segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

UM LUGAR POR AÍ (06)
DOIS ACONTECIMENTOS DOMINICAIS, DUAS PESSOAS EM DESTAQUE, TETÊ E MURICY
01. O primeiro foi aqui em Bauru e grandioso, merece o devido destaque. Durante todo o ano lá pelas bandas do Jardim Botânico de Bauru (junto ao Jardim Zoológico) ocorreu o projeto dominical "Um canto no Botânico", sempre por voltas das 10h30 e pelo menos uma vez ao mês. Muitos artistas aqui de Bauru por lá já passaram e num dos lugares mais bonitos da cidade, com o palco montando junto a um banbuzal (entre sacis, pássaros e muito verde), tivemos shows antológicos. O diretor do parque, Luiz Carlos de Almeida Netto, incentivador da divulgação das novidades ocorridas por lá, correu o ano todo em busca de patrocinadores e juntamente com a abnegada Audren Valério, assessora de imprensa da Prefeitura e uma das mais lindas vozes da cidade, encerraram o projeto nesse ano com algo marcante. Depois de por lá terem se apresentado Denise Amaral, Clube do Jazz, Regina e Marquinhos, Levi Ramiro, Issac e Denise, Grupos de Corais, Gato na Tuba, entre outros, ontem, quem por lá esteve foi nada menos que TETÊ ESPÍNDOLA, uma cantora que tem tudo a ver com o local, pois canta o verde, a natureza, coisas do interior, Pantanal e bichos desde que me conheço por gente.

Convidei amigos, muitos abandonaram a idéia, pois dorminhocos, preferiram ficar com seus devidos colchões na bela manhã dominical. Perderam o melhor da festa. A casa lotou, muita gente ficou em pé e tudo estava divinamente em arranjo. Na entrada, Luiz recebia a todos e oferecia fotos expostas num varal, tiradas nos eventos anteriores. "Vejam se encontram alguma com vocês e podem levar. É um presente", dizia. Achei uma, tirada no primeiro evento por lá, sentadinho num banco, com a mesma camiseta do SOS CERRADO, junto do cabelereiro e líder comunitário Reinaldo Reche (ela está lá embaixo, junto do LP). Todos os que foram não se arrependeram, dentre os muitos cito um, o secretário municipal de Obras, o arquiteto Areco (junto da esposa), que trabalhou muito nos últimos dias, quando a Prefeitura havia prometido devolver nossa principal artéria, a Nações, danificada pela tempestade em dez dias e ele, comandando um equipe de mais de cem pessoas o faz em apenas três. Elogios a quem dele merece, Areco recebe o meu pessoalmente.

Do show um primor. Chego junto dos meus uns vinte minutos antes e sou agraciado com a amiga Rose Barrenha, que madrugou por lá e guardou lugares para todos (diziam que os portões seriam fechados com 300 pessoas). Fila do gargarejo. Uma maravilha. Tetê a sua banda, comandada pelo filho, um ótimo cantor e violinista, cantam e encantam. As músicas de Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção com referência a bichos e mata são um revival de algo vivido intensamente no passado. Sua voz continua a mesma e faz todos participarem do show. Pede para que ninguém assobie, pois ninguém imita pássaros, nós nos integramos com nossa voz, grunhidos, cada um à sua maneira. Encantador. As crianças fizeram um espetáculo á parte, pois lá num certo momento, ela diz para todos emitirem os sons de animais e uma delas, na sua simplicidade, no único momento de silêncio diz: "Vou fazer o de uma vaca, o único que conheço". Ela possibilita isso tudo. Querem um momento marcante, lá vai. Tetê chama ao palco Audren e cantam juntas um trecho do seu maior sucesso "Escrito nas Estrelas". Um dueto de responsa. Saimos todos de alma lavada. Quem foi, com toda certeza, tem muita história para contar. A minha é que compro seu último CD, o "e va por AR" e levo um velho LP, de 1986, o "Gaiola" para ela autografar. Nei, da Seplan ao me ver novamente com um LP diante de uma artista diz: "Henrique é o rei dos LPs, cada show ele traz um. Tem de tudo". Não tenho, mas é que comprei muitos e os guardo com o devido cuidado no meu desorganizado mafuá, com mais cuidado, certamente, do que cuido de minhas roupas e apetrechos pessoais.

02. O segundo fato do dia é sobre o futebol brasileiro. Ontem foi o encerramento da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol 2010. Gosto do sistema de pontos corridos e por sorte, na última rodada, três times com chance de tornarem-se campeões. Sou corintiano, como sabem, mas não fiquei nem um pouco triste por ele não ter conseguido ganhar o título. Perdeu pelas suas fraquezas. Ontem não jogou nada e diante de um mistão do Goiás mostrou não ser merecedor dos píncaros da glória. O Fluminense, que não ganhava o título há 26 anos, também não jogou bem ontem (muito nervoso em campo), mas fez o suficiente para arrebanhar o caneco. E na qualidade de AMANTE DO FUTEBOL (cada vez mais, sem o repuganante fanatismo), bati palmas para uma pessoa, MURICY RAMALHO (ele representa a banda não podre do futebol atual), o treinador do Flu, que mostrou competência e seriedade. Já gostava dele, por sua ética profissional. Quem não se lembra dele, meses atrás, quando a CBF lhe convidou para ser o técnico da Seleção, disse mais ou menos isso: "Só vou se o meu time, o Flu autorizar, pois tenho contrato com eles". Quem mais teria coragem para fazer isso nos dias atuais? Preferiu ficar, mostrou a que veio e hoje é campeão brasileiro pela quarta vez. Por Muricy, por não compactuar com a besta rivalidade com os times cariocas e por gostar de futebol bem jogado e como corintiano, achei que o título está em ótimas mãos. Merecido. E chega de futebol nesse ano.

5 comentários:

  1. Maravilha de show esse da Tetê ...primoroso...
    Muitas crianças no local, ficaram a vontade, gritavam , batiam palmas .... explêndido...
    Os realizadores estão de parabéns, Bauru precisava realmente de um espaço nesse sentido, entre árvores, passarinhos, natureza e tranquilidade. Amei....

    Helena Aquino

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  2. henrique

    vale comentar mais o dani black, filho da tetê. cantou uma música inédita aqui pra nóis em bauru chamada areia.

    segundo o google:
    o nome: Dani Black. Cantor e compositor, ele é o destaque da agenda desta 4ª feira (29) do projeto “Música na Cidade”, da Ufscar (Rodovia João Leme dos Santos). Toca no câmpus Sorocaba da instituição a partir das 18h. A entrada é franca. Black não tem nada a ver com a proposta musical que o artista, por acaso, trabalha; é antes, o sobrenome de Daniel La Black. Não raramente, contou ao Mais Cruzeiro, estabelecem certa confusão entre uma coisa e outra.

    “Já vivi a experiência de ouvir que esperavam, ao me conhecerem, ficar diante de um negão de dois metros de altura. Ao invés disso, aparece um branquelo, mirradinho. Acontece, é normal”. Dani, de fato, não corresponde à descrição que lhe fizeram; o som, todavia, apresenta nítidas influências daquela vertente, é suingado e balançante às vezes. Influência maior ele recebeu na própria casa: Dani Black é filho de Tetê Espíndola. “Foi fundamental essa vivência. Sem ela, eu não seria o que sou”.

    tomara que o projeto no jardim botânico continue. um lugar lindo ! obrigada pela manhã de domingo. você fez um ótimo sapo boi....

    um beijo da ana bia

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  3. Eh! Você! Como sempre generoso. Obrigada amigo pela presença, pelo
    carinho e pelo apoio.
    Um beijo grande!
    Audren

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  4. audren

    tô loouca pra ver seu próximo show com cantigas da tetê. não sei como não se acabou de chorar com tanta emoção que aconteceu naquele momento. você é muito boa de música querida. te observei cantarolando todas e todas. sucesso, saúde e paz. beijo da ana bia

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  5. EU CANTEI! IMITEI BICHO COM O MAIOR CAPRICHO E MUITO MAIS AMOR...
    O SHOW FOI SHOW!ADOREI!ROSE BARRENHA

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