PRESENTE DAS TREVAS, A TÍTULO DE QUE? e NÃO QUERO MAIS SER EVANGÉLICO
Durante um certo tempo travei um debate acalorado com o pastor Celso Luis Santos Fonseca, da IBCM – Igreja Batista Cristã Missionária, de Pirajuí, depois Bauru e hoje na África Ocidental. Ele escrevia semanalmente no semanário O Alfinete e nossas posições sempre foram um tanto antagônicas. Educadamente, o “pau comia solto”, eu com meus argumentos, ele com os dele. Hoje na África, raramente trocamos e-mails, mas o fazemos e a discussão continua. Recebo dele algo que abomino, um texto relacionando o presidente Lula ao diabo (que não acredito existir), com tridente e tudo. O título, “Presente das Trevas”, assinado por Júlio Severo, destila o ódio de alguns por posições progressistas de um governo popular. Leiam o texto na íntegra:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/direito/10629-presente-das-trevas.html . O grande problema, para ele, é que com a posição do Governo, as igrejas perdem fiéis e assim sendo, caem os lucros. Pra mim, ótimo, pois a população pressionando o Governo por mudanças sociais e igualitárias, faz com que cada vez mais, um número maior de pessoas passe a pensar por conta própria e assim sendo, ocorre um natural distanciamento de algumas igrejas. Na insanidade do texto, chegam a afirmar que o atual Governo é “pervertido”. Quando leio algo assim não me seguro nas calças e provoco, instigo, como o fiz, questionando o pastor: “Na Bíblia encontramos o lado que queremos enxergar, qualquer situação é transformada conforme a conveniência de quem a usa. Ela permite tudo, até demonizar as pessoas”. Celso retruca: “até que se aplica muito bem para esse governo em muitas outras áreas como por exemplo a corrupção”. Caolha observação, pois não enxerga nada nos governos anteriores, pelos quais, suponho, quer o retorno. Conclui ele com: “Você é uma pessoa feliz porque interpreta tudo ao seu redor como quer. Os petistas continuam sendo petistas depois desse governo subserviente aos dragões do mundo financeiro? Falando nisso, você ainda é do PT? E a Bíblia, você já leu?”. Respondi com novas argumentações, não respondidas por ele: “Esse foi o governo menos corrupto comparando com os anteriores e a revolta é com este. Seria porque ele se volta para o social, tenta conscientizar mais as massas e assim sendo, menos gente acreditando em diabos, demos, pecados e dízimos? A Bíblia permite essa interpretação porque foi escrita, reescrita e continua o sendo na boca de gente nas praças e púlpitos. Ouço cada absurdo que coraria até o senhor, um pastor. Gente a renegar a ciência e só não me descabelo porque já tenho poucos cabelos no cocoruto. Subserviência desse governo aos dragões do capital e justamente nesse não estamos mais de pires na mão, somos ouvidos, respeitados e quitamos a dívida externa. Isso foi tão ruim assim, meu caro pastor?". Indiquei também que lesse "Caim", do Saramago, só para diversificar um pouco, sair do marasmo. Odeio gente misturando alhos com bugalhos. Tenho comigo que as igrejas de hoje, todas elas, são meros comércios (imensamente lucrativo, por sinal) e assim sendo, precisam pagar impostos como todas as demais firmas legalmente estabelecidas.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/direito/10629-presente-das-trevas.html . O grande problema, para ele, é que com a posição do Governo, as igrejas perdem fiéis e assim sendo, caem os lucros. Pra mim, ótimo, pois a população pressionando o Governo por mudanças sociais e igualitárias, faz com que cada vez mais, um número maior de pessoas passe a pensar por conta própria e assim sendo, ocorre um natural distanciamento de algumas igrejas. Na insanidade do texto, chegam a afirmar que o atual Governo é “pervertido”. Quando leio algo assim não me seguro nas calças e provoco, instigo, como o fiz, questionando o pastor: “Na Bíblia encontramos o lado que queremos enxergar, qualquer situação é transformada conforme a conveniência de quem a usa. Ela permite tudo, até demonizar as pessoas”. Celso retruca: “até que se aplica muito bem para esse governo em muitas outras áreas como por exemplo a corrupção”. Caolha observação, pois não enxerga nada nos governos anteriores, pelos quais, suponho, quer o retorno. Conclui ele com: “Você é uma pessoa feliz porque interpreta tudo ao seu redor como quer. Os petistas continuam sendo petistas depois desse governo subserviente aos dragões do mundo financeiro? Falando nisso, você ainda é do PT? E a Bíblia, você já leu?”. Respondi com novas argumentações, não respondidas por ele: “Esse foi o governo menos corrupto comparando com os anteriores e a revolta é com este. Seria porque ele se volta para o social, tenta conscientizar mais as massas e assim sendo, menos gente acreditando em diabos, demos, pecados e dízimos? A Bíblia permite essa interpretação porque foi escrita, reescrita e continua o sendo na boca de gente nas praças e púlpitos. Ouço cada absurdo que coraria até o senhor, um pastor. Gente a renegar a ciência e só não me descabelo porque já tenho poucos cabelos no cocoruto. Subserviência desse governo aos dragões do capital e justamente nesse não estamos mais de pires na mão, somos ouvidos, respeitados e quitamos a dívida externa. Isso foi tão ruim assim, meu caro pastor?". Indiquei também que lesse "Caim", do Saramago, só para diversificar um pouco, sair do marasmo. Odeio gente misturando alhos com bugalhos. Tenho comigo que as igrejas de hoje, todas elas, são meros comércios (imensamente lucrativo, por sinal) e assim sendo, precisam pagar impostos como todas as demais firmas legalmente estabelecidas.
Junto a essa discussão poderia acrescentar dois textos publicados recentemente no Jornal da Cidade aqui de Bauru. Na primeira o pastor da Igreja Batista Bereana e presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Bauru, Edson Valentim de Freitas Filho, publica um arrazoado em 24/11/2009 com o título, "A título de quê?", maldizendo as conquistas sociais de todos os regimes ditos socialistas e tascando-lhe algo como uma praga pela existência e por distanciarem fiéis do caminho do dízimo. Para ele e para todos os outros, tudo o que distancia o homem das igrejas é algo abominável. E justifica, ao seu bel prazer, segundo sua conveniência, o mesmo discurso que deve pregar nos púlpitos. Leiam seu texto: www.jcnet.com.br/detalhe_opiniao.php?codigo=171088 . Na sequência um outro, também pastor, Gilson Souto Maior Junior, pastor sênior da Igreja Batista do Estoril e professor de Antigo Testamento e Hebraico da Faculdade Teológica Batista de Bauru - Fateo, publica o texto EM 12/12/2009, "Não quero mais ser evangélico". Leiam aqui: http://www.jesussite.org/acervo.asp?Id=1418 . Esse mais inteligente, mas aproveitando-se da situação, renega algo e logo a seguir cai de joelhos. Puro jogo de cena. Algo lamentável na religião e a se repetir cada vez mais. Posso viajar nesse tema, prolongar 'ad eternum' a discussão, mas prefiro fazê-la nos Comentários, se acharem conveniente. Estou à disposição para o que der e vier.
"O homem que se ocupa em louvar a deus se suja na sua própria saliva." (Vladimir Lenin)
ResponderExcluirMarcos Paulo
Comunismo em Ação
Henrique
ResponderExcluirNão consergui abrir o "A título de quê?". Abrir ele abre, mas numa página do JC e sem o texto impresso lá. Verifique.
Carlos Dangio
No mínimo, oportunista a extremo essa "Não quero ser mais evangélico". Foi uma grande sacada de marketing, que deve estar rendendo bons frutos. Não sou daí de Bauru, mas entre os menos avisados deve estar fazendo o maior sucesso. Sacada de marketing.
ResponderExcluirPascoal
meus caros (as):
ResponderExcluirÉ verdade, o texto do JC não abre. Reproduzo o mesmo aqui embaixo:
A título de quê?
Viver a “arte” do teatro – essa parece ser a marca de uma história da qual não deveríamos nos orgulhar. Condena-se Chavez, quando no fundo se deseja ser um Chavez. Apressadamente se condena os militares hondurenhos que defendem sua Carta Constitucional, na expectativa de se ver um aprendiz de golpista voltar à ribalta. E se faz essa condenação sem expressar a mesma indignação com Castro, cujo governo está assentado sobre o mesmo pilar que dizem condenar – golpe. Apressadamente se devolveu a Cuba dois jovens atletas perseguidos pela ditadura comunista, mas se luta com unhas e dentes para manter em território pátrio um homem legalmente julgado e condenado em seu país como criminoso – como se nossos próceres tivessem mais conhecimento e autoridade que a Suprema Corte do país que julgou tal personagem.
Agora se prepara uma recepção para alguém que nega o holocausto (e que deseja o mesmo que Hitler – dizimar todo um povo). O ditador alemão não usou bomba atômica porque não a possuía. Mas nosso ilustre visitante a está construindo.
A título de que a visita? Não podemos nos esquecer que a história brasileira registra perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra, quando na aparência fazíamos parte das tropas aliadas que combatiam justamente os que perseguiam os judeus. Em que época se fazia isso? Numa época de ditadura. Em que época recebemos tal visita? Num momento em que nossos ilustres líderes políticos desejam ardentemente ver nossa nação virar uma Venezuela, uma Cuba ou até, quem sabe, um Irã.
A título de que a visita? Comercial? O Brasil não depende do Irã, comercialmente. Diplomacia? Só se, publica e particularmente, seja colocado ao ilustre visitante que o povo brasileiro repudia veementemente os posicionamentos externados por ele. No entanto, o risco que corremos é mais uma vez a “arte” teatral se fazer presente – dizer para a platéia o que a platéia quer ouvir, mas agindo nos bastidores de forma diversa. A questão está nas motivações e nos comprometimentos particulares.
Infelizmente somos um povo que exalta Biggs, indeniza com dinheiro público aqueles que tentaram implantar aqui uma ditadura comunista pelas armas, somos um povo que torna herói – com direito a feriado – um personagem nada exemplar, que nutre as redes de TV assistindo a seus noticiários e programas que exaltam o crime, a traição, a mentira, e em nada destacam o valor do caráter, do casamento, da família.
E vez por outra aparecem aqueles que querem culpar Deus pelo que está aí. Chegam a negar a existência de Deus apenas por observar que o mundo vai de mal a pior – “se Deus existisse essas coisas (ruins) não aconteceriam”. Mas colhemos o que plantamos. O tempo da colheita difere, dependendo da semente. Mas a colheita vem. E o que hoje estamos semeando com nossas atitudes (inclusive com nosso silêncio) um dia será colhido.
Por isso, registro aqui o meu “não”. Não compactuo com isso. Não aceito essa visita (pois não vem acompanhada de arrependimento). Não aceito essa cultura. Não quero ficar em silêncio. Digo não a quem nega o Holocausto. Digo não a quem deseja um Holocausto em pleno século 21.
O autor, Edson Valentim de Freitas Filho, é pastor da Igreja Batista Bereana e presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Bauru
Essa sua fúria é só contra as evangélicos? Nada contra os católicos?
ResponderExcluirL.
Resposta para "L.":
ResponderExcluirNão, minha fúria (se assim posso denominá-la) não possui exclusividade. É generalizada, a todos os exploradores da fé humana, estando eles aonde estiverem. Cito aqui casos em três textos produzidos por evangélicos, mas poderia fazê-lo com mwembros de qualquer outra religião, como já o fiz em vezes anteriores. Combato os que tocam os fiéis de algumas religiões como se manadas fossem, devendo seguir cegamente, sem qualquer tipo de questionamento. Como fazer isso sem ao menos tomar conhecimento de outras vertentes, possibilidades e sem gerar questionamentos? Uma vida sem questionamento, pronta e acabada é inadmissível.
Henrique - direto do mafuá
Oi Henrique!
ResponderExcluirBons tempos aqueles da Teologia da Libertação em que a fé rimava com a consciência... hoje poucas igrejas católicas levam adiante aquele mote do "povo sofrido, se unido, jamais será vencido".
Abração
W.Leite