CRISE DE HONDURAS
O golpe militar e um governo ilegal persistem em Honduras. Muito a se lamentar. Na última sexta, em Editorial publicado no Jornal da Cidade, com o título acima, o professor da USC, Ney Vilela tenta demonstrar que tudo foi feito com embasamento legal. Não me segurei nas calças e enviei uma resposta para o JC, publicada hoje. O texto do Ney pode ser lido clicando a seguir e minha carta, logo abaixo:
Carta publicada hoje, 27/07/2009 -Crise de Honduras II
No editorial do JC de sábado, 25/07, “A crise de Honduras”, o autor, o professor de História Ney Vilela, rema contra a maré. Primeiro, algo meio que inconcebível, um professor de História defendendo golpes militares e dando voltas para tentar fundamentar sua pífia argumentação. Faz um arrazoado histórico até com certa procedência, mas quase no final do texto, algo repulsivo, quando diz: “ acho que Zelaya é um canalha oportunista”. De onde tirou isso? Talvez de sua convicção ideológica contrária a preceitos democráticos, ligada umbilicalmente ao neoliberalismo. Quer dizer que quando um país possui uma Constituição produzida por uma elite minoritária, nenhum governo legalmente eleito pode propor sua alteração? Pode e deve, devendo isso fazer parte do compromisso com a mudança, com a renovação e com o espírito democrático. Pelo visto o professor Vilela defende governos de uma minoria, em detrimento da participação da grande maioria da população, a massa dos desvalidos. Ensinar História dessa forma é o mesmo que jogar sujeira para debaixo do tapete. Na qualidade de ex-aluno da USC, quando tive aulas com professores muito responsáveis de sua missão educacional, repudio de forma veemente o que li, ainda mais porque o texto foi publicado no mesmo dia em que os mandatários de todos os países componentes do Mercosul, reunidos no Paraguai, haviam se posicionado coletivamente contrários ao golpe de estado. Foi uma pisada e tanto na bola.
No editorial do JC de sábado, 25/07, “A crise de Honduras”, o autor, o professor de História Ney Vilela, rema contra a maré. Primeiro, algo meio que inconcebível, um professor de História defendendo golpes militares e dando voltas para tentar fundamentar sua pífia argumentação. Faz um arrazoado histórico até com certa procedência, mas quase no final do texto, algo repulsivo, quando diz: “ acho que Zelaya é um canalha oportunista”. De onde tirou isso? Talvez de sua convicção ideológica contrária a preceitos democráticos, ligada umbilicalmente ao neoliberalismo. Quer dizer que quando um país possui uma Constituição produzida por uma elite minoritária, nenhum governo legalmente eleito pode propor sua alteração? Pode e deve, devendo isso fazer parte do compromisso com a mudança, com a renovação e com o espírito democrático. Pelo visto o professor Vilela defende governos de uma minoria, em detrimento da participação da grande maioria da população, a massa dos desvalidos. Ensinar História dessa forma é o mesmo que jogar sujeira para debaixo do tapete. Na qualidade de ex-aluno da USC, quando tive aulas com professores muito responsáveis de sua missão educacional, repudio de forma veemente o que li, ainda mais porque o texto foi publicado no mesmo dia em que os mandatários de todos os países componentes do Mercosul, reunidos no Paraguai, haviam se posicionado coletivamente contrários ao golpe de estado. Foi uma pisada e tanto na bola.
Eu não tenho mêdo do debate e de coisas adveras. Como sempre apregou meu filósofo de plantão, Vicente Matheu, "quem entra na chuva é para se queimar". Sabia que o troco viria e de forma deselegante, pois também o fui. Eis a resposta do sr Vilela. A conversa vai longe e não sei se o JC abriria espaço para réplicas e treplicas. Farei a minha, mas nem sei se serão publicadas. Leiam o texto do Vilela:
ResponderExcluir28/07/2009
Resposta do articulista
O senhor Henrique Perazzi de Aquino escreveu para o Jornal da Cidade, em 27 de julho, referindo-se a um artigo, de minha autoria. Segundo o senhor Perazzi de Aquino, eu sou “um professor de história defendendo golpes militares e dando voltas para tentar fundamentar pífia argumentação”, ao relatar a questão hondurenha. Em outro ponto de sua correspondência, contraditoriamente, o mesmo Perazzi de Aquino, que me acusou de defender golpes militares, afirmou que eu faço “um arrazoado histórico até com certa procedência”.
Bem, Perazzi de Aquino pode achar o que queira: mas não pode afirmar que eu defendo golpes militares, quando o artigo é frontalmente contra golpes militares, em geral, e contra o golpe hondurenho, em particular. Perazzi de Aquino acusa-me de “neoliberalismo”, ou seja, considera crime quem pensa de maneira diversa. Isso denota um autoritarismo perigoso. Além do mais, Perazzi errou: na verdade sou social-democrata.
Perazzi de Aquino propõe “que quando um país possui uma Constituição produzida por uma elite minoritária, um governo legalmente eleito pode propor sua alteração”. Pode e deve, eu diria, desde que as alterações sirvam ao futuro e não aos interesses do governante. Mudanças que ampliam o próprio mandato são, como escrevi no artigo sobre Honduras, oportunismo canalha. Ao final do texto, Perazzi de Aquino apresenta-se como ex-aluno da USC. Sugiro que, continuando a estudar, Perazzi de Aquino titule-se, e se torne, ele próprio, professor dessa grande instituição. Se Deus permitir, eu estarei lá para apoiá-lo e continuar fraternalmente o debate de idéias e o estudo profundo e produtivo.
Ney Vilela
Na mesma Tribuna de hoje, uma outra cartinha, bem ao estilo do texto do Vilela. Parece até amigo se condoendo com as dores do outro. Reproduzo aqui e comento tudo em outro Comentário:
ResponderExcluir28/07/2009
Vilela e Honduras
Apreciei muito o artigo do professor Ney Vilela, na coluna Opinião desse conceituado jornal, "A Crise de Honduras", onde destaca tudo aquilo que verdadeiramente a imprensa não comenta, nos apresentando um resumo do porquê o ex-presidente Manuel Zelaya fora deposto. Nos mostra que os hondurenhos, tidos como golpistas, na verdade não são. São apenas um povo, querendo e demonstrando ao mundo que não são uma "república de bananas", como é dito por aí afora, defendendo sua soberania e a verdadeira democracia, de ingerências externas, mais precisamente do presidente Chaves, da Venezuela, para que sua nação avance no cenário democrático internacional. Ora, um presidente eleito pelo voto direto, democraticamente, não pode depois agir de forma ditatorial, não respeitando os princípios constitucionais daquele país. Daí ocorreu a reação dos poderes constituídos (Congresso, Judiciário e Forças Armadas), para simplesmente defender a ordem democrática. Vemos, portanto, que não houve nenhum golpe militar, apenas ocorreu uma ação militar para defender a ordem constitucional, bem como a soberania de Honduras, o que é previsto na Carta Magna hondurenha e, dessa forma, tal ação não foi inconstitucional, pelo qual apenas disso e da volta do Zelaya ao poder, que discordo do nobre professor.
Honduras deu exemplo ao mundo e mais, à América Latina, por não permitir que pseudodemocráticos avancem e se tornem ditadores, através de artifícios que manipulem a opinião pública, a exemplo do Chaves (que por sinal já deu seu golpe militar no passado e atualmente através da manipulação constucional e, na verdade, atualmente a Venezuela não é um país democrático).
A OEA, por sua vez, tornou-se um grande sindicato desses governantes, preferindo se manifestar em apoio a ações verdadeiramente antidemocráticas do que realmente agir em favor do povo hondurenho,destacando se a população tem saúde, educação, moradia, o índice de violência e criminalidade, corrupção etc e exigir do governante melhorias desse porte, isso é o que importa e não ficar defendendo seu associados. A OEA perdeu sua finalidade e missão. Há que se perguntar, depois do exemplo que Honduras nos deu, quem é república de bananas?
Aparecido Doniseti Francelin
Vamos debater o assunto:
ResponderExcluir1. Demnocracia para muita gente só vale para os interesses que defendemos. Veja o caso do sr Francelin. Chuta o golpe de Chávez e não reconhece que a Venezuela é democrática nos dias atuais. Míope e dessa forma fica difícil debater, pois deixa claro ser contra governos de esquerda, democraticos ou não.
2. Para so sr Vilela, algo que não sabe. Não preciso de cátedra, muito menos almejo ocupar seu lugar, mesmo sabendo que algumas de suas aulas são usadas para divulgar as suas idéias (neoliberais ou social-democratas, tanto faz, pois no caso dele são idênticas, ao invés de repassar o conteúdo da matéria para seus alunos. Usar da cátedra, de doutorados mil para no fim tentar passar a sua ideologia como a definitiva e mais acertada é algo que com certeza não faria diante de alunos.
3. O arrazoado que afirmei ter alguma correção foi o pequeno histórico, que antecedeu as sandices finais. Ia indo tão bem e depois o bolo desandou. A ideologia falou mais alto e não resistindo mostrou todo seu partidarismo.
Estou viahando hoje, fora de Bauru. Depois comento mais.
Abracitos prudentinos a todos
Henrique P. de Aquino
o JN quando falou sobre Honduras assim se referiu : "Zelaya o presidente que foi deposto por querer mudar a constituição para se favorecer.... "
ResponderExcluiré isso aí , tempo de resistência !!!
MARCELO CAVINATTO