quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
AMIGOS DO PEITO (142)
A TRISTEZA DE PAULO NEVES É A DOS SENSATOS E CANSADOS DE DAR MURROS EM PONTA DE FACA
O evento de ontem à noite na cidade de Bauru foram dois e ambos dentro da XVII Mostra de Teatro Paulo Neves (19 de janeiro a 04 de fevereiro). No primeiro um debate realizado às 19h no auditório do Teatro Municipal com o tema Tropiclália, reunindo quatro personalidades e algo sobre esse instigante movimento cultural, musical e contestatório da mesmice brasileira. Depois a apresentação da Cia Estável de Dança, no palco principal do teatro, com o espetáculo de dança e teatro, magistralmente dirigido por Sivaldo Camargo, "Tropicália".
Estive em ambos e de tudo o que vi e me maravilhei (o espetáculo me arrebatou e a pessoa que se diz gostar um pouquinho só de Cultura e ainda não viu, deve correr, pois é dessas possibilidades imperdíveis e inenarráveis), algo me chocou. Escrevo essa abertura só para dizer do lugar onde estive e agora vou no cerne da questão. Fiquei chocado com a tristeza do teatrólogo e professor de História PAULO NEVES. Ele dispensa apresentações, pois só pelo tempo de duração dessa Mostra deTeatro, algo já fazendo parte do calendário anual das boas atividades na cidade, não precisaria dizer mais nada. Mas ele faz muito mais. Seu trabalho como professor de História, a forma como ensina a quem, por sorte, lhe caiu nas mãos é um algo mais a ser desbravado. Imagino a cabeça de todos seus ex-alunos, uns que ao sairem dos bancos escolares, nunca mais poderão adentrar por caminhos tortuosos no entendimento do que venha a ser nossa História. Ele sabe o que faz com o giz e a memória sempre atenta aos fatos, principalemnte em contar a dos Vencidos.
Paulo é uma INSTITUIÇÃO nesta cidade e poucos o entendem deste jeito. Criticá-lo é fácil, mas entendê-lo é para os que sacam de fato como se processam os caminhos nos desvãos de quem arregaça as mangas, sua a camisa e vai à luta. Ele sempre foi e hoje o vejo com uma fisionomia que me assutou. Ouvi atentamente sua fala (a destaco dos demais por um único motivo, o de querer escrever dele, mas poderia fazê-lo dos outros três participantes da mesa) e dela algo me fez pegar o bloquinho de anotações e registrar para não esquecer de fazer posteriormente a citação: "Eu dou aula numa das melhores escolas de Bauru, senão a melhor e ao comentar pela primeira vez com meus alunos, confesso, ninguém nem sabia o que vinha a ser isso de Tropicália. Se eles não sabem, os que possuem um ensino de ponta, chegaram até agora sem nada terem ouvido disso e tanta coisa importante, imagino o restante dos estudantes desta cidade". Isso me calou fundo.
O vi com a fisionomia distante, cansado e de um jeito como querendo desistir da labuta. Percebi isso nos lentos movimentos e credito isso não só a idade, inexorável para todos nós (sinto dores incuráveis no lombo). Sua tristeza era outra, também a minha. Fui ter com ele no final do debate e dele ouvi a confirmação. Primeiro me disse não ter conseguido patrocínio para sua Mostra, algo inédito nessa quase duas décadas. Mesmo assim ela saiu e cheia de pompa e gabaritada, esquentando o janeiro bauruense, que sem ela, seria mortinha da silva. Mesmo com suas dores e lamentações, junto dos dois filhos ele fez e o resultado está aí para quem quiser ver (corra, pois 4 de fevereiro está logo aí). Pois bem, sua tristeza vem também dos destinos deste país, depois de tanta luta, labuta, enfrentamentos e agora o desembocar nesse atual estado de coisas, totalmente desanimador, principalmente para um aplicado professor de História.
Gente como Paulo, com um passado inteiro de resistência sente mais que todos o que se sucede com o país. Impossível não ficar debilitado, pois diante de toda essa reviravolta, a certeza de não se ter mais forças para fazer tudo o fez no passado, pois para a imensa maioria dos que enfrentaram de peito aberto o Golpe de 1964, enfrentar tudo o que ainda virá deste Golpe de 2016, falatará tempo. De que adianta, ele perto dos 70, eu perto dos 60 ter a ciência de que os heróis de hoje serão os vilões de amanhã, se talvez não estejamos mais lá quando tudo isso se confirmar. Nós, os professores de História (assim como tantos outros bravos resistentes) sabemos muito bem o que está em curso. A tristeza do Paulo não é só pela idade, dores provenientes da passagem do tempo, mas tem muito disso. Nosso país piorou a olhos vistos e não estamos tendo quase nenhuma esperança de que algo ocorrerá num curto espaço de tempo para reverter isto. Sofremos em triplicidade. Paulo resiste, ao seu modo e jeito, assim como tantos outros, mas na fisionomia desses todos, algo que só quem olha fundo no fundo em seus olhos sabe do que se trata. Eu olhei ontem e confirmei também o que se passa comigo.
HPA - desabafo usando Paulo Neves para escrever de tantos outros na mesma situação.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓIU BAURUENSE (109)
QUE PAPO É ESSE DE O.S. OU O.S., SR PREFEITO?
Guardião ouve rádio acoplado aos seu instrumental de trabalho, a capa e espada. Voando pelos ares bauruenses neste chuvoso dia, quase cai das alturas ao ouvir pelas ondas da 94FM, InformaSom algo mais do preocupante e pela voz do indefectível economista Reinaldo Cafeo: “No caso da vinda do Hospital de Base para Bauru, contrato sendo depurado pelo Governo Estadual e a Prefeitura de Bauru, essa não tem saída no quesito das OSs, ou aceita ou aceita. É Os ou OS”. Guardião, o intrépido super-herói a defender verdadeiramente Bauru dos que a maltratam e da “desatenção” de alguns para com seu patrimônio, dá uma resposta imediata e na lata: “Essa vai para o ser prefeito, Clodoaldo Gazzetta: quem pariu Matheus que o embale. Primeiro foi anunciado o recebimento do Hospital de Base como algo auspicioso em termos financeiros, enquanto muitos ressaltavam dos cuidados que se deveria ter para com benesses vindas do governo Alckmin, tipo Cavalo de Tróia. As tratativas continuaram e hoje, tudo foi canalizado para que o recebimento ocorra via as tais das OSs – Organizações Socias. E agora colocam a faca no peito do prefeito: ou aceita assim ou vai se danar financeiramente, pois o ônus recairá totalmente para os cofres municipais”.
Entenda sobre a discussão das OSs na Saúde lendo a seguir: https://jornalggn.com.br/…/a-discussao-sobre-as-oss-na-saude
Parece brincadeira de mal gosto aceitar isso assim de bico calado. Já foi dito aqui que, Alckmin não facilita e impõem as condições: ou os prefeitos aceitam o que lhes é oferecido ou criam um problema com o Governo Estadual e as portas se fecham definitivamente, torneiras fechadas. Diante disto Guardião dá a estocada no que de fato ocorre: “A tal da OSs criadas não são isentas, pois neste caso irá atender aos interesses não do munícipio, mas dos do Governo do Santo (sic) alckmista. Nem é preciso dizer quem sairá perdendo lá na frente. No início tudo chega como um belo presente, com papel luminoso, brilho, festa, pompa, foguetório e tal, mas com o passar dos meses, quando a realidade vem à tona, a dura realidade. Alckmin quer se ver livre de continuar bancando a Saúde, até agora obrigação estatal e se ver livre desses ônus. É o tal do Estado Mínimo e da excrecência de governar sob o manto do neoliberalismo predatório. A Prefeitura vai se fazer valer da força que possui e impor, ao menos, uma OS com a sua cara e os interesses da cidade ou vai deixar ela vir prontinha e acabada a defender os interesses alckministas? Até para ser bobo existe um limite”.
Bauru vive uma dura realidade, onde tudo lhe é prometido, desde um Ginásio de Esportes pelo homem do pato amarelo, o Skaff da FIESP até a famiegarada Faculdade de Medicina pública, já instalada lá junto da Odonto USP. “Aceitar é uma coisa, verificar as condições e ver se o negócio vai ser vantajoso é bem outra. Esse papo de ‘cavalo dado não se olha os dentes’ pode custar muito caro para os cofres municipais e quem pode nos dizer algo mais sobre isso é o atual secretário municipal de Economia e Finanças, o Everson Demarchi. Perguntem pra ele, mas na miúda, sem microfone ligado ou muitas testemunhas e percebam o que o atual dono das chaves dos cofres municipais acha disso tudo. Ele bem sabe que a conta não vai bater e a diferença negativa pros lados do que é pago pra defender vai ser um verdadeiro estouro da boiada. Vamos lá, perguntem pra ele”, instiga Guardião.
OBS.: Guardião pé criação do artista Gonçalez Leandro, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
BEIRA DE ESTRADA (89)
DOIS PERSONAGENS, DUAS HISTÓRIAS DISTINTAS - BOCADINHO DE AMBAS
1.) SERGIÃO, O TOURO RESOLVEDOR DE PROBLEMAS DA CULTURA SE FOI Trago junto do peito inúmeras belas recordações dos tempos quando atuei pela primeira e única vez num serviço público, nas hostes da Secretaria Municipal de Cultura, administração Tuga Angerami, 2005/2008. A que mais me cala são os amigos e amigas lá deixados e que eternamente os trarei junto de mim, bem guardadinhos no peito. Poucos me olham atravessado e da maioria, sei ser recíproco um carinho enorme. Papos homéricos com a maioria. Ontem tomo conhecimento da partida de um desses, um que fazia festa toda vez que reencontrava, pois é desses ser meio que impossível não ser amigo.
SERGIÃO é aquela imensa massa humana, com uma baita sorriso de orelha a orelha, sujeito boa praça, de bem com a vida e que fazia seu trabalho sem atropelos, de um jeito que todos os queriam ali no entorno, pois além de tudo, sabia resolver problemas. O mundo precisa muito de verdadeiros e originais resolvedores de problemas e Sergião era um desses. Acho que sua função de origem lá na Cultura era eletrecista, mas na verdade batia nas onze, naquilo que denominamos de coringa. Numa das últimas vezes que o vi, creio eu, se a memória não falhar (e falha muito ultimamente) foi numa prévia do carnaval do ano passado lá diante da casa da Cidinha, caminhão de som, parque Jaraguá, festa da Azulão. Nem sei se hoje estava casado, solteiro, mas lembro bem de um dos amores de sua atribulada vida (como é bom ter a vida atribulada). É a linda ex-funcionária do PS da Vila Cardia, hoje no SAMU, aqui com ele em duas fotos, dentre as tantas que tirei dele ao longo desses anos (não tive tempo de procurar as demais, mas devo ter umas quinze). Pois não é que o baita touro passou mal tempos atrás, foi lá pro atendimento no São Lucas, onde a Prefeitura mantém plano saúde para funcionários e durante a estada, teve um queda, bate a cabeça numa dessas inorportunas quinas e fica de cama até ontem, quando vem a falecer. Queria muito ter ido vê-lo, mas não deu. Fico com a imagem que sempre tive dele, bonachão, sujeito sempre pimpão, bom de conversa e de trabalho. Não precisava de muita pressão para entrar no clima do solicitado e era desses que não precisava dizer nada do que tinha que ser feito, pois sabia tudo do seu ofício. Se deixou de fazer algo, não foi por desconhecimento. Eu mesmo empaco aqui quando me atocham de tarefas mil, imagino ele, no sobrecarrego que sempre foi a retaguarda da Cultura. O fato é que foi muito cedo, pois do jeito que o via tocando sua vida, achava que ia virar centenário (a gente desconhece as agruras por detrás da baita fachada que ostentamos). Não deu e nós, os que continuamos aqui na lida, não nos esqueceremos jamais daquele seu jeitão malemolente de resolver as picuinhas todas da vida. Grande sujeito, em todos os sentidos.
2.) LUIZ SAI TODO DOMINGO PRA TRABALHAR COM A CAMISA DO NOROESTE Conto aqui e agora uma história de um noroestino dos mais simples, um que vejo todo domingo e ontem, ao me ver diante dele, parei o carro e fui lá pedir para tirar uma foto sua trabalhando. Ele exerce uma função das mais disputadas no centro da cidade, a de guardador de carros em uma quadra da rua Antonio Alves, entre a Ezequiel Ramos e a Presidente Kennedy, 100 metros da feira dominical da Gustavo Maciel. Afirmo ser disputado o que faz, porque qualquer um sabe muito bem que trabalhar nas ruas hoje não é simplesmente você escolher um lugar e dizer, vou fazer algo aqui. Tudo hoje está devidamente esquadrinhado e existem os donos do pedaço, os que permitem ou não o exercício de uma mera prestação de serviço. Ninguém se mete a atuar num pedaço onde não ocorra um acordo prévio entre os demais interessados. Não se tratam de fiscais da Prefeitura, do fisco ou algo parecido, mas algo inerente das ruas e de como se processam as relações da informalidade. Essas atividades em si já são algo na contramão de tudo o que se convencionou denominar de legais, mas como o trabalho com carteira de trabalho assinada cai assustadoramente a cada dia, o que cresce mesmo são as formas da pessoa tentar algum pelas brechas ainda permitidas. Esse noroestino é um deles e guarda carros aos domingos.
LUIZ ALBERTO DOS SANTOS é este jovem queimado de muito sol e em pleno exercício de sua labuta domninical na foto ao lado. Conseguiu esse ponto de trabalho já há um certo tempo e nele consegue algum pra levantar algo a mais e assim ir completando sua renda mensal, toda construída de biscates, serviços eventuais. É declaradamente torcedor do centenário Esporte Clube Noroeste, pois faça sol ou chuva, calor ou frio está todo domingo no seu delimitado espaço e guardando carros para os que vão fazer compras na feira. Sua vestimenta é só uma, a vermelha camisa do time desta aldeia onde nasceu e vive. Possui algumas delas e faz questão de expor uma neste dia. Ontem, dia de jogo, escolheu a peça a dedo e com ela circulou das 7h até pouco mais das 12h, horário de funcionamento da feira. Quando paro para a foto me diz ter outro dia viajado pro Mato Grosso e foi envergando uma delas: “Me pararam na rua e souberam dizer de que time era. Perguntaram seu eu era de Bauru? Isso me encheu mais de orgulho em vestir a camisa do time que gosto”. Disse também sofrer muito, por não poder ir aos jogos, primeiro por não poder pagar e neste domingo, por ser no mesmo horário do seu trabalho dominical. Luiz é uma espécie de outdoor noroestino todo domingo na região, ou seja, mais um que enverga a camisa vermelha com orgulho e consideração. Escrevo dele em homenagem a todos os que fazem o mesmo e circulam cidade afora (e adentro também) com ela no peito.
domingo, 28 de janeiro de 2018
AMIGOS DO PEITO (141)
A escolha do Reinado do Carnaval de Bauru é um grande evento, pois reune todos no mesmo espaço, numa possibilidade que talvez nem o próprio dia do desfile não proporcione, a confraternização, o bate papo e os reencontros. Nada mais bonito do que ver um representante de uma agremiação abraçando o de outra e vice-versa. Afinal, todos se conhecem da cidade e neste momento, mesmo em lados opostos, estão na rua por gostarem de algo em comum, o Carnaval.
Meus registros tentam sempre focar o ser humano num dos seus momentos de pura alegria e contentamento. Se isso é de fato alcançado, a expressão das pessoas é o meu maior reconhecimento. Mais que isso, ver pessoas me pedindo para tirar foto deles e querer saber onde irá poder encontrá-las é algo que não tem preço. Faço isso por amor à rua, ao Carnaval, à Bauru e quando isso tudo junto, algo que me dá um contentamento incomensurável.
Outro dia alguém me disse que tiro fotos demais, mas num evento como esse, creio eu, tiro até de menos. Tirar fotos de gente do povo, dignos representantes das camadas populares tem tão pouca gente fazendo condignamente, que ao fazê-lo, quero mais e mais, daí não paro mais. Venho para eventos como o de ontem à noite, não com o intuito de tirar fotos de quem esteja no palanque, na passarela, mas quem está no asfalto, pisando no chão duro da avenida e minhas fotos, a maioria delas expressa isso e, talvez por si só, venha a ser uma cronica da cidade sem plalavras, mas muito expressiva. Daí, vejo a importância de registrar mais e mais as manifestações populares onde elas existirem. Faço a mesma coisa nos jogos do Noroeste e em outros lugares. O jogo de futebol, o desfile na passarela é importante, mas para mim, mais importante é a presença popular.
Carnaval é vida e ver o povo nas ruas em plena gravidez, ainda mais neste momento em que o país é atacado violentamente em sua soberania, são raros. Aqui as pessoas conseguem se expressar de uma forma pura, livre de amarras e sem outros envolvimentos. Consigo neste momento estender a mão para quem me contradiz em tudo o que digo, penso e falo, até nos abraçamos de uma forma hoje quase rara, até generosa. Sinto em alguns um nó por dentro, mas diante da minha mão estendida e na frente de outros tantos, também a estendem. E se isto é possível aqui, por que não em outros? O que fizeram com a mente das pessoas para que nos distanciassemos mais e mais uma das outras? Uma mídia perversa fez a cabeça das pessoas e as desvituou, fez crer em coisas irreais, acreditar em mentiras, falácias e entristeceu a todos. O Carnaval resgata um pouco disso tudo e todos se reencontram como seres humanos nesses dias, mesmo diante de um cruel e insano estado de golpe pairando no ar e tornando a vida de cada muito mais complicada, difícil e quase sem risos. Viva o Carnaval e todas suas possibilidades!!!
sábado, 27 de janeiro de 2018
RELATOS PORTENHOS / LATINOS (47)
TRIO PROGRESSISTA ÀS AVESSAS: HAVAN, HABIB’S E RIACHUELO – CORTO VOLTA, PASSO LONGE E CRUZO DO OUTRO LADO DA RUA
Os caras são os piores possíveis como empresários. Reis em apregoar que a Reforma Trabalhista em curso é a cara da modernidade e que os trabalhadores tinham direitos em excesso, daí a redução ser mais que necessária. Falam isso de boca cheia e foram os primeiros a enquadrar todo o quadro de funcionários deles nas novas normas, uma que acabou com Fundo de garantia, Férias, 13° salário, Hora Extra e outros direitos, fazendo todos trabalharem muito mais, sem direito à reclamações e tudo para que possam aumentar seus lucros. Isso é a democracia para eles, esse o país ideal e daí, Governos como o de Lula e Dilma são “comunistas” e destroem o país, suas economias. Dias atrás o dono da rede de lojas da Havan soltou por exatos 13 minutos fogos de artificio comemorando a condenação de Lula e, consequentemente à nova legislação de empregos vigente a partir de agora. Faz propaganda do feito: http://www.olivre.com.br/…/dono-da-havan-promove-13-m…/13391. O dono do Habib’s nunca escondeu suas preferências conservadoras, tanto que o escritor Fernando Morais promoveu boicote pelas redes sociais à suas lojas: https://www.brasil247.com/…/Fernando-Morais-anuncia-boicote…. O dono da Riachuelo, já flagrado revendendo roupas confeccionadas através de trabalho quase escravo, sempre fez questão de se expor e mostrar suas garras afiadas diante do avanço de uma direita raivosa, colocando todas as manguinhas de fora: https://www.revistaforum.com.br/…/acusado-de-explorar-trab…/. O meu ato de quebrar, jogar no lixo um cartão que tenho desta loja desde décadas foi sendo adiado, mas agora as afirmações deste e dos demais empresários me faz tomar uma ação conjunta: BASTA! O capitalista brasileiro é mesmo burro, pois não age como o da maioria dos países. Aqui ele faz questão de se indispor com faixa considerável de prováveis clientes e se assim age burramente. Daí, por que iria continuar gastando meus suados caraminguás nesses estabelecimentos? O mínimo de sensatez é entrar na campanha contra essas redes de lojas explorando o trabalhador brasileiro até a medula, insensíveis e insanos. Aqui em Bauru, anos atrás o bloco Bauru Sem Tomate é Mixto quando da chegada da rede Havan na cidade, passou o rodo naquela monstruosidade na entrada da loja e faria o mesmo com essas outras, todas perversas e praticantes da excrecência neoliberal como norma de conduta. Dobrei, rasguei, parti em pedaços e o cartão da Richuelo já está no devido lugar, arquivado para todo o sempre: a lata de lixo.
OS ACERTOS QUE O TOMATE PROMOVE NAS ESCOLHAS FEITAS... Alguns (poucos) nos criticaram por pegar no pé do prefeito Gazzetta no bloco do Tomate. Na verdade, sabemos, acertamos em cheio. Administradores são o alvo principal da crítica, ainda mais diante de tantas promessas e poucas cumpridas. Sabemos criticar, mas também reconhecer. Nesta semana ele deu uma dentro quando acertou a área destinada pros assentados urbanos no entorno da cidade e o elogio publicamente pela postura ("Parabéns, sr prefeito!!!"). Elogiar também faz parte do negócio, mas como ele foi eleito como um dos agraciados com o Prêmio Desatenção e as justificativas já estão publicadas, nada a acrescentar. Vicente Matheus, disse certa vez com uma sabedoria incomum: "Quem entra na chuva é pra se queimar". Não é o prefeito? Não prometeu um monte de coisa, fez uso da marreta, profetizou os 100 dias e coisa e tal, pois bem, fizemos o que tinha que ser feito. E hoje, ao abrir o Jornal da Cidade, ver a charge do Fernandão Dias (uma das primeiras coisas que os tomateiros fazem é ver a charge do dia), lá o prefeito com uma panela na cabeça. Agora mais essa, falou de comprar a Panela de Pressão e na semana seguinte vem com outra possibilidade e descarta a dita antes. Pronto, estamos pleanamente satisfeitos com tudo o que fizemos e o tiro no pé da charge do Greifo está mais do que justificada. O Tomate está aqui exatamente para não deixar a coisa passar em branco. Ouvimos dizer que ele não gostou da forma como o abordamos e nos chamou de "velhos caquéticos" (assumidamente gostamos da tratativa) e de agora em diante, além pedimos a todos que nos chamem também desta forma e jeito. Outra coisa. Se o vereador coronel, outro Desatento homenageado chiou é porque a votação esteve a contento e atingimos os objetivos, do contrário tudo passaria batido. Ele chegou a dizer que ano que vem irá se esforçar mais, o que não achamos conveniente, pelo bem dessa "sem limites" Bauru, mas se quer, que o faça e talvez mereça até a estampa na camiseta do ano que vem. Era isso, conversa fluindo, Carnaval chegando, marchinha rolando solta pela aí em gravação pra lá de boa e tudo caminhando. E aí, já comprou a sua? Aida temos algumas e o pessoal do Kananga precisa receber pelo serviço que irá prestar pra gente no desfile do dia 10/2. Vamos pra rua, desdizer desse golpe insano, cruel e como praxe no bloco, fazer o Memorial do que de bestialidade ficou em evidência em 2017 na aldeia onde vivemos.
BAURU SEM LUZ
Nem choveu tanto. Lula foi injustamente condenado e o aguaceiro caiu com gosto cidade adentro. Estava na rua Saint Martin, duas quadras abaixo da Duque, com músicos do Regional do Kananga do Alemão, gravando num estúdio a marchinha do Tomate, quando tudo se apaga. Nos colocamos em roda e dá-lhe conversa. O tempo passou e nada da luz retornar. Desistimos de terminar a gravação quando do alto de sua enorme sabedoria, Alemão deu a sacada final sobre os reparos feitos hoje por equipe terceirizada da CPFL: "Trabalhei décadas na antiga CESP e quando ocorria algo assim, tínhamos minutos para resolver tudo. Sabíamos o que fazer e tudo era feito a contento. E ai da gente se não resolvessemos tudo. Hoje a coisa não é bem assim, tudo nas mãos da terceirização, tem que ligar pra outra cidade e só daí acionam o pessoal da rua. Isso vai demorar e muito, vamos embora". Não deu outra. Fomos. Passo duas horas depois por lá e tudo continua apagado. Alemão sabe das coisas. "Saudades dos tempos da Panair", digo a todos.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (51)
PREMIO DESATENÇÃO 2018 – DOS MOTIVOS DE CADA UM TER SIDO AGRACIADO O Bloco Bauru Sem Tomate é Mixto que desfila todos os sábados de carnaval pela manhã no Calçadão da Batista, também premia Bauruenses que se destacaram pelos seus feitos. Este ano serão três os premiados.
Primeiro Colocado: Deputado Pedro Tobias- Pelo conjunto da obra. Como deputado há quase 20 anos sempre se colocou como um serviçal das elites paulistana. É da tropa de choque do PSDB na Assembleia Legislativa. Um dos deputados mais faltosos na ALESP, paga aluguel de escritório com dinheiro da assembleia a parentes, agrediu jornalistas do CQC, retirou deputados da Comissão de Saúde da Assembleia quando vereadores de Bauru lá estiveram para discutir a crise do Hospital de Base, vota sempre contra a instalação de CPIs para investigar a corrupção nos governos do PSDB, apoiou o golpe dado por Temer e sua quadrilha, apoiou a entrada do seu partido o PSDB no governo que ataca os direitos dos trabalhadores, é contra os servidores públicos estaduais, e a favor da reforma trabalhista, apoia a reforma da previdência, mas se aposentou rapidinho o ano passado, e ainda processa quem deu a informação.
Segundo Colocado: Prefeito Clodoaldo Gazzetta- ganhou as eleições fazendo um rosário de promessas que não poderia cumprir. Bauru não ficou perfeita em 100 dias, e Gazzetta vem descendo a marreta (faria o mesmo com o velho PS Central) nos serviços públicos com as terceirizações, as privatizações via organizações sociais, liberou as APAS para receberem grandes empreendimentos residenciais, agora na mesma linha vai ampliar o perímetro urbano o que fará aumentar a periferização da cidade, prometeu dar uma concessão de 20 anos para as empresas de ônibus urbano do grupo Constatino, não amplia o número de vagas em creches, não consegue melhorar o atendimento a saúde, não cobra os grandes devedores de IPTU e vem favorecendo a especulação imobiliária.
Terceiro Colocado: Vereador Benedito Roberto Meira- Coronel aposentado da PM. Em seu primeiro mandato investiu contra as conquistas democráticas. Na Câmara apresentou projeto de lei que foi aprovado retirando o caráter deliberativo do Conselho da Cidade e outro proibindo a criação de animais de grande porte dentro do perímetro urbano de Bauru. Carregando os valores autoritários assumiu a mesma postura na Câmara, com discursos e posições reacionárias e conservadoras, ameaçando cidadãos da tribuna, processando outros, indo à câmara com seguranças, apoiado de todas as medidas de Alckmin e Temer, é favor das terceirizações e privatizações dos serviços públicos, foi comandante geral da PM em 2013/2014 quando ocorreu a mais violenta repressão contra os manifestantes dos movimentos sociais.
ENTREGA DO PRÊMIO: Sábado, dia 10/2, 11h45, poucos minutos antes do bloco descer o Calçadão da Batista e barbarizar a cidade com o enredo 2018, “Na Cidades dos Bruzundangas: De Bordel a Quartel, em cada esquina um Coronel”. Do alto do coreto da praça Rui Barbosa, a leitura do texto acima, com o desfraldar do relato dos motivos de cada um ter sido eleito.
Nós não desistimos nunca de apontar oi dedo para os desatentos com essa cidade, dita também como "Sem Limites".
Escrito por Roque Ferreira especialmente para a premiação e transcrito pelos TOMATEIROS UNIDOS, AQUELES QUE JAMAIS SERÃO VENCIDOS. Enfim, é a união que faz o molho.
BRUZUNDANGA NO CALÇADÃO NO CARNAVAL – MARCHINHA JÁ NAS PARADAS DE SUCESSO
“Na cidade dos Bruzundangas: De bordel a quartel, em cada esquina um coronel”, letra e música de Maurinho Santos.
Gravamos a marchinha nas vozes de Tatiana Calmon e Tadeu Vian em estúdio e aqui apresentamos algumas fotos do furdunço e a gravação para ser espalhada, divulgada, repassada, multiplicada, compartilhada e até mesmo decorada.
https://www.facebook.com/BaurusemtomateehmiXto/videos/330453160776438/
Hoje dia 26/1 e dia 10/2, sábado, 12, descemos a Calçadão da Batista. Portanto, faltam somente 16 (DEZESSEIS) dias para o furdunço. Você vai ficar de fora? Já comprou sua camiseta para nos ajudar a pagar os músicos do Kananga do Alemão? Ainda dá tempo...
TOMATEIROS
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
CARTAS (183)
DISCUSSÃO DE RUA*
* Carta de minha lavra e responsabilidade publicada na edição de hoje, Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade - Bauru SP (https://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php…):
Tarde de quarta, dia fatídico, 24/1, 16h30, imediações da praça Rui Barbosa, calçadão da Batista, passo e sou chamado a uma roda:
- Seu barbudo dessa vez se danou, hem? Vai pagar pelos seus delitos?
- Muito me indigna ver você me questionando dessa forma. Triste, pois pelo jeito que me questiona, percebo que se posiciona contra o ex-presidente. Você está feliz com a injusta, indigna, inadequada, inepta e intolerável condenação de um tribunal viciado, atuando sem ter em mãos nenhuma prova concreta, mas o fazendo para atender interesses dos donos de poder e da mídia?
- Mas se ele está sendo julgado, algo deve ter sido comprovado. Ou não?
- Eu que te devolvo a pergunta. Eu não te respondo por convicção, mas por comprovação, diferente dos juízes gaúchos. Pelo conjunto de ações inadequadas, só com o intuito de afastar o ex-presidente Lula do próximo pleito. Foi o único que fez algo de concreto para a imensa maioria dos brasileiros e está sendo julgado por isso. Tudo isso que você teve de benefícios, legislação ao seu favor, previdência e trabalhista, sendo retirados e sua ficha não caiu. Não percebe a ardilosa negociata dos golpistas e com o intuito de calar a voz dos trabalhadores. Você acreditou em tudo o que a TV lhe dizia esses anos todos?
- Eu nem vejo mais televisão, sei que eles pegaram muito no pé de Lula, aquelas manchetes todas. A gente sabe que aquilo tudo não era normal, tinha algum interesse, mas muitos petistas foram presos.
- Sim, foram, mas você viu até agora algum do PSDB ser preso. Nem aqui em Bauru no escândalo da AHB, nem do metrô paulistano, helicóptero do Perrela, a grana do Aécio de Furnas envolvendo até Bauru na trama e nada de cadeia, nem são indiciados. A Lava Jato passa batido por eles. Pegam os do PT, cumprem pena, alguns injustamente, mas nem indiciam os tucanos. Isso é normal? Nunca pensou ser perseguição a tudo o que Lula representa essa insistência em tentar incriminá-lo por algo sem nenhuma prova? Acha normal o que os golpistas fizeram com o país? Vê alguma possibilidade de recuperação econômica com esses no poder? Já refletiu e fez uma comparação entre o país que tínhamos na época de Lula, a soberania do país perante o mundo e hoje, a vergonha que passamos em Davos, dívidas só crescendo, dependência externa e o país de joelhos. Está feliz com isso? Quer isso e acha mesmo que Lula, o barbudo se danou? Quem se danou, na verdade, somos todos nós, o povo num todo. Perceba o que fizeram conosco.
- É, a coisa não está boa, estávamos bem melhores que hoje.
Chico Buarque já entrou em várias dessas... |
- Então, me diga, por que repete o que os caras querem ouvir. Te fazem de bobo e ainda os defende. Imagina você ser acusado de alguma coisa que não é sua, fazer a defesa, comprovar que não é seu, mas mesmo assim ser condenado. Acha normal isso? Concorda com um Judiciário agindo exatamente dessa forma. Uns privilegiados e outros sendo massacrados. E culpam aquele que conseguiu que melhorasse de vida, pudesse viajar em aviões, colocar seus filhos em escolhas melhores, remédios subsidiados nas farmácias, programa de moradia como nunca tivemos e até de renda para quem mais precisa. Tudo isso e gente como tu o critica.
- Não. Eu não estava criticando. Estava só querendo ver sua opinião.
Ele viu.
Henrique Perazzi de Aquino - Professor de História e jornalista.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
DIÁRIO DE CUBA (93)
COMO PASSEI ESSE FATÍDICO DIA Desde ontem fui vendo, me emocionando e postando, ajudando a compartilhar algo do que ia me tocando. Aqui um pouco do que selecionei ao longo do dia. O dia em que os inquisidores tentaram julgar Lula, alguém que fez algo pelo povo brasileiro e sua pena foi essa, a condenação:
CADÊ A PROVA CONTRA LULA?
Artistas e intelectuais também querem saber.
https://www.facebook.com/DeputadaMariaDoRosario/videos/1833784280029910/
EU ASSISTI O DISCURSO DE LULA EM PORTO ALEGRE E RECOMENDO, MAS SÓ AOS SENSATOS...
https://www.facebook.com/CartaCapital/videos/1744914468863293/
Eu apoio o direito de Lula ser candidato – “Honrada por ser surpreendida com esse cartaz em circulação nas redes sociais, nessa galeria de ótimas companhias, defendendo a mesma causa, o povo brasileiro, porque 'apoiar Lula é estar com o povo' (citando Odair José, um cantor do povo)”, Hildegard Angel
Isso é povo na rua, o que faltava... Vou prelas... É de arrepiar... Foto de Ricardo Stuckert, reproduzida abaixoi, ontem em Porto Alegre, região central, tudo lotado.
O mundo inteiro sabe, Moro afundou o país e leva o Judiciário brasileiro a perder sua credibilidade. Com Lula voltaremos a ter soberania. DEU NO NEW YORK TIMES!
Artigo publicado nesta terça-feira no New York Times, assinado por Mark Weisbrot, aponta que, ao agir de forma partidária, o juiz Sergio Moro colocou a democracia brasileira à beira do abismo; ele afirma ainda que Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão por evidêcias que jamais seriam levadas a sério num sistema judicial independente, como o dos Estados Unidos; por fim, ele afirma que se um Poder Judiciário politizado for capaz de barrar o líder político mais importante da história brasileira, o Brasil viverá uma calamidade: https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/338280/New-York-Times-partid%C3%A1rio-Moro-jogou-a-democracia-brasileira-no-abismo.htm
Tem como a gente não se emocionar com as reações populares vindas dos mais diferentes pontos do país? O povo sabe o que quer e demonstra isso hoje nas ruas. Vamos pra elas o dia todo demonstrar de que lado estamos... Lindo demais: https://www.facebook.com/Lula/videos/1567805659955095/
"EU VI O POVO NAS RUAS QUERENDO DAR A LUZ", GONZAGUINHA
Nós unidos somos o verbo pra viver feliz. Só o povo nas ruas reverterá a destruição proposta pelos golpistas que infecitaram este país. Eis o brinde ao futuro, ir lá e mostrar a que viemos. Hoje é uma dia mais que histórico, onde o povo demonstra nas ruas ser contra o que o Judiciário comenadando por gente como Gilmar Mendes e Sergio Moro fazem ao país. Basta de decisões a nos cravar a faca e mentiras deslavadas para favorecer a ínfima parcela da população que de fato ainda dá as cartas neste sofrido país.
https://www.facebook.com/otto.guerra.31/videos/10216648099574331/
CARTA DA FRENTE BRASIL POPULAR NA TRIBUNA DO LEITOR, JORNAL DA CIDADE BAURU SP, DOMINGO PASSADO É O MANIFESTO POPULAR A FAVOR DA SOBERANIA POPULAR E DA JUSTA DEFESA DE LULA SER CANDIDATO.
Posso estar enganado, mas vejo claramente na escrita, algo de uma militante pela soberania, a advogada Cristina Zanin. Reproduzo por ver no texto o sentimento de todos nós, parcela significativa desta nação. Fora golpistas. https://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=251151
AH, SE NO BRASIL A LEI FOSSE RESPEITADA... ADVOGADO DE DEFESA DE LULA ESCANCARA O JOGO DE CARTAS MARCADAS. Resistência trabalhista pela legalidade: https://www.facebook.com/groups/429819987048496/permalink/1784480768249071/?pnref=story
VER O POVO MOBILIZADO NAS RUAS É SINAL DE QUE A MESA PODE SER VIRADA - ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE. No link com as fotos a emoção tomando conta de qualquer um ainda pulsando na defesa da soberania nacional: https://www.facebook.com/rolimlourdes/posts/2001799489836194?pnref=story
OS CARAS JÁ TINHAM CERTEZA DE TUDO... E DEPOIS ALGUNS AINDA ME DIZEM SER SÉRIO NOSSO JUDICIÁRIO. A TV Bandeirantes desde cedo já divulgava em manchete a condenação de Lula por 3 x 0. Dizer o que do Judiciário e da Mídia nativa?
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (97)
A FARMÁCIA POPULAR ATENDE TANTO O POBRE COMO O RICO Fui ao médico ontem, novos medicamentos contra a dibetes. Paro de tomar uns e começo outros. O médico receita logo de cara quatro, mas me diz: "Um deles você não paga nada e outro tem o preço subsidiado, paga pouco, quase de graça. Te receitei outro com preço baixo e só um com preço mais caro". Olho para ele e digo: "Esse Lula é mesmo um cara muito ruim, hem! Vejam só, venho aqui num consultório chique e o próprio médico me diz que não preciso pagar mais da metade do medicamento que irei tomar. Tudo isto graças a esse sacana e ações do seu Governo, esse mesmo que hoje dizem ter sido o pior possível". O cara fica desenxabido, fecha a cara, me passa a receita, sem prologar a conversa. Percebo ter se incomodado com minha observação. Continuo: "Os que reclamam do seu Governo, os que dizem ter sido tudo ruim podem esperar só mais um pouco, pois este atual, o do golpista Temer, em breve nada disso mais vai existir e teremos que pagar por todos. Não existirão mais subsídios e que se danem todos. Não é esse o lema atual?". E quando ele quer mudar de assunto, me dizendo dos benefícios dos novos medicamentos, coisa e tal ainda dou mais uma estocada: “O chato, viu doutor é ver que, a maioria dos pacientes mais abastados, os que reclamam dos programas sociais propiciados pelo Governo Lula e Dilma, esses dizem que tudo é assistencialismo, mas vem aqui, em consultórios particulares, pegam suas receitas e indo nas farmácias poderiam, já que são contra tudo, ao menos pagar tudo e não aceitar o subsídio, este só para os possuidores de comprovada baixa renda familiar, mas não, todos fazem uso e depois ainda tem o disparate de criticar”. E por fim pergunto a ele: “Esse não é um ótimo programa social, meu caro?”. Não tendo como discordar, falamos de tantos outros e por fim a mais plausível conclusão que se poderia ter: “Com Lula o país vivia outra realidade, hoje não mais possível. E daí, o bom era antes ou é hoje com tudo pela hora da morte?”. Na farmácia, a atendente me diz, todos que vem com receita, até hoje, ninguém recusou o subsídio e quiz pagar o preço normal dos medicamentos.
CAMISETA COM CHE GUEVARA E O BATE PAPO: CRISTIANISMO/SOCIALISMO Ontem durante todo o dia estava trajando vistosa camiseta tendo a emblemática figura de Che Guevara ocupando quase todo seu frontal espaço e uma frase ao alto: “Se você treme de indignação perante as injustiças do mundo, então somos companheiros”. Marco encontro com meu mano numa loja de material de construção e logo ao chegar ele se incomoda com a camiseta: “Quem é esse aí?”. Minha resposta: “Esse é o grande Che Guevara, alguém a fazer imensa falta no mundo de hoje. Um que lutou enquanto viveu, dedicou sua vida na luta pelos menos favorecidos e pelas igualdades sociais. Como gostaria de ter muitos Ches em ação hoje”. Percebo o muxoxo, com ele retrucando: “Eu gosto de outro, visto camiseta com outro, não esse aí”. Tema pra boa conversa e é o que fazemos: “Mano, sei de quem você fala, de Jesus Cristo, um revolucionário no seu tempo, igual ao Che. Aproveito para te contar uma história. Minha sogra, Darcy Soliva da Costa, recentemente falecida, num dos tantos bates papos que tivemos ao longo do tempo, ela me via socialista, ela cristã e fazia questão de me dizer. Os cristãos, os socialistas e os comunistas possuem muita coisa em comum, lutam por um ideal muito parecido, clamam por justiça social, querem ver todos os cidadãos vivendo em harmonia, usufruindo do bom e do melhor, sem desavenças, harmoniosamente, tudo de todos e para todos. Vocês também possuem fé, igual a nós e uma das poucas divergências é pelo fato de um crer num ser superior e outro que tudo tem que ser resolvido aqui mesmo”. Conto a ele de como ela sabia prolongar uma boa conversa e não se chocava com comparações de ações como a de Che e Cristo. Hoje não mais. Digo-lhe, a maioria dos ditos cristãos não aceitam isso, nem tão pouco discutem mais isso de todos terem as mesmas condições, igualdade de direitos, etc. Falam uma coisa, pregam algo da boca pra fora, mas praticam outra. Não me esqueço dela me dizendo: “Quantos cristãos hoje pregam de fato o que Cristo ensinou, pregou?”. O balconista vendo que o assunto renderia conversa de longa duração nos chama para a realidade da vida. Discutimos preços e logo estamos falando de outro assunto, sendo que Che permaneceu comigo durante o dia todo e assim como ele, outros devem ter pensado lá com seus botões: “Que esse velhusco faz com essa cara aí nessa camiseta?”. A explicação é sempre a mesma, como faz falta Che's nos tempos atuais.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (111)
O QUE CABRAL TEM A VER COM ISSO? A cena choca? Para alguns sim, outros não. Uns aplaudem, outros não e existem os que a questionam. Explano como entendo o que está em curso. Cenas como essa são frequentes, corriqueiras envolvendo presos comuns, o pobre, principalmente o negro e quando pego num provável ato ilícito. Sua foto sai estampada, seu nome divulgado, tudo às claras, sem nenhum tipo de cuidado ou pudor. Sai na capa do jornal sem nenhum problema. Já do lado de lá, o dos abastados, poucos tiveram fotos publicadas com algemas. No Brasil também corriqueiro fazer isso com membros da aposição aos interesses dos donos do poder estabelecido. Quando um desses pego em delito ou mesmo sem julgamento formal, sua foto sai estampada com algema e tudo. Com pobretões sempre valeu tudo, com sacanas endinheirados, dois pesos e duas medidas. Nesta aqui reproduzida, vale a pergunta: Sergio Cabral merece ter sua foto estampada desta forma e jeito? O amigo Roque Ferreira responde assim num post de outro amigo: "Ainda choca um pouco, porque o criminoso em tela pertence a elite branca dominante. Se fosse um pobre e negro não causaria espanto, pois contra estes a violência está naturalizada". Cabral foi um declarado e explícito sacana com o dinheiro público e hoje paga em parte pelo que fez, com reclusão e exposições como a da foto. Justo? Num Estado privilegiando o cidadão num todo, rico ou pobre, muito entristeceria o homem sensato ver fotos como essa publicadas. Resumo da ópera: o que não quero para os menos favorecidos, também não seria justo ver para o salafra de maior monta. Regra básica do Direito, quando aplicado da forma correta não caberia em nenhum lugar. Isso o normal, mas como não vivemos na normalidade e isso já faz tempo, vejo aplausos e reservas para a atitude e me questiono. Aproveito o momento e discuto ambas as situações. A verdadeira Justiça teria como impedir a publicação de fotos desta natureza, mas no estágio atual de degradação vale tudo. E como já vale para o pobre, leio que vale também para o ladrão rico. Seria isso mesmo ou ainda existem uns acima da aplicação dessa regra básica do atual mundo jurídico brasileiro? Vale a discussão...
COMO EU VEJO ISSO TUDO
Primeiro eu tenho convicção de que tudo o que venha deste ignóbil desGoverno ilegítimo do golpista Michel Temer é uma nhaca. Ponto pacífico. Agora, vejam bem, ele no exercício do seu tacanho poder só produz algo desta natureza (insistir na posse da filha do cara lá do PTB é só uma delas, essa até de pequena monta diante do desmonte do país), um atrás de outro. Se me perguntarem se estou feliz pela Cristiane não poder assumir o Ministério, digo que SIM, mas vejo algo perigoso no que acontece. Vivemos um cruel e insano momento em que um dos poderes, verificando a fragilidade e inoperância dos demais, no caso o Judiciário sobre o Legislativo e Executivo, esse passa a tomar as rédeas da situação. Perigoso isso, pois hoje mais do que claro uma interferência de um poder sobre outros. Se hoje a decisão do STF nos alegra, ela já nos entristeceu em muitas outras decisões similares, feitas do mesmo jeito, nos minutos finais de um final de semana e coisa e tal. Ser contra a postura ética da provável futura ministra eu sempre serei, mas se o ilegítimo a escolheu e ela danaria mais a coisa, isso é só o que sabem fazer. Nunca torci pelo quanto pior melhor, mas quem pariu Matheus que o embale. Já do STF intervir aqui, acolá e em quase tudo, pensemos melhor se é isso mesmo o que precisamos no país. Antes se juntaram para impedir Lula de assumir um Ministério no Governo Dilma e os motivos eram banais, hoje podem até o fazer por um justo motivo, mas... Vamos refletir sobre esse insano momento em que o Judiciário extrapola também de suas funções e se coloca acima de tudo o mais, sem que quase ninguém grite contra. Estão fazendop isto com uma frequência cada vez maior. Vai chegar um momento em que estaremos tão fracos que, não conseguiremos mais dar nenhum pio para nada que fizerem. Pensemos melhor. Cliquem a seguir e vejam o link da matéria: https://katyta.blog.br/politica/carmen-lucia-acaba-de-suspender-posse-de-cristiane-brasil-no-ministerio-do-trabalho/
domingo, 21 de janeiro de 2018
ALGO DA INTERNET (136)
TOMATE NO JC CULTURA
Domingo sem palavras. Leiam o belo texto que o Jornal da Cidade, edição de hoje escreveu sobre nós. Não reproduzo o texto (não quero batucar ele inteiro para reprodução), pois saímos na página 7 do JC Cultura e sem menção no site do jornal, nenhum link de localização ou em qualquer outro lugar. Só lá na edição impressa e nada mais. Leiam ampliando a foto abaixo. Estou na lida...
sábado, 20 de janeiro de 2018
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (107)
CARTEIRA ASSINADA E A INFORMALIDADE – CONVERSAS E REFLEXÕES DE ONTEM Á NOITE Conversei ontem à noite com um indignado professor unespiano no campus bauruense desta universidade, que segundo ele, perdurando as condições atuais de degradação na universidade pública, “não possuem mais dez anos de sobrevida”. Eis mais um dos motivos pelos quais todos precisam estar unidos e fazendo o possível e o impossível para dar cabo ao golpe e golpistas infelicitando este país. Participei de uma atividade junto deles, algumas defesas de TCCs e numa delas o mesmo professor ao analisar um dos projetos desabafa: “Algo salutar me motiva quando noto de uns tempos para cá como tem despontado muita coisa voltada para as questões sociais e não mais, temas sem esse viés”. Um alento, pois quando o estudante está voltado para algo social, uma real possibilidade dele transformar este país. Esse e outros tantos professores resistem ao seu modo e jeito e numa das atividades, confessa, estará de classe em classe esclarecendo como algumas atividades podem facilitar a derrocada do ensino público. Esse papel de arregaçar as mangas e ir à luta é o de todos e todas ainda conscientes precisam fazer, mais e mais, dia após dia, algo ininterrupto. “Cada um fazendo a sua parte no seu ambiente de trabalho ou morada, a resistência crescerá mais e mais e o golpe não se consolidará como algo permanente”, me diz.
Saio de lá e desço para uma festa num bairro popular e promovida por um bloco carnavalesco. Ainda movido pelo clima do que presenciei na universidade, vi pouco ali na periferia de gente focada nas suas desventuras, muito ampliadas com o advento golpista. Festa é festa e mesmo com dois gritos de “Fora temer” ao microfone, a repercussão foi pífia. Defendia até então uma tese de que o trabalhador brasileiro ainda não se deu conta de tudo o que foi feito contra ele, a perda total de direitos trabalhistas. É sabido que nas novas contratações com carteira assinada o trabalhador não mais terá direito a férias regulamentares, 13º salário, fundo de garantia, horas extras, etc e tinha comigo que, ao ir tomando conhecimento disto, a revolta ocorreria. Olho para os lados na festa e todos cantam e bebem alegremente, com certeza naquele momento, não pensam em nada disso. Eu relembro o que o mesmo professor havia me dito horas atrás, quando lhe expus minha tese. “Henrique, pare com isso, não creia nisso, pois uma imensa parcela do trabalhador brasileiro já não vive mais sob o regime da carteira de trabalho assinada. Ele está fora da Previdência, vive na informalidade e a renda obtida com o que faz mal dá para sua sobrevivência, quanto mais para contribuir mensalmente. Precisamos trabalhar mais e mais com essa parcela da população, a dos alijados de tudo, pois algo novo deve vir deles, também trabalhadores, mas já algum tempo à margem do processo”. Começo a imaginar quantos ali na festa não se encontram nessa situação e constato de soslaio, a maioria.
Junto tudo, a cabeça embaralha as ideias, a vista fica até turva com um algo mais, um dado repassado pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sobre o enbranquecimento dos grandes centros urbanos. Isso mesmo, cidades como São Paulo, por ser o maior centro urbano brasileiro, onde se concentram as maiores indústrias, empresas produtores do giro financeiro, elas possuem a maior concentração de brancos do país e o negro vai sendo alijado desses lugares. Nesses lugares, vários iguais à São Paulo espalhados país afora, lugares onde conseguiram incutir na mente dos que ali vivem de que, nossa histórica desigualdade social se dá em razão da corrupção, como prefere o pensamento dominante nesses tempos de Lava Jato. Muitos acreditam nisso. Na contramão disso, um ex-presidente do IPE, Jessé Souza, 57 anos, escancara isso que acabei de relatar e vai além, afirmando que “uma elite atrasada, herança escravista” é quem fez tudo, enfim, o golpe foi dado por escravocratas. Vou ler uma entrevista dele (seu livro saiu faz pouco tempo, “A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava Jato” e já é um dos mais vendidos em todas as listas). Ele começa analisando o papel dos verde-amarelos nas ruas inflando o golpe: “Por que a classe média atuou contra seus próprios interesses, como lacaia da elite? (...) Este é o povo na elite desde 1930. É o povo para combater o povo, o arremedo de povo que botam na rua, branco, com mais de 20 salários mínimos etc. É uma corja. (...) Ligo à escravidão à continuidade dela no ódio ao pobre, que está marcada no golpe. Essa classe média não saiu às ruas por conta da corrupção. Hoje isso fica óbvio. A raiva ao PT foi porque ele diminuiu um pouquinho as distâncias entre as classes. Nada é mais escravocrata do que odiar o pobre.”.
Junto tudo no mesmo balaio, minha caixa craniana ferve e ela mistura tudo como se fosse um liquidificador. Existiria uma forma de reconquistar essa classe média ou ela estará para sempre irremediavelmente perdida e à serviço dos nos degraus de cima da escala social? E se ela não tem mesmo mais jeito, esqueçamos dela e vamos estar juntos com o que ainda resta de classe trabalhadora e, como me foi dito, com toda essa massa de gente vivendo na informalidade. Se o pensamento predominante nos grandes centros está alinhado com o golpe, nada melhor do que se juntar às necessidades, clamores e ação proveniente da periferia, do grito pulsante das vielas, vicinais, subúrbios e tudo o mais. A grande dificuldade hoje é respeitar a ignorância do outro, entender isso e construir juntos algo que derrube as estruturas pobres, carcomidas pela coirrupção de uns poucos danando com a imensa maioria. Cansado de pessoas que repetem conceitos, nada melhor que se juntar a quem formule e pratique os novos conceitos. E esses não estão sendo formatados nos lugares habituais. O algo verdadeiramente novo, revolucionário não virá nunca dos conformados.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
FRASES (164)
A MANICURE VEIO ME FALAR DO ECONOMISTA QUE FOI DAR PALESTRA EM SUA IGREJA Ela esteve em casa ontem fazendo pés e mãos da dileta esposa. Como sempre, conversaram pra dedéu e num certo momento fui o motivo do papo. Vira para a esposa e pergunta:
- Esse Henrique que você diz ser seu marido é esse que escreve todo dia pela internet, aqueles textos longos?
- Sim, ele mesmo. – responde Ana. Por que?
Ela explica.
- Sou católica, frequento a igreja do padre Gilson e lá eles costumam chamar palestrantes para mensalmente ir falar algo diferente pra gente. Levaram um famoso aqui de Bauru, economista que fala na rádio. Ele contou uma longa história de dois caras que se perderam na selva e acabaram dando de cara com uma onça. Saíram correndo, um ia bem mais na frente que o outro. O de trás gritou para o da frente se não era melhor eles se juntarem, ficarem juntos e assim enfrentar a onça com maiores chances de derrota-la. Esse se volta para o de detrás e diz que não, que tudo deve continuar assim, uns na frente, chegando no destino, outros ficando pelo caminho. Muitos riram e bateram palma, eu não. Pensei na hora no que havia lido desse tal de Henrique na internet desdizendo o que diz esse economista e era a exata resposta que queria ter dado pro tal do economista naquele momento. Sempre tive muita vontade de conhecer esse tal de Henrique. O que mais me chateou naquele momento foi o fato dele ter ido lá na igreja, lugar onde todos devem caminhar juntos, unidos, ideal coletivo e pregar exatamente o contrário. O mundo de hoje está doente quando defende a concorrência a todo custo como o melhor para todos.
Ela conta a história e Ana propicia que nos conheçamos. Estava com minha revista semanal nas mãos e li para ela alguns trechos de duas matérias da melhor revista semanal brasileira, a única atuando dentro da verdade fatual dos fatos, a Carta Capital, exatamente versando sobre a atuação de economistas que só enxergam o mercado como único condutor de tudo pela frente. Na primeira, algo de um economista que adoro, Luiz Gonzaga Belluzzo, lúcido e com um pensamento fora dos da lei de mercado: “Encarapitados nos píncaros reservados dos 1% da distribuição de renda e da riqueza, os homens bons lançam mensagens de menosprezo aos que labutam no vale das lágrimas. (...) Os sábios do andar de cima e seus especialistas, eles encarnam a racionalidade, exercida do alto de seus escritórios almofadados. (...) São cada vez mais frequentes as arengas dos economistas, sacerdotes da religião dos mercados, contra as tentativas dos simples cidadãos de barrar a marcha do Moloch insaciável e ávido por expandir o seu poder. (...) Quando um sábio ou magano da finança e da economia saca do coldre a palavra ‘populismo’, meus ouvidos traduzem, ‘é um assalto’. Levanto os braços imediatamente diante das ameaças do agente racional engomado”.
Na segunda, outro economista remando contra essa maré de ficar endeusando o tal do ‘deus mercado’ como a única saída para tudo, Paulo Nogueira Batista Jr, de uma linhagem arejada, no artigo “O economista bufunfeiro”, faz uma fria análise dos que navegam a defender o 1% dos abastados do mundo: “A turma da bufunfa é um agrupamento, razoavelmente estruturado, que se dedica a fomentar, proteger e cultuar o vil metal. O seu núcleo duro é constituído de banqueiros, financistas e rentistas. Na periferia figuram os economistas, jornalistas e outros profissionais. Os economistas são os sacerdotes do culto, encarregados de suprir a fundamentação metafísica para as atividades da turma. (...) O mesmo encadeamento de palavras, sempre o mesmo, e em tom sentencioso produz na opinião pública um efeito quase hipnótico. (...) Um deles, outro dia, seguia de repente tropeçou numa ideia. Recompôs-se rapidamente, olhou para o lado temendo testemunhas e retomou seu caminho, imperturbável”.
Tentei mostrar a ela que, se já havia lido o que escrevi sobre o economista e de todos os que seguem religiosamente só crendo nas leis do mercado como salvação da lavoura, nunca o povo terá condições de conseguir algo auspicioso segundo essa concepção. Se ela entendeu isso interpretando a parábola da competição dos dois perdidos na selva e a transportou para o que escrevi, fico feliz. Imprimi e deixei com ela o texto do amigo Marcão, também repudiando algo sobre o mesmo tema, “Cafeo e a ideologia econômica”, publicado na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, 28/12/2017 (https://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=250885), para demonstrar que, nem todos hoje incentivariam o mais lento a ser devorado pela onça.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (128)
O HOMEM AINDA PODE CANTAR UMA MULHER?
Essa pergunta é das mais pertinentes nos dias de hoje. Antes que chovam as críticas, explico a que vim e a aonde quero chegar. Primeiro foram as tais divulgações advindas dos EUA dos assédios sexuais no cinema. Um atrás do outro e com histórias escabrosas. Pressionar para fazer sexo com alguém em situação fragilizada é algo horroroso. Depois, com o aumento da divulgação, velhas histórias sendo desencavadas, eis que a atriz francesa, a que protagonizou um filme que assisti há muito tempo atrás, “A Bela da Tarde”, Catherine Deneuve, saiu em defesa dos que passavam cantadas nas mulheres. Li e aqui posto algo sobre a fala dela: http://www.bbc.com/portuguese/geral-42633371. Pelo que entendi, ela não é a favor de nada fora de uma mera cantada, algo que vejo como natural. Pegaram a entrevista dela e transformaram em outra coisa. Chegaram a dizer que ela era a favor do assédio no meio artístico, mas que quando no meio dos ditos comuns, era contra. Exageraram.
Creio que ninguém em sã consciência pode ser contra a cantada. O galanteio é algo natural, mas quando excessivo, acintoso, boçal ou passando dos limites, daí já é merecedor de repúdio. Nada de tocar no outro ou mesmo ficar com gracejos do tipo, “gostosa entra aqui”. Apelar merece escárnio e denúncia. Já tentar chamar a atenção do outro, esboçar um sorriso público com endereço definido, qual o mal disto? Eu entendi desta forma a defesa feita pela atriz. Não foi a favor de nenhuma violência, mas de que a cantada em si não deixa de ser algo de bom tamanho para, dentre outras coisas, conhecer outras pessoas. A intenção pode ser sexo, mas dependendo da reação, nascem amizades do contato. Isto uma coisa. Nesta semana, outra atriz francesa e da mesma geração da primeira, Brigitte Bardot, segue na mesma linha e em outra entrevista, defende a cantada: https://www.dn.pt/…/brigitte-bardot-diz-que-muitas-atrizes-…. Ela foi mais dura, incisiva e feriu algumas suscetibilidades do movimento feminino, principalmente ao tocar na hipocrisia reinante no modo de vida norte-americano.
Não me considero machista e encerro este curto diletantismo com minha visão disto tudo. Não vejo mal nenhum em cantar alguém, desde que nas condições já lembradas no início deste texto. Já assediar, sim. Uma das grandes oportunidades de conhecer alguém diferente surge de cantadas. Separo o joio do trigo. Vejo que ambas as atrizes vieram a público defender a cantada e não o assédio. Reina muita hipocrisia hoje e de qualquer simples comentário fazem um imenso ‘cavalo de batalha’. Fujo disso, mas também não me furto em sair na defesa dos que cantam pela aí. Sabendo diferenciar uma coisa doutra, enaltecerei sempre a boa cantada (confesso, em tempos vindouros já o fiz de forma variada e múltipla, inclusive com torpedos via garçons). Assediar nunca o fiz, daí nunca poderão me denunciar de algo desta natureza, mas por cantadas, não temo em ser relembrado. Promovi algumas das quais me arrependo, mas nada que me penitencie e em algumas outras, conquistei boas e duradouras amizades, muitas resistindo ao tempo. Sem excesso tudo é muito bom e creio eu, não devemos complicar ainda mais essa problemática existência humana. Discuto esse e tudo o mais sem neuras, problemas, pois minha ação e modo de vida não é acintoso com ninguém, muito mais com as mulheres. Era isso, nada mais. OBS.: As charges são da verve do Miguel Paiva e foram gileteadas via internet (a última é do Angeli). Eu e Ana Bia Andrade nos conhecemos através de uma homérica cantada, uma resultando em estarmos juntos há mais de oito anos. Deu certo.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
AMIGOS DO PEITO (141)
ATRIBUIÇÕES, OU SERIA, ATRIBULAÇÕES
CHEGANDO O DIA DE COLOCAR O BLOCO NA RUA
Carnaval e política se misturam. Impossível a dissociação, pelo menos para mim e todos os tomateiros de plantão, principalmente neste ano quando as liberdades estão por um fio e o país foi duramente golpeado com um bandode insano e cruéis golpistas assumindo o poder no país. O bloco farscesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco BAURU SEM TOMATE É MIXTO sempre falou de política. Por decisão de seus integrantes e para não bagunçar o coreto, optamos por descer a lenha mas nos acontecimentos e personagens locais. Assim o fizemos até agora, porém neste ano, mesmo com a letra do bloco versando somente sobre temas locais, impossível passar batido e não descer com nada contra o golpe. Ano passado descemos com faixas contra o golpe e neste ano repetiremos com dose aumentada. Aqui mesmo no Mafuá, sede não oficial do bloco, o estandarte dormita em cima de uma poltrona ao lado de um cartaz anunciando ser também aqui mais um dos milhares de Comitês Populares em Defesa da Democracia e do direito de Lula ser candidato. Estamos todos unidos pelas mesmas causas e esgrimando pelos mesmos temas. Tomate e Defesa do Estado de Direito, tudo a ver.
HPA, pelos tomateiros indignados com o golpe sob nossos costados.
COMEÇA HOJE A SAGA NOROESTINA RUMO A AII DO PAULISTA DE FUTEBOL
20h, estádio Alfredo de Castilho, já com ingresso comprado, vou ver a estréia do time de minha aldeia, o que mora verdadeiramente no meu coração, o glorioso e centenário Esporte Clube NOROESTE, aqui de Bauru SP. Tudo pronto, preparado para mais um campeonato, vou buscar a camiseta para ir ao campo e me dizem que, por decião intempestiva da Federação Paulista de Futebol junto com a Polícia Militar do Estado de SP, aboliram a presença nos estádios paulistas de camisas representando as torcidas organizadas. Aqui pelo interior paulista não existe isso de brigas entre torcidas, pois na imensa maioria das vezes quem vai ao estádio e massissamente são os torcedores do time da casa. Não poderei vestir minhas camisetas da Torcida Sangue Rubro. Vou ao armário e não encontro nenhuma do Noroeste que me sirva. Embarriguei e as que possuo estão muito justas, horríveis. Ufa, encontro uma vermelha e branca e será com ela que comparecerei ao estádio logo mais a noite para vibrar com a estréia contra o Mogi Mirim: a da seleção do PARAGUAY, igualmente com as mesmas cores do Norusca. Ou iria com ela ou com uma do bloco carnavalesco Bauru Sem Tomate é MiXto. Prefri a paraguaia, tão lutadores e de comprovada fibra como nós, noroestinos e deixo a outra para os festejos de Momo que se aproximam..Explicações dadas, aguardamos ansiosos a primeira vitória. Até lá.
HPA, Gilberto Truijo e Roque Ferreira, meus companheiros de hoje logo mais no estádio.
HPA, pelos tomateiros indignados com o golpe sob nossos costados.
COMEÇA HOJE A SAGA NOROESTINA RUMO A AII DO PAULISTA DE FUTEBOL
20h, estádio Alfredo de Castilho, já com ingresso comprado, vou ver a estréia do time de minha aldeia, o que mora verdadeiramente no meu coração, o glorioso e centenário Esporte Clube NOROESTE, aqui de Bauru SP. Tudo pronto, preparado para mais um campeonato, vou buscar a camiseta para ir ao campo e me dizem que, por decião intempestiva da Federação Paulista de Futebol junto com a Polícia Militar do Estado de SP, aboliram a presença nos estádios paulistas de camisas representando as torcidas organizadas. Aqui pelo interior paulista não existe isso de brigas entre torcidas, pois na imensa maioria das vezes quem vai ao estádio e massissamente são os torcedores do time da casa. Não poderei vestir minhas camisetas da Torcida Sangue Rubro. Vou ao armário e não encontro nenhuma do Noroeste que me sirva. Embarriguei e as que possuo estão muito justas, horríveis. Ufa, encontro uma vermelha e branca e será com ela que comparecerei ao estádio logo mais a noite para vibrar com a estréia contra o Mogi Mirim: a da seleção do PARAGUAY, igualmente com as mesmas cores do Norusca. Ou iria com ela ou com uma do bloco carnavalesco Bauru Sem Tomate é MiXto. Prefri a paraguaia, tão lutadores e de comprovada fibra como nós, noroestinos e deixo a outra para os festejos de Momo que se aproximam..Explicações dadas, aguardamos ansiosos a primeira vitória. Até lá.
HPA, Gilberto Truijo e Roque Ferreira, meus companheiros de hoje logo mais no estádio.
Foi sábado, 12/01 aqui na sede do Mafuá do HPA, agora transformada também em Comitê. Nader possui um verdadeiro mandato de luta, na defesa de uma sociedade justa, democrática e participativa. Aqui fala aos militantes reunidos, num ato supra-partidário ocorrido em Bauru. Ouvir sua fala é entender dos motivos da resistência ser mais que necessária. PT unido e junto de outros partidos numa frente única, solidária e contra os desmandos do atual governo ilegítimo e golpista. Vejam sua fala: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1966422140054452/
HPA
MILITANTE TEM VOZ E VEZ AQUI NO COMITÊ PRÓ-LULA DO DNA
Lulinha é figura histórica em Bauru e no sábado a tarde, reunião de criação dos Comitês em Defesa da Democracia, ele pegou o microfone pouco depois da fala do deputado Carlos Nader e falou o que seu coração sentia, da necessidade de união para o enfrentamento do mal maior, o que destruiu o país e encurralou o trabalhador contra a parede. Que todos coloquem pra fora o latente sentimento e a mais sincera vontade de reconquistar e reconstruir este país. Vamos juntos e unidos, pois a causa é mais do que nobre? Vejam sua fala: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1967793609917305/.
HPA - do Comitê DNA petista Pró-Democracia e Defesa de Lula ser candidato.
GRAVAÇÃO FEITA NO COMITÊ POPULAR EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DO DIREITO DE LULA SER CANDIDATO, O DNA PETISTA, COM DARCY RODRIGUES, MILITANTE HISTÓRICO DE BAURU
Da união de todos, nascerá o gigante que vencerá os odientos golpistas, os que estão destruindo o país. Da fala de todos os que resistem, uma certeza, UNIDOS VENCEREMOS. Não existe outra saída. Deusinidos, pode esquecer... Vejam sua fala: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1969458326417500/.
hpa