sábado, 5 de julho de 2008

RETRATOS DE BAURU (28)

GABRIEL RUIZ PELEGRINA

Quem tem o prazer de conviver com o mestre Gabriel sabe muito bem o que ele representa para a história de Bauru. Um autodidata contumaz, daqueles que passam todas suas horas de lazer enfronhado com tudo sobre a cidade que tanto ama. Vive no meio dos seus papéis, todos de uma raridade incomensurável. Trabalhou uma vida inteira dentro da ferrovia, viveu intensamente o seu trabalho e fez do seu cantinho, as imediações da rua Araújo Leite, um reduto de onde irradia seus conhecimentos e profecias. É consultado diriamente sobre a nossa história e na grande maioria das vezes, responde tudo sem consultar os tais alfarrábios, só de memória. Está perto dos 90 anos, lúcido como nunca e atuante, vibrante e radiante. Tem seu nome escrito e eternizado lá no Centro de Memórias da USC, onde acabou se afastando, mais pela idade e a dificuldade de locomoção, pois no que lhe resta de material, no escritório de sua residência, continua mais ativo do que nunca. Vida regrada, saúde inabalável, é um mestre de todos nós. Desfrutar alguns momentos de um bate-papo com tão elegante pessoa é algo que, todos que possam fazê-lo, não devem descartar de jeito nenhum. Saio recarregado a cada retorno desses. Gabriel é daqueles poucos a serem verdadeiramente considerados momumentos vivos de uma localidade.

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