sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CARTAS (3)
O JC publicou ontem minha carta sobre a polêmica (besta por sinal) sobre o livro do De Masi. Escrevi o que penso e apimentei a discussão. Como dizia um grande pensador do século XX, filósofo do meu time do coração, Vicente Matheus: "Quem entra na chuva é para se queimar". Entrei e aguardo réplicas e tréplicas...

DE MASI, O ÓCIO E OS QUE NADA LÊEM E TUDO ENTENDEM
Vou à Feira do Rolo no último domingo em busca de um CD e nas bancas(compro piratas sim e daí?) pergunto por um do João Bosco. Surgem-me à frente um monte de uns tais de João Bosco & Vinicius, de quem nunca tinha ouvido falar e não ousaria levar para casa. Seria ótimo ver João Bosco junto com Vinicius de Morais, mas como essa união já não é mais possível, essa dupla serta-brega eu não só descarto, como bato na madeira três vezes, pois coisa boa não deve ser. Como é difícil garimpar MPB nessas barracas. Eu e um ex-vereador, bem que tentamos, mas quase nada conseguimos de produtivo. Hoje predomina um estilo, que felizmente não faz a minha cabeça.

Reflito sobre essa minha aflição e a transporto para o que acabo de ler no JC sobre uma polêmica em cima da obra do italiano Domenico de Masi, “O ócio criativo”. Tem muita gente criticando ferozmente o prefeito por ler no recesso de final de ano a brilhante obra que, funde ócio com a criatividade (união das mais louváveis). A grande maioria critica sem nada ter lido a respeito e o faz somente para aproveitar a deixa, malévola por sinal, de tentar se aproveitar e fazer uma infeliz alusão do ócio e a atual administração. Comparação das mais infelizes, de quem gosta de estar em evidência, cutuca por cutucar e não deve ler nem bula de remédio. Ler faz um bem danado, inclusive para as idéias e para o melhor discernimento entre quando se deve ou não abrir a boca.

Prefiro continuar lendo (e muito), aplicando De Masi no meu dia-a-dia e ouvindo João Bosco, Vinicius (os originais) e toda a MPB, do que cair no senso comum de que essa massificação por baixo é benéfica. Do jeito que lia lgumas críticas, daqui a pouco, ler livros e ouvir boa música merecerá os quintos dos infernos. Estamos sendo excluídos por causa disso. Sejamos pelo menos sensatos. O problema não foi o livro escolhido, e sim, ler, pois não passa de perda de tempo para uns. Por outro lado, cada vez entendo menos a raça humana, aquela que adora estocar, fazer ironias e não ver nada de bom nos adversários. Eis alguns dos motivos dessa nação amargar um atraso secular. De Masi neles, pois não sabem o que estão perdendo.

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