sábado, 27 de junho de 2009

UM AMIGO DO PEITO (26)

PERCY COPPIETERS, UM AMIGO VALOROSO, SUAS FORMAS, TRAÇOS E TONS
Percy é um artista que sempre esteve na parede de casa. Ele, vizinho de um restaurante de minha irmã e cunhado, O Brasiero, doa um quadro para ser colocado nas paredes do local. Quando fecham a casa, fico com a rica peça e ela permanece na sala de casa por muito tempo. Quero em breve voltar a fixá-la na parede desse mafuá. O conheço desde essa época, acompanho o seu trabalho e a forma intensa como cria e toca sua vida. É daquelas pessoas inquietas, em constante ebulição e também produção. Dos altos e baixos normais de toda vida vive um momento auspicioso, ao lado de uma pessoa que soube valorizar seu talento e criatividade. Deu uma guinada em sua vida, pessoal e artística. Vê-lo ontem, na abertura de uma nova exposição, sorridente e altaneiro foi a comprovação de que se ontem não foi possível, continuemos acreditando, pois a volta por cima pode acontecer a qualquer momento. A de Percy aconteceu e ele voltou a criar com um entusiasmo juvenil. Ele sabe que sempre torci por ele e por ver reconhecido seu trabalho, de comprovada qualidade.

Ontem na abertura da exposição, pena mesmo foi não ver no local os novos dirigentes da Secretaria de Cultura de Bauru. Os dedicados funcionários lá estiveram e deram um toque magistral na Galeria de Arte do município. Cultura não é só teatro, galerias de arte, exposições, shows, periferia e locais públicos. É tudo isso ao mesmo tempo. Excluir algo, deixar de incentivar e apoiar iniciativas de criação são indícios de má gestão e despreparo. Percy não leva isso em consideração, pois já viu de tudo em sua vida, mas a cidade clama por gente preparada e cuidadosa com todas as suas opções culturais, que as entenda e apoie, não menospreze e finja não existir. Eu, Vinagre, Sivaldo, Emiliano, Cris Jardim, Roberto Chinaglia, Hilda Campos e outros lá estivemos, dando o abraço merecido no artista Percy e sua inseperável companheira.

Por falar em Emiliano, esse inquieto artista, atuante e pulsando arte por onde ande, com uma rica história de vida e de obras, revela numa roda na abertura ter procurado a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Cultura para falar de seu trabalho. Ali foi demonstrado o tratamento dado aos artistas locais. Recebido de forma pouco amigável, foi-lhe dito: "Afinal, o senhor copia quem mesmo?". Nossos artistas estão sendo tratados dessa forma e assim sendo esperam o que como resposta. Uma convulsão está prestes a acontecer, pois menosprezar a produção local, de reconhecido talento é algo que não pode e não deve continuar acontecendo.
Quero (e irei) continuar escrevendo muito sobre Percy, seu trabalho, forma de atuar, jeito de tocar sua vida, enfim, falar dele, um grande amigo, com um pé aqui no quintal caipira e outro na França, onde morou e guarda laços eternos. Dentre seus muitos amigos, um ele faz questão de citar e na abertura diz terem se falado recentemente, o escritor Ignácio Loyola Brandão. "Loyola foi meu vizinho, confidente, pessoa por quem não me canso de enaltacer. Não perco o contato com esse passado paulistano e desses eternos amigos", disse do amigo. Da obra do artista Percy, pouco posso escrever, além de dizer que gosto muito, pois não sou catedrático no assunto, mas me sinto bem tendo-a ao meu lado, pois com suas cores qualquer parede fica mais alegre e bonita. Qualquer dia desses conto histórias do Percy, com sua permissão. Havia dito a ele por e-mail, querer bebericar algo ao final da exposição. Enviou resposta em outro e-mail, com 20 fotos de motivos para não beber com amigos, todos com final de pura esbórnia. Nem isso será impedimento para tilintarmos os copos num desses botecos da vida. Ele, e eu, conhecemos alguns.
OBS.: Na única foto em que ele não está presente, a do lado esquerdo, a filha da Hilda, Hilda Campos, Emiliano e Vinagre, ex-Secretário Municipal de Cultura.

10 comentários:

  1. Duas citações desagradáveis em relação à mesma pessoa. Na primeira menospreza uma consagrada artista insinuando que deveria se contentar com uma notinha de divulgação na colunasocial do jornal e depois essa outra, ainda pior, para outro artista consagrado da cidade, perguntando a ele, quem ele copiava.
    Totalmente despreparada para a função que exerce. No mínimo deveria conhecer os artistas da cidade. Prepotência total. Muito fraca para a função, texto pífio.

    Quanto ao Percy, parabén pela volta por cima. Ele merece.

    Roberto G.

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  2. Certa vez em São Paulo no fim da decada de 80, encontrei Percy saindo de uma das unidades do Senac proximo a Av. Paulista, fui ao seu encontro, conversamos e perguntei: O que vc faz aqui?...e ele me disse: Estou começando uma exposição. Rntão tive o privilégio de ver o trabalho acompanhado pelo seu criador. E desde então me tornei seu fã e ficamos mais amigos.
    Admiro, essa enorme capacidade de superação e inovação a cada trabalho desse grande artista.
    Por isso ele vai a França mostrar o que o bauruense se esperneia para não ver, lá existe sede de cultura e respeito pelo artista.
    Parabéns, sempre!!
    Gilson Dias

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  4. Percy é um artista de grande valor, precisa ser mais valorizado, como toda classe artística bauruense, tão desprestigiada pelos atuais dirigentes públicos dessa cidade. Gente insensível não pode comandar algo tão sensível como os destinos culturais de uma cidade como Bauru. Chega de políticagem e vamos de uma vez por toda olhar a cultura com o devido respeito.

    Rosana

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  5. Não gente, eu n~çao cometi censura nenhuma no post retirado. Atendi um pedido do próprio Percy que se dizia infeliz em algumas colocações. Queria refazer o post. Atendi, como amigo que sou dele. Gostei de algumas colocações lá inseridas, como a frase do Borges e a alusão a algo que citaram dele, sobre o trabalho do artista: "E trabalha em que?". Ele deve recolocar nova postagem com tudo isso. Percy trava a boa luta contra os desmandos culturais a que somos submetidos.

    Um grande abraço direto do mafuá
    Henrique

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  6. Que pena não ter lido o comentário inicial do Percy. Gosto muito do trabalho desses injustiçados artistas bauruenses. Quando vejo suas obras expostas nessas grandes e luxuosas clínicas da cidade, sei o quanto foi regateado o preço até o mesmo ser comprado. A valorização é algo meio insipiente ainda por essas terras. A revolta do Percy é a revolta de todos nós. E não tem que ter vergonha, nem medo de dizer as coisas. Quem muito já sofreu, tem muita coisa para por pra fora.

    Regina

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  7. Quem é a tal Assessora de Imprensa que menospreza os atores culturais da cidade? Por que age dessa forma? Conhece ao menos as pessoas com quem trava diálogos pra lá de horrorosos?

    Que Percy, Henrique, Mariza Basso, Emiliano e todos os outros continuem nos deixando a par de tudo o que acontece naquele antes espaço de difusão cultural.

    Paulo Lima

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  8. Eu havia lido o comentário feito anteriormente pelo Percy e não via a necessidade de sua retirada.

    Percy, você é um artista fantástico e isso nos basta. Devemos nos orgulhar das suas obras expostas em nossa cidade.

    Ao reconhecer que foi infeliz em algumas colocações, sua atitude dignifica ainda mais sua pessoa, sensível não só na beleza transmitida nas telas e sim, também como ser humano que é, sujeito a erros e acertos na vida e exageros na escrita.

    Parabéns pela belíssima exposição.

    Um abraço

    Maria José

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Meu amigo virtual "francesolhosverdes", do PP, Nossa Senhora, que notícia desagradável ....
    Pelo contato que tivemos no msn, quero deixar aqui registrado que te admirei mesmo sem te conhecer, pela sua sensibilidade que pude perceber ao conversamos horas e horas,falando sobre astrologia, sobre seus planos e das suas frustrações, da opção de ser artista e não juiz como seu pai queria, ouvindo musicas de Chris Geith e Govi que me enviavas, quando falavamos das suas filhas Laura e Gabi, lindas pelas fotos, quando falavas da tua obra, dos teus projetos de vida, enfim...da tua tristeza com as 32 telas queimadas, e ainda pediste socorro a ela ...
    Pena que nos distanciamos, a nossa última conversa foi em 24/2 quando chovia torrencialmente em Bauru e ficaste sem energia, e o notebook caiu,
    SAUDADES DE ALGO QUE NÃO CHEGOU A SE CONCRETIZAR, saudades das tuas palavras, da maneira simples que vias a vida, leio e releio as nossas conversas, eras IMPAR!!! Puxa por que eu não esperei os dois meses que havíamos combinado que virias a POA??? Talvez isto não tivesse acontecido.

    Carminha

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