UMA VISITA À TITO MADI NA TARDE DE DOMINGO
Para mim, vir ao Rio e não rever o amigo Tito Madi é mais ou menos como os católicos irem à Roma e não verem a cara do papa. Bato cartão em sua casa a cada retorno, ainda mais agora, que está em franca recuperação, após um derrame ocorrido dois anos atrás. A lenta recuperação lhe é dolorosa, pois o obriga a permanecer em casa, sob cuidados médicos. E ele se entrega resignado ao tratamento, tudo em busca de dias melhores, que certamente virão. Continua recebendo em casa fisioterapeuta e fonaudióloga, além de contar com o rodízio de três abnegadas amigas, amparando-o em todas suas necessidades.
Meses atrás sofreu um bocado, pois a cachorra dálmata que tanto amava, a Amanda, que o acompanhava há 8 anos, morreu após longo tratamento. Foi algo sentido, pois Amanda ajudava e muito a driblar a solidão. E todos que possuem um dálmata sabe do que estou falando, pois essa raça é das mais inquietas. A substituição ocorreu com a chegada da vira-lata Gabi, hoje com seis meses. Xodó do dono da casa e uma moleca irriquieta, dessas de não deixar os visitantes incólumes, pois não para um segundo sequer. Brincar com ela é quase uma obrigação e o fiz durante quase todo o tempo lá passado. Amanda e Gabi nisso se parecem muito.
Ver o teclado que Tito tanto gosta coberto é para entristecer. Um dos seus braços ainda permanece com os movimentos prejudicados. Digo a Tito que o pianista e maestro João Carlos Martins resolveu isso e hoje toca somente com uma das mãos. Ele me diz já ter tentado, resistindo por não ter gostado. Ressalta que muitos amigos passam por sua casa e lá tocam, enquanto ele canta. Outra coisa a registrar é o fato de ter composto somente uma nova canção nesse período, com a promessa de produzir mais, muito mais. Fez questão de tirar uma foto ao lado do alaúde, um instrumento que representa muito de sua família, suas origens e tradições.
Pergunta sobre todos de Pirajuí e dos parentes e amigos de Bauru. "Queria falar com todos, peça para me ligarem", me diz. Acaba mostrando uma reportagem fotográfica do jornal paulistano Notícias Populares, dos anos 50, com uma matéria retrantando um jogo onde atuou num time de sua cidade natal, jogando de meia esquerda e ainda usando o nome de Chauki (enviadas por Francisco Bonadio, o grande amigo paulistano). São recordações que o fazem falar de futebol, uma de suas paixões. Pergunta também sobre a programação do SESC Bauru e do Alameda, ambos lugares onde se apresentou e conclui: "Você sabe que inaugurei a série Grandes Nomes lá do Alameda, não? Ainda quero voltar a me apresentar por lá e a Marcela vai me proporcionar isso".
Trago de presente um CD inédito, gravado ao lado de Gilson Peranzetta, voz e piano, que deverá estourar em breve numa gravadora. "Fiz umas cópias para atender os amigos. Tudo foi praticamente refeito e está lindo. Leve para dois amigos queridos de Bauru, o Wellington Leite, da Veritas FM, que veio aqui em casa me entrevistar e para o José Esmeraldi, que é da velha guarda do rádio. Esses eu sei que me tocam, gostam do que faço. Uma preciosidade, um disco que ainda nem saiu no mercado", diz.
Almoço com Tito, comida feita pela prestativa Cremilda, uma nordestina criada no litoral paulista e que, além da comida saborosa, da casa impecável, de colocar a espevitada Gabi na linha, possui a habilidade de aplicar as injeções de insulina, tão necessárias e não deixar que esqueça os horários das aplicações. Saio pouco antes das 2h da tarde, quando Tito costuma tirar uma soneca reparadora, antes de fazer algo que gosta nas tardes dominicais, assistir um jogo de futebol pela TV. "Uma pena aqui no Rio, não assisto muitos os jogos do meu São Paulo, o time do coração", essa a única reclamação ouvida durante a visita. Antes de sair me diz que tem vontade de voltar a escrever algumas crônicas para o semanário O Alfinete (falta um incentivo, uma ligação do pessoal do jornal, essas coisas), pois não o faz há um certo tempo. Saio de lá assobiando seu "Balanço Zona Sul" pelas ruas de Copacabana.
Para mim, vir ao Rio e não rever o amigo Tito Madi é mais ou menos como os católicos irem à Roma e não verem a cara do papa. Bato cartão em sua casa a cada retorno, ainda mais agora, que está em franca recuperação, após um derrame ocorrido dois anos atrás. A lenta recuperação lhe é dolorosa, pois o obriga a permanecer em casa, sob cuidados médicos. E ele se entrega resignado ao tratamento, tudo em busca de dias melhores, que certamente virão. Continua recebendo em casa fisioterapeuta e fonaudióloga, além de contar com o rodízio de três abnegadas amigas, amparando-o em todas suas necessidades.
Meses atrás sofreu um bocado, pois a cachorra dálmata que tanto amava, a Amanda, que o acompanhava há 8 anos, morreu após longo tratamento. Foi algo sentido, pois Amanda ajudava e muito a driblar a solidão. E todos que possuem um dálmata sabe do que estou falando, pois essa raça é das mais inquietas. A substituição ocorreu com a chegada da vira-lata Gabi, hoje com seis meses. Xodó do dono da casa e uma moleca irriquieta, dessas de não deixar os visitantes incólumes, pois não para um segundo sequer. Brincar com ela é quase uma obrigação e o fiz durante quase todo o tempo lá passado. Amanda e Gabi nisso se parecem muito.
Ver o teclado que Tito tanto gosta coberto é para entristecer. Um dos seus braços ainda permanece com os movimentos prejudicados. Digo a Tito que o pianista e maestro João Carlos Martins resolveu isso e hoje toca somente com uma das mãos. Ele me diz já ter tentado, resistindo por não ter gostado. Ressalta que muitos amigos passam por sua casa e lá tocam, enquanto ele canta. Outra coisa a registrar é o fato de ter composto somente uma nova canção nesse período, com a promessa de produzir mais, muito mais. Fez questão de tirar uma foto ao lado do alaúde, um instrumento que representa muito de sua família, suas origens e tradições.
Pergunta sobre todos de Pirajuí e dos parentes e amigos de Bauru. "Queria falar com todos, peça para me ligarem", me diz. Acaba mostrando uma reportagem fotográfica do jornal paulistano Notícias Populares, dos anos 50, com uma matéria retrantando um jogo onde atuou num time de sua cidade natal, jogando de meia esquerda e ainda usando o nome de Chauki (enviadas por Francisco Bonadio, o grande amigo paulistano). São recordações que o fazem falar de futebol, uma de suas paixões. Pergunta também sobre a programação do SESC Bauru e do Alameda, ambos lugares onde se apresentou e conclui: "Você sabe que inaugurei a série Grandes Nomes lá do Alameda, não? Ainda quero voltar a me apresentar por lá e a Marcela vai me proporcionar isso".
Trago de presente um CD inédito, gravado ao lado de Gilson Peranzetta, voz e piano, que deverá estourar em breve numa gravadora. "Fiz umas cópias para atender os amigos. Tudo foi praticamente refeito e está lindo. Leve para dois amigos queridos de Bauru, o Wellington Leite, da Veritas FM, que veio aqui em casa me entrevistar e para o José Esmeraldi, que é da velha guarda do rádio. Esses eu sei que me tocam, gostam do que faço. Uma preciosidade, um disco que ainda nem saiu no mercado", diz.
Almoço com Tito, comida feita pela prestativa Cremilda, uma nordestina criada no litoral paulista e que, além da comida saborosa, da casa impecável, de colocar a espevitada Gabi na linha, possui a habilidade de aplicar as injeções de insulina, tão necessárias e não deixar que esqueça os horários das aplicações. Saio pouco antes das 2h da tarde, quando Tito costuma tirar uma soneca reparadora, antes de fazer algo que gosta nas tardes dominicais, assistir um jogo de futebol pela TV. "Uma pena aqui no Rio, não assisto muitos os jogos do meu São Paulo, o time do coração", essa a única reclamação ouvida durante a visita. Antes de sair me diz que tem vontade de voltar a escrever algumas crônicas para o semanário O Alfinete (falta um incentivo, uma ligação do pessoal do jornal, essas coisas), pois não o faz há um certo tempo. Saio de lá assobiando seu "Balanço Zona Sul" pelas ruas de Copacabana.
Ah, Henrique, que delícia saber notícias do Tito e ver fotos suas, sorrindo!
ResponderExcluirFico esperando ansioso pelas músicas novas!!
Abração
W.Leite
Henrique
ResponderExcluirFico triste e ao mesmo tempo alegre em rever Tito, resistindo ao tempo e as adversidades da vida. Falar dele é falar de Pirajuí, sua terra natal. Ele continua divulgando sua terra, maisdo que muitosdos atuais políticos locais. É nosso embaixador.
Zé Manuel
Henrique, acabei de ler sua crônica em O alfinete (como sempre faço) e fiquei contente com suas palavras sobre nosso amigo, Tito. Tenho apenas um pequeno reparo a fazer: o jornal com a foto do atleta Tito no PAC (não do Lula, mas do Pirajuí Atlético Clube), saiu em duas oportunidades: A Gazeta Esportiva de 9.8.1951 (a respeito do empate no "derby" da cidade, a cujo final pude assistir, depois de ter ido à "matinée" do agora reinaugurado Cine São Salvador) e no Esporte Ilustrado, do Rio, de 13.9.1951 (a respeito da liderança invicta do PAC no Campeonato Amador Paulista do primeiro turno, setor 25). O jornal Notícias Populares não era nem um sonho na cabeça do Herbert Levy, lançado, aproximadamente, em 1964 e cuja redação ficava na rua do Gasômetro.
ResponderExcluirNa semana passada, o caderno de esportes da Folha de São Paulo trouxe matéria de primeira página inteira sobre os 100 anos da filial do Corinthians, o glorioso ECN, com destaque para o fato de ambas as equipes estarem completando o centenário e o Norusca sendo dirigido por corinthiano (Damião) e contando com atletas do Timão, com destaque para o Gilmar Fubá (que eu pensara já aposentado e cuja falecida mãe era amiga de minha sogra em São Mateus).
Abraços fraternais do pirajuiense Francisco Bonadio Costa, que esteve prestigiando a festa de reencontro em Pirajuí, de centenas de ex-moradores , que ali acorreram também para celebrar os 95 anos da nossa querida urbe. Tive a oportunidade de rever amigos que há mais de 40 anos não via (em 1970 fui fazer um curso de férias na França e da nossa delegação participava um francês que morava há muito tempo no Brasil e era sogro de um amigo. O francês disse que fazia 40 anos que não voltava a seu país e ele nem sotaque tinha. Achei aquilo fantástico. 40 anos pareciam uma eternidade! Pois é, a história se repetiu comigo e não parecia assim tão longe no tempo, que passa e a gente não se dá conta disso).
FRANCISCO BONADIO COSTA