BAURU POR AÍ (37)
SANDUICH BRÉSILIEN “BA OU ROU”
Essa eu ouvi pela primeira vez na mesa do Bar Dona Onça, domingo último,11/04, lá em Sampa, nos pés do edifício Copan. O almoço já foi motivo de relato feito aqui dias atrás e como havia prometido, eis a história (mais uma) envolvendo o internacional Sanduíche Bauru. Ao saber que sou de Bauru e tocando no assunto do famoso sanduíche, Kurt Von Mettenheim (foto à direita, sem barba), professor da FGV, um norte-americano de origem alemã, esposo da curadora Cristiana Barreto (foto à esquerda), a Kica, me diz que em Paris, no famoso bar LA ROTONDE (nº 105), num boulevard em Montparnasse, está lá inscrito no cardápio da casa um tal de “Sanduich Brésilien” de nome “Ba ou Rou”. E o culpado disso, ou melhor, quem acabou por divulgar a receita famosa e fazer constar como uma das opções de sanduíches da casa foi a mãe de Cristiana, CÉLIA QUIRINO DOS SANTOS, que morou anos em Paris, durante o nefasto período da ditadura militar brasileira. Corria os anos entre 1970 e 1975 e Célia virou habituê no local. A saudade do Brasil a fez ir falando muito do país e indicando, até recomendando receitas variadas de comidas bem brasileiras. Algo bem familiar era o sanduíche consumido em São Paulo, no tradicional Ponto Chic, no largo do Paissandu. Foi passando a receita nos retornos e depois de algum tempo o nome passou a ser inscrito no cardápio oficial. Um luxo que leva o nome de Bauru. Cristina não tem certeza se o sanduíche continua no cardápio atual, mas vai revirar documentos da mãe em busca de algo para confirmar o que me disse. Fui anotando detalhes num guardanapo de mesa e a história ficou registrada na memória, até ser despejada no blog nesse momento.
Na internet localizei o site do LA ROTONDE (www.rotondemontparnasse.com/) e lá a confirmação de algo que Kurt e Cristiana me disseram. O local foi ponto de encontro de gente como Lênin, Trotski, Matisse, Picasso, Prokofiev e tantos outros. Essa é mais uma história do viajado sanduíche. Meses atrás vi algo que me foi mostrado, quando num cardápio de um restaurante português, em plena Lisboa, o Bauru sendo oferecido ao público europeu. Da receita de um ou de outro, nada sei de sua originalidade, mas o que fica é essa possibilidade maravilhosa de estar presente num local dos mais inusitados e divulgando algo com o nome da aldeia onde se reside. Aproveito isso tudo e como dias atrás fiz um texto sobre os livreiros às margens do Sena, os bouquinistes, levo o assunto para Jakson Martins e seu blog Viver Paris (www.viverparis.blogspot.com ), além de outros dois, o www.conexaoparis.com.br e do www.cheriaparis.blogspot.com , para ver se me descobrem mais detalhes dessa história. Tendo novidades, tanto as recebidas da Cristiana e do Kurt, como dos blogueiros parisienses relato tudo aqui. Saboroso falar disso, não? Mais um detalhe, essa história pode constar do processo de reconhecimento junto ao IPHAN do sanduíche como bem imaterial brasileiro, enriquecendo-a (E como anda o processo? Caminhando ou não? Bom saber, não?). Viajei com tudo isso.
Caro Henrique.
ResponderExcluirNeste exato momento (20:29) com o radinho desligado e sofrendo barbaridade, espero o 2º tempo de Norusca:1 X União São Joaão de Araras O.
Sei que meu coração baterá muito forte e nem sei se terei coragem de liga-lo novamente, mas vamos la.
Parabéns pela excelente reportagem, alias ja lhe disse inumeras vezes que seus relatos deveriam ser transformados em um livro, mui digno de sua dissertação de mestrado.
Ja pensou nisto>
Parabéns amigo corinthiano, Bauru tem orgulho de tê-lo como filho.
Do amigo de sempre ( neste momento sofrendo com o Norusca),
Professor Toka
Caro Henrique.
ResponderExcluirHospedado em Montparnasse, estive no La Rotonde em outubro último [é um lugar obrigatório, mesmo que seja para degustar um simples creme Brûlée], e infelizmente não vi o Bauru [ou Ba ou Ru] sendo oferecido [aliás qualquer sanduíche]. Sempre tento verificar a veracidade da existência do bauru por terras onde ando, mas nunca tive sucesso. Nem mesmo na Argentina e no Chile se pode achá-lo.
Abraços.