terça-feira, 13 de abril de 2010

UMA DICA (56)

UM FILME: OS ESTADOS UNIDOS X JOHN LENNON
Estive em Sampa no último final de semana e no sábado, 16h, diante da oportunidade de assistir um filme, não pensei duas vezes, fui conhecer o Cine Bombril, dentro da Galeria Nacional, Avenida Paulista. O filme, “Os EUA X John Lennon”, uma indicação do amigo Marcos Paulo, que possui uma cópia em inglês e me dizia meses atrás do seu significado e importância para desvendarmos como o maior país capitalista do mundo quase expulsou um cantor estrangeiro de seu território, pelo simples fato desse ser revolucionário e contestar o modo de vida capitalista. O que ocorreu com John Lennon e Yoko Ono nos EUA foi uma verdadeira caçada, digna de criminosos federais. A mais reveladora passagem do filme é justamente quando aborda essa tentativa de expulsão do então ativista Lennon, que por atitudes cada vez mais direcionadas a fazer com que as massas, não só se rebelassem contra a Guerra do Vietnã, mas também contra o próprio sistema capitalista norte-americano. Lennon fez parte de uma geração única, que conseguiu levantar a voz e bradar contra as injustiças, dentro do coração do Império. Enquanto Lennon só cantava, ainda era tolerado, mas a partir do momento em que passou a dar voz a verdadeiros ativistas, como os líderes dos Panteras Negras, tudo muda de figura e o cantor passa a ser uma pessoa mais do que perigosa, pois insufla e conscientiza. Ele e Yoko Ono tornaram-se íntimos de Abbie Hoffman, fundador do Partido da Juventude Internacional (os Yupies) e Angela Davies, militante do grupo racial Panteras Negras. Transformou-se em verdadeira “persona non grata”.

O documentário, uma direção de David Leaf e John Scheinfeld mostra como se deu a politização do “Caso Lennon”. E o auge dessa dita politização pode ter sido a libertação de John Sinclair, preso por ter oferecido dois baseados de maconha a um policial disfarçado. Depois disso acirrou o discurso contra o establishment ianque. Nunca havia visto Yoko dar entrevistas tão contundentes quanto às dadas ao filme. Ela, que sempre foi meio que esquiva na maioria das vezes, dá depoimentos fortes e calorosos. O jornal Estado de SP, edição do último sábado, lista três “Razões para Ver” o filme: “1) Agilidade: O ritmo das entrevistas é frenético, a edição é ágil. Ou seja, não se trata aqui de um documentário que dê sono. 2) Cheiro de novo: Não chove no molhado. O episódio de como os EUA declararam guerra a JL não havia sido contado com tantos detalhes até então. 3) Rara chance de ver Yoko Ono falando de JL (ela se nega a entrar no assunto em suas entrevistas). Em alguns momentos, chega a ser comovente”. Eu e Ana Bia, saímos emocionados da sala e ganhamos como brinde um cartaz do filme. Vai para a parede do mafuá. Aqui por Bauru, nos cinemas nem pensar, terão que aguardar em DVD nas locadoras ou quando o Cine Clube exibir uma cópia, em algo já conversado entre mim e o Marcão no dia de ontem.

4 comentários:

  1. henrique
    o cartaz também está aqui no mafuazinho abpa. vistes hoje no bom dia que a igreja católica ABSOLEU os beatles? curioso.... beijo da ana bia

    ResponderExcluir
  2. ps - desculpa foi publicado no jc.

    abpa

    ResponderExcluir
  3. ps1 - desculpem ABSOLVEU - erro de digitação.

    ResponderExcluir
  4. Henrique, este ano de 2010 estará completando 70 anos do nascimento de John Lennon e 30 anos de sua morte.
    1980 parece que foi um divisor de águas, o mundo não seria o mesmo sem John Lennon.
    Ele viveu 40 anos, mas foi como se tivesse vivido por 3, 4 ou mais vidas, pessoas assim viveram tão intensamente que hoje muitos podem viver 100, 200 anos e nunca alcançarão o viver como John o fez.
    Foi um grande momento de nossa história que nunca mais se repetirá.

    obs. hj que os Beatles(diga-se Lennon) não tem mais o apelo de sua voz, sua atitude, a igreja católica se faz de suas hipocrisias, foi assim com Joana D'arc não é mesmo??

    Viva John Lennon

    Marcos Paulo
    Mov. Comunismo em Ação

    ResponderExcluir