domingo, 2 de março de 2008

UMA MÚSICA (18)
RODA MORTA - ZECA BALEIRO
Zeca nos faz pensar e escancara algumas verdades, daquelas que estão diante de nossos olhos, mas alguns insistem em não ver. Para quem está totalmente inserido nesse mundo onde o ter cada vez mais é o grande negócio, entender o que nos diz essa letra do CD "O Lado Z", 2007 é talvez uma tentativa de repensar um modo de vida, uma postura... A letra é de Sérgio Sampaio e Sérgio Natureza. Sintam o clima:

O triste disso tudo é tudo isso
Quer dizer tirando nada
Só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com o desgosto e a agonia
Da manada dos normais
O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez no conteúdo
Desses dias maquinais
E as máquinas cavando um poço fundo
Entre os braçais eu mesmo e o mundo
Dos salões coloniais
Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis
Vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo
Dão ao sol um tom lilás
Eu vejo o mofo verde no meu fraque
E as moscas no conhaque
Que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno
Dos meus sonhos infernais
Eu sei que quando acordo eu visto a cara
Falsa e infame como a tara
Do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio e o alcagüete
Não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso...
Eu quero sempre mais e mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário