A HISTÓRIA DO CACHORRO DO HENRIQUE – UMA SAGA EM QUATRO DIAS
Epa! Acho que comecei errado. Ficou meio no duplo-sentido e não gosto muito disso. Explico. O cachorro é o PIMPA (nada com a minha pessoa), meu cocker, de 13 anos, caramelo, que com minha separação ficou com a Cleonice, a ex-esposa (uma grande amiga) e com o filho, também Henrique. Sendo assim, acho que nem é mais meu, mas ainda assim considero. Passo sempre por lá, para vê-los e do cachorro, sempre uma festança, pois rolamos juntos no quintal. Volto sempre amarfanhado e cheio de pelos. Ganhamos o Pimpa com alguns meses e nós três pegamos sarna do bichinho (ele veio infectado). Cresceu ao nosso lado e ouvia minhas músicas, deitado ao meu lado, de barriga para cima, acho que em êxtase. Não tem como não gostar desses danadinhos. Muitas histórias.
A mais nova é essa, sexta à noite, 27/11, um portão aberto e ele some como o vento. A Cleo e o filho, mais cunhados ficaram boa parte da noite a sua procura. Nada. Desistiram com a chuva, por volta das 4h da manhã. Sou avisado no sábado cedo e junto do filho fixamos vinte cartazes pelo bairro todo, além de abordagens variadas. Nada. Vizinhos ajudam, amigos são acionados e nem sinal. Tudo se repete no domingo e na segunda. Pelos telefones junto ao cartaz recebemos até um pedido de resgate: “Vou aí para acertar o valor que podem me pagar”. Não apareceu, mas assustou. Não desistimos, mas...
Na terça, 01/12 leio num Comentário do blog, feito pelo amigo Wellington Leite sobre um trabalho desenvolvido pelo jornalista César Savi, que distribui informações de animais desaparecidos em listas na internet. Passo e-mail, com foto e características, logo a seguir, em menos de duas horas, a primeira ligação, da Cláudia Ceron Alcazar, que havia recebido e-mail de alguém localizando um parecido com o meu, às margens da rodovia Marechal Rondon na manhã do dia 28. Ligo para a pessoa, o Paulo Giorgi e fico sabendo que ele é de Marília, distante 100 km daqui. Tudo leva a crer ser o Pimpa. Quando me conta como encontrou o cachorro, demoro a acreditar. Ele e a esposa, Juliana, saem de Marília no sábado cedo, foram até Pompéia (distante 30 km de lá) deixar seu cão com a sogra, passam novamente em Marília, pois em São Paulo teriam dificuldades em hospedá-lo. Em Bauru, ao passarem pelo trevo vindo de Marília, adentram a Rondon e vislumbram um cão bem tratado, perdido na beirada da rodovia. Entram no primeiro retorno (ele estava do outro lado da pista), colocam-no todo sujo no carro e vão até o bairro ao lado, o Gasparini, tentar localizar seu dono. Entram em alguns bares, perguntam e nada. Diante do atraso decidem levar o cão com eles para São Paulo. Param no Graal Sem Limites compram ração, um tapete e extenuado, o cão viaja tranqüilo. Em São Paulo, se hospedam no Íbis Hotel, no Morumbi e arrumam um veterinário ali perto para pernoite do animal. No domingo passeiam com ele, já encoleirado, diante do Morumbi Shopping e retornam. Sofrem um pouco, pois ele mais descansado, late quase que o trecho todo. Adentram o mesmo bairro, próximo de onde foi encontrado e debaixo de muita chuva, perguntam aqui e ali, nada. Levam o cão com eles até sua residência, em Marília.
Faltava confirmar ser o meu cão. Paulo estava fora de sua casa, mas a confirmação tive logo a seguir, pois a Cláudia liga novamente e passa a foto que o Paulo tirou no seu quintal e espalhou aqui por Bauru (rádios, firmas de animais, etc). Era ele, ligo para o Paulo e para o filho e a Cleo. Recebo mais quatro ligações de gente dizendo se já tinha feito o contato com o Paulo (que bela corrente, gente!). Radiantes, na noite de terça vamos buscá-lo na casa do casal mariliense. Ficamos encantados com o que haviam feito, a forma como cuidaram do animal, algo realmente diferenciado. O reencontro foi muito bom. Ele, lá velhinho, com aquele seu jeitão mequetréfico ficou ao nosso lado e posou para fotos do BOM DIA de Marília (acho que sai algo no daqui também), feitas pelo fotógrafo Ricardo Shimizu. O inusitado foi isso, a viagem realizada, os quilômetros rodados e uma rede que até então desconhecia de localização de animais. César Savi e sua esposa, a Gil Mary merecem aplausos efusivos pelo que estão fazendo e o site Mania de Cão (http://www.maniadecao.com.br/ ), na mesma linha, onde os anúncios e classificados são gratuitos. Ganhamos novos amigos, conhecemos algo de muito bom rolando nos bastidores da cidade e melhor que tudo, estamos novamente com nosso Pimpa. Um velhinho, já meio lento nas ações (agora muito viajado), mas merecedor de um amor desmedido de todos nós. O desfecho e a história toda ficarão para sempre guardados em nossa memória como algo a provar que a solidariedade ainda é a solução pra muitos de nossos problemas. Principalmente nas relações entre nós, os humanos e animais ditos racionais.
Com um abraço no Pimpa.
ResponderExcluirAbraços do Francisco Bonadio Costa, São Paulo, capital.
Caramba, dá um filme hein amigo, "Pimpa e nós?"
ResponderExcluirabraços, amo animais!
Bela história, Henrique!!
ResponderExcluirLegal também divulgar o trabalho do César Savi, que tem ajudado muitas famílias!
Abração
W.Leite
Henrique,
ResponderExcluirÉ uma linda história e várias pessoas que se preocupam com o bem estar dos nossos animais e outros tantos que precisam da nossa ajuda.
Todos os dias faço levantamento através do JC + Mania de Cão e emails de sos, de animais achados/perdidos e encaminho à ONG que repassa para outros tantos emails. Nem sempre a gente tem final feliz, pois temos pessoas ganaciosas que são capazes de ganhar $$ vendendo o animal que não pertence. Explicando: a pessoa recolhe o cão perdido, anuncia, aparece quem não é o dono e esse cão nunca + é encontrado.
Sorte do Pimpa...
Katuió
Henrique,
ResponderExcluirDepois de ler essa história linda do Pimpa, dá uma vontade de voltar a ter esperança no ser humano...
Esse casal que acolheu o Pimpa é uma par de anjos. Quem disse que anjos não existem??
Beijos
Lilian
Nossa! Dei uma olhada geral no seu blog. Quanta coisa interessante. Vou parar pra ler pelo menos um dia de cada, pois o tempo aqui é meio escasso.
ResponderExcluirAcabei de ler a homenagem à Dona Rute. Se eu não me engano, é ela que mora nos arredores da minha casa. Moro no Jd Améria e ela mora no Jd Europa. Ela sempre passeia com seu lindo cachorro Rex. Posso estar enganada, mas é uma senhora muito parecida com a das fotos. Será que voce pode me confirmar isso?
Percebi, passando de relance, que voce gosta do Lula, mas, como respeito demais as opiniões adversas, isso não interferirá nessa nossa nova amizade virtual. Gostei demais de seus outros assuntos e os lerei sem falta.
Beijão
Lilian
Oi Henrique! Acabo de ler o seu post! Adorei! Você é um escritor de verdade! Olha me faz um favor? O nome correto da minha esposa é Juliana, acho que você se confundiu e lá no blog acabou ficando Luciana! Vou mandar o link para os meus amigos!
ResponderExcluirUm grande abraço!!
Paulo Giorgi
caro Paulo Giorgi
ResponderExcluirDesculpe nossa falha.
No blog já está corrigido.
Continuem sendo sensíveis, pois só temos a ganhar agindo assim. Com certeza ganharam uma legião de admiradores por aqui. Pelo que sei o BOM DIA já está preparando uma matéria sobre o inusitado, pois agindo assim demonstraram para todos a grandiosidade do casal.
Abracitos do Henrique, direto do mafuá
Oi Henrique!
ResponderExcluirQue bacana isso que você fez, montar a história do Pimpa e colocar no blog!
Encaminhei para várias pessoas, pois é sempre bom ver/ler que ainda tem gente que gosta de verdade e se importa com os animais!!
O Pimpa não tem medalhinha de indentificação? Isso ajuda bastante. É claro que muita gente encontra cães perdidos e não devolve ou acaba vendendo, se for de raça, mas se alguém decente recolhe, é mais fácil encontrar o dono!
Na Agrosolo tem bastante medalhinhas de aço para vender.
Aqui em Bauru tem muitos lugares que gravam, mas os preço variam bastante, de R$3,00 a R$15,00!
Na Rua Cussy Junior, quadra 10, tem uma joalheira chama Estrela, eles cobram R$ 4,00 para gravar e fica pronto rápido.
Vi as fotos do reencontro com o Pimpa, ele deve ter ficado muito alegre!!!
Abraços e um ótimo final de semana!
Claudia Ceron Alcazar
Sr. Henrique,
ResponderExcluirQue história fantástica! Que delícia saber que duas almas brilhantes como a desse casal se colocaram no caminho do Pimpa, que tem o mesmo nome de um gato amarelo que foi meu companheirão por anos. E que coisa maravilhosa saber que nossas redes estão se ampliando e se fortalecendo há cada dia!
Bom demais! Prá mim, notícia como essa é como se o Papai Noel chegasse antes! Aproveito para convidar o Sr. e toda sua família para o evento que se realizará em Piratininga semana que vem: o ECORRETO e no qual as ONGs protetoras dos animais terão o seu trabalho exibido à comunidade. Mais informações em www.ecorreto.org
Abraços
Marta Caputo
Coordenadora Geral
http://www.ecorreto.org
Visite nossa comunidade
http://www.ecorreto.ning.com
8 ecorreto@ecorreto.org
9 (14) 3204-1749
Os bichos são mais humanos?
ResponderExcluirOu seria:
"Às vezes os humanos são bichos".
Em outras vezes
HUMANOS SÃO HUMANOS.
Francisco Bonadio Costa
Agradeço sua generosa citação no caso do Pimpa. A minha anônima função é enviar e-mails sobre cães perdidos, para adoções e gatos para adoções. Num dia o total foi de 16 casos. Inacreditável, inclusive com sequestro e pedido de resgate que foi pago. Só quem tem cachorro, gato e afins pode avaliar o trauma de uma sumiço que atinge crianças, jovens, adultos e idosos. É comum receber e-mails dizendo que o desaparecimento provocou doenças, gagueira, perda escolar, isolamento etc e tal. Três ONGS cuidam de 400 gatos e 90 cães. O esforço delas para alimentar esses animais é um ato de dedicação, fora aplicação de remédios e castrações. O apoio que recebem é mínimo. Jalile Azis, foi matéria no JC duas vezes por cuidar de 38 gatos que foram deixados filhotinhos durante madrugadas em sua casae mais cinco cães. Para que a rua não virasse moradia para eles foi cuidando de todos. Depois da publicação recebeu elogiosos telefonemas, parabéns, belo exemplo a ser imitado e nada doações de rações e remédios como constou no texto.Ela têm câncer. Tinha bom salário. Hoje, o pouco que ganha é para comprar remédios. Vou passar e-mail para você ter pleno conhecimento.
ResponderExcluirEsqueci de destacar com mais ênfase a luta diária das responsaveis pelas três ONG:Vida Digna, SOS Gatinhos e Naturae Vitae.Elas são verdeiras heroinas na superação de dificuldades e problemas de todos os tipos para a sobrevivência dos animais. Contam com apoio de algumas voluntárias como elas mas não é fácil obter doações de rações e remédios para cães e gatos. Os recursos financeiros são sempre escassos. Se alguém falar para elas que deveriam cuidar de crianças a resposta é que esse assunto é da Prefeitura, do Estado e da União. Elas fazem o que Prefeitura não faz. Abraços caninos e felinos. Boas-vindas, bom retorno Pimpa.
CESAR SAVI
Valeu Henrique
ResponderExcluirFico contente que vc tenha encontrado o seu amigo dog.Abracao meu camarada.
Li, emocionada, o resgate de Pimba feito por este casal de Marília e não há como agradecer tudo o que fizeram por ele.
ResponderExcluirMesmo de longe repassei por email para pessoas que conheço do Jd Pagani, perto de vcs, pois morei lá por 20 anos.Fico imensamente feliz por ele ter voltado para casa.
Parabéns a todos vcs e que o Pimba continue tendo uma velhisse tranquila e feliz.Abraço grande a sua família e beijo no Pimba.
Lucia Maria Descalvado-SP
Historia linda e legal
ResponderExcluirRose Barrenha