terça-feira, 13 de julho de 2010

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (35)

QUATRO HISTÓRINHAS PRESENCIADAS DIA DESTES NAS RUAS
7h da manhã, 18/06, Romana Padaria, no Gasparini. Peço pães e vou ao caixa pagar. Deparo-me com a moça do balcão com um livro ao seu lado, com o marcador quase no fim, o título “1808”, do Laurentino Gomes (o mesmo que Ademir Elias me presenteia no aniversário e já tinha ganho um ano atrás do Vinagre – depois ele troca pelo do Fernando Morais, o “Corações Sujos”). “Já li, gostei muito”, lhe digo. Ela, de pronto e sorrindo me responde: “Eu também. Não paro mais de ler, está uma delícia”. Pergunto sua idade, 15 anos me diz. Digo que meu filho também havia lido este mesmo livro com a mesma idade e saído com a mesma impressão. Ah, se todos os adolescentes gostassem de ler como gostamos de comer pães!

14h, 22/06, num Posto de Saúde municipal. Sala de espera cheia e nem bem todos terminam de assistir a um noticiário numa TV instalada no local, o atendente, sem consultar ninguém, levanta-se e muda de canal. Na Record começa naquele horário um programa de evangelização do bispo, o dono da emissora. O servidor público, agindo como dono do aparelho e da vontade dos presentes quer impor o seu gosto e preferência. Diante de um muxoxo coletivo pergunta meio que incrédulo: “Vocês não acreditam em Deus?”.

Ao desocupar uma vaga na Zona Azul central da cidade, o senhor do carro olha diretamente para mim com certa insistência. Chego no momento exato de sua saída da vaga e fico a aguardar sua saída. Procedimento efetuado, ele continua a me olhar, desce do seu carro no meio fio e vem em minha direção. Espero dentro do carro, quando o noto já na janela com um papel na mão. É o seu cartão de estacionamento, que me entrega. “Fiquei só quinze minutos. Estou lhe dando e você ainda terá 45 minutos de uso. Um presente”, me diz. Desço do carro, trocamos um forte aperto de mãos e vou finalmente fazer o que me havia levado até ali.

Num outro dia, ainda dentro do mês de junho, circulando com meu meio de locomoção pelo centro da cidade, ao fazer uma conversão, provoco um pequeno desvio no veículo ao lado. Paro e me desculpo. Não foi suficiente. O irado, além de não aceitar minhas justificativas, xinga em alto e bom som. Desce do carro e parece querer briga. Subo no meu, o deixo praticamente falando sozinho e sou seguido. Estaciono três quadras adiante, defronte o Plantão Policial. Ele, ainda me xinga e digo: “Se quer mesmo discutir, o façamos aqui, acredito ser mais seguro”. Ele não aceita, arranca com seu carro e ainda consigo escutar seu último xingamento.

Um comentário:

  1. Se eu acredito em deus...? Quem?? sei não... Mas no Bispo Macedo, oh glória!!!

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