DUKA E SUA GREVE DE FOME: PREPARAÇÕES, CONSEQUÊNCIAS E COMPARAÇÕES
Duílio Antonio Duka de Souza, 57 anos é professor de História na Rede Estadual de Ensino. Está em vias de se aposentar (talvez em 2010), mas como continua sendo injustiçado e maltratado pelos dirigentes da educação estadual, sob o comando o PSDB (o jeito tucano de governar), aqueles que só resolvem suas pendências sob pressão (igual a uma panela de pressão sob o fogo, sempre fervente), está iniciando uma outra forma de conseguir ser ouvido e respeitado.
Após esgotar todas as possibilidades de diálogo (não existentes) sob pendências em seus rendimentos, toma uma drástica medida. Está entrando em GREVE DE FOME, por tempo indeterminado, a partir de hoje, 09/11, segunda, 7h da manhã, resistindo até o momento em que o Estado e a Secretaria de Educação resolverem, como mandarins da vida financeira de cada servidor, pagar o que lhe devem e justificar o motivo dos atrasos. A questão não é só financeira e sim, mais de DENÚNCIA de uma prática irracional, pois além de todo servidor não passar de um mero número, não existe a menor sensibilidade com a vida pessoal de cada um. A greve é algo extremo, mas muito válido, pois se é essa a linguagem que “eles” entendam, que assim seja feito, com muito barulho e estardalhaço. E muita dramaticidade.
Reproduzo dois trechos de textos divulgados por ele. No primeiro, um “Comunicado” dirigido à população: “Como se não bastasse a pressão vivida pelos professores com as medidas adotadas pela Secretaria de Estado da Educação com cobranças absurdas e, a falta de um reajuste salarial concreto, além de um vale alimentação vergonhoso de apenas R$ 4,00, eu não posso aceitar mais essa violência que é ficar sem receber o meu devido salário, fruto de sangue, suor e lágrima no exercício do meu trabalho. Trabalho esse, em que a minha própria vida esteve em risco, quando capotei meu carro, no dia 02/09/2009, recém comprado com financiamento de 60 parcelas de R$ 480,00, tendo pago na ocasião, apenas a primeira parcela. Com perda quase total e um prejuízo de aproximadamente R$ 9.000,00, do qual espero recorrer, pois estava a caminho da escola”.
No segundo, extraída de um “Ofício” dirigido à escola sede de suas aulas, no Bauru 2000: “Assim, considerando que, se tenho compromisso com a política educacional do governo do Estado de São Paulo, como profissional responsável que sou o mínimo que espero do governo do Estado de São Paulo é o compromisso moral, ao menos, com o pagamento em dia a este profissional que trabalha. Isto posto, não aceito a justificativa de que é problema do “sistema”, pois entendo que o “sistema” não ministra aulas, não fica com falta, não sofre acidente de trabalho, não chora nem sorri, não fica doente, não tem contas a pagar. Finalmente, entendo que não é o homem que tem que se submeter à maquina e sim a máquina se submeter ao homem”.
A situação está exposta e o que Duka está a fazer é de uma coragem pouco vista hoje em dia. Nos sentimos humilhados constantemente, mas quase sem condições de reagir, de buscar nossos direitos. Ainda outro dia, ouço uma orientação de um servidor público sobre o melhor procedimento para obter algo do Governo Estadual: “Não faça Boletim de Ocorrência, pois isso qualquer juiz desconsidera facilmente. O que vale mesmo é uma Ação Cautelar Indenizatória contra o Estado, inclusive pleiteando Danos Morais e Financeiros”. Duka assim está procedendo, via advogados da Apeoesp, o Sindicato dos Professores Públicos do Estado de SP. Por outro lado, numa situação similar aqui em Bauru, uma munícipe, a servidora municipal Andréia Ortolani, quando lhe foi negada que o pai (já falecido) tivesse um tratamento digno e medicamentos de alto custo, esgotada as vias ditas normais, fez uma greve de fome diante do órgão público da saúde e em menos de três dias encontraram uma solução para seu caso. Duka não radicalizou, o que está a fazer é exigir que seus direitos sejam respeitados. Chegou ao seu limite e conta com o apoio de colegas, alunos e amigos.
Essa é a situação da política pública do PSDB para governar o Estado mais rico da Federação, São Paulo. Observem algo ocorrido aqui em Bauru com o Escândalo da AHB – Associação Hospitalar de Bauru, onde seis pessoas fizeram uso indiscriminados de verbas públicas, num montante que já ultrapassa R$ 16 milhões, todas muito próximas do deputado estadual Pedro Tobias. Não pensaram um só momento na saúde da população assistida pelos Hospitais e montaram um grande esquema de corrupção, onde cada vez exigiam mais. Pegos em flagrante, foram presos e soltos logo no dia seguinte e o mais difícil será a devolução do que foi subtraído de forma ilícita. Nem presos estão, porém milionários. No outro lado da questão, histórias como a do professor Duka se repetem, com servidores tendo que se humilhar e entrar na justiça para o cumprimento de compromissos estatutários. Brigam todos por “merrecas”, meras “migalhas” diante de montantes inimagináveis que continuam a ser subtraídos dos cofres públicos de forma repetida e continuada. Estarei ao lado do amigo Duka, darei meu quinhão de contribuição distribuindo cópia de seus comunicados e acompanhando sua luta lá na barraca montada defronte sua escola. Ontem, quando ele preparava os apetrechos para o início de algo a se saber como começa e não como termina, passei boa parte do dia ao seu lado, preparando a “tralha” para o dia de hoje (algumas fotos publicadas). Admiro cada vez mais a coragem, abnegação e honestidade de Duka. Temo por ele, pois sei que quando se propôs a fazer uma Greve de Fome, será levada até as últimas conseqüências e quanto maior durabilidade essa tiver, maior sofrimento para ele e preocupação em todos que o admiram. Que sua luta sirva para tornar mais humana a relação entre um órgão público e seus subordinados. Torço por isso.
Duílio Antonio Duka de Souza, 57 anos é professor de História na Rede Estadual de Ensino. Está em vias de se aposentar (talvez em 2010), mas como continua sendo injustiçado e maltratado pelos dirigentes da educação estadual, sob o comando o PSDB (o jeito tucano de governar), aqueles que só resolvem suas pendências sob pressão (igual a uma panela de pressão sob o fogo, sempre fervente), está iniciando uma outra forma de conseguir ser ouvido e respeitado.
Após esgotar todas as possibilidades de diálogo (não existentes) sob pendências em seus rendimentos, toma uma drástica medida. Está entrando em GREVE DE FOME, por tempo indeterminado, a partir de hoje, 09/11, segunda, 7h da manhã, resistindo até o momento em que o Estado e a Secretaria de Educação resolverem, como mandarins da vida financeira de cada servidor, pagar o que lhe devem e justificar o motivo dos atrasos. A questão não é só financeira e sim, mais de DENÚNCIA de uma prática irracional, pois além de todo servidor não passar de um mero número, não existe a menor sensibilidade com a vida pessoal de cada um. A greve é algo extremo, mas muito válido, pois se é essa a linguagem que “eles” entendam, que assim seja feito, com muito barulho e estardalhaço. E muita dramaticidade.
Reproduzo dois trechos de textos divulgados por ele. No primeiro, um “Comunicado” dirigido à população: “Como se não bastasse a pressão vivida pelos professores com as medidas adotadas pela Secretaria de Estado da Educação com cobranças absurdas e, a falta de um reajuste salarial concreto, além de um vale alimentação vergonhoso de apenas R$ 4,00, eu não posso aceitar mais essa violência que é ficar sem receber o meu devido salário, fruto de sangue, suor e lágrima no exercício do meu trabalho. Trabalho esse, em que a minha própria vida esteve em risco, quando capotei meu carro, no dia 02/09/2009, recém comprado com financiamento de 60 parcelas de R$ 480,00, tendo pago na ocasião, apenas a primeira parcela. Com perda quase total e um prejuízo de aproximadamente R$ 9.000,00, do qual espero recorrer, pois estava a caminho da escola”.
No segundo, extraída de um “Ofício” dirigido à escola sede de suas aulas, no Bauru 2000: “Assim, considerando que, se tenho compromisso com a política educacional do governo do Estado de São Paulo, como profissional responsável que sou o mínimo que espero do governo do Estado de São Paulo é o compromisso moral, ao menos, com o pagamento em dia a este profissional que trabalha. Isto posto, não aceito a justificativa de que é problema do “sistema”, pois entendo que o “sistema” não ministra aulas, não fica com falta, não sofre acidente de trabalho, não chora nem sorri, não fica doente, não tem contas a pagar. Finalmente, entendo que não é o homem que tem que se submeter à maquina e sim a máquina se submeter ao homem”.
A situação está exposta e o que Duka está a fazer é de uma coragem pouco vista hoje em dia. Nos sentimos humilhados constantemente, mas quase sem condições de reagir, de buscar nossos direitos. Ainda outro dia, ouço uma orientação de um servidor público sobre o melhor procedimento para obter algo do Governo Estadual: “Não faça Boletim de Ocorrência, pois isso qualquer juiz desconsidera facilmente. O que vale mesmo é uma Ação Cautelar Indenizatória contra o Estado, inclusive pleiteando Danos Morais e Financeiros”. Duka assim está procedendo, via advogados da Apeoesp, o Sindicato dos Professores Públicos do Estado de SP. Por outro lado, numa situação similar aqui em Bauru, uma munícipe, a servidora municipal Andréia Ortolani, quando lhe foi negada que o pai (já falecido) tivesse um tratamento digno e medicamentos de alto custo, esgotada as vias ditas normais, fez uma greve de fome diante do órgão público da saúde e em menos de três dias encontraram uma solução para seu caso. Duka não radicalizou, o que está a fazer é exigir que seus direitos sejam respeitados. Chegou ao seu limite e conta com o apoio de colegas, alunos e amigos.
Essa é a situação da política pública do PSDB para governar o Estado mais rico da Federação, São Paulo. Observem algo ocorrido aqui em Bauru com o Escândalo da AHB – Associação Hospitalar de Bauru, onde seis pessoas fizeram uso indiscriminados de verbas públicas, num montante que já ultrapassa R$ 16 milhões, todas muito próximas do deputado estadual Pedro Tobias. Não pensaram um só momento na saúde da população assistida pelos Hospitais e montaram um grande esquema de corrupção, onde cada vez exigiam mais. Pegos em flagrante, foram presos e soltos logo no dia seguinte e o mais difícil será a devolução do que foi subtraído de forma ilícita. Nem presos estão, porém milionários. No outro lado da questão, histórias como a do professor Duka se repetem, com servidores tendo que se humilhar e entrar na justiça para o cumprimento de compromissos estatutários. Brigam todos por “merrecas”, meras “migalhas” diante de montantes inimagináveis que continuam a ser subtraídos dos cofres públicos de forma repetida e continuada. Estarei ao lado do amigo Duka, darei meu quinhão de contribuição distribuindo cópia de seus comunicados e acompanhando sua luta lá na barraca montada defronte sua escola. Ontem, quando ele preparava os apetrechos para o início de algo a se saber como começa e não como termina, passei boa parte do dia ao seu lado, preparando a “tralha” para o dia de hoje (algumas fotos publicadas). Admiro cada vez mais a coragem, abnegação e honestidade de Duka. Temo por ele, pois sei que quando se propôs a fazer uma Greve de Fome, será levada até as últimas conseqüências e quanto maior durabilidade essa tiver, maior sofrimento para ele e preocupação em todos que o admiram. Que sua luta sirva para tornar mais humana a relação entre um órgão público e seus subordinados. Torço por isso.
OBS.: Na última foto, Duka, sua filha Marília (15 anos) e a ex-esposa Nilma, no SESC, na última sexta, quando lá esteve levando seus alunos para uma palestra e exposição.
Estimado Henrique, que situação! Transmita ao irmão Duca, a minha solidariedade. O gesto desse denuncia a gravidade do caso. Eu já passei por isso, em outras circunstancias e compreendo o ato de nosso Duca. Prezado Henrique, estou aqui a postos e à disposição. Transmita o meu abraço afetuoso à ele e à amada dele. Fraternalmente, deputado Vicentinho.
ResponderExcluirEnviado do meu BlackBerry® da TIM
COM CERTEZA PASSAREI POR LÁ HJ PARA DAR O APOIO QUE FOR NECESSÁRIO,
ResponderExcluirQUANTO AO GOVERNO DO ESTADO SÓ POSSO DIZER QUE É UMA PIADA!!!!!!!
MARCO ANTONIO SANTANA
HENRIQUE,
ResponderExcluiro que esperar de Governos Federal (INSS - FHC e LULA) e Estadual (IPESP) que MASSACRAM os Professores Aposentados.
Precisa ver minhas aposentadorias da USC (INSS) e ESTADO (IPESP).
Não espero mais nada deles...
Torço pelo meu biógrafo...é muito tarde para procurar outra profissão...
Abs.
MURICY
ps - para sua informação, quando terminei o 3o. Clássico no Instituto Ernesto Monte, estava entre cursar Direito na ITE e Geografia e História na FAFIL. Meu vizinho de frente era o Prof. José de Morais Pacheco que disse: faça FAFIL, pois o prof. catedrático do ensino médio (ele era) ganha mais do que Juiz e Promotor...Optei ! Caso contrário, hoje seria um Desembargador Aposentado, pois quem passou em Con curso de História presidido por Sérgio Buarque de Hollanda (de 250 licenciados, passaram 11 e eu em 3o. lugar), passaria folgado para Juiz ou Promotor...Eis uma história de caminho errado...