Mafuá do HPA

CENA BAURUENSE (41)

O REGISTRO DAS PESSOAS NO ENCONTRO FÉRREO DE SÁBADO

Contribuir para elaboração de um grandioso evento é algo que exige dedicação. Foi o que fiz, ao lado de uma turma de abnegados amantes da ferrovia. Hoje, das 7h30 às 20h40 (cheguei em casa um caco, mas feliz, por volta das 21h), permaneci na estação central de Bauru, participando de forma ativa no II Encontro Histório Ferroviário e de Ferromodelismo de Bauru. Meu registro de hoje é algo para celebrar o reencontro com as pessoas, a boa convivência com alguns que gostam de algo que também gosto, o papo agradável e conhecer muita gente nova (nova para mim). Fiz isso durante o dia todo e isso propicia um prazer muito grande, um contentamento que não tem preço. Dia desses, uma amiga ao me ver envolvido com meus textos diários no blog, veio com essa: "Mas você ganha alguma coisa com isso?". Minha resposta foi das mais simples, direta e nem sei ao certo se a magoei: "Materialmente não ganho nada, mas ganho muito, pois faço por que gosto, me realizo e isso me estimula a continuar agindo como sempre fiz e toquei minha vida até hoje". Hoje revivi isso, pois passei um dia inteiro, cansei e num certo momento, disse ao Bagnato (outro lunático, que certamente colocará algum do bolso no fim desse evento): "Coloquei um marcador de quilometragem nos meus pés e já passei dos 22km rodados". E isso quando ainda estávamos por volta das 14h. Cansado, fui até o fim, mas revigorado, recarregado e louco para desmaiar, pois amanhã, domingo, tudo irá se repetir. Por volta das 19h30, o encerramento do dia com a peça teatral "O último vagão".

Vamos ao registro das pessoas. Na primeira meu amigo Valtinho, literalmente trepado defronte a estação, fixando um banner, bem no começo da manhã. Na do lado, Jóia, filho do seu Zé do Skinão, paramentado para revender os Baurus originais (eu comi dois, o filho mais dois - esse nosso almoço). Silvio, do Cine Clube Aldire Guedes, um que ficou quase o dia todo comandando os filmes, todos com temátrica ferroviária, numa sala linda, com bancos estofados, cedidos pela SEAR. Marivaldo e Gonçalez, ambos desenhistas de mão cheia, com exposições de desenhos variados e fazendo caricaturas ao vivo, tudo a módicos preços (o do meio, segurado uma tela do Marivaldo sou eu). Levi Ramiro, o violeiro de Pirajuí e do mundo, chegou cansado de um show em Londrina e ficou o dia todo papeando e só foi embora quando comeu um Bauru recheado com muito queijo e esqueceu que isso lhe fazia mal. Acabou indo descansar no hotel e amanhã dá uma canja por volta das 15h (imperdível). Alex, o "Amiguinho" é maquinista da ALL e chegou lá comandando um maquinão e o fez para abraçar a mãe, dona Leoni, que na parte da manhã havia recebido uma homenagem por 30 anos telegrafando na Cia Paulista (o meninão de branco é meu filho e ficou parte da tarde por lá, ao meu lado, após sair da escola). Os irmãos Boteon, de Lençóis Paulista, repetiram a dose do ano passado e trouxeram verdadeiras relíquias, peças miniaturizadas em escala, réplicas perfeitas de locomotivas de verdade. Conversar com ambos é algo muito rico e de um deles ouço um desabafo: "Triste mesmo é não perceber ninguém dessa nova geração querendo dar continuidade nisso que fazemos. A meninada de hoje quer tudo muito rápido. O dedo deles, o que tecla o mouse, daqui a alguns anos irá crescer mais que os outros, fruto desse uso desmedido e desenfreado". Por último uma foto do Ricardo Bagnato, o grande idealizador do evento, num raro momento de um breve descanso (constatem sua cara de cansado e tenham certeza, estava com uma bem idêntica).

O decreto de desapropriação foi assinado pelo prefeito, o presidente da Câmara confirmou a compra dos outros 50%, muita gente esteve por lá. Poderia escrever muito mais, mas os olhos estão a fechar. Amanhã, volto com mais fotos e mostro a cara de algumas pessoas que marcaram o domingo.