sexta-feira, 10 de julho de 2009

UMA MÚSICA (47)

NÃO VOU PRO CEÚ, MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO - JOÃO BOSCO
Gostar de músicas diferenciadas dá um trabalhão danado. Viajo nesses dias pelo estado do Rio vendendo meus caraminguás. Encontro algo precioso no Kafofo Discos (escrevo desse sacrosanto lugar qualquer dia desses), o novo CD do João Bosco (não é aquele que faz dupla com Vinicius, é o que faz com Aldir Blanc, Moacyr Luz, Nei Lopes e a nata da MPB). Compro seu recém lançado CD, pela Universal Music, com o título aí de cima. Uma preciosidade sem fim, pois em quatro letras o retorno da parceria consagrada com Aldir. Isso eu vou ouvir até gastar, pois deve ser pra lá de bom. Cliquei João Bosco no google e arrepiei, pois surgiram muitas coisas daquele sertabrega dos infernos. Tento espairecer e clico no site do JC de hoje, na Entrelinhas e lá está algo a me inquietar. Mais ou menos isso: A Secretária Pollyanna será defenestrada do cargo hoje, pois ousou assumir um cargo designado para um partido político e logo a seguir demitiu do cargo uma pessoa indicada por esse partido, no caso o PT. Chamam isso de governabilidade, ou seja, você assume um cargo e não pode alterar nem uma vírgula da estrutura encontrada, pois do contrário, quem sai do cargo é tu. Esse é a nossa democracia. Aliás, se isso for democracia, não estamos nela. Bom gente, deixa eu trabalhar, pois tenho que cobrir minha conta e ficar agitando os bastidores inóspitos da política nativa não irá resolver meu problema de insolvência financeira. O que me salvará nesse final de semana é isso que faço nas horas vagas, revendo pessoas, lugares e convivendo com o lado bom desse mundo. Na segunda estou de volta em Bauru e comento mais de nossas coisas. Viajem comigo pelo novo som do João Bosco (o original), na letra com Aldir, "Sonho de Caramujo":

"Nem menino eu era garotinho/ Vivia adulto sozinho/ Eu nunca fui aonde eu ia/ Andava em má companhia/ Entrava no livro que lia e fugia.
Neguinho me vendo em Quixeramobim/ E eu andando de elefante em Bombaim.
Cumpri o astral de caramujo musical/ Hoje eu gripo ou canto/ Não vou pro céu, mas já vivo no chão/ Eu moro dentro da casca do meu violão".

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