segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

FRASES DE UM LIVRO QUE JÁ LI (10)


GILBERTO MARINGONI E SEU LIVRO SOBRE A VENEZUELA

Trata-se de um dos reis do traço nacional, pintando e bordando pelos mais diferentes lugares e publicações. Gosto mais de chamá-lo por Beto Maringoni. É como, nós daqui de Bauru carinhosamente o chamamos. Sim, Beto é daqui da terrinha, escapuliu cedo e ganhou o mundo. E o mundo se abriu para ele, como nesse livro básico sobre a Venezuela e seus seculares problemas. "A Venezuela que se inventa – Poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez" é algo meio que básico para se entender o que se passa no país da República Bolivariana. Ele fez um belo lançamento por aqui em 2004, lá no Templo Bar, quando ganhei o livro, já na fila da compra, da professora Nilma (ex do Duka). Lembro até do dia, foi em 01/04/2004 (está lá na dedicatória), quando ele deixou gravado: "40º Aniversário da maior merda que fizeram com o Brasil". O livro está num lugar de destaque lá no meu mafuá e dele reservo algumas frases:
- "Vale a pena tentar decifrar porque este governo provoca tanto ódio em seus opositores".

- "O processo chavista não tem como meta o socialismo, mas a luta pela soberania nacional e pela integração latino-americana. (...) O centro de sua estratégia econômica é o controle do petróleo por parte do Estado e a diversificação da atividade produtiva, com justiça social".

- "República Bolivariana, nome que dá à multiplicidade de mudanças que pretende realizar".

- "Chavéz assume um país na lona, imerso numa crise estrutural há duas décadas, desde que o período áureo da economia petroleira virou fumaça.- "(...)...faz o país andar aos solavancos".

- "...na Venezuela ninguém paga fisco". - "Poucas coisas ocorrem na Venezuela que não tenham, direta ou indiretamente, a ver com o petróleo. (...) Petróleo também é o pano de fundo sobre o qual se movem o governo Chávez e seus oponentes".

- "Clientelismo, fisiologismo e corrupção eram também as características de um tipo de dominação que, no rever so da medalha, reprimia duramente qualquer contestação mais consistente. (...) O anestesiamento social que a renda petroleira possibilitou passou a fazer parte da própria vida política e cultural do país".

- "a PDVSA fica conhecida como um Estado dentro do Estado" (...) "O perfil dos militares venezuelanos não se assemelha àquela visão do gorila que vê os civis como inimigos. (...)...militares na política não eram sinônimo de Pinochet.(...) Jamais deixou de existir uma força revolucionária nos quartéis".

- "Desde 1986, no interior do Exército, MBR-200 iniciara uma intensa discussão sobre como e quando promover um levante armado contra o regime. (...) ...a tentativa de golpe teve o significado simbólico de buscar um rompimento com um sistema que não resolvia os problemas da população.(...) Sua popularidade beirou a verdadeira idolatria".

- "A democracia não pode existir se os povos não comem" Rafael Caldera, senador vitalício- "Tendo aparecido na cena pública apenas seis anos antes, o tenente-coronel era quase um outsider na política eleitoral, que surfava sobre as ruínas de um modelo partidário esgotado. (...) O ex-militar não foi eleito no bojo de um crescimento vigoroso do movimento de massas, mas foi caudatário de uma formidável e espontânea onda de descontentamento e rebelião. (...) ...uma das tarefas do governo eleito tem sido a de construir, a partir do aparelho de Estado, um movimento organizado e arraigado entre a população. (...) De obscuro militar golpista e preso político, tinha se tornado a figura política mais importante da Venezuela num espaço de pouco mais de seis anos".

- "...o fato de Chávez ter colocado a questão social com enorme força no centro da mesa venezuelana"

- "É o primeiro presidente que trata de criar vasos comunicantes com os despossuídos. Porém, não sabe fazê-lo e os projetos não se materializam" deputado socialista espanhol Emílio Menéndez Del Valle, no jornal El País, 26/07/2003

- "A Venezuela conseguiu se tornar um ente atípico entre as economias petroleiras, como Irã, Iraque, Arábia Saudita e Nigéria. O país construiu, a partir da segunda metade do século XX, instituições e entidades mais democráticas que seus parceiros da OPEP.

- "Agora o Estado cobra a renda, é investidor e dirige a atividade" Ali Rodriguez Araque, presidente da PDVSA

- "...a Venezuela nunca teve uma indústria nacional de cultura, preferindo importar o que se produz no exterior. Assim, são poucos os que conseguem divulgação mais ampla nos meios de comunicação extremamente elitistas e monopolizados do país".

- "A Venezuela tenta ser um pólo de resistência governamental ao neoliberalismo na América Latina, a exemplo de Cuba" (...) Chávez está longe de merecer a simpatia de boa parte dos acadêmicos e não há uma produção artística à altura do que ocorre nas terras de Bolívar. (...) Não sei se toda a intelectualidade é antichavista, mas quem tem espaço na imprensa são os opositores".

- "Chávez combina as qualidades de dirigente político com as de um animador de programas de auditório. Não há marketing profissional, há poucas pesquisas de opinião, mas há faro, muito faro. Ou feeling, como se diz no Brasil".

- "Busca, a partir da conquista de uma parcela do aparelho de Estado – o governo federal -, aprofundar o enfrentamento com as classes dominantes tradicionais, que o odeiam, mantendo um diálogo constante com os eternos barrados no baile".

- "A América é ingovernável. Os que serviram à revolução araram no mar. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar" Bolívar, em 1826, nos anos finais de sua vida, já tuberculoso e cheio de amarguras.- "O culto a Bolívar, o pensamento bolivariano tem sido adaptado em diferentes épocas por diferentes personagens para diferentes fins" historiador D.F. Maza Zavala

- "É interessante ver como Chávez articula o pensamento de Simón Bolívar pelo seu viés mais decididamente antiimperialista, derivado do nacionalismo militar. Citações de passagens de sua vida e obra são uma marca registrada dos discursos do ex-tenete coronel".

- "Com Chávez finalmente somos alguém", dizem constantemente seus entusiastas entre o povo. "Alguém que pode mudar o país".

- "Quem anda pela capital não deixa de sentir uma certa semelhança com o Rio de Janeiro. (...) Cerca de 10]9% da população economicamente ativa está sem trabalho. (...) O ponto positivo para Chávez é que não há nenhum candidato que ultrapasse a barreira dos 20% de popularidade".

- "...resulta numa administração extremamente centralizada e personalizada. (...) O governo ressente-se da falta de quadros capacitados para exercer funções de comando no aparato estatal.(...)...este processo todo é possível porque a oposição é muito mais desorganizada do que ogoverno".

- "(...) enquanto a revolução chilena era pacífica, a nossa, com o apoio do Exército, é pacífica e armada! Pacífica e armada!" a intelectual Margarita López-Maya

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