minha pesquisa com o jornalista boliviano, eis que encontro as fotos do site citado. Sento e escrevo isso tudo numa só sentada. Num só folego e posto sem pensar muito. São tantos os belos temas para pesquisa. Algo para tentar entender das agruras desse mundo moderno e cada vez mais insensível. Isso ocorre aqui, em La Paz, em Santiago do Chile, em New York, em Arealva e por todo lugar. Vejam as fotos e olhando nos detalhes de cada uma delas, muita reflexão por vir.
Por fim conto uma história que aconteceu comigo tempos atrás. Perto de uns quinze anos atrás. Pouco a ver com essa situação das fotos aqui retratadas, mas algo valendo o registro. Embarquei num ônibus do Prata com destino a Santos, viagem a noite toda e com chegada prevista para o terminal no litoral bem no começo da manhã. Iria passar o dia todo trabalhando e voltaria no final da tarde para Bauru. Claro, fui dormindo quase a viagem toda. E dormi demais, tanto que todos desceram e ninguém me acordou. Fui parar na garagem e ao ser acordado por uma pessoa da limpeza, um susto. Nada além disso. Fui encaminhado a um banheiro e em seguida me levaram de volta num carro para a rodoviária. Trabalhei o dia todo vendendo as tais chancelas e no final do dia, disso não me lembro, mas tenham certeza assim ocorreu, desmaiei e só fui acordar em Bauru. Dessa vez, conseguindo descer no terminal rodoviário. Essa foi só uma delas, outras tantas dormitei em circulares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tomava o cuidado de dormir abraçado com meus pertences, daí nunca nada me aconteceu merecendo o registro. Durmo até hoje, só péssimo acompanhante em viagens. Mas aí entra em questão a tal da diabetes e a prosa muda de rumo.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (85)
MUDAR? SAIBA BEM PARA ONDE...
Benjamin Netanyahu, o primeiro ministro israelense foi um dos que descaradamente marchou em Paris, junto de outros líderes mundiais naquele fatídico dia, onde muitos, mesmo atuando em seus países contrários à liberdade de expressão, teceram loas contra o ocorrido no Charlie Hebdo. Nesse dia ele aproveitou e incitou os judeus franceses para irem morar em Israel. Esse retorno tem um nome: Aliya (ascensão). Quase um mês depois, após outros atentados contra judeus na Europa estende o convite para todos os judeus residentes na Europa. Em 2014, mais de sete mil desses voltaram para Israel, sendo que em 2013, pouco mais de três mil. Leve em consideração que, 51% dos ataques racistas na França são antisemitas.
Observe o outro lado da moeda. Muitos desses retornando não levaram em consideração algo muito simples. A realidade interna hoje em Israel é cruel para qualquer tipo de oposição à política governamental capitaneada pelo ultraconservador Netanyahu. Percebam se a troca foi mesmo boa ou não. Judeus europeus estão trocando o antissemitismo europeu pelo racismo israelense. Mais do que perceptível hoje em Israel a demonização de qualquer posicionamento dito de esquerda ou mesmo mais liberal. Os que o fazem são comparados a colaboradores nazistas querendo destruir o país. E daí minha pergunta: A mudança vale a pena? A situação na França e em boa parte da Europa pode não estar boa, mas a liberdade ainda é usual. Em Israel ela não mais existe. Eis o dilema para os que pensam em voltar.
Isso posto, me volto para algo ocorrendo aqui no Brasil. Quando vejo esses movimentos todos pregando a deposição da presidenta, a volta do regime militar, um poder absoluto ao STF (mesmo ele cada vez mais favorecendo uns poucos), apoio irrestrito para o novo presidente da Câmara dos Deputados, o híperconservador Eduardo Cunha, me pergunto: ALGUÉM CHEGOU A COGITAR ONDE ISSO TUDO PODERÁ NOS LEVAR? Que o PT é corrupto e age como todos os demais partidos, inegável. O sistema todo está podre, carcomido e consumido. A demonstração é pela substituição de um maléfico por outro da mesma linhagem, talvez até pior. Prevalecendo o que se ouve, sente e vê, algo piorado desponta no horizonte. O país, com certeza, vai ficar mais excludente, preconceituoso, com predomínio da “cretinização coletiva” e acirramento do ódio de classes. Pior impossível. É isso que querem os na rua? Na verdade, o objetivo está definido: sacar o PT do poder. Sacam o que está pronto para assumir o posto no lugar desses? Nem tanto, ou melhor, nem todos sacam. Muitos vão na valsa. Eu particularmente abomino isso. Prefiro lutar pelo socialismo como substituto, mas isso, pelo visto, está fora de cogitação. Não luto por Dilma e pelo PT, mas para que tudo não piore mais. Retrocesso nesse momento é o que menos necessitamos. Perder tudo o que foi conquistado e às duras penas, pior ainda. Esse meu forte e único motivo para me manter distante desse barulhinho pipocando das ruas, um OVO DE SERPENTE que pode ser abortado ou ser chocado. É quase a mesma coisa do israelense vendo a situação atual da Europa e pensando se volta ou não para Israel. Adoraria estar nas ruas mas outro tipo de transformação. Topas?
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
UMA FRASE (127)
AJAX FICA DEZ ANOS SEM RECOLHER FGTS DOS FUNCIONÁRIOS
Primeiro conto uma história aqui de minha casa. Trabalha aqui, tomando conta maravilhosamente do meu pai, uma pessoa, que não consigo denominar de Empregada Doméstica, mesmo o sendo. Ela cuida da casa e de dois velhinhos, meu pai e eu. Faz o que tem que ser feito. Ótima. Tem outro lado dela que admiro muito. Ela pega demais no meu pé em tudo o que diga respeito aos seus direitos trabalhistas. Vive se assuntando sobre isso e me cobra tudo. Há mais de um ano recolho o seu FGTS, pois se for esperar a decisão do Congresso favorável a elas, isso continuaria sendo adiado por tempo indeterminado. Ela ficou contente e me cobra mês a mês o dia do recolhimento do seu INSS, FGTS e o devido pagamento no quinto dia útil. Faz mais. Mostrou a mim uma pasta onde guarda extratos recebidos do FGTS, mês após mês. Tudo guardadinho. Do INSS, sei que acompanha via internet os recolhimentos. Não é desconfiança, sei disso. É o procedimento que todo trabalhador deveria de fato ter em relação ao seu emprego e empregador. Ela deixa aqui em casa sua força de trabalho e a reciprocidade tem que ser ali, na pinta. Aqui, acredito não deixo a desejar. Meu pai acompanha e fiscaliza tudo do alto dos seus 86 anos. Ela me diz algo todo santo mês, uma repetição de algo que não esqueço jamais: "EXIJO SÓ O QUE É MEU DE DIREITO, SEU HENRIQUE".
Agora conto uma das tantas histórias envolvendo a AJAX, essa empresa bauruense de baterias que faliu, deixou seus funcionários a ver navios e acampados na frente da hoje fechada fábrica, aguardando uma solução para seus empregos e recolhimentos trabalhistas em atraso. Um vergonha. Foi divulgado que ficou aproximadamente dez anos sem recolher o FGTS dos funcionários. Mas como? E ninguém denunciou isso? Como a fiscalização age com empresas nesse caso? Não existe nenhum mecanismo capaz de detectar esse absurdo atraso e cobrar do empresário? Impossível permanecer tanto tempo sem que nada fosse percebido. São tantas as perguntas e estupefato fico ao comparar a situação dos funcionários dessa empresa e o que ocorre aqui em casa. A funcionária aqui de casa me cobra e mostra os extratos recebidos mês a mês, mas no caso da Ajax como terá sido o malabarismo para que seus funcionários não botassem a boca no trombone, não descobrissem nada e continuarem sendo enganados mês após mês? Um sonegador individual é penalizado de forma exemplar pelo fisco, cercado hoje via internet em suas transações e algo que não me entra na cabeça é como essa sonegação foi sendo empurrada com a barriga por tanto tempo e só agora, com tudo no fundo poço vem à tona. Essa história deve ter muitos e muitos capítulos ainda encobertos e necessitando de serem revelados. Cadês as explicações para isso tudo. Nesse caso nem o que lhes é devido de direito receberam.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
RETRATOS DE BAURU (170)
ALAERTE CAPELLINI, ETERNO REI NO TELECATCH
Tem pessoas pelas quais possuo verdadeira fixação. Esse personagem aqui retratado hoje é uma delas. Por seu passado, ligação com algo pelo qual tinha verdadeira adoração nos meus tempos de garotão, deixou marcas eternas, pois toda vez que o vejo dá uma vontade de puxar conversa, bater papo e ir descrevendo algo mais do seu passado, quando foi um dos meus heróis da TV. Ele sempre viveu aqui em Bauru e poucos sabem de algo mágico em sua vida.
ALAERTE CAPELLINI foi professor de Educação Física na Rede Estadual de Educação quase uma vida toda e o mesmo porte físico de antanho ele continua acentuado na sua silhueta atual, mesmo tendo já passado dos 70 anos. O cabelo também continua comprido e circula muito pelas ruas centrais de Bauru sempre em calças de abrigo, comprovando seu lado esportivo. Lembranças dele de moleque por ter dado aula em Ayrosa Galvão, no mesmo período que minha mãe e circulando pelas mesmas estradas de terra após a da ponte do rio Tietê até aquele distrito de Jaú, hoje Potunduva. Mas o fato marcante em sua vida e nunca mais esquecido é que o acompanhava nos meus tempos de moleque pela TV. Era um dos mocinhos mais famosos nas famosas lutas de telecatch, os Reis ou Gigantes do Ringue. Dentre todos os mocinhos pelos quais a garotada (e os adultos também) torciam, um deles se sobressaia, FANTOMAS. Alaerte encarnou por um período um dos muitos Fantomas (para mim o melhor de todos), algo pelo qual até hoje não gosta de falar, pois diz existir um antigo contrato que o impede de divulgar isso. Todos seus amigos e conhecidos sabem disso e o reverenciamos em cada reencontro. Sabe lá o que é você se deparar em carne e osso com um dos seus heróis televisivos? Vivencio isso a cada reencontro, na rua Araujo Leite, pertinho da Julio Prestes onde mora ou nas ruas centrais da cidade. O Fantomas pra mim existe e o revejo constantemente. É ele.
Vejam isso que escrevi em 15/03/2011:http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?
q=FANTOMAS
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
MÚSICA (120)
AZULÃO DO MORRO E UM APLAUSO PARA ALGO DO PÓS-CARNAVAL
Esses temas no entorno do Carnaval não terminam nunca. Acho ótimo. Trago mais um à baila. Dos resultados do bauruense, alguns mais do que discutíveis. E não é assim também no futebol? A perfeição ou o enquadramento dentro de minha percepção de correto não é também discutível? Interminável discussão e já amainada com o passar dos dias.
Acompanhei os desfiles dos blocos e escolas de samba nos dois dias no Sambódromo. Não entendo muito para julgar, mas o faço em alguns momentos. Desci a avenida do samba em cinco oportunidades. Duas com blocos e três com escolas de samba. Foi minha experiência de maior amplitude desde que me conheço por gente. Vivenciei in loco o que é de fato estar inserido no contexto. Ganhei experiência e já não faço críticas gratuitas e fortuitas a uns e outros. Pondero mais. Entendo mais o outro lado, o de quem faz, como faz, em que condições. Tento levar tudo isso em consideração para escrever disso e daquilo.
Pois bem. Tudo se findou, apuração definida, troféus entregues e daí fui observar um algo a mais. O que as escolas fazem por esses dias de pós-carnaval? A desmobilização é ampla, geral e irrestrita? Nem todas. Quantas aproveitam para alguma reciclagem, tanto de ideias, como de pensamento e ação, levando seus passistas, membros atuantes, componentes de alas, ritmistas para conhecer outras realidades?
Quem fez isso? A mais periférica de todos, a que já possui um belo trabalho junto da sua comunidade, por sinal, muito carente, a AZULÃO DO MORRO, do Parque Jaraguá fez algo nesse sentido e enalteço aqui.Um micro-ônibus saiu lotado de Bauru logo após o almoço do último sábado, 21/02. Nele gente de todos os matizes da escola e alguns poucos de outras.
O destino foi a capital paulista. Foram assistir ao desfile das campeãs paulistanas, não sem antes passarem por alguns barracões de importantes escolas. Imagine o que isso produz na cabeça dos integrantes da escola. Algo inimaginável. Efusivos parabéns ao presidente Valdemir Cavalheiro, o Mi e a mentora e idealizadora da escola, Cidinha Caleda. Não me perguntem quem pagou, como pagou, pois não sei e nem quero saber. O fato é que vi pelas redes sociais fotos do ônibus lotado, gente da escola em algo mais do que aproveitável nesse período. O fato não pode passar batido e merece ser copiado por todas as demais.
Sair do mundinho só nosso é também uma forma de ampliar maravilhosamente conhecimentos. A Azulão acaba de fazer isso e sai na frente das demais. Se outras fizeram ou fazem o mesmo, o parabéns será estendido. Meu relato não se trata de um ou outro dirigente, figurão de alguma escola que foi ver o desfile isoladamente ou levando somente os mandantes do grupo dirigente. Trata-se de levar os que sambam na avenida, os que suam a camisa, os que ralam e sem eles uma escola não sai na avenida nem que a vaca tussa. É com a ida desses que o algo novo pode de fato surgir e despontar. OBS.: Todas as fotos foram retiradas das redes sociais e são de integrantes da escola, todos em estado de graça com o proporcionado pela viagem.
domingo, 22 de fevereiro de 2015
ALFINETADA (130)
SEIS TEXTOS PUBLICADOS PELO ALFINETE, DE PIRAJUÍ - JULHO/AGOSTO 2002
Esses textos me enchem de muita saudade. Refletem meus escritos num tempo, exatos treze anos atrás, quando auxiliado por Marcelo Pavanato, ele brilhantemente conseguia digitar meus textos, todos enviados via Correio e datilografados. A montagem com a colocação das ilustrações, que enviada separadamente sempre colocados no meio de cada um deles, tornava meus escritos cheios de vida. Nesses seis reverencio seis famosos chargistas brasileiros, na sequência Orlandelli, Osvaldo Pavaneli, Guidacci, Jota e Batsow.
Texto nº 175 – publicado edição de 06/07/2002 – “Correios, quem te viu, quem te vê”.
Texto nº 176 – publicado edição de 13/07/2002 – “FGTS - Maior acordo ou maior farsa do mundo”.
Texto n° 177 – publicado edição de 20/07/2002 – “Viver livre ou preso dentro de sua cidade”.
Texto nº 178 – publicado edição de 27/07/2002 – “Divisão de Responsabilidades”.
Texto nº 180 – publicado edição de 10/08/2001 – “Notícias requentadas da Capital da Terra Branca”.
Texto nº 180 – publicado edição de 17/08/2002 – “Sensibilidade da chamada Esquerda”.
CARTAS (137) e AMIGOS DO PEITO (101)
A TURMA DE UM BLOCO SÓ – MARCÃO ENTRA NA POLÊMICA e ALGO SOBRE TÃO DIFERENCIADA PESSOA Primeiro a carta publicada hoje na Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade, ainda sobre a polêmica Ladeira e Tomateiros:
“Tenho acompanhado nesta Tribuna a movimentada discussão gerada por uma carta do Carlos Ladeira, a qual sempre tem terminado nas já manjadas brigas entre tucanos e petistas. Com exceção da missiva do Silvio Selva, que com seu brilho de sempre procura manter a sensatez sem adentrar nessa polêmica rinha, já não é de agora que diante da provocação de um percebo a falência do debate político brasileiro.
Virou um grande ringue de UFC, cada um alivia o seu lado da corrupção e ataca o do outro, se um acusa “Petrolão”, outro já devolve com “Trensalão” e por aí vai e não se chega a lugar algum, é um tal de quem roubou mais, se tem tomate ou não tem, bobagens, e como se corrupção fosse justificável em qualquer nível. O Estado Brasileiro está em pandareco, o gasto público corrente é reprimido por conta dessa maluquice em se gerar superávit primário monstruoso para pagar juros da dívida pública e fazer a folga do rentismo. Não se vê mais um debate para se pensar a nação, projetos, fazer com que isso chegue às ruas e levem as pessoas a questionarem a sociedade, temos uma juventude que ficou órfã de grandes referências e nesse vácuo das ideias acabamos vendo jovens estupidamente pedirem a volta dos militares, a direita sempre foi burra no Brasil, salvo raras exceções, e a esquerda ficou acéfala, visto que hoje é quase impossível levar um debate sério e profundo.
Da direita nunca esperei nada, mas quando vejo gente que sempre foi ligada à esquerda, como o vereador Roque Ferreira e o professor Henrique Perazzi, pessoas que sempre admirei e tive grande amizade, hoje um pouco menos, caírem na provocação do Ladeira, que sempre foi um conservador, e responderem no mesmo nível em levar essa briguinha do “ah, mas fale dos roubos do seu partido também”, mostra o quanto ficou raso o debate, inexistente, chega a dar dó ler artigos desses senhores que têm amplo espaço na imprensa, gastarem suas linhas nessas picuinhas e entoando os mantras das cartilhas partidárias.
E isso se estende para as redes sociais, onde o pau come mais ainda, voltamos ao comportamento tribal, cada um com sua claque e ai de quem criticar. O país queimou sua inteligência e quem pagará, como sempre, diante de tantas mazelas e irresponsabilidade será o povo.
Na real, todos eles deveriam dar as mãos e no próximo carnaval descerem a avenida num bloco só, se merecem”. Marcos Paulo Rezende
AGORA MINHA REFLEXÃO: O Marcão entrou na polêmica criada pelo Ladeira e o Bauru sem Tomate é Mixto. Ufa! Ainda bem. Adorei. Ele não quer e dá o seu jeito para que alguns que ainda admira não se deixem levar pelo canto da sereia. Na verdade, com sua crítica, ele muito nos auxilia. Outro dia me perguntaram em off se ele existia de fato ou não seria o meu alter ego. Seria ótimo se o fosse. Até gostaria de ter um. Penso na ideia. E quem disse que Marcão não o é? Para muitos, infelizmente, ele existe e é de carne e osso. Um resistente, talvez o último dos moicanos bauruenses. Puro como a outrora límpida água do rio Bauru dos seus primórdios. Vive numa penúria de dar gosto, tudo por não se vergar. É único no que faz. E faz bem feito, um verdadeiro pensador, na acepção da palavra. Possui hoje os pés muito mais no chão do que a imensa gana de articulistas e ditos pensadores dessa cidade. E me dá toques homéricos quando me percebe tentado a elogiar pessoas, atitudes e instituições enfronhadas na defesa do stabelichment. Confesso algo. Tem momentos em que escrevo meus textos pensando em algo assim: o que o Marcão irá achar disso. E daí piso mais fundo no acelerador. Suas críticas publicadas hoje na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade não me ofendem nem um pouco. Adoro seus toques. Sei que essa burra dicotomia entre tucanalha e petralha não leva ninguém a nada saudável, aliás, até nos aproxima, sem mesmo nos darmos conta disso. Ele sacou isso lá atrás e quer nos ver em algo mais amplo, criticando esse projeto, o contexto todo onde estamos inseridos, ele todo podre e sem saída. O reducionismo de hoje o incomoda. Adorei vê-lo voltar a enviar cartas para o Jornal da Cidade. Que o Jabbour lhe abra as portas para mais e mais incursões. Ajudaria em muito a melhorar o nível dos escritos atuais. Agora escrevo algo para ele: Marcão, a bordoada foi maravilhosamente assimilada. Gostei demais da conta. Tentarei a cada nova reflexão fugir desse reducionismo, dessa burra dicotomia, afinal o Brasil que quero ver triunfar não cabe nem em um, nem no outro modelo (parecidos ou iguais?). Continue assim, nos chamando na chincha quando necessário. E quero cada vez mais te ouvir, hoje um dos poucos ainda sensatos e isentos. Uma das melhores cabeças que sei, continuam em atividade no meio dessa barafunda dos tempos atuais. Obrigado, é o que tenho a lhe dizer mais uma vez. De você eu ouço tudo e assimilo também quase tudo, meu grande irrefutável amigo. Ele bem sabe que não somos iguais ao lado de lá, mas quando nos vê caindo no jogo barato e pueril, chuta forte nossa canela. Dói um pouco, mas não posso nem reclamar. Algo mais do que necessário. Outro que está na mesma linha é meu filho, HA, 21 anos, ambos pensando juntos em se debandarem para a Islândia, desiludidos com essa nossa nação, cada vez mais perversa, insensata e cruel. Como melhorar isso tudo aqui para que ambos continuem por aqui? Como? Me ajudem.
OBS.: Para quem não acredita que o Marcão exista, eis a definitiva prova, fotos dele quando no final de Janeiro nos encontramos casualmente na rua e subimos juntos (eu, ele e meu filho) para prestar apoio à censura que queriam impor ao portal Participi. Ele viaja pelo mundo virtual, mas se recusa a ter facebook, para ele, um reduto que nada acrescenta e mais desmobiliza, do que mobiliza. Prefere seus livros.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
FRASES DE UM LIVRO LIDO (88)
HPA, ENY DO BORDEL NA FOLHA DE SP DE HOJE E AS FOTOS DE OSCAR FARIA
O telefone toca aqui no mafuá na quarta, celular, quando ainda estava na recuperação da ressaca carnavalesca. Do outro lado alguém se identificando como Marco, jornalista da Folha de São Paulo. Disse ter descoberto algo sobre mim pelo google e me vendo como um dos “historiadores mais atuantes em Bauru” (será?), queria detalhes sobre a nossa mais famosa cafetina, ENY CESARINO. Sempre ela. Ufa!, que bom, falaríamos dela mais uma vez. O motivo era o relançamento do livro do Lucius de Mello, nova edição, “Eny e o Grande Bordel Brasileiro”, esse mês, com 408 páginas e muitos textos não só revisitados, mas acrescentados. Ele havia visto pela internet a movimentação na cidade, a questão das estátuas. A desproporcionalidade de uma da Liberdade, no trevo principal de entrada de Bauru, como se fosse uma espécie de portal e o trevo anterior, o mais famoso de todos, o da ENY, sem nada que lembre o lugar, além do letreiro ainda resistindo ao tempo, quase ao lado. Como se chama mesmo oficialmente aquele trevo? Ninguém sabe, ninguém viu. Pergunta se ainda existe o movimento para levantar uma estátua para a cafetina. Disse a ele que, infelizmente não, mas poderia ser retomado com a minissérie que a TV Globo deve gravar ainda esse ano. Ele não sabia dessa novidade e a incluiu em sua matéria.
Marco Rodrigo Almeida, seu nome. Ligou mais três vezes, conversamos até e lhe indiquei falar sobre o que ainda não foi contado no livro com um senhor mais do que instigante, OSCAR FARIA. Quem é esse senhor? Falo um pouco dele. OSCAR FARIA, aposentado como Gerente de Computação da Coca Cola, isso há mais de vinte anos. Um refinado senhor, muito comunicativo, alegre e cheio de boas histórias. Aos 82 anos, ainda dirigindo, enfrenta a oposição dos que querem que ele pare, mas ele insiste e foi lhe dado um salvo conduto até o próximo arranhão no carro. Em novembro passado estive em sua casa e me contou detalhes inebriantes do funcionamento do bordel comandado por Eny.
Marco Rodrigo Almeida, seu nome. Ligou mais três vezes, conversamos até e lhe indiquei falar sobre o que ainda não foi contado no livro com um senhor mais do que instigante, OSCAR FARIA. Quem é esse senhor? Falo um pouco dele. OSCAR FARIA, aposentado como Gerente de Computação da Coca Cola, isso há mais de vinte anos. Um refinado senhor, muito comunicativo, alegre e cheio de boas histórias. Aos 82 anos, ainda dirigindo, enfrenta a oposição dos que querem que ele pare, mas ele insiste e foi lhe dado um salvo conduto até o próximo arranhão no carro. Em novembro passado estive em sua casa e me contou detalhes inebriantes do funcionamento do bordel comandado por Eny.
“Quem fez o livro não falou comigo e perderam boas histórias”, foi o que me disse. Saca de um monte de fotos, um Concurso lá realizado nos anos 60, o Miss Cabaré, quando foi não só um dos jurados, como algo mais. “Eu tinha entrada franca na casa dela. Não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Fui até padrinho de uma delas”, contou. Disse mais, mas isso tudo ainda pode ser devidamente resgatado por gente como o Lucius, ou mesmo o Marco, essa da Folha SP, interessados em registrar essas histórias. Ou até mesmo os roteiristas da TV Globo, querendo saber detalhes da casa para conseguir compor o cenário dentro da maior perfeição possível. Oscar é uma excelente fonte de informação, pois foi testemunha ocular da história. Assim é claro, como o livro do Lucius, fonte centralizadora de tudo o que existe circulando por aí.
A matéria da Folha SP sai publicada hoje com uma chamada na primeira página, “Ilustrada – Livro resgata cafetina que atendeu Jango, Jânio e Vinicius”. Na capa da Ilustrada a manchete é essa: “A casa das 30 Mulheres – Livro narra a trajetória da cafetina Eny Cesariano e seu bordel em Bauru, um dos principais do país de 1947 a 1983, história que vai virar minissérie”. Dei minha contribuição para composição do texto e de mim essa citação: “’Eny é um símbolo de Bauru. Ela merecia uma estátua, por tudo que representou para a cidade’, defende o historiador Henrique Perazzi de Aquino”. Oscar não foi citado, mas com toda certeza, deve ter rendido boas histórias, muitas delas picantes para a formatação final do texto do Marco. De minha parte, confesso, gosto muito de relembrar histórias como essas vividas lá pelos frequentadores do bordel da Eny. São pra lá de instigantes. O que mais me move, o fato de até hoje, uma parcela dessa ainda moralista Bauru renegar o bordel, mesmo tendo sido ele fonte de inaudita contribuição para infinitas causas sociais na época em que esteve aberto. Eny foi benemérita de carteirinha. Clicando a seguir o link para a leitura integral da matéria publicada hoje na Folha SP: http://www1.folha.uol.com.br/…/1592467-livro-narra-a-trajet…. As fotos todas são minhas e tiradas com seu Oscar e as lembranças de uma festa inesquecível em sua vida, afinal, naquele dia foi jurado. E me confessou: “Escolhi a vencedora, a mais bonita”.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (68)
EU E OS CUSPIDORES DE FOGO - JÁ SEI ONDE ME ESCONDER Sexta, 20/02, Carnaval acabou na quarta, mas seus resquícios ainda pairam no ar. Sigo respirando algo dele, sintonizado nessa estação, como quem não quer começar a pensar em coisa séria. Percebo um retorno, ainda lento, mas eivado de muito ódio, pairando no ar versando sobre a situação atual do país. Fui trocar a bateria do carro na quarta pela manhã e na loja um clima tenso. O dono ouviu, recebeu uma ligação e transmitia a todos que a poupança havia sido confiscada. Disse ser mentira. Ele me olhou de esgueio, como se ainda fosse possível a existência de alguém que acreditasse que ela não o seria. Ele todo nervoso, cuspindo fogo e eu calmamente lhe pergunto: “O sr possui algum guardado na poupança?”. Disse que não e emendei na lata: “Não conheço mais ninguém que o tenha. Então me faça o favor, troque minha bateria e esqueçamos isso, pois tudo continua como dantes nesse varonil país”. Enfezado e contrariado, fez seu serviço, como que torcendo para que a poupança tivesse sido mesmo confiscada para poder gritar em alto e bom som. O grito que na verdade nem é o dele, mas insuflado por outros, quem grita é ele.
Os CUSPIDORES DE FOGO parece que estão botando as asinhas de fora novamente. Nem esperam a gente acabar de tirar os confetes da boca e já estão procurando sarna para se coçar. Tem um aqui no botequim perto da linha que já perdi a paciência com ele. Quer me convencer e ao distinto público no balcão que, Dilma foi quem secou a Cantareira, tudo para gorar a imagem do Alckmin. Não adianta querer explicar o contrário. Para ele só o “impitimão” vai resolver a pendenga. Tentei uma só vez insinuar sobre essa perigosa arma de insinuação sem o apoio de provas e o cara queria quebrar uma garrafa de cerva na minha testa. Sai de perto. Vale tudo, especulação total. Cabeça feita pelo avesso é pouco para explicar o clima de quase paranoia tomando conta de quem não deveria estar fazendo um jogo que, decididamente não é o seu. Querer explicar que esse é o país da impunidade, onde uns vão presos e outros nem a julgamento irão é o mesmo que comprar briga.
Querer falar que essa dita crise não começou aqui e nem vai acabar aqui é como querer secar o oceano com um conta gotas. Poucos se interessam por isso. Falar em consequências de um neoliberalismo globalizado e tudo sendo propagado e amparado pela evidente desonestidade orgânica da mídia nativa é querer muito. “Então o sr não acredita no que diz os jornais?”, me diz o gaiato na fila do banco. Eu peço licença e digo que tenho que acabar de ler um artigo na revista e lhe viro as costas. Não discuto mais nessas circunstâncias. Nela está lá uma frase para se pensar: “triste sina a de um país que parecia tão perto da apoteose e hoje flerta com o rebaixamento para o segundo grupo”. E por que disso? Pudera, me diz Jean Wyllys, hoje o melhor deputado dentro do parlamento: “Estão reforçando a bancada do BBB –bíblia (evangélicos), bala (indústria armamentista) e boi (agronegócio). É terrível ter que conviver diariamente com parlamentares cada vez mais agressivos”. Aqui fora está a mesma coisa.
A mídia não perdeu tempo esse tempo todo. Como reais opositores, perderam, mas tentam ganhar a partida no tapetão e agora insuflam a criação de um movimento. Ainda na minha revista mais uma frase de efeito: “Quando eu vejo o mercado satisfeito, tenho arrepios” e mais outra, essa profética: “Os golpes, não é de hoje, costumam ser fabricados no meio jurídico”. Claro que o impeachment é golpismo, mas isso pouco importa para alguns, pois os meios justificam os fins (ou seria o contrário?). Se não vai por bem, vai por mal e tudo bem, o meio jurídico vai dar um jeito de dar uma bela conotação de legalidade no final das contas. Na banca de revistas, levo um petardo. O jornaleiro me diz que tudo são favas contadas e que devo me esconder. Falou que quem defende o que aí está vai ser cassado, perseguido e até judiado em praça pública. Pregava contra o comunismo e lhe perguntei assim do nada: “Me diga, eu não sei, o que é mesmo socialismo?”. No meio de tantas revistas, não lê nenhuma, só as manchetes das de sempre. Já decidi, arrumo as malas e fujo domingo cedo, indo me amoitar na REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DA FEIRA DO ROLO. “Lá sou amigo do rei/ Aqui eu não sou feliz/ Lá a existência é uma aventura/ Na Feira do Rolo tem tudo/ É outra civilização”.
OBS.: Minhas escusas aos profissionais cuspidores de fogo, atuando em praças e circos variados. Nenhuma referências a tão digna profissão.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
CARTAS (136)
A POLÊMICA CONTINUA PELA TRIBUNA DO LEITOR, HOJE TRÊS CARTAS SOBRE OS TOMATES E SEMPRE, LADEIRA ABAIXO:
1.) LADEIRA ABAIXO E ESCORREGANDO NO TOMATE Tomateiro bom veio para polemizar. Carlos Ladeira comprova nossa utilidade com sua missiva publicada segunda, 16/02, no JC, “Bauru não tem Tomate”. Pô, Ladeira, até tu, Brutus! Vindo de ti essa vesga alusão sobre nossas vergonhas, parece mais problema não de visão, mas da falta dela. Só um partido possui um baú de maldades onde caberiam todos os demais juntos. Justamente o seu, o PSDB.
Justo vocês, com o telhado já em pandareco e ameaçando atirar pedras no do vizinho. Não sei se pegou o espírito da coisa, mas explico: focamos no local. E assim sendo, tenho algo para te dizer sobre mensalões.
Saio no bloco desde o primeiro ano com uma calça listrada, de presidiário, numa forma de protesto. Enquanto não forem punidos todos os mensaleiros que, cruelmente, surrupiaram grana preta da Saúde municipal, no ainda inconcluso Mensalão da AHB – Associação Hospitalar de Bauru, quando gente lá colocada por instâncias do PSDB, lesando mês após mês verbas públicas, não tiro a indumentário nos desfiles carnavalescos.
Quer maior vergonha para essa cidade que isso? E olha que ainda nem tratamos do assunto na marchinha do bloco. Aguarde o ano que vem.
Sabe, Ladeira, estamos cada dia mais cheios com os tais “santos do pau oco”, os que espezinham os outros, mas na surdina acobertam os grandes vendilhões do templo. Aqui nesse bloco não existe ninguém envergonhado, pois todos somos declaradamente desavergonhados.
O bonde perdido por ti, infelizmente, já não passa mais em nenhuma estação. Foi também mais uma imortal obra dos que defende com unhas e dentes. Não venha querer nos morder, que te arranhamos todinho, viu! Na certa vai sair com escoriações generalizadas.
Henrique Perazzi de Aquino – pela desorganização do BSTéM
2.) BAURU TEM TOMATE, SIM SENHOR! Segundo receita disponibilizada no site do sanduíche Bauru, no Portal do Município, o famoso lanche possui tomate em sua receita. A lei municipal 4.314, de 24 de junho de 1998, que oficializa a iguaria, coloca “fatias” de tomate em sua composição. A despeito disso, por ser algo de domínio público, compreendemos que por desconhecimento ou empáfia alguns, mesmo não nascendo aqui, se achem donos da receita; a própria Wikipédia coloca entre as variações do sanduíche uma com queijo gruyére e mostarda dijon, confundindo um pouco os que não frequentam o Skinão ou mesmo o Ponto Chic, já que tais lugares não são habituais aos afeitos a locais onde se serve amendoim salgado como acepipe principal.
Aos que possuem a habilidade da leitura e o dom da boa memória, sempre foi objetivo de nosso bloco falar dos problemas de nossa cidade. Apenas e unicamente. Sempre falamos isso e chega até ser chato repetir. Já cheguei a citar Tolstoi ao falar que para sermos universais, devemos falar de nossa aldeia. Poderíamos falar de Petrobras, de Sabesp, de Privataria Tucana, de trensalão, de rombos no Hospital de Base, de escolas estaduais superlotadas, da PM espancando segundo critérios de cor de pele.
Mas não queremos, senão até o nome do bloco deveria ter mudado, algo como “Brasil sem tomate é pizza” ou “Pega na coxinha” e, convenhamos, já tenho tanto trabalho em escrever sobre as enchentes e preço de ônibus que teria de fazer um enorme samba-enredo para falar de tudo que ocorre em nosso lindo e mal cuidado País. Sequer falo de políticos da cidade, apesar dos inúmeros pedidos para fazê-lo, procuro falar de situações que sobrevivem a governos e administradores, esta é nossa proposta. Independente disso, o bloco foi e é uma brincadeira sem partidos. Não pertenço a partidos há anos. Me desfiliei do PSB há uns 10 anos e antes disso, pasme, o PSDB era meu partido. Se fôssemos petistas, sequer criticaríamos os problemas de Bauru, visto que o PT faz parte da administração. Vi amigos artistas, professores, de vários (ou nenhum) partidos, transeuntes e simplesmente sambistas desfilando e por algum tempo, sorrindo e sem se importar com o preço dos tomates ou problemas diários.
O bloco está na rua e sugiro que se criem muitos blocos independentes para o próximo Carnaval, seja falando da Petrobras, do Zé Dirceu, bloco da Maria da Penha e até do professor do cinto largo... O Carnaval de Bauru precisa disso, de blocos, de alegria e bom humor. Dependendo do nível do bloco e do cachê, eu até faço a letra da marchinha, se tiver tempo. Finalizando, eu entendo que comissionados tucanos escrevam cartinhas nos criticando e querendo nos colocar a etiqueta de “petralhas”, isto é errado, apesar de abrigarmos alguns petralhas; somos gentalha de péssima estirpe, antes e acima de qualquer coisa.
Mas, reafirmando, eu entendo a necessidade de comissionados em mostrar serviço criticando o PT, se eu recebesse um salário de cinco algarismos para ocupar um cargo de fachada eu defenderia minha “ideologia” com um taco de beisebol nas mãos e, tal e qual alguns comissionados, chegaria a inventar motivos para fazê-lo...
Silvio E. S. Selva - Um (ir)responsável do Bloco Bauru Sem Tomate é MiXto
3.) TOMATE NO BAURU A resposta do comentário do Ladeira pelo vereador Roque Ferreira (JC de 17/02), sobre o bloco petista “Bauru sem tomate ...”, vem adicionada de vários enganos. Primeiro em discutir o tomate no Bauru, é um verdadeiro sacrilégio batizar o bloco petista de Bauru sem tomate, já que no verdadeiro sanduíche de Casemiro Pinto Neto “O Bauru” o tomate não existia, e só veio a aparecer na adaptação popularesca e a posterior e o vereador Roque Ferreira deveria, como representante do povo de Bauru, ser o primeiro a preservar isto, já que o sanduíche se tornou símbolo da cidade.
Segundo que qualquer assunto ou sátira que seja, cujo o tema é corrupção neste momento de um rombo conhecido de 88 bilhões de Reais na Petrobrás, tem que passar por Dilma e o PT, já que é um escândalo gigantesco e que já é considerado o maior do mundo.
Embora o assunto corrupção possa passar também pelo cartel dos trens que envolveu o PSDB e não só pelo prefeito Agostinho, tem que se considerar, no entanto, que qualquer deslize na área de corrupção a nível estadual e/ou municipal deveria sim ser considerado coisa de “trombadinha” e julgado no tribunal de pequenas causas, comparado aos vários escândalos petistas.
Muitos petistas não são diferentes, agem assim, disfarçam, dizem combater a corrupção publicamente, que nunca sabem de nada, e no fundo no fundo utilizam, sem nenhuma crítica, das benesses do poder e do dinheiro do partido, que financia suas campanhas, sem questionar de onde ele veio, se é ou não fruto de um desvio.
E ainda se consideram com moral para criticar o prefeito e o governador neste quesito. Como se dizia lá em casa: em casa de enforcado se tem, ou deveria ter, medo de corda.
Márcio M. Carvalho*
*Márcio milita no PSDB, daí o que escreve como defesa do Ladeira, escorre pelo ralo, ladeira abaixo.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
CARTAS (135)
A TACANHICE DE QUEM TEM TELHADO DE VIDRO E JOGA PEDRAS NO TELHADO ALHEIO - A PRIMEIRA PEDRADA A GENTE NUNCA ESQUECE
Todo mundo mais do que conhece aquela propaganda do “primeiro sutiã a gente nunca esquece”, pois bem, no meu caso tempos atrás amigos jornalistas me disseram quando fui processado: “o primeiro processo a gente nunca esquece”. Agora chegou a vez do bloco carnavalesco BAURU SEM TOMATE É MIXTO: A primeira admoestação e punhalada não será jamais esquecida. Vinda de quem veio, pela forma desencontrada e meio atabalhoada, entrará para os anais (ui) da história do já conturbado bloco.
Pela Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, edição de segunda, 16/02, lá no alto da coluna no canto esquerdo da página 2, uma cartinha do ex-vereador tucano, hoje diretor regional do CDHU, CARLOS LADEIRA, intitulada, BAURU NÃO TEM TOMATE...: “Segundo a tradicional receita, apreciável no Skinão ou no Ponto Chic, o bauru tem picles, nada de tomate. Apesar disso, muito boa a sátira e a crítica levada ao Calçadão, neste sábado de Carnaval, pelo bloco “Bauru sem Tomate é MiXto”. Faltou, entretanto, a crítica, pelo menos a menção, à grande questão da atualidade, a grande chaga aberta na alma brasileira pela corrupção, o Petrolão. Maldizer Rodrigo Agostinho e deixar de boa Dilma, Lula e o petrolão é como lamentar o calo no pé e esquecer uma isquemia cerebral. Tudo perfeitamente explicável pela composição majoritária do bloco: petistas envergonhados”.
DE IMEDIATO SAIU ESSA RESPOSTA MINHA VIA FACEBOOK: “Justo o Ladeira, homem imposto pelo CDHU na região, com todo o telhado de vidro do que defende e do seu doentio tucanato, vem querer impingir no bloco "vergonhas". Pra começo de conversa todo mundo lá é desavergonhado e se ele percebeu, sairei de calça listrada (já são três anos com ela), de presidiário e assim o farei enquanto o capo do mensalão bauruense da AHB, tudo gente indicada para lá estar pelo deputado tucano não for devidamente identificado e punido. Deveria olhar para suas próprias e monstruosas vergonhas. E depois, se não percebeu, explico: O BLOCO FOCA NOS PROBLEMAS LOCAIS. Enquanto os mensaleiros instalados pelos tucanos na AHB não forem identificados e punidos não deixo de sair com a calça de presidiário no bloco. Ajude-nos a pegar o capo disso tudo, seu Ladeira, pois queria mudar a fantasia”.
ROQUE FERREIRA, nosso intrépido vereador petista e bloqueiro desde o nascedouro veio com a seguinte resposta publicada ontem, 17/02, na mesma Tribuna, mesma página e também no alto, em seu lado esquerdo, “BAURU SEM TOMATE É MIXTO – TRAÇOS E TROÇAS”: “Descendo a Rua sem Ladeira, só quem foi pôde cantar. E poderia ter tido muito mais, a começar pelo Trensalão, Violência da PM Paulista contra pobres e negros, poderíamos exumar alguns cadáveres em Bauru que remontam à década de 80, poderíamos colocar sim o petrolão, e maldizer todos os governos. Porém, o repertório do PSDB pela imensidão necessitaria de um bloco com as dimensões secas da Cantareira. Relaxa Ladeira, a época da patrulha já passou. Vista sua mortalha azul turquesa, alegre seu coração e abandone de vez o time da entregação, pois este papel de defunto caguete ainda vai lhe render muita confusão”.
A AHB LADEIRA ABAIXO, VIA MODUS OPERANDIS TUCANO |