O SESC É A FESTA DO POVO - enviada para o Jornal da Cidade, Bauru SP em 05/05/2009
Li aqui na Tribuna do Leitor dois leitores se manifestando contrários aos shows gratuitos no SESC. Alegam o barulho dos novos freqüentadores. Instigam a volta da cobrança de ingressos. Sou contrário. O SESC é nossa maior festa democrática, propiciando para todas as camadas financeiras, espetáculos dos mais variados, a preços reduzidos e a grande maioria deles gratuitos. Um verdadeiro congraçamento, só possível com a união de uma programação que não faz concessões para o “desgosto cultural”. Ali não pode e não deve ser espaço para um segmento mais elitista. Tudo lá é de muita qualidade e o ambiente, principalmente sua área de convivência foi idealizada para propiciar o bate-papo, o entrelaçar de pessoas e idéias. O próprio bar funcionando ao lado e a disposição das mesas com um espaço no centro, fazem com que nos levantemos, aconteça a troca de idéias, o consumo e até o exercício de uns inebriantes passos de dança. Excessos acontecem e não só ali. Manter esse estilo é primordial e mais do que necessário. O povo brasileiro não é robô, não consegue permanecer estático e imobilizado. No show do Raul de Souza presenciei isso (ele adorou a receptividade e o calor humano) e no do Noca da Portela mais ainda. Como permanecer coladinho na cadeira diante de espetáculos como os de Wandi Doradiotto, Mario Manga, Carlos Careqa, Germano Mathias, Língua de Trapo, Tutti Baê e Frejat (esses todos aqui em maio)? Que esse novo público venha cada vez mais ao SESC e se sintam em casa. O SESC forma públicos e tudo lá é um grande aprendizado humano. Entristecer o SESC deve ser coisa que não passa na cabeça dos seus organizadores. Sou frequentador desde que me conheço por gente, bato cartão em todos seus espetáculos e deixo uma pergunta/reflexão: Que seria da cultura bauruense sem a presença do SESC?
Em tempo: A carta não foi publicada, mas a publico aqui numa tomada pública de posição. O que dizer mais do SESC, diante da diversidade de opções culturais e de pouquíssimas opções fora desse circuito. Bauru deve muito ao SESC e com essa carta presto meu reconhecimento. Nas fotos publicadas junto ao texto, momentos de intensa vibração cultural em que estive presente: Raul de Souza, Noca da Portela e Wandi Dorattioto. Nas duas últimas, as possibilidades de reencontros entre amigos e muita confraternização, com Hilda Marin, a embaixadora de Cuba em Bauru junto à Raul de Souza e Paulinho, da Oficina Cultural, junto da namorada no show do Wandi. Importante ressaltar e fazer a defesa da gratuidade, pois todos as fotos foram tiradas em dias de custo zero (pelo menos para nós, os frequentadores). Ontem estive lá, no Carlos Careqa e Mário Manga e devo voltar, pelo menos mais uma vez ainda na semana. Que fazer se tudo que gosto acontece por lá?
Isso Henrique. Tenho ido ao SESC com frequência e a programação de maio está especial. Wandi, Carlos Kareka e Mário Manga, Frejat, Sérgio Bianchi, Circo Vox e para a próxima sexta, num novo projeto, Izzie Gordon (é assim que se escreve?), blues no happy hour.
ResponderExcluirHenrique
ResponderExcluirLeio sempre que posso seu blog.
É gostoso. Você me conhece pouco, apenas nos cumprimentamos.
Temos gostos em comum. Um deles é o SESC. Te vejo sempre por lá, algumas vezes só, outras em grupo, mas sempre por lá. Eu também. Fazemos parte do seleto grupo de adoradores do SESC. E sempre lá foi o espaço da diversidade, da formação de novos grupos, da união e do bate papo. Que mal existe nisso? Tem uma turma, que pouco sai e quando sai exige pureza, como se só ela pudesse ir a esses lugares. Isso é discurso de quem se diz parte de um grupo de privilegiados, que temos que combater.
Paulo Lima