domingo, 14 de fevereiro de 2010

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (24)

PRONTO, ELE CHEGOU, ELE ESTÁ ENTRE NÓS, ELE PULSA E ME PUXA, EIS O CARNAVAL...
É hoje, meus poucos mas fiéis leitores, que acontece a tão decantada reabertura do Sambódromo de Bauru, com o desfile de Blocos e Escolas de Samba de Bauru. Concentrado desde as primeiras horas da sexta passada, estive na quinta em Santa Cruz do Rio Pardo, onde participei de um baita de um baile carnavalesco, o "Baile de Máscaras", no Icaiçara Clube, que completa "50 Anos de Alegria, Magia e Folia". Faço troféus e medalhas para esse clube a mais de dez anos e nunca havia pulado um baile por lá. Dessa vez fui e adorei. Muita marchinha, numa noite comandada pela banda de Londrina, a "Madry in Concert". Aproveitei também para rever o jornalista Sérgio Fleury, do semanário Debate. Estou fazendo uma matéria para uma revista tendo ele como assunto principal. Sua história é vibrante e já relatei um pouco dela por aqui.

Hoje, domingo, ápice do tríduo momesco, fico de fora dos bailes (por aqui quase nenhum) e quero mesmo é conseguir completar o percurso na nossa dita avenida do samba. É dia de preparação a fim de que o corpo agüente o tranco do trajeto sob o sol escaldante que se anuncia e que há fazer com que suemos o suficiente para expurgarmos culpas, medos, frustrações, dúvidas (dívidas também!!!!), incertezas e as mazelas do dia-a-dia. Ontem foi dia de dormir cedo para que às oito horas de hoje, acordasse com o corpo menos moído para o que virá hoje. Acordo e coloco na vitrolinha dois LPs recém ganhos, ambos de duplas fantásticas, um do Stephane e Grappelli & Baden Powell e outro do Maurício Einhorn & Sebastião Tapajós. Todos eles poderiam se chamar "La Grande Réunion", pois são magistrais.

Ontem, sábado, começo o dia comemorando o aniversário de uma amiga lá no Buteco do Marinheiro, pelos Altos da Vila Falcão, com uma feijoada dessas de se esbaldar e depois, a grande decepção do dia, com a derrota do Noroeste, por 2x1 contra o União São João, após estar ganhando até os 30 minutos do segundo tempo. Revi Marquinhos, recém operado há pouco menos de duas semanas e já batendo bumbo na Sangue Rubro, dessa vez acompanhado do pai, o maquinista Geraldão. Desmaiei de cansaço logo a seguir. Depois fui ficar um pouco com o filho, depois revi amigos, numa chácara no Vale do Igapó (um brigadeiro feito na hora para glicosar). Terminei a noite cedo, antes das 23h, junto ao filho, vendo TV. Perdi ontem o belo espetáculo de marchinhas com o Maurício Pereira, no SESC Bauru, 16h, grátis.

Recomendo a todos que me lêem, ouvir uma espécie de Hino do Cordão do Bola Preta, que saiu ontem no Rio de Janeiro, arrastando mais de um milhão de pessoas para as ruas do centro daquela cidade (o "Viúvas do Batata", terá seus dias de glória, esperem...). Aldir Blanc, com sua voz não tão propícia para comandar festejos carnavalescos, produziu uma letra de arrasar quarteirão para o choro "Bola Preta", do Jacob do Bandolim. Ontem ouvi umas três vezes pela internet e hoje acordei e a primeira música que ouvi foi essa: http://www.divshare.com/download/10457767-6ac. Cliquem na linha grifada e quando abrir a página, logo após do escrito "14 Bola letra.pm3", num retângulo, clique na setinha inicial. Serão quatro minutos de contentamento e algo do melhor letrista brasileiro em atividade. Gasto de ouvir (a dica me foi dada pelo blog www.butecodoedu.blogspot.com). Isso cai como uma luva para os contratempos carnavalescos, quando parece serem inevitáveis alguns desencontros. É impossível o mesmo corpo ocupar vários espaços físicos ao mesmo tempo e assim sendo, alguns serão privilegiados, outros não, gerando contentamento para alguns e descontentamento para outros. Como seria bom se todos entendessem que nada nessa vida é feita de exclusividades absolutas. Por sorte, tudo nessa vida é recheado de opções. Imagine a chatice se houvesse uma única opção, sem possibilidades de nada diferente. Seria um saco, não?

Olho para fora do mafuá, são pouco mais de 10h, onde o Grappelli toca seu violino na vitrolinha e o Aldir me encanta com sua voz, arranhando e relatando algo sobre um Rio que adoro. Queria fazer as pazes comigo mesmo hoje, unir lados opostos e que todos pudessem perceber como é saudável viver em comunhão. Se assim entenderem, ótimo, se não conseguir, continuarei minha trilha. Almoço com o filho, escrevinho o texto para a revista, tentarei me juntar a amigos numa chácara, cumprir o compromisso de concentração na casa de outra, três quadras do Sambódromo e escolhermos o bloco para descermos a avenida. Saio da concentração para a realidade. E também não posso negar de fazer aqui uma constatação, o Sambódromo deve estar mesmo bonito, como os jornais apregoam hoje. Ótimo, pois a Prefeitura fez um trabalho de exclusividade de ação nesses últimos dias. Não critico por criticar e se o faço, sigo a linha da Coluna Bastidores do BOM DIA de hoje, quando Bruno Mestrinelli afirma: "Tudo muito bonito, tudo muito legal. A hora é de comemorar. No entanto, a lembrança do improviso da Secretaria de Cultura na hora de organizar a festa tem de ser levado em conta. (...) A festa de hoje teve 12 meses para ser organizada e só foi definida duas semanas antes do desfile. (...) A licitação paar escolher uma empresa para organizar o desfile aconteceu apenas 30 dias antes do desfile. E a própria Cultura admitiu que fez o processo para conseguir uma brecha jurídica e pagar as escolas bauruenses". No mais, caio na folia e depois conto no que deu. Ninguém é de ferro e Carnaval é sómente um vez por ano. Na TV, corro para a sala ver o final de uma entrevista que o pai assistia na sala, com Plínio de Arruda Sampaio, concedida para o jornalista Nelson Gonçalves, da TV Câmara e reapresentada nessa manhã dominical pela TV Preve. Plínio foi na veia (não na véia, viu!): "O Judiciário brasileiro precisa se encontrar com a população. Ele precisa deixar de ser um instrumento só dos poderosos desse país. Precisamos conhecer a outra história do Brasil e a outra história da Cutrale". Deixa eu ir na Feira, pois o tempo passa rapidamente.

OBS.: Muitas fotos, nenhuma com citações de nomes, nem no texto, poucos citados. Prefiro assim fazê-lo, pois uns gostam, outros não, uns exigem mais, outros nada. Carnaval deve ser período de cobranças ZERO e assim procedo.

3 comentários:

  1. MEUS CAROS (AS)
    A LETRA DE "BOLA PRETA", DA LAVRA DO ALDIR BLANC:

    "Miudinho da Penha a Xerém
    eu sei onde tem...
    Um balanço de vem-ou-não-vem
    no bonde ou no trem.
    Socialaite beijou Zé-Ninguém:
    nenhum nhém-nhém-nhém.
    Chupeta, meu bem, pro neném...

    I – B
    Um inglês que trocou por Roskoff
    o tal Big Bem,
    o glamour de João Valentão
    no Rio:
    olha o cabra-da-peste,
    deixa estar,
    pintando o 7,
    beliscou a Elizeth
    e foi beber no Tangará!

    II
    Malícia e Inocência moram lá.
    São gêmeas e só querem namorar.
    A Banda do Sodré
    desabrocha e faz lembrar
    o flamboaiã em flor de Paquetá.
    - mas, ai, meu Deus que saudade que dá...

    Já são 10 horas da manhã
    de sábado e o Bola vai passar.
    Passou e não passou,
    foi pra Lapa mas ficou.
    O Bola preta sabe eternizar.
    - Eu sou de lá...

    I – C
    Mas tem um risco Brasil de mulhé
    com a tal cana-caiana e café
    e bota fé que o Bola chegou
    não tem Zé-Mané!
    Colombina dá bola pra mim
    que ando assim-assim
    - Sou meio Pierrô e Arlequim.

    I – D
    Tô na máquina do velho Wells
    descida dos Céus,
    um Balzac soltando no mundo
    traque bom de pelica.
    Tô no Bola,
    a dica é de cuíca,
    tão feliz a gente fica,
    paquerei Carminha Rica
    e fui beber no Bar Luiz.

    III
    Demorô,
    oi, Iaiá, ai, Ioiô,
    eu tô que tô
    ou tu fica ou não fica...
    A mulher ideal
    é a Neuma, a Zica, a Surica
    - ai, cumé qui eu vô fazê? Hein?

    Duvidô,
    de-ó-dó,
    chororô, ô,
    se encrencou,
    o segredo é viver.
    Pro Bola Preta
    eu vou de muleta
    e sinto a caceta
    rejuvenescer.

    IV (variações)
    Vem Caymmi,
    Noel, Lamartine, Ari, Bororó,
    Ademilde também, o Orestes,
    Sinhô, Donga, Jota Efegê
    - Ai, o Tatu subiu no Pau!
    Da Saúde, da Vila, do Estácio e de Madureira,
    na uca, a Tijuca também quis comparecer,
    pagou pra ver porque

    eu vou sambar
    no Bola, meu cordão,
    o sangue e o coração
    com Pato Rebolão, Porrete
    e outros bambas sem par...
    o Bola Preta, preta, é meu segundo lar
    e é lá que eu quero
    me curar.

    (Final)

    Os Democráticos e os Fenianos
    são pau-a-pau.
    A vizinha mamava na minha:
    ensaio geral.
    Trinca-Espinha virou K-veirinha
    - Hoje é Carnaval!
    Não chora, meu bem:
    é norrrmal! Uau!

    Preto e Branco, as cores do time:
    feijão bom de sal.
    Na moral, a moçada não quer
    o teste da farinha.
    Quem apaga e perde a linha
    - amor com amor se paga –
    liga pra Zezé Gonzaga
    e vai beber no Nacional.

    (breques)

    Vou pro Bola, já.
    Tô ainda lá...
    Eu vou me esbaldar
    pra eternizar,
    pra eternizar,
    pra eternizar..."

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  2. Henrique

    Obrigado por ter propiciado a mim e a minha filha uma bela experiência ao sair com vocês junto ao bloco no Sambódromo. Foram muito criativos com as pinturas no rosto. Aproveitamos bastante. Transmita os abraços aos organizadores do bloco.

    Afinal, somos todos Loucos por Alegria.

    Cláudio, ferroviário e carnavalesco, eu, minha esposa e filha.

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  3. Henrique,

    Realmente foi ótimo o Carnaval em Sta Cruz do Rio Pardo.Nos divertimos muito .
    Deu até para esquecermos da multa que levamos na estrada.....kkkkk.

    Bjs.

    MAria José

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