sábado, 14 de novembro de 2009

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (07)

CONTINUÍSMO EXPLÍCITO NA OAB É SÓ UM MERO DETALHE
Ligo meu radinho na manhã de sexta e estou ouvindo o Informa Som, na FM94, quando algo me chama a atenção. Uma entrevista com a atual presidente da regional da OAB Bauru, Caio Augusto Silva dos Santos. Ele tenta a reeleição para entidade e sofre críticas, exatamente pelo fato de disputar a reeleição. Dizem que a entidade, por tudo o que já representou, deveria ser um exemplo para a nação e provocar sempre a rotatividade de comando. Ouvi isso do Paulo Sérgio Simonetti, dias atrás no mesmo programa. É certo que a OAB não é nem sombra do que já foi no passado, pois hoje preferem atuar em ações como a do tipo “Cansei”, ao lado da elite e de grupos minoritários. Outros tempos, outras personalidades...

O candidato apregoa o que fez e suas pretensões futuras, caso convença os advogados a votarem novamente nele. Num certo momento, algo sobre a reeleição. Captei mais ou menos isso: “Nós, na qualidade de advogados, pessoas com conhecimento e discernimento de nossas ações, com estudos continuados, podemos sim disputar reeleições, pois não estaremos votando seguindo anseios de outrem ou ludibriados por campanhas enganatórias. O advogado tem capacidade intelectual suficiente para saber a quem destinar seu voto”.

Fiquei pasmo pelo discurso do dito cujo. Por sorte, ali presente, o jornalista Luiz Roberto Tizoco, fazendo o brilhante e pertinente papel de um audaz e saudoso Ernesto Varela, desfere um pergunta certeira e única: “Então, quem possui curso superior, portanto inteligente, pode disputar reeleições, já os menos letrados não, pois são facilmente enganados. É isso?”. Sem enrubescer e com o mesmo discurso empolado, continuou afirmando que é isso mesmo, sem tirar nem por: "Na Ordem trata-se de um eleitorado com "formação superior" e com o "dever de defender os direitos de cidadania das pessoas". Imediatamente fui até quarto de minha mãe e permaneci ajoelhado no genuflexório, em plena e absoluta contrição, até o final do programa.

Tá tudo explicado e essa fala demonstra algo que já tinha certeza. Os ricos, letrados, os que se intitulam mais preparados, se acham enviados diretos dos céus, tudo podendo, enquanto que a turba, segundo eles, menos preparada e por "eles" considerada desqualificada e sem entendimento de nada à sua volta, deveriam levar uma vida resignada e muito feliz, pois estariam sendo comandados, quase por Direito Divino, pelos mais preparados, que cuidariam melhor de suas vidas do que eles proprios. É daqueles que não aceitam nem tocar no tema de reeleição de Lula, mas adorariam se Uribe conseguisse esse intento, afinal, trata-se de um letrado, um preparado... Entendi direitinho esses ecos advindos da gestão D’Urso na OAB. Uma pena não ser advogado, pois depois dessa, com a mais absoluta certeza, cravaria meu voto no candidato adversário e em nenhum deles, se esse pensasse do mesmo jeito. Salve Tizoco e seu espírito Varela!
Em tempo: A foto maior, do Caio é do site da 94FM (www.94fm.com.br) e para lerem o "Cansei do D'Urso", cliquem nele e ele ficará imenso diante dos seus olhos.

3 comentários:

  1. Nossa, como o poder gera tesão, né?
    Vejo pela Cohab, que fui demitido como assessor pela segunda vez, em menos de 10 meses, com vingança, perseguição, por pessoas que adoraram o gostinho dos podres poderes...

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  2. Henrique

    Li seu texto ontem e ao abrir o Bom Dia de hoje a continuação da história, com uma seção que eles criaram lá na seção de cartas, o Leitor entrevista. Na de hoje, o Caio entrevista justamente o D'Urso. São três perguntas e uma delas trsncrevo aqui:

    "Caio: Por que um terceiro mandato seria ruim para o Brasil e não é rium para a OAB?
    D'Urso: É completamente diferente. Em primeiro lugar porque o terceiro mandato para presidente da república é proibido. No nosso caso, a lei permite porque rfelete a vontade dos nossos pares. Portanto, a advocacia admite essa possibilidade e traduz isso em lei. Quando nós tratamos de presidente da República, nósestamos falando de poder público. Na OAB, trata-se da administração de uma entidade de classe, onde não há, inclusive, um centavo de dinheiro público. E aí reside o terceiro ponto de diferença: lá é gestão de dinheiro público; aqui é gestão de dinheiro privado. Lá são quatro anos; aqui três. E a última diferença: se terceiro mandato houvesse no Brasil teria que se mudar a regra do jogo e no nosso caso eu não mudei regra alguma".

    Entenderam? Explicações para o inexplicácel. Uns podem, outros não. Não me convence nem um pouco.

    Antonio Rodrigues

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  3. Henrique

    Acabo de escutar op InformaSom de hoje e lá eles leram seu texto aqui publicado, entre risos, principalmente na parte do genuflexório. Tizoco riu da sua preocupação, "talvez pelo fato de não ter um monte de diplomas" e Paulo Sérgio concordou que "Caio deu uma grande pisada na bola".

    Como sei que deves estar na estrada e não deve ter ouvido, escrevo para registrar o fato.

    Marisa

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