terça-feira, 10 de agosto de 2010

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (16)

TRATAMENTO DE ESGOTO, GARÇAS NO RIO BAURU E A FALTA DE UMA BOA PRESSÃO
No Jornal da Cidade, edição dominical, 08/08, algumas notas na Coluna Entrelinhas sobre um assunto a atormentar a vida de prefeitos da região, o tratamento de esgoto. Reproduzo aqui, as quatro curtas notinhas dadas sobre o assunto:

Se a moda pega... :”O inusitado protesto de jogar esgoto na frente da Prefeitura de Itapuí para cobrar a instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no município serve de alerta às autoridades municipais bauruenses de que algo parecido pode ocorrer por aqui. Afinal, o esgoto continua sendo lançado nos ribeirões da cidade e o tratamento está demorando”.
Resumo dos fatos: “Para quem não se lembra, na última terça-feira a ONG Eco Vida encheu galões de esgoto, levou até a sede da Prefeitura de Itapuí e despejou em calçadas e escadaria, parando o trânsito e gerando um fato que serviu de protesto contra o atraso nas obras do tratamento de esgoto daquela cidade”.
Situação em aberto: “O prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), em sua conhecida militância ambientalista, antes de virar político, já acampou em frente ao DAE e da Prefeitura para cobrar o tratamento de esgoto. Agora, acertadamente não faria isso, mas é visível sua inquietação quanto ao tema, uma vez que ainda não se sabe como obter os recursos (pelo menos R$ 50 milhões) para a caríssima obra”.
Guerrilha ecológica: “Para Rodrigo, o protesto da ONG de Itapuí foi inspirado no Greenpeace, entidade que adota métodos de propaganda midiática de grande impacto. Ele não acredita que algo parecido possa ocorrer em Bauru. Só que o tempo está passando e sem tratamento de esgoto a cidade pode até ficar sem recursos do governo federal num futuro não muito distante”.


Eu, HPA, sou da população ribeirinha ao rio Bauru. Enchentes por aqui foram muitas, felizmente há uns vinte anos não ocorrem por esses lados, mas o padecimento já foi intenso, podendo voltar a qualquer instante, sabemos disso. Água entrando nas casas e da pior espécie, suja, poluída. Hoje, o ribeirão fede muito em alguns momentos do dia, principalmente em dias quentes. Um bafo impregna tudo à sua volta. Humanos sofrem muito, mas noto uma população tentando usufruir das águas do rio, mesmo nas condições atuais. São as GARÇAS, que em bando escolheram algumas saídas de esgoto para passarem várias horas do dia. É triste vê-las com os pés atolados naquelas águas fétidas e com o restante do corpo tão branquinho. Uma cena para destroçar coração de ecologistas. Elas encontram peixes por ali (adoram ficar na saída de um esgoto, quase em frente ao prédio do Vítor Auto Peças, na avenida Nuno de Assis), como já vi tartarugas mais adiante, perto do Fórum. O rio tenta sobreviver e algumas espécies não o abandonam. Mas a sujeira persiste, resiste e insiste. Até quando?

Fui com o filho no domingo ver a situação da ETE do Gasparini, iniciada na gestão de Tuga Angerami. Tudo parado. O ex-prefeito cumpriu sua parte, pagou as dívidas da cidade e deu início a essa obra e ao processo da segunda, a outra ETE, uma que atenderia a parte maior da cidade. O dinheiro faltou (é o que lemos), mas as explicações rareiam. Vêem em conta gotas. Nós, a população, precisamos ser convencidos dos motivos da paralisação. Afinal, perguntaria um intrépido repórter, ao velho estilho de Ernesto Varela: “Que motivos seriam esses? E a do Gasparini, não daria para retomar aquelas obras? E o valor que está sendo arrecadado nas contas de água do DAE? Se ele foi recolhido e não usado, onde está? Teriam como nos mostrar os balancetes desse recebimento? E por que prazos de entrega da obra foram dados se tudo estava prestes a ser paralisado? ”.

Não só nós, os residentes às margens deste rio (são muitos outros na cidade, todos poluídos), mas todos, precisamos constatar a coisa andando, transparência de informações para darmos credibilidade à proposta apresentada (ela existe?). Já das garças, pouco podemos fazer, a não ser espantá-las, mas para onde? Elas, com uma percepção maior que a nossa, sentem que o rio quer voltar a pulsar, mas fazer os humanos entenderem isso e agilizar o processo é outra coisa. Na solução disso, poderíamos usar o que um político da região apregoava tempos atrás (Pedro Tobias, bem antes de entrar para o PSDB, quando acarinhou o PT) e o que o candidato Plínio de Arruda Sampaio afirmou no último debate na TV: “Em alguns momentos só existe um meio de se conseguir as coisas neste país. Com pressão”. Em Itapuí isso já aconteceu, por aqui, ainda estamos só cobrando, sem muita pressão. Das notas no JC, não concordo com algo. Por que o prefeito, que já fez isso no passado, "acertadamente" (segundo o JC), não faria mais protestos exercendo o cargo atual? Deveria fazê-lo, sempre, concluo. E se não estivesse no Executivo, com certeza já teria comprado facilmente essa briga. Passem lá e vejam nossas garças, no que os comerciantes da região já denominaram de uma extensão do Zoológico Municipal. Observem de longe, pois elas são arredias e fogem diante das tentativas de aproximação. Instintamente estão escoladas de humanos, aqui sim, acertadamente.
OBS.: Na dificuldade de fotografá-las, arredias e avessas a humanos, estou tentando outros meios de uma aproximação segura. Orientado por entendidos, estarei me disfarçando de Ubu Rei, ops, ou seja, Urubu Rei e farei uma entrevista com uma delas, expondo a situação e o ponto de vista pelo lado oposto, ou seja, o de quem pisa literalmente na merda. Quem também teve dificuldade em fotografar as arredias garças, foi o fotógrafo do JC, Douglas Reis, em matéria publicada recentemente. Cliquem a seguir para a leitura e ver a linda foto tirada por ele: http://jcnet.com.br/mostra_fotocapa.php?codigo=3211 .

6 comentários:

  1. HENRIQUE

    Se acha que o prefeito, antes ativista ecológico, propositor de ações ao estilo Greenpeace, hoje com o cargo que ocupa, estaria interessado em protestar? Não. Daqui a alguns anos, quando voltar a ocupar outros cargos, como o de deputado, certamente, fará isso. Hoje, não.

    E a erosão lá perto do Sabiá, só cresce, virou Grande Cannyon.

    André Ramos

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  2. "O prefeito agora acertadamente, não faria mais isso.." Tradução: O prefeito agora vidraça, acertadamente não seria mais pedra. Simples assim. Outra simplicidade: alguém já disse que todo revolucionário, quando no poder, vira conservador. E um último comentário: Se o rio esgoto estivesse mais ao sul da cidade, mais para os lados da Getúlio e adjacências, seria um rio com mais sorte. Por quê?

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  3. Minha cara ArabeAlli:

    Muito boas suas observações. Todas. A melhor delas é sobre a posição do rio dentro da cidade. Imagine ele lá pelos lados da Getúlio. Teria mais oportunidades na vida.

    Isso me lembra a Copa Davis e tudo o que foi feito na região do BTC de campo. Ouvi na rádio que a cidade precisaria de mais outras edições da Davis, só que em locais diferentes, como o Mary Dota, o Nova Esperança, a Vila São Paulo, o Gasparini, o Rasi, etc.

    Marisa

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  4. Oi Henrique!
    Infelizmente, é por essas e outras que os setores mais conservadores se organizam para voltar ao poder aqui em Bauru.
    Um vereador do DEM já se organiza para fazer campanha para a cadeira principal do palácio das Cerejeiras...
    Abração
    W.leite

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  5. Respostas às suas perguntas, por enquanto nenhuma. E aí? O DAE recebe os valores descontados nas contas de água e não está prestando conta de sua utilização. Interessante isso, não? O montante deve estar alto. Quero ver os balancetes.

    Paulo Lima

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  6. meu caro

    o meio de se conseguir as coisas hoje no Brasil é

    COM PRESSÃO

    ou

    COMPRESSÃO


    Zé Maria Souza
    lembra de mim???

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