UMA CARTA (46)
ESQUERDA ASSUMIDA E DECLARADA -- Sai hoje no Jornal da Cidade, 25/04, carta de minha lavra:
Quando leio cartas como as dos missivistas João Guilherme Ortolan e Márcio M. Carvalho, contrários ao posicionamento do vereador Roque Ferreira, nosso mais atuante e progressista vereador, não vejo porque o prolongamento de tão infrutífero debate. Tudo seria resolvido de forma simples e objetiva, com a resposta que ambos esperavam ler.
Dessa forma, acreditariam estar colocando o vereador numa sinuca. Ocorreria o contrário, pois a cada defesa feita, Roque estaria mais próximo dos seus eleitores e do seu ideal de vida e luta. Assim sendo não vejo problema nenhum na ainda esquerda brasileira assumir publicamente:
- todo e qualquer repúdio ao PIG – Partido da Imprensa Golpista, esteja ele onde estiver,
- fazer a defesa do voto não restrito a candidatos bauruenses (uma grande besteira),
- continuar atuando, apoiando e colaborando com o único movimento organizado deste país, o MST e na defesa pelas ocupações de terras ilegalmente ocupadas pelo latifúndio,
- ataque frontal aos mensaleiros e trapaceiros tucanos, petistas, bauruenses e de qualquer outra espécie e natureza,
- a defesa intransigente das Farcs, um legítimo movimento guerrilheiro, aos moldes dos vitoriosos em Cuba, Nicarágua e a outros, por exemplo, como um mexicano, sob a direção do comandante Marcos,
- continuar apoiando Cuba e o modo de vida lá implantado como a única alternativa viável de uma melhoria considerável para a grande massa dos desvalidos, diante do falido e injusto mundo capitalista,
- estar ao lado da atual política externa brasileira, que nunca atuou tão bem, inclusive no caso do Irã, Cuba, protecionismo norte-americano, Mercosul, etc,
- continuar a luta em prol de um país que respeite de fato e de direito os Direitos Humanos,
- a defesa intransigente de o Brasil estar aliado aos movimentos libertários latinos, como os desenvolvidos na Venezuela, Bolívia, Equador, El Salvador, etc,
- lutar para que todos os cruéis crimes cometidos pela ditadura militar tenham seus processos reabertos e consigamos cicatrizar definitivamente essa ferida aberta com nosso passado,
- continuar lutando de forma veemente contra a imposição do agronegócio e do neoliberalismo como únicas alternativas para o desenvolvimento desse país e
- repudio constante ao termo “candidata guerrilheira”, como se pejorativo fosse, pois o que Dilma fez lá atrás só dignifica seu currículo e enaltece sua pessoa.
Estar ao lado disso tudo é algo a tornar qualquer pessoa mais digna, demonstrando estar totalmente vinculado com a luta por um mundo mais digno e humano. Tenho comigo que a esquerda desunida continuará sempre vencida. Admira-me as pessoas que possam hoje se dizer democratas e ter saudades do período militar, reproduzir mentiras de forma repetida pela internet, propagar inverdades históricas, defender minorias abastadas e enxergar tudo caolhamente. Eu, na defesa de tudo explicitado no texto, luto é por um outro mundo, bem diferente deste em que vivo. E assim toco minha vida, sem esconder de ninguém isso tudo.
Belo texto. Concordo integralmente com esta posição de esquerda. A minha também, de resto.
ResponderExcluirAbraços
Tristan
Belo texto. Concordo integralmente com esta posição de esquerda. A minha também, de resto.
ResponderExcluirAbraços
Tristan
Tristan Diercks (será que acertei) é tão meu amigo, que publica duas vezes o mesmo comentário e me envaidece quando referenda o que escrevo. Temos que ser corajosos e assumir o nosso lado e fazer a defesa dele de forma intransigente e contínua. É o que não deixo de fazer.
ResponderExcluirHenrique - direto do mafuá (nessa semana em viagem, segudna no Rio de Janeiro e depois em Vitória ES)
Até sábado..., quando retorno à Bauru e assisto ao último jogo do Noroeste, que voltou para a primeirona do estadual paulista.
O VEREADOR E AMIGO ROQUE ME ENVIOU SUA RESPOSTA EM MEU E-MAIL PESSOAL E REPRODUZO PARTE DELE AQUI:
ResponderExcluirCaro Henrique,
Você me conhece há bastante tempo. Sabe que não mudo de lado nem de posição. Como marxista procuro discutir todas as coisas no detalhe. Minhas respostas não eram para o Marcio nem para o Ortolam. Minha resposta era para a população, que no geral não tem informações sobre estes temas.
Abaixo a íntegra da resposta que foi publicada no blog
http://roque.ferreira.blog.uol.com.br/
Roque Ferreira
Em tempo: A resposta do Roque é muito interessante, ponto por ponto, por isso muito longa. Aos que tenham interesse no tema, acessem seu blog, indicadop acima.
Henrique - direto do seu mafuá
Caro Henrique,essa carioca caiu do céu para você.
ResponderExcluirAgora está viajado hem ?Aproveita.
Abraços.
P.
caro P.
ResponderExcluirVc me conhece pouco mesmo, hem. Tenho minha firminha de chancelas há mais de 15 anos e sempre viajei, deixando um pouco de lado nos 4 anos em que atuei na Prefeitura, como diretor de Patrimônio. Hoje, retornei à minhas atividades anteriores e ao exercício das atividades como caixeiro viajente. Cada vez me verão menos em Bauru, pois isso faz parte de minhas atividades. Só isso, independente de como anda meu coração. Em tempo: Ele anda muito bem e eu muito feliz.
Henrique - direto do mafuá
ESSA CARTA SAIU PUBLICADA ONTEM NA TRIBUNA DO LEITOR DO JC:
ResponderExcluir28/04/2010
“ROMPI COM O MUNDO, QUEIMEI MEUS NAVIOS/ ME DIZ PRA ONDE É QUE INDA POSSO IR?”
Bom dia, senhor Henrique Perazzi de Aquino! Falo e escrevo por mim, porque foi assim que sempre procedi. Coisas do berço, senhor Aquino... Meu pai era bancário e minha mãe professora. Graças aos seus esforços, meu pai, embora tenha iniciado a vida dignamente como um carpinteiro/marceneiro, aposentou-se como gerente bancário e minha mãe como professora mesmo. Tinha que nos educar e, levando a sério sua tarefa de mãe e professora, não teve condições de se aventurar pelas carreiras que o magistério então oferecia. Pode ser, até, que o senhor e seus “cumpanhero” classificassem nosso lar com um lar... burguês!
Embora nunca tenha me dirigido ao cavalheiro - que mais parece ser, pelo visto e pelo lido, o tenebroso e “terrível ‘cavaleiro’ das trevas”- venho lhe fazer um ousado pedido, já que vi meu nome incluído em sua última carta a esta Tribuna: fale bastante, mas bastante mesmo! De tudo aquilo e sobre aquilo que o senhor discorre em sua carta “Esquerda assumida e declarada” - nuóóóssa - (JC pág. 30 de 15/4). Defenda, cada vez mais e ousadamente, o vereador Roque Ferreira para que os que o sufragaram nas últimas eleições (inclusive este escriba tolo e ingênuo) possamos destilar de seu fel o suco asqueroso que sua turba quer fazer desta nação, que já foi Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e que, agora, como Brasil, está sendo vilipendiada em seus princípios morais. Fale mais, por favor, para que eu possa fazer do meu purgatório terrestre a minha redenção, na derrota de suas teses (se é que badernas são teses!) e de seus movimentos imbuídos de ódios. Derrota essa que já se avista logo ali, na esquina da virada do semestre.
Já que digitando, senhor Perazzi, aproveite o embalo e fale, e diga e escreva alguma coisa sobre a carta “O segredo indevido” (JC mesma página e data acima) do leitor e professor Sérgio S. Pontenero. Mas fale, fale e fale... Esqueça o mote que ensina que... “o peixe morre pela boca”! Afinal de contas o seu amigo Roque, que a vida toda foi sindicalista ferroviário, deve ter bastante a lhe esclarecer. Mesmo porque a sua “esquerda”, hoje no poder (situação), é a direita; e também porque mortas já estão as suas - e do vereador Roque- tacanhas e superadas aspirações.
Lamento dizer, mas, pela análise lógica, conotativa e denotativa de seu texto, senhor Perazzi de Aquino, o senhor nos dá mais oportunidade de que seja analisado, semioticamente, pelo título que dei a estas linhas, um texto-legenda, de Chico Buarque que, vejam só, já foi um dos seus... Doravante eu só quero ouvir, ouvir e ouvir... Besteiras, mas o que é que se há de fazer!
João Guilherme Ortolan
Semioticamente, o Ortolan não merece resposta alguma. Deu voltas, escreveu besteiras, repudiadas por mim e não aceitas por ele. Estamos em trincheiras bem diferentes, ele defendendo um lado, eu o outro. Antagonismo em tudo, inclusive no pensar e na forma de agir.
ResponderExcluirHenrique, direto do mafuá