sábado, 20 de novembro de 2010

MEUS TEXTOS NO BOM DIA (99 e 100)

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS - publicado diário bauruense Bom Dia, edição de 13.11.2010
Sakineh Ashtiani poderá ser executada no Irã. E-mails com listas de repúdio, enviados não sei para onde, clamam para o Irã postergar e cancelar o assassinato, devido à exposição negativa na mídia mundial. O caso do adultério da iraniana é um trágico embuste, nisso todo mundo concorda. O Brasil fez sua parte, criticado e ironizado por muitos, quando lhe ofereceu asilo. Vamos a outro caso de repercussão mundial. Um dissidente cubano fez greve de fome durante meses e martelaram isso diariamente até o mesmo conseguir seu intento, o exílio na Espanha. Pouco li sobre questionarem dos motivos dele estar detido? País adversário dos EUA, pau nele, sem dó e piedade. Em ambos, algo inegável, uma orquestração de temas a serem espalhados pelo midiático interesse norte-americano e prontamente aceitos pelos variados meios de comunicação mundo afora. Não me critiquem, explico. Sim, acuso. Melhor, afirmo que, nós ocidentais e com certa ligação umbilical aos interesses dos EUA somos totalmente influenciados pelo que eles querem que seja divulgado. Eles dão a dica e entramos com tudo, compramos a briga por eles. Sempre foi assim. É que em dois outros recentes casos, tão ou mais escabrosos que os citados, pois tiveram a ação de execução concluída, nem tomamos conhecimento. Na Arábia Saudita, aliada petrolífera dos EUA, uma mulher analfabeta foi condenada a morte porque um saudita a acusou de ser feiticeira e de o ter deixado impotente. Assinou com a digital, num caso que poderia ser resolvido com um Viagra. Alguém aqui ficou sabendo disso? Zero de estardalhaço. No outro, esse no coração do Império, em Virgínia, a execução de uma mulher passa em brancas nuvens. Ela, acusada de assassinar o marido, recebeu a injeção letal no final de setembro. Seu jornal ou TV falaram disso? Nadica de nada. Óbvia conclusão desse escrevinhador: tanto Irã como os EUA não primam por direito penal humanitário. E por que só se critica o Irã e Cuba?

ENEM E CPMF - publicado diário bauruense Bom Dia, edição de 20.11.2010
Não sou advogado de defesa do atual governo, mas usando do bom senso e da verdade factual dos fatos defendo aqui o ENEM e a CPFM. Primeiro o ENEM, tão abrangente e aguardado. Com sua aplicação os menos favorecidos, os que quase não tinham acesso à universidade estão podendo fazê-lo e de peito estufados. Algo a ser defendido. Seu sucesso incomoda aos que preferem sempre o caos a ver algo do atual governo triunfando. Analisem a quantidade de gente que fizeram as provas (4 milhões de candidatos espalhados por 1700 cidades) e a quantidade de erros e problemas (menos de 0,05%, equivalente a menos de 2000 estudantes). Dentro do universo da primeira, um percentual pífio de erros, dentro de qualquer padrão de aceitação plausível. E o próprio governo assumiu que nos casos de erros comprovados, ninguém será prejudicado e ocorrerão novas provas. Cancelar tudo é fazer o jogo de quem aposta no caos, no preconceito contra o pobre. O Golpe perde mais essa. Para eles, tudo é motivo de contestação. Vá ser contra o Brasil lá na Cochinchina. E agora a tão decantada CPMF. Ouço e leio barbaridades por todos os cantos. Levo em consideração que a maior crítica sempre partiu de entidades tipo a FIESP. E o que representa a FIESP? Industriais e os mais abastados. E se é assim, estou com a CPMF. Ninguém consegue me mostrar por A + B que a pessoa de baixa renda pagava altos valores. Isso nunca existiu. Existe sim, o interesse dos que de fato pagarão mais, esses a temem, pois podem ser rastreados pela movimentação financeira sem lastro. Voltando, que o imposto seja realmente aplicado na sua destinação precípua. Os portais de transparência estão aí para a fiscalização. Seria ótimo para o país ter esses valores arrecadados e utilizados na melhoria do sistema de saúde pública num todo. Quando leio manchetes espalhafatosas e logo a seguir um pipocar de opiniões, parecendo orquestração, coço o cocoruto já meio desprovido de cabelos e vou buscar entender o outro lado da questão. Só depois de analisar a ambos, com bastante critério é que cravo meu pensamento. Às vezes erro, mas nunca me verão assumindo posições na defesa de interesses pelos quais lutei contra minha vida inteira.

OBS.: Esse meu 100º texto aqui. Continuo em exposição, feito sardinha de balcão.

5 comentários:

  1. cpmf e robin hood, impostos que tira dos ricos para dar aos pobres.
    se forçou, hem henrique...

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  2. Henrique, entendo a palhaçada midíatica em cima do Enem, mas sinceramente não aguento todo ano discutir as mesmas coisas que nos são colocadas, o ultimo exame do enem foi essa mesma falação e sempre repetimos outras e ninguém discute efeito de causa mais, ninguem se aprofunda em nada, falamos de acesso a escolas e universidades e é um lixo a educação de nosso país, não existe padrão a nao ser o de bosta, não formamos cidadãos, é só competidores, o ideal egocentrico de um querer passar a perna no outro, as pessoas entraram de cabeça nesse sistema, a massificação do entretenimento imperialista, o mundo virtual onde rede sociais feitas pelos americanos estão nos destruindo, deixando inertes, vejo varios amigos que atrofiaram o cérebro, as pessoas pararam de ler, pesquisar, nao temos mais pensadores como antes, e uma coisa que quero escrever semana que vem é sobre justamente essa massificação do entretenimento e o mundo virtual, 1982 de george orwel já está acontecendo, o que me assusta é que o controle social das pessoas não será imposto de forma totalitaria pela força, esse neofascismo do entretenimento, as pessoas desejaram por isso terão prazer de se atirarem, ninguem entende o pq de ser um acido critico a rede social tipo orkut, facebook, twitter, todo o controle está sendo feito através do prazer e é incrivel e assustador como num periodo de pouco mais de 15 anos entramos numa mediocridade profunda, alguns tentam jogar a bomba para mim dizendo que eu me afastei de tudo, mas pelo contrario, as pessoas estão se afastando nao apenas de mim, mas da realidade, eu continuo a viver como sempre, estudando mais, vivendo o material, e não cedo um milimetro de meu ideal e de tudo o que vivi quando as pessoas eram mais mentes arejadas e viviam através do contato real, nao consigo ficar discutindo coisas que vejo que estão totalmente com o foco errado, até as questões mais simples as pessoas se perdem.
    e só pra fechar sobre educação, um outro artigo que escreverei sobre isso, é que estive na usp e na unesp dias atrás, meu aquilo está um antro de asnos sem um pingo de bom senso, acabaram com a verdadeira resistencia universitaria.
    falamos de cultura, e esquecemos q ela está ligada a educação, se nós apreciamos boa cultura está ligado a nossa formaçõa educacional, agora aqui ficam discutindo apenas espaços para grupos se apresentarem e lei de incentivo q muitos usam para morder grana ou um carguinho publico, desse jeito é o q falo, andar em circulos.

    Marcos Paulo - Comunismo em Ação

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  3. Nicolelis: Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo
    Viomundo

    21 de novembro de 2010 às 8:35h

    O neurocientista Miguel Nocolelis afirma que só donos de cursinho e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem

    Desde o último final de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ministério da Educação (MEC) estão sob bombardeio midiático.

    Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões submeteram-se às provas. O exame foi aplicado em 1.698 cidades, 11.646 locais e 128.200 salas. Foram impressos 5 milhões de provas para o sábado e outros 5 milhões para o domingo. Ou seja, o total de inscritos mais de 10% de reserva técnica.

    No teste do sábado, ocorreram dois erros distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200.

    O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem.

    “Nenhum aluno será prejudicado. Aqueles que tiveram problemas poderão fazer a prova em outra data”, tem garantido desde o início o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Isso é possível porque o Enem aplica a teoria da resposta ao item (TRI), que permite que exames feitos em ocasiões diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade.”

    Interesses poderosos, porém, amplificaram ENORMEMENTE os erros para destruir a credibilidade do Enem. Afinal, a nota no exame é um dos componentes utilizados em várias universidades públicas do país para aprovação de candidatos, além de servir de avaliação parabolsa do PRO-UNI.

    “Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. “Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!”

    Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe o SAT (standart admissions test), que é muito parecido com o Enem. Tem três filhos. Os três já passaram pelo Enem americano.

    Essa saiu no Viaomundo, do bauruense Azenha

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  4. Volta e meia retorna na imprensa o caso da mulher iraniana que está condenada a morte por apedrejamento ou enforcamento, é um tal de morre ou não morre, e um sensacionalismo da imprensa que leva as pessoas a uma discussão errada e vazia. Longe de querer defender o Irã, cujo estado é um modelo teocrático, que sou totalmente contra, muito menos apedrejar alguém por fazer sexo.

    A questão que quero colocar na mesa de debate é o seguinte, observamos muita chacota sobre este tema e muita hipocrisia dos que falam por estas terras de "direitos humanos", piadinhas do tipo, "mas esse Irã é um absurdo, esses islâmicos são cretinos, olha como tratam as mulheres", tenho visto muito disso por aí.

    Agora é onde pergunto, o nosso país cristão, como toda religião dos 3 monoteísmo hebraicos, trata as mulheres melhor que no Irã???? País, seguidor do cristianismo, cuja religião trata a mulher como a parideira oficial do estado, como propriedade eclesiástica, cujo livro "sagrado" é tomado de um machismo imenso, cheio de violência contra as mulheres e ainda diz ser esta submissa ao homem, o que automaticamente nos leva a uma cultura de estado completamente machista, da mulher patroa, da mulher objeto de prazer masculino, do estado capitalista cristão que mercantiliza descaradamente a imagem da mulher com ampla aceitação da sociedade, que a trata como uma peça a ser escolhida num açougue, como cachorra, escrava do sexo e outros insultos mais.

    Um país que criou a lei "Maria da Penha" para tentar punir os altos índices de violência contra mulheres neste estado, lei que leva o nome de uma mulher que ficou paraplégica por ser barbaramente violentada pelo marido. Diariamente vemos nos jornais, mulheres violentadas em casa, nas ruas, sequestradas, violentadas, estupradas, assassinadas, mulheres trabalhadoras deste país, que temem o caminho de volta para casa, se não for por medo da violência do marido, pelo perigo de violência nas ruas. E toda essa violência sem causa de pena, diferente do que questionamos no Irã.

    Um país onde pesquisas mostram também, que a maioria das mulheres não conseguem chegar ao orgasmo, porque os homens só pensam em si, prazer individual, uma sociedade tomada pelo machismo, onde homens são incapazes de compreender a sensibilidade de uma mulher, de ter altruísmo no prazer, em entender que ela é parte igual na evolução humana, ter respeito.

    Nossa espécie evoluiu, mas a alienação do estado capitalista, religioso, de posse, patriarcal, machista, estoura uma sociedade em que essa barbarie nos faz inferiores aos nossos ancestrais primatas que tratavam de forma incomparavelmente melhor a fêmea. Hoje mesmo nem os nossos primos chimpanzés fazem com suas fêmeas o que fazemos com as mulheres. Nessa opressão as mulheres, as afastamos de sua grandeza na natureza, a única igualdade que este estado dá a elas é a alienação dos ideais do estado burguês. E nos achamos hipocritamente melhores que o Irã.

    Uma das coisas que acho mais belas de se admirar na natureza, são as lindas mulheres, linhas de pinturas renascentista, se eu tivesse um talento de Da Vinci ou Piero De la Francesca, pintaria vários quadros com belas mulheres em belas paisagens, e por admirar tanto, em poder ver pintura e poesia nas grandiosas mulheres, é fazer dar o respeito, o cuidado, gentileza, criar situações que as façam sentir a verdadeira importância e igualdade neste mundo, e claro um prazer mútuo.

    Portanto belas mulheres, à luta contra este estado, atirem as pedras.

    Marcos Paulo - Comunismo em ação

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  5. Como sempre belas palavras comandante Marcos!!!!

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