domingo, 3 de agosto de 2008

CENA BAURUENSE (1)
JAIR
Se já gostava de Jair Rodrigues, passo a gostar muito mais a partir desse fim de semana. Tive uma rara oportunidade de estar ao seu lado em alguns momentos, no belo show aqui em Bauru, na comemoração dos 112 anos de Bauru e pude conferir o seu jeito de ser. A mesma espontâneidade demonstrada nos shows ocorre nos bastidores. Pessoa simples, carismática e autêntica, de personalidade forte, sincero e atento. Te ouve e fica a conversar, sem grandes cerimônias, quando o tema lhe é interessante. Quando badalado, não menospreza ninguém, mas sabe muito bem dividir o gesto sincero do fugaz. No show, algumas atitudes de rara vivacidade. Na primeira, abandona o palco e adentra o meio da multidão (mais de 10 mil pessoas) e só recebe carinhos (ele sabe o que faz); na segunda , convida ao palco um casal para dançar com ele no palco. A moça dá, literalmente um show, de ginga, requebro e molejo, além da simpatia ("simpatia é quase amor", me diz Aldir Blanc). Ali uma demonstração de que a interação placo e platéia é mais do que necessária. Teve mais. Usou, num certo momento, a linguagem da rapaziada e afirmou ser um dos precursores do rap nacional, com o "deixa isso pra lá, vem pra cá, eu não estou fazendo nada..." (e não é a mais pura verdade?). Para gostar mais, só mesmo ouvindo as letras do seu último CD, "Jair Rodrigues em Branco e Preto" (com a participação do Quinteto em Branco e Preto), num lindo trabalho da Trama Musical, mostrando a sensibilidade de um repertório voltado para o lado social, com lindos sambas, como "Como um ladrão", "Migração", "Caridade" e "Quem falou?", além de outros (destaco um samba lindo ao lado de Germano Mathias). Se já era fã, me tornei entusiasta. A festa no Vitória Régia foi um presentão para Bauru, sem nenhum senão. Só elogios. O show do Jair vale mais do que toda a programação da Expo 2008 e o acerto maior foi procurar atender a todos os gostos musicais e não um só. Foram maravilhosos os shows de rock do Turco, o samba do Grupo Elite, o pop do Mister Up, o sertanejo do Manos Country, o choro do Noz Moscada, culminando com a diversidade do Jair (cantamos todas, pois sabíamos todas). Sai de lá em estado de graça.

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