"FÁBRICA DE PROJETOS" FAZ FALTA - publicado diário bauruense BOM DIA, 15/01/2011.
Nunca fui um fervoroso adepto desse negócio de ONGs e OSCIPs usufruindo de dinheiro público aos borbotões. O mundo atual, dominado pelo capital, está cheio de espertalhões e esses com a grana ali, tramam meios mil para a terem, não em benefício coletivo, mas sim próprio. No papel a proposta da maioria é a própria salvação da lavoura, mas na hora da divisão do lucro, poucos o fazem e os resultados comprovados são pífios. Como sempre, os bem intencionados pagam pelos erros dos ruins. Alguns estragam um negócio ainda paliativo, feito para sanar e resolver problemas.
Esse meu pé atrás também está presente nas tais Leis de Incentivo à Cultura. A maior delas, a Rouanet é algo de difícil acesso e uns poucos, quase sempre os mesmos, seus beneficiados. Um intrincado novelo para se chegar ao dinheiro e na conferência aos agraciados, uma surpresa, entre eles, os maiores do teatro e da música brasileira. Ninguém mais faz grandes produções teatrais no país sem dinheiro público. Virou vício e alguns usam descaradamente o próprio nome para forçar a coisa a sair em seu benefício.
Mesmo diante desse quadro, existe algo a ser conferido com outros olhos. Hoje mais do que nunca é apregoado a existência de dinheiro público para tudo, principalmente para a área de restauro, recuperação de bens e projetos sociais, dentre esses os de saneamento básico. Findou-se o tempo de que só com uma passada pelos gabinetes a grana vinha a fundo perdido. Projetos sérios, detalhados e bem definidos são necessários. Sem isso, nada feito.
Mesmo diante desse quadro, existe algo a ser conferido com outros olhos. Hoje mais do que nunca é apregoado a existência de dinheiro público para tudo, principalmente para a área de restauro, recuperação de bens e projetos sociais, dentre esses os de saneamento básico. Findou-se o tempo de que só com uma passada pelos gabinetes a grana vinha a fundo perdido. Projetos sérios, detalhados e bem definidos são necessários. Sem isso, nada feito.
Bauru padece. Temos situações mil a requerer auxílio de grana federal, mas estamos parados, esperando que o maná caia do céu. Não existe na Prefeitura um órgão ou uma secretaria gestora de projetos, nem gente ainda qualificada para garimpar e produzir esses projetos. Faltou incentivo na formação destes. Enquanto muitos investem nisso, sem saber os motivos, aqui não vejo movimentação nesse sentido. Remam contra a maré. A resposta para isso interessa a cidade num todo.
PAULO NEVES É O CARA - publicado edição diário bauruense BOM DIA, 22/01/2011.
Interrompo tudo, dou um breque na escrevinhação sobre política, essa vassalagem de cargos e comissões. Não quero escrever nadica de nada sobre a ineficácia de muitos em não mover sequer um dedinho para mudar o estado de coisas nas esferas administrativas mundo afora. Não quero tocar no tema de gente que antes pensava e atuava de uma forma e hoje, alimentado pelo sistema, pensa e age de forma justamente oposta. Esses são os insignificantes, aves predatórias pairando no ar. “Eles passarão, eu passarinho”, diria o poeta Quintana. Passarinhemos todos os demais, pelo menos os a resistir a imposições e os contrários à idéia do pensamento único a dominar cabeças tupiniquins.
Adoro aves que voam no sentido contrário, insistem no caminho do novo, buscam novos horizontes. Dentre alguns por aqui, um deles alça vôo mais do que significativo. Paulo Neves é seu nome e sobrenome. Não se faz necessário escrevinhar currículo de tão magnânima pessoa. Esse é aroeira pura, um a resistir como pode, mas ciente de que se faz necessário continuar na lida, trilhando sempre pelo caminho escolhido. Um professor de História a abrir mentes e produzir entendimentos nunca dantes navegados. Com professores assim alguns nunca mais serão os mesmos. Serão os diferenciais nessa estabelecida balbúrdia reinante.
Mas Paulo não é só professor de bancos escolares. Faz muito mais que isso. Ocupa seu tempo maravilhosamente. Transforma pessoas comuns, garotada querendo ser, fazer e acontecer em gente com luminosidade própria. Seu curso de teatro é algo a mover a cidade. Deveríamos reunir uma multidão e estender um tapete vermelho para sua passagem. Gente de todas as gerações estão envolvidas com sua verve criativa. Imantada pessoa.
A cada ano aguardamos janeiro de boca aberta, esperando o presente que Paulo irá despejar sobre nossas mentes. Surpresa sempre renovada. Na próxima segunda mais uma Mostra de Teatro Paulo Neves ocorre na cidade e quem perder pode se despedir de 2011 e pular direto para 2012, aguardando a traquinagem aprontada por ele no ano que vem. Feliz um povo que possui alguém tão criativo. Suas peças preenchem o espaço teatral da cidade num mortiço janeiro, como única atividade a ocupar o rico espaço do Teatro Municipal de Bauru.
Paulo Neves é mais do que único no que faz. Se existe alguém a merecer na cidade a expressão que Obama direcionou a Lula, ele é essa pessoa. É o cara.
JANEIRO É DE PAULO, PAULO RELUZ EM JANEIRO - carta publicada na Tribuna do Leitor, do diário bauruense Jornal da Cidade, edição de hoje, 23/01/2011.
Janeiro é o mês do calor e das águas. Esses abundam por aqui. Ambos invadem nosso começo do ano de forma desordenada e desarruma a vida de todos. Uma balbúrdia de lamentações proferidas por todos os lados. Para muitos, período de férias, tanto escolares como trabalhistas e alguma possibilidade de variação de ares. Para os que ficam, além de suportar como podem as situações em evidência nesse sertão paulista, algo esperado com muita expectativa por uma legião de fãs.
O cenário cultural bauruense em janeiro acompanha o modorrento clima. Pouco ou nada em evidência. Uma coisinha aqui e outra ali. O imponente Teatro Municipal de Bauru, antes palco de apresentações mil, anda entregue às moscas ou a meras apresentações de formandos. Uma ignóbil utilização. Difícil conseguir escapar disso. Algo ocorre em janeiro a renovar os ares, dando vida, luz e brilho para palco e platéia a clamarem por utilização mais condizente com sua importância. Uma tsunami cultural varre Bauru.
Nesse ar modorrento, poucos arriscam vôos em ares desconhecidos. Adoro aves que voam no sentido contrário, insistem no caminho do novo, buscam novos horizontes. Dentre uns poucos por aqui, um alça vôo mais do que significativo. Paulo Neves é seu nome e sobrenome. Não se faz necessário escrevinhar currículo de tão magnânima pessoa. Esse é aroeira pura, um a resistir como pode. Ciente ser necessário continuar na lida, trilhando sempre pelo caminho começado lá atrás. Um professor de História a abrir mentes e produzir entendimentos nunca dantes navegados. Com professores assim alguns nunca mais serão os mesmos. Serão sim, os diferenciais nessa estabelecida balbúrdia reinante.
Mas Paulo não é só professor de bancos escolares. Faz muito mais que isso. Ocupa seu tempo maravilhosamente. Transforma pessoas comuns, garotada querendo ser, fazer e acontecer em gente com luminosidade própria. Seu curso de teatro é algo para mover essa cidade. Gente de todas as gerações estão envolvidas com sua verve criativa. Imantada pessoa.
A cada ano aguardamos janeiro de boca aberta, esperando o presente que Paulo irá despejar sobre nossas mentes. Surpresa renovada. Na próxima segunda mais uma Mostra de Teatro Paulo Neves ocorre na cidade e quem perder pode esquecer-se de 2011 e pular direto para 2012, aguardando a traquinagem que ele nos aprontará ano que vem. Feliz um povo que possui alguém tão criativo. Suas peças preenchem o espaço teatral da cidade num mortiço janeiro, como única atividade a ocupar o rico espaço do Teatro Municipal de Bauru. E tudo volta a brilhar, gente a movimentar e circular maravilhosamente num espaço público a merecer ocupação popular digna do nome ostentado na sua parte externa, Celina Alves Neves.
Não coincidentemente, Celina e Paulo são mãe e filho. Não coincidentemente uma das melhores utilizações ocorridas no grandioso teatro bauruense são com as peças do Paulo. Perder isso e reclamar da falta de atividades culturais na cidade é para endoidecer gente sã. Janeiro pulsa culturalmente por causa da Mostra Teatral do Paulo e o teatro revive bons momentos por sua causa. Paulo anda triste, um esgrimista nato, dando muito murro em ponta de faca, engolidor de fogo, engraxate de ilusões e somente algo lhe devolveria aquele ar saudável e auspicioso, a nossa presença lá reconhecendo tudo o que faz por nós. E isso é o mínimo que podemos fazer por ele.
PAULO NEVES É O CARA - publicado edição diário bauruense BOM DIA, 22/01/2011.
Interrompo tudo, dou um breque na escrevinhação sobre política, essa vassalagem de cargos e comissões. Não quero escrever nadica de nada sobre a ineficácia de muitos em não mover sequer um dedinho para mudar o estado de coisas nas esferas administrativas mundo afora. Não quero tocar no tema de gente que antes pensava e atuava de uma forma e hoje, alimentado pelo sistema, pensa e age de forma justamente oposta. Esses são os insignificantes, aves predatórias pairando no ar. “Eles passarão, eu passarinho”, diria o poeta Quintana. Passarinhemos todos os demais, pelo menos os a resistir a imposições e os contrários à idéia do pensamento único a dominar cabeças tupiniquins.
Adoro aves que voam no sentido contrário, insistem no caminho do novo, buscam novos horizontes. Dentre alguns por aqui, um deles alça vôo mais do que significativo. Paulo Neves é seu nome e sobrenome. Não se faz necessário escrevinhar currículo de tão magnânima pessoa. Esse é aroeira pura, um a resistir como pode, mas ciente de que se faz necessário continuar na lida, trilhando sempre pelo caminho escolhido. Um professor de História a abrir mentes e produzir entendimentos nunca dantes navegados. Com professores assim alguns nunca mais serão os mesmos. Serão os diferenciais nessa estabelecida balbúrdia reinante.
Mas Paulo não é só professor de bancos escolares. Faz muito mais que isso. Ocupa seu tempo maravilhosamente. Transforma pessoas comuns, garotada querendo ser, fazer e acontecer em gente com luminosidade própria. Seu curso de teatro é algo a mover a cidade. Deveríamos reunir uma multidão e estender um tapete vermelho para sua passagem. Gente de todas as gerações estão envolvidas com sua verve criativa. Imantada pessoa.
A cada ano aguardamos janeiro de boca aberta, esperando o presente que Paulo irá despejar sobre nossas mentes. Surpresa sempre renovada. Na próxima segunda mais uma Mostra de Teatro Paulo Neves ocorre na cidade e quem perder pode se despedir de 2011 e pular direto para 2012, aguardando a traquinagem aprontada por ele no ano que vem. Feliz um povo que possui alguém tão criativo. Suas peças preenchem o espaço teatral da cidade num mortiço janeiro, como única atividade a ocupar o rico espaço do Teatro Municipal de Bauru.
Paulo Neves é mais do que único no que faz. Se existe alguém a merecer na cidade a expressão que Obama direcionou a Lula, ele é essa pessoa. É o cara.
JANEIRO É DE PAULO, PAULO RELUZ EM JANEIRO - carta publicada na Tribuna do Leitor, do diário bauruense Jornal da Cidade, edição de hoje, 23/01/2011.
Janeiro é o mês do calor e das águas. Esses abundam por aqui. Ambos invadem nosso começo do ano de forma desordenada e desarruma a vida de todos. Uma balbúrdia de lamentações proferidas por todos os lados. Para muitos, período de férias, tanto escolares como trabalhistas e alguma possibilidade de variação de ares. Para os que ficam, além de suportar como podem as situações em evidência nesse sertão paulista, algo esperado com muita expectativa por uma legião de fãs.
O cenário cultural bauruense em janeiro acompanha o modorrento clima. Pouco ou nada em evidência. Uma coisinha aqui e outra ali. O imponente Teatro Municipal de Bauru, antes palco de apresentações mil, anda entregue às moscas ou a meras apresentações de formandos. Uma ignóbil utilização. Difícil conseguir escapar disso. Algo ocorre em janeiro a renovar os ares, dando vida, luz e brilho para palco e platéia a clamarem por utilização mais condizente com sua importância. Uma tsunami cultural varre Bauru.
Nesse ar modorrento, poucos arriscam vôos em ares desconhecidos. Adoro aves que voam no sentido contrário, insistem no caminho do novo, buscam novos horizontes. Dentre uns poucos por aqui, um alça vôo mais do que significativo. Paulo Neves é seu nome e sobrenome. Não se faz necessário escrevinhar currículo de tão magnânima pessoa. Esse é aroeira pura, um a resistir como pode. Ciente ser necessário continuar na lida, trilhando sempre pelo caminho começado lá atrás. Um professor de História a abrir mentes e produzir entendimentos nunca dantes navegados. Com professores assim alguns nunca mais serão os mesmos. Serão sim, os diferenciais nessa estabelecida balbúrdia reinante.
Mas Paulo não é só professor de bancos escolares. Faz muito mais que isso. Ocupa seu tempo maravilhosamente. Transforma pessoas comuns, garotada querendo ser, fazer e acontecer em gente com luminosidade própria. Seu curso de teatro é algo para mover essa cidade. Gente de todas as gerações estão envolvidas com sua verve criativa. Imantada pessoa.
A cada ano aguardamos janeiro de boca aberta, esperando o presente que Paulo irá despejar sobre nossas mentes. Surpresa renovada. Na próxima segunda mais uma Mostra de Teatro Paulo Neves ocorre na cidade e quem perder pode esquecer-se de 2011 e pular direto para 2012, aguardando a traquinagem que ele nos aprontará ano que vem. Feliz um povo que possui alguém tão criativo. Suas peças preenchem o espaço teatral da cidade num mortiço janeiro, como única atividade a ocupar o rico espaço do Teatro Municipal de Bauru. E tudo volta a brilhar, gente a movimentar e circular maravilhosamente num espaço público a merecer ocupação popular digna do nome ostentado na sua parte externa, Celina Alves Neves.
Não coincidentemente, Celina e Paulo são mãe e filho. Não coincidentemente uma das melhores utilizações ocorridas no grandioso teatro bauruense são com as peças do Paulo. Perder isso e reclamar da falta de atividades culturais na cidade é para endoidecer gente sã. Janeiro pulsa culturalmente por causa da Mostra Teatral do Paulo e o teatro revive bons momentos por sua causa. Paulo anda triste, um esgrimista nato, dando muito murro em ponta de faca, engolidor de fogo, engraxate de ilusões e somente algo lhe devolveria aquele ar saudável e auspicioso, a nossa presença lá reconhecendo tudo o que faz por nós. E isso é o mínimo que podemos fazer por ele.
Olá Henrique,
ResponderExcluirLi sua carta na tribuna do leitor do Jornal da Cidade,e achei brilhante seu texto sobre o PAULO NEVES.
Eu tbém concordo com a citação ,em compará-lo com uma "AROEIRA pura",resistente aos percalços cotidiano ,com coragem ,perseverança e talento em tudo que faz.
Pra mim ,ele é uma "PÉROLA rara",que deveria estar num pedestal de uma linda vitrine,cercada de segurança para não ser roubada da nossa cidade,um gênio na arte e além de tudo um excelente professor.
Tive o privilégio de dar aula para seu filho THIAGO,no Colégio São José, e com é gratificante vê-lo envolvido nos espetáculos do pai,fiquei orgulhosa de encontrá-lo no Teatro Municipal no ano passado.
Sou uma FÃ anônima,que tem grande admiração pelo trabalho do PAULO,pela sua ação em transformar pessoas comuns em celebridades,despertando o interesse literário e a criatividade nos alunos com muito esmero,proporcionando oportunidades na vida profissional.
Henrique, meu amigo.
ResponderExcluirEu estou vendo que vou morrer e não vou ver o Paulo Neves no lugar que ele merece estar em Bauru.
Noooooosssa! Como os dirigentes desta cidade são ingratos com este homem: bom filho, bom pai, bom professor, bom artista, bom amigo.
O que está faltando?
Quando trabalhamos na Cultura (SMC) eu e você, confesso que sonhei tê-lo trabalhando conosco, mas... para alguns que estão no poder, a política e os egos estão sempre acima da cultura - infelizmente!
O que me conforta, nessa minha decepção pelo que Bauru faz com o Paulo Neves em não reconhecer o seu valor e nessa minha impotência de não poder fazer nada por ele, é o fato de eu vê-lo sempre renascendo das cinzas como uma Fênix.
Desde aqueles primeiros textos dele que eu lia no Jornal da Cidade, falando de seus filhos Thiago e Thalita, quando esses ainda eram crianças...
Desde as corridas de taxi que eu o via desembarcando ou embarcando para ir "dar aula" em alguma escola pública ou particular...
Desde os tempos do "errare humanun est" no Prevê, que revelaria mais tarde o ator Edson Celulare, até então aluno de Paulo Neves...
Desde os cursos de "Atualidade" que ele sempre ministrou tão bem...
Desde os tempos em que juntos trabalhamos numa escola na Vila Falcão, para curso pré-vestibular...
Henrique, meu amigo. Há aqui espaço para tudo o que temos a falar de Paulo Neves?
Sei que há porque o Mafuá é como o seu coração...
Mas não vou me alongar mais. Só vou deixar uma pergunta, uma recomendação, um apelo ou... sei lá o quê para quem dirige política, econômica e culturalmente esta cidade:
Senhores e Senhoras administradores públicos de Bauru, o que esse homem, filho desta terra, precisa fazer para saberem que ele existe e está entre nós?
Precisa morrer?
duilio duka de souza zanni