UM AMIGO DO PEITO (37)
MORREU MEU AMIGO PERCY COPPIETERS
Abro meus e-mails hoje, minutos atrás (por volta das 12h) e lá algo que parece ser uma brincadeira. Num e-mail passado pelo dele próprio, algo macabro: PERCY MORREU. Era verdade, liguei e Valéria, sua namorada, me confirma tudo. Caio das pernas, estive com ele semana passada, publiquei fotos dele aqui no mafuá, demos risadas juntos de nossas desgraças coletivas e achávamos que ainda iriamos continuar rindo disso tudo por mais um tempinho. Ele teve um enfarte fulminante hoje cedo e acabou indo embora. Quero escrever um monte de coisa dele, mas não posso, vou sair correndo para ajudar no que for preciso. O velório é na Reunidas e o enterro será amanhã, sexta, 11h no Cemitério da Saudade.Eu nunca me canso de falar de meus amigos. Escrevi muito de Percy por aqui e continuarei a fazê-lo. Na emoção, deixei a nota escrita acima da foto e fui ajudar Valéria Vilaça, sua namorada, a avisar os amigos (junto do Vinagre e parentes). Fiquei em sua casa, ainda desarrumada ao seu jeito, usei seu computador para avisar as pessoas e convivi com pessoas intimamente ligadas a ele, como seus irmãos, parentes e amigos próximos. Percy vivia ao seu jeito e maneira, amava seus filhos como um desvairado e possuia um canto só seu, onde curtia seus momentos, os bons e os ruins. Nossos últimos encontros foram muito bons. Primeiro fiz um texto aqui sobre ele estar vendendo algumas obras, depois publiquei um Memória Oral, que o amigo Ignácio Loyola Brandão brilhantemente comentou, depois fomos juntos ao show de sua amiga, também ourinhense Vânia Bastos. Tudo isso em março. Papeamos mais algumas vezes por telefone e nos cruzamos em papos rápidos no portão de sua casa. Começou a escrever em seu blog e todos os dias me enviava novos textos, dos muitos que ia encontrando pela internet e repassando aos amigos. Relembrei ontem, histórias de quando nos conhecemos no antigo bar Brasieiro, anos 90, que meu cunhado e irmã mantinham na esquina da Duque. Lá ele batia cartão e nas paredes duas telas suas. Quando o bar fechou, fiquei com um quadro seu, que até hoje a ex-esposa, Cleo guarda com o devido carinho. Semanas atrás me chamou e presenteou com uns 20 livrinhos de Pablo Neruda, raridades, todos em castelhano e o único exemplar que possuia do seu livro de poesias, "Tocaia". Ganhei uma tela autografada e comprei dele um cadeira, uma nova que está aqui no mafuá. Amigos dessa laia nós não encontramos todos os dias. Gente como Percy são insubistituíveis, como bem ressaltou Loyola, num trecho de sua fala, repetido nos dois jornais de Bauru nessa manhã de sexta: "O Percy é um deslocado, porque quer ser, sabe que os colocados são os caretas, os certinhos, os que sabem o que querem, os que planejam a vida, o futuro, tudo, os organizados. Os deslocados, os outsiders, são as grandes almas de nossa época, de todas as épocas". No velório, ontem à noite, passei boa parte junto do amigo Sivaldo e na saída fomos juntos num local onde Percy adorava estar, o Templo Bar. Fernando sentou à nossa mesa, juntos falamos muito de Percy e ouvimos um quarteto maravilhoso (algo assim, só mesmo por lá), formado por Ivan, no clarinete, Badê no acordeon, Paulinho no pandeiro e Paulo Villaça no violão, além da voz da inigualável Audren. Bebi além da conta e o fiz em homenagem à Percy e a algumas outras vezes que ali estivemos juntos. Ele certamente aprovou nossa inciativa, pois faria o mesmo. Percy pairava no ar.
querido henrique
ResponderExcluirsabes que tenho compartilhado e compartilho contigo eta dor e esta perda. dos poucos encontros que tive com seu amigo percy - ótimos, por sinal - deu pra perceber o quanto foi uma pessoa que fez diferença no mundo. tens a certeza de contar comigo pro que precisar e creio que ele merece algum tipo de homenagem ou lembrança post-mortem que podemos pensar juntos. no que eu puder faze na unesp creia que tornaremos realidade. não há muito o que se dizer nestas horas. apenas fique bem e tenha a certeza de estou por aqui pro que der e vier. beijo da ana bia
ARTISTA PLÁSTICO
ResponderExcluirUm homem partiu uma folha de celofane
Pedaços de filosofia, imitação formal
No artificial mundo plástico
Fragmentos colecionados da realidade quebrada
Transformação em sonhos inanimados
Ruas sem saída se tornam avenidas iluminadas
Para se livrar de emoções comprimidas
Arte engrandece, inicia-se num plástico artista
Na paisagem distorcida, um abstrato
Que desmorona na via 89
Um homem que se faz de plástico
Eterna arte colorida da juventude se faz
Ele se parece com algo real
Mas é idealização da arte sã
*este soneto foi escrito há algum tempinho, mas fica como homenagem ao artista plástico e amigo do nosso camarada Henrique Perazzi, Percy Coppieters que faleceu na manhã de quinta-feira(08/04)
Marcos Paulo
Movimento Comunismo em Ação - A RETOMADA
Meus sentimentos a todos e todas que o mestre Percy incentivou
ResponderExcluirROSA MORCELLI
Instituto Terra Viva
Cuiabá - MT
OI HENRIQUE ...SINTO PELO AMIGO ARTISTA PERCY , SUA OBRA FICARA PARA PROSPERIDADE ENRIQUECENDO NOSSA CULTURA ..JORNAIS DE OURINHOS COMENTARAM A PERDA DO ARTISTA....ABRAÇO !!
ResponderExcluirGONÇALEZ - CHARGISTA
Percy deverá brilhar em outras paradas .... com certeza !!!!
ResponderExcluirLoyola disse algo importantíssimo e verdadeiro, ele era um "deslocado", também sou e quero continuar sendo uma "deslocada"... ser certinho e comum é muito fácil e muito pobre ao mesmo tempo.... Ser "deslocado" é ser único, ímpar, viver a vida como deve ser vivida ...
Como dizia um outro poeta lindo, que amo tanto .... " Vida louca ....vida ....vida breve .....Quero que vc me leve" ...
Aqui fica o meu lamento pela perda de Percy, mas ao mesmo tempo fica a certeza que ele não passou apenas pela vida, como muitos, ele a sentiu com toda a intensidade ...
Beijos...
Helena Aquino
Henrique, por favor me envie seu e-mail pessoal, estou precisando de vc. amigo, em memória do nosso Percy.
ResponderExcluirUm abraço
Valéria Vilaça
valeriavill@hotmail.com