CONVIVENDO COM OS INVISÍVEIS - publicado edição diário BOM DIA de 11.12.2010
Dezembro é mesmo um período de muita confraternização. Daqui de onde moro observo a intensa movimentação diante do meu portão e a cada dia isso consolida a felicidade de poder compartilhar com o próximo um bocadinho do que fui amealhando ao longo do tempo. Criei sócios, ou melhor, parceiros de infortúnio. Recebo-os no portão e eles vêem em busca de algo muito simples, um copo de água gelada, um trocado para completar uma passagem, dizem. Sei que o que dou será gasto no fortificante a lhes darem força para continuar vivendo nas ruas, um gole de aguardente. Dou sem pestanejar. Convivo com muitos por aqui. De alguns já sei os nomes, onde dormem e o que fazem para continuarem lutando pela sobrevivência. Muitos passam por aqui e ao me verem do portão, abrem um sorriso do tamanho do mundo e param só para um papo. Outros vendo o carro estacionado no portão me chamam pelo nome. Paro tudo, ouço suas histórias e junto coisas que distribuo, desde latas de alumínio, jornais velhos, garrafas pets, etc. Minha mãe guarda todos os pratinhos de isopor, desses que vem com frios nos supermercados. Lavamos e quando me pedem comida, dou da mesma que comemos. É o mínimo que alguém morando nas cercanias da linha férrea, próximo da rodoviária pode fazer para amenizar o sofrimento de uma crescente legião de deserdados e invisíveis. Eles voltam, pois além da minguada ajuda, dou-lhes carinho e atenção. Dia desses me perguntaram se não gostaria de me mudar para um edifício ou condomínio fechado. “Tá louco, convivo com as proximidades do ribeirão Bauru há décadas e vivendo num lugar desses não agüentaria a monotonia. Imagina minha campainha não tocando o dia todo, ninguém me chamando no portão e sem a presença de gente que aprendi a não ignorar e repudiar? Morreria de tédio”, disse de bate pronto. Aprendo muito com todos eles.
HISTÓRIAS DEZEMBRINAS - publicado edição diário BOM DIA de 18.12.2010
1. Festança de um padroeiro religioso numa praça. Gente aos borbotões, show num palco e comida vendida sob longas filas. Luzes por todos os lados, pirotecnia de encher os olhos. Num canto um tanto escuro, distante do brilho da festa, um senhor com mais de setenta anos despeja uma saco cheio de latas vazias e começa a pisoteá-las, tudo para facilitar o transporte. Vendo-o com um braço na tipóia, justamente o direito e mais útil, não sei como fará depois para abrir o saco e enfiar todas elas amassadas para lá. Passam por ele e nada vêem, nada mais sensibiliza do que a festa na praça e a louvação ao padroeiro.
2. Noite de chuva fina um casal para seu Chevete num bairro chique da cidade. De porta-malas aberto e cada um de um dos lados da rua, vão recolhendo todos os sacos de lixo do quarteirão e lotando o já pequeno espaço no carro. Vá vejo sacos até sob o banco traseiro. Paro a certa distância e fico a observá-los. Devem com certeza estar à procura de restos aproveitáveis do lixo dos bacanas. Qual o destino daquilo tudo?, uma pergunta que não me sai da cabeça.
3. Seu Timura é o único japonês mendigo das ruas de Bauru. Passa dos 70 anos e arrasta pela cidade, uma verdadeira embarcação (ou seria trenó?) com todos seus pertences. Sem morada certa, leva sua casa de um lugar para outro, sem destino. Pernoita num canto esquecido do terminal rodoviário. Vê-lo puxando um carrinho desses de pedreiro, amarrado a um outro, desses de descarregar mercadorias em lojas, ambos abarrotados, mais de 6 metros de extensão é para deixar o Natal de qualquer um mais triste e doido.
4. Hilda de Souza é catadora de papel para reciclar. Passa dos 60, mas aparenta bem mais, negra retinta, cabelo carapinha, sustenta sua casa e um filho com problemas. Labuta o dia inteiro na lida, não possui um só quilinho a mais, pois seu exercício diário não permite excesso gastronômico nenhum. Coleta papéis, jornais, garrafas pets e acompanhada de uma filha e do genro, fiquei com meu carro calmamente seguindo aquele desfile natalino a congestionar o trânsito do centro da cidade. Lá atrás intermitentes buzinas sem calma nenhuma já se aborreciam com a cena. Apressados para a festa.
HISTÓRIAS DEZEMBRINAS - publicado edição diário BOM DIA de 18.12.2010
1. Festança de um padroeiro religioso numa praça. Gente aos borbotões, show num palco e comida vendida sob longas filas. Luzes por todos os lados, pirotecnia de encher os olhos. Num canto um tanto escuro, distante do brilho da festa, um senhor com mais de setenta anos despeja uma saco cheio de latas vazias e começa a pisoteá-las, tudo para facilitar o transporte. Vendo-o com um braço na tipóia, justamente o direito e mais útil, não sei como fará depois para abrir o saco e enfiar todas elas amassadas para lá. Passam por ele e nada vêem, nada mais sensibiliza do que a festa na praça e a louvação ao padroeiro.
2. Noite de chuva fina um casal para seu Chevete num bairro chique da cidade. De porta-malas aberto e cada um de um dos lados da rua, vão recolhendo todos os sacos de lixo do quarteirão e lotando o já pequeno espaço no carro. Vá vejo sacos até sob o banco traseiro. Paro a certa distância e fico a observá-los. Devem com certeza estar à procura de restos aproveitáveis do lixo dos bacanas. Qual o destino daquilo tudo?, uma pergunta que não me sai da cabeça.
3. Seu Timura é o único japonês mendigo das ruas de Bauru. Passa dos 70 anos e arrasta pela cidade, uma verdadeira embarcação (ou seria trenó?) com todos seus pertences. Sem morada certa, leva sua casa de um lugar para outro, sem destino. Pernoita num canto esquecido do terminal rodoviário. Vê-lo puxando um carrinho desses de pedreiro, amarrado a um outro, desses de descarregar mercadorias em lojas, ambos abarrotados, mais de 6 metros de extensão é para deixar o Natal de qualquer um mais triste e doido.
4. Hilda de Souza é catadora de papel para reciclar. Passa dos 60, mas aparenta bem mais, negra retinta, cabelo carapinha, sustenta sua casa e um filho com problemas. Labuta o dia inteiro na lida, não possui um só quilinho a mais, pois seu exercício diário não permite excesso gastronômico nenhum. Coleta papéis, jornais, garrafas pets e acompanhada de uma filha e do genro, fiquei com meu carro calmamente seguindo aquele desfile natalino a congestionar o trânsito do centro da cidade. Lá atrás intermitentes buzinas sem calma nenhuma já se aborreciam com a cena. Apressados para a festa.
obs.: Esse texzto corresponde ao publicado no dia 19/12. Saio de viagem e não terei tempo de fazê-lo nesse dia.
Perguntas (ainda) aos ex-candidatos
ResponderExcluirPor Emir Sader
18/12/2010 06:48
Em www.cartamaior.com.br – blog do Emir
Presidente Dilma Rousseff: quais serão as contribuições objetivas dos ínclitos delegados Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz em seu governo?
A senhora aceitaria a proposta de encaminhar ao Congresso Nacional projeto de Lei que tornaria hediondo os crimes de corrupção?
O que a senhora pretende fazer no sentido de aperfeiçoar os mecanismos de controle do dinheiro público nas diversas instâncias, federal, estadual e municipal?
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Brasil Nação
Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares. Dezembro/2010 http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoListaSignatarios.aspx?page=82&pi=P2010N4596
ResponderExcluir(Chegou a nossa hora! Aproveitemos!)
Já assinei – e comentei!
... Esta patifaria deveria ser rechaçada de forma veemente pela população! Deveremos organizar manifestações em todo o país! Ingressar com queixas-crimes em todas as instâncias jurídicas, incluindo o Ministério Público e Advocacia Geral da União... Foi noticiado pela imprensa de que os políticos brasileiros são os mais bem pagos do mundo! Logo estes políticos indecorosos, incompetentes, desprovido de pudor, caráter e vergonha na cara-de-pau cínica e fascista!... Falam em ajuste fiscal, controle das contas públicas, superávit primário e o escambau... E promovem este acinte aos 5% de reposição salarial concedidos anualmente aos honestos e trabalhadores brasileiros e brasileiras! Mobilização já! Abaixo a estes crápulas!
República Destes Bananas Imorais Indecorosos
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
... O competente ministro Fernando Haddad e os demais pensadores em Educação afirmam que os próximos dez anos deverão se constituir na 'década da educação pública brasileira' - includente, plural, de qualidade, socialmente referendada... Pressuposto fundamental e imperioso para contribuir na sustentabilidade do crescimento econômico vigoroso tão necessário enquanto correia propulsora para a geração de empregos, distribuição de renda, redução drástica das desigualdades regionais e inserção no Brasil no mundo desenvolvido - e supostamente civilizado!...
ResponderExcluirA senhora poderia fazer a leitura deste enunciado? Os grandes pensadores em educação serão convocados no sentido de apresentar subsídios para a construção e materialização deste processo?
Felicidades! Confiamos na senhora!
Respeitosas saudações democráticas, progressistas e civilizatórias,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Brasil Nação
[PMDB “velho de guerra”!: sem quadros, fisiológico, irrecuperável... E descompreendido!]
ResponderExcluir########################
Escuta da Polícia Federal flagra ministeriável do PMDB
FONTE: Folha online
DE SÃO PAULO
19/12/2010 - 10h12
O futuro ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), foi flagrado em escutas da Polícia Federal pedindo ao empresário Fernando Sarney que beneficiasse um aliado na Justiça Eleitoral, informa a reportagem de Fernanda Odilla, enviada especial a São Luís (MA,) publicada na edição deste domingo da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Fernando é investigado há três anos pela PF. As conversas interceptadas pela polícia mostram que ele foi procurado pelo futuro ministro por manter uma relação próxima com a tia, a desembargadora Nelma Sarney, à época corregedora do Tribunal Eleitoral do Maranhão.
Indicado ao Ministério do Turismo pela bancada do PMDB da Câmara, Novais, que diz não se recordar das conversas gravadas pela polícia, é alinhado politicamente aos Sarney no Maranhão.
(...)
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Nós, militantes, só servimos para comer poeira e ouvir desaforos dos adversários ideológicos!...
Insisto na tese: a vida é uma piada... De muitíssimo mau gosto!
Ainda vem muita m.... peemedebista no governo Dilma por aí!...
EM TEMPO: neste momento, um divã não faria mal a Dilma Rousseff!: o PMDB corrói o fígado de qualquer ser vivente!…
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
errata: e inserção do Brasil no mundo desenvolvido – e supostamente civilizado!…
ResponderExcluirRespeitosas saudações democráticas, progressistas e civilizatórias,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Brasil Nação
Meu caro bom baiano Messias, voltaste com a corda toda. Acordo nessa manhã de muito calor aqui pelo Rio de Janeiro, vou ver 5 comentários nesse post e ao conferir és tu dando o ar da graça para nós paulistas.
ResponderExcluirAbracitos renovados. Suas intervenções são sempre muito bem vindas.
Henrique, essa semana direto do Rio RJ
Prezado Henrique, após a vitória da Dilma Rousseff, tivemos que, digamos, recuperar o tempo dispendido no embate eleitoral. A faina do dia-a-dia, a família, as reflexões... A espera pelos encaminhamentos da presidente eleita... Ou seja, a realidade concreta bateu-nos a porta do isolamento cibernético!...
ResponderExcluir... No entanto, aqui na Bahia se diz que certos hábitos são como o vício da cachaça: nunca nós os abandonamos por completo! Com relação à cachaça, torço para que o o adágio popular seja uma premissa equivocada!...
No entanto, em relação ao hábito de "espiar os fatos políticos"...
… Há poucos dias eu comentei: companheiros(as), para completar, vem por aí um tal de Mário Negromonte (PP/BA), carlista roxo e um típico coronel politico…
Confirmada a indicação para o Ministério das Cidades [coitadas das cidades(!), para alegria dos 'prefeitins' fisiológicos (sic)], Ricardo Noblat escreve: “PP impõe Mário Negromonte, nome deplorado por Dilma Rousseff!”
Coitada da Dilma Rouseff: partilhar o governo – e a mesa das reuniões de governo – com gente desta estirpe!…
Política profissional: arte do demônio!… Ou do Diabo, como queira!…
Felicidades ao amigo! E um boa estada na Cidade ainda mais Maravilhosa com os teleféricos do Morro do Alemão!...
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Governador paulista quer “vender” 25% dos leitos hospitalares do SUS
ResponderExcluirpor Conceição Lemes
21 de dezembro de 2010 às 16:39
Em www.viomundo.com.br
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... Para os tucanos, dilapidar o patrimônio público significa proteger o Estado dos tentáculos usurpadores da classe trabalhadora...
República Destes Bananas Imbecilóides e Descompreendidos
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo