domingo, 20 de abril de 2008

DIÁRIO DE CUBA (1) Nas minhas férias anuais, tiradas no mês de março, de 08 a 27, fui conhecer um país, realizando um sonho de mais de trinta anos, CUBA. Foi algo inesquecível, pois esse país sempre povoou a mente de toda pessoa que ainda acredita que um novo mundo é mais do que possível. Como sempre achei que a melhor saída para nosso país não é o neoliberalismo, sabia o que encontraria e fui cheio de expectativas. Preenchi todas e mais algumas. Foram 19 dias vividos intensamente e com mais de mil fotos tiradas nos mais diferentes lugares.
Fui com um grande amigo e conhecemos a ilha de ponta a ponta, fazendo algo marcante, ouvindo o povo cubano. Para quem, do lado de cá, torcia para a derrocada do regime cubano com a saída de Fidel, encontramos um país unido, sabendo muito bem o que quer (e o que não quer), cheio de coisas boas, pobre. porém, com uma diginidade nunca vista em outro lugar. Voltei convicto de que Cuba é tudo aquilo que sempre acreditei. Possui problemas mil, mas as soluções encontradas para seus problemas são maravilhosas e nos enchem de inveja. Eles souberam encontrar um caminho. Nós, ainda não.
Tinha em mente escrever algo sobre o que fui presenciando por lá, mas desde que voltei (já fazem vinte dias) não encontrei tempo (nada como um feriado prolongado para colocar as coisas no seu devido lugar aqui no mafuá). Fui anotando tudo num caderno, depois intitulado de Diário de Cuba, cheio de colagens, endereços de cubanos e as anotações todas (a memória não anda lá muito boa). Dou o pontapé inicial, não com um texto de minha lavra, mas dois sobre o tema Cuba.
O primeiro eu li e gostei, tirei da Revista do Brasil (www.revistadobrasil.net), edição de março 2008, com o título "Olho gordo na ilha": "Cuba tem 110.000 km2 (pouco mais que os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo somadas). O PIB está na casa dos US$ 50 bilhões (pouco mais da metade do PIB da Bahia). Economia e território inofensivos, portanto. Mesmo assim, a saída de Fidel e a eleição de seu irmão Raúl Castro para presidir o país atormentam a mídia mundial. As razões declaradas: a falta de domocracia e a intolerância ao controle privado de empreendimentos econômicos. Com todas as adversidades econômicas e geopolíticas, sustenta uma renda per capita de US$ 4.500, índice de desenvolvimento humano elevado (acima de 0,800, numa escala de 0 a 1), tem um povo altamente educado e sua economia cresce a taxas próximas dos 10% ao ano. E precisa, de fato, promover mudanças, talvez na política e na relação com a sociedade. Mas o mundo capitalista podia parar de "secar" e deixar essa tarefa para os cubanos".
O segundo foi do amigo que viajou comigo, o MPCR (cito o nome dele quanto me der autorização) e me foi enviado por e-mail, numa espécie de primeiras impressões suas da viagem. Gostei tanto, que reproduzo uma parte por aqui. Tem por título, "Companheiros, estou de volta". Vamos a ele: "Retorno de Cuba com mil coisas para contar, irei aos poucos contando tudo de bom que foram esses dias na querida ilha. Vivi durante dias uma outra realidade, bem diferente da nossa, por isso digo que o maior aprendizado de Cuba é sempre quando retornamos e nos deparamos com nossa triste realidade, com muito ainda por fazer em nosso Brasil, muita luta para transformarmos nossa realidade. Mas não tocarei em pontos daqui e sim nos de lá. Uma visita a Cuba é sempre um momento de emoção para todos aqueles que respiram revolução e sede de justiça, porque é lindo ver todas as crianças nas escolas, aliás são elas o que mais me encanta em Cuba, todas elas das 8 da manhã até 4 da tarde estão estudando, lá elas aprendem a serem de fato cidadãs, patriotas e é impressionante o grau de inteligência delas, uma criança de apenas 7 anos nos dá uma aula de história cubana, é incrìvel, que feliz seria se nossas crianças fossem tratadas assim, nós ainda não conseguimos, Fidel sim. Que lindo poder caminhar e encontrar out-doors com frases revolucionárias e fostos do Che para todos os lados, aqui temos que aguentar o lixo do consumismo para todos os lados. E a sensação de poder andar em qualquer rua tranquilamente sem o mêdo de ser assaltado ou sequestrado? É mesmo muito bom. E os taxistas? E os lixeiros? Eles falam pelo menos 2 ou 3 idiomas, é incrivel isso. E o atendimento médico?? Um país sem planos de saúde e médicos mercenários só podia dar nisso, um atendimento digno a sua população. E o melhor de tudo é ver uma estrutura excelente do Estado, ver que a revolução com Fidel ou sem a presença dele um dia jamais poderá ser derrubada, porque está fixada no povo, esse sim participa da sociedade, discute política para todos os lados e históricamente é um povo que sempre lutou e derramou sangue pela sua independência. No Brasil a imprensa canalha não cansa de contar mentiras de Cuba ou de dizer que o regime está ameaçado, dizem isso por ser a vontade deles, mas só quem está lá sabe da verdadeira realidade. Se compreende perfeitamente o motivo dessa ira imperialista contra Fidel e a Revolução, Fidel nunca ficou quieto vendo as injustiças passarem a sua frente, ele tomou coragem, teve ousadia e junto com outros heróis chutaram a bunda e colocaram os exploradores para correr. A cada dia sou mais admirador de Fidel, nosso eterno comandante. Passar dias sem ouvir falar de big brother, de dança do creu, de tapinha, sim porque nas ruas de Cuba conversei de tudo, política, esporte, música, literatura, mas nada que me lembrasse da alienação a qual somos submetidos diariamente. Cuba não é o paraíso, tem muitos problemas, mas quem não tem?? Quem é perfeito?? Agora quantos que param de reclamar da vida e procuram fazer algo realmente grande para mudar?? Fidel fez. O ponto principal é que na imperfeição que somos, Cuba conseguiu dar qualidade em todos os aspectos para seu povo, nós ainda não conseguimos, Fidel sim".
Fico por aqui, por enquanto. Penso igual aos dois textos, curtam as fotos...

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