CINQUENTA ANOS - publicado no diário bauruense BOM DIA, edição de 26/06/2010
Completei essa data redonda durante esta semana. Meio século de existência. Que dizer disso? Talvez, como Aldir Blanc, num dos seus sambas, o “50 Anos”: “Perdôo a todos, não peço desculpas/ Foi isso que eu quis viver/ Acolho o futuro de braços abertos/ Citando Cartola:/ - Eu fiz o que pude/ Aos cinqüenta anos/ Insisto na juventude”. É o que tento fazer, sem me vergar, tentando manter a integridade e atuando do jeito e na hora que quiser. Mas isso é tão difícil, e como dói. Dói, pois vejo gente que antigamente apregoava lutas mil em nome de uma transformação social e hoje, acomodados, estão inseridos no sistema. Recordo de uma entrevista do professor Duda, o da TV Preve, dizendo algo assim: “Eu na juventude já fui de esquerda, tinhas essas idéias, mas depois amadureci e deixei aquela besteirada para trás”. Muitos fizeram essa opção. Foram vencer na vida, ou seja, assumiram o capitalismo e dele usufruem, sem perder o sono. Nem a fleuma. Eu não consigo agir assim. Não vim a este mundo para acumular nada, para explorar ninguém, para tripudiar com o Zé povinho. Queria muito ver esse mundo diferente, com mais justiça social, com igualdade de condições e com real liberdade, não essa balela que vejo hoje, quando o poder econômico diz o que deve ou não ser feito. Aos 50, escolhi minha forma de atuação. Latuff, um cartunista da pá virada passou por aqui e deixou um recado: “Eu não vou mesmo mudar esse mundo. Eles venceram com a forma deles, mas terão que me aturar. Vou espezinhar o sistema até quando puder”. É isso, vou ser uma pedra no sapato desse sistema. Ficarei mostrando o ridículo disso tudo. Se isso for alcançado, valeu minha existência.
QUARTO PODER - publicado no diário bauruense BOM DIA, edição de 03/07/2010
São três os poderes legalmente constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Um quarto, não legal e dos mais perigosos quando exercido desviado de sua função, o da Imprensa. Essa denominação, Quarto Poder é perigosa demais, ainda mais quando existe algum tipo de ligação umbilical dela com o poder constituído. Numa frase que corre o país, Millor Fernandes vaticinou que “imprensa é oposição, o resto é balcão de secos e molhados”. Imprensa é transparência, sua função é investigar e publicar o fato doa a quem doer. Quando seus interesses acabam por se misturar com os do poder, primeiro acaba a credibilidade, pois estará deixando de informar com a necessária isenção a verdade factual dos fatos. O que vem a partir daí nunca mais será visto como o que realmente aconteceu. Sempre existirá uma dúvida no ar e para estar decretado o seu fim é um passo. Imaginem uma emissora de TV, uma rádio ou jornal tomando decisões de bastidores junto com algum administrador público, municipal, estadual ou federal? E se esse mesmo órgão de imprensa indica e garante a permanência de pessoas e procedimentos dentro da tal administração? Digam-me, receberíamos todas as informações de fatos nebulosos ou mesmo a ferir interesses? Evidente que não. Daí o perigo. Deu para notar a completa incompatibilidade existente entre uma imprensa livre com o poder? Ocorrendo o contrário, ambos estão desviados de sua função precípua e assim sendo, um perigo mais do que evidente. Imprensa e poder não podem caminhar na mesma trincheira, pois coisa boa não sairá dessa cumbuca.
Completei essa data redonda durante esta semana. Meio século de existência. Que dizer disso? Talvez, como Aldir Blanc, num dos seus sambas, o “50 Anos”: “Perdôo a todos, não peço desculpas/ Foi isso que eu quis viver/ Acolho o futuro de braços abertos/ Citando Cartola:/ - Eu fiz o que pude/ Aos cinqüenta anos/ Insisto na juventude”. É o que tento fazer, sem me vergar, tentando manter a integridade e atuando do jeito e na hora que quiser. Mas isso é tão difícil, e como dói. Dói, pois vejo gente que antigamente apregoava lutas mil em nome de uma transformação social e hoje, acomodados, estão inseridos no sistema. Recordo de uma entrevista do professor Duda, o da TV Preve, dizendo algo assim: “Eu na juventude já fui de esquerda, tinhas essas idéias, mas depois amadureci e deixei aquela besteirada para trás”. Muitos fizeram essa opção. Foram vencer na vida, ou seja, assumiram o capitalismo e dele usufruem, sem perder o sono. Nem a fleuma. Eu não consigo agir assim. Não vim a este mundo para acumular nada, para explorar ninguém, para tripudiar com o Zé povinho. Queria muito ver esse mundo diferente, com mais justiça social, com igualdade de condições e com real liberdade, não essa balela que vejo hoje, quando o poder econômico diz o que deve ou não ser feito. Aos 50, escolhi minha forma de atuação. Latuff, um cartunista da pá virada passou por aqui e deixou um recado: “Eu não vou mesmo mudar esse mundo. Eles venceram com a forma deles, mas terão que me aturar. Vou espezinhar o sistema até quando puder”. É isso, vou ser uma pedra no sapato desse sistema. Ficarei mostrando o ridículo disso tudo. Se isso for alcançado, valeu minha existência.
QUARTO PODER - publicado no diário bauruense BOM DIA, edição de 03/07/2010
São três os poderes legalmente constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Um quarto, não legal e dos mais perigosos quando exercido desviado de sua função, o da Imprensa. Essa denominação, Quarto Poder é perigosa demais, ainda mais quando existe algum tipo de ligação umbilical dela com o poder constituído. Numa frase que corre o país, Millor Fernandes vaticinou que “imprensa é oposição, o resto é balcão de secos e molhados”. Imprensa é transparência, sua função é investigar e publicar o fato doa a quem doer. Quando seus interesses acabam por se misturar com os do poder, primeiro acaba a credibilidade, pois estará deixando de informar com a necessária isenção a verdade factual dos fatos. O que vem a partir daí nunca mais será visto como o que realmente aconteceu. Sempre existirá uma dúvida no ar e para estar decretado o seu fim é um passo. Imaginem uma emissora de TV, uma rádio ou jornal tomando decisões de bastidores junto com algum administrador público, municipal, estadual ou federal? E se esse mesmo órgão de imprensa indica e garante a permanência de pessoas e procedimentos dentro da tal administração? Digam-me, receberíamos todas as informações de fatos nebulosos ou mesmo a ferir interesses? Evidente que não. Daí o perigo. Deu para notar a completa incompatibilidade existente entre uma imprensa livre com o poder? Ocorrendo o contrário, ambos estão desviados de sua função precípua e assim sendo, um perigo mais do que evidente. Imprensa e poder não podem caminhar na mesma trincheira, pois coisa boa não sairá dessa cumbuca.
Notícias da Copa 5: Tanto nós, brasileiros, como "los hermanos" argentinos estamos fora da Copa. Ambos temos a certeza de termos voltado antes da hora, cada um com seus motivos. Escrevo algo sobre a recepção na volta. No Rio tumulto e xingamentos mil, apupos negativos. Reações intempestivas. A maioria da imprensa malha e ironiza. Em Porto Alegre, Dunga é bem recebido e dá até entrevistas em tom bem humorado. Em Buenos Aires toda a seleção argentina é recebida com aplausos, mesmo após os 4x0 e entre clamores para que Maradona continue. Falta a muitos o entendimento de que o que aconteceu não "passa de um partida de futebol". A vida continua a rolar num gramado mais do que duro, no meu caso aos trancos e barrancos e dele não consigo fugir, nem pedir substituição. Mal tenho meus quinze minutos de descanso. Mato um leão por dia e o futebol é só um entretenimento. Uma peleja e tanto a vida que levamos (a charge do Pádua é do http://www.chargeonline.com.br/)
Olá, Henrique! Permita-me convidá-lo neste espaço a conhecer meu site (www.canhota10.com). Além de opiniões sobre futebol brasileiro, há um espaço dedicado exclusivamente ao nosso glorioso Norusca. Grande abraço! Fernando BH (sou seu colega de Bom Dia, assinando coluna às quintas durante Copa) meu e-mail: fernandobh@canhota10.com
ResponderExcluirHenrique
ResponderExcluirGostei do seu texto sobre o quarto poder. Não foi uma indireta. Tenho certeza, foi uma direta e espero que a mensagem tenha sido recebida por quem de direito.
Paulo Lima
caro Paulo:
ResponderExcluirA direta não foi somente para um endereço, foram para vários. E sempre fica a máxima, "se a carapuça serviu...". O perigo existe em vários lugares e espalhado pelo nosso interior, onde a imprena se acha o máximo quando isso acontece, sem perceber que está decretando o seu fim.
Um abracito
Henrique - direto do mafuá