sexta-feira, 1 de abril de 2011

COMENTÁRIO QUALQUER (81)

NOSSAS GRANDES MENTIRAS, EXPONHO ALGUMAS HOJE, NO SEU DIA
Hoje é dia 01 de abril, portanto comemorativo a duas datas: Golpe Militar de 1964 e Dia da Mentira. Ambos se merecem, um feito para o outro. Até hoje ouço e leio gente amedrontada apregoando ter sido uma REVOLUÇÃO o que nos ocorreu em 64, quando até as pedras do reino mineral sabem que o que ocorreu foi uma típica e bem elaborada QUARTELADA. Todo bom professor de História não pode se furtar de confirmar isso. Ali uma das grandes mentiras brasileiras. Outra a dita DEMOCRACIA. Afinal, serve a quem, atende a quem, beneficia a quem, possibilita a liberdade de ação e expressão a quem. Falácias brasileiras. Outra grande, incomensurável falácia é a da LIBERDADE DE EXPRESSÃO e do fim da CENSURA. Hoje pode-se até escrever o que se queira, mas onde será ainda possível publicar algo assim. Os donos dos jornais não permitem mais a publicação da verdade "ampla, geral e irrestrita" (assim como nossa Anistia). A imprensa brasileira é uma das maiores vergonhas que esse varonil país possui. Serve a interesses vis. Uma grande, imensa, talvez nossa maior e mais avassaladora MENTIRA, sendo escrita com a redundância de todas letras, sempre em maiúscula. Leio, continuo lendo muito, cada vez mais e desconsolado pelos rumos tomados dentro da mídia nativa. Interesses mil em tudo o que leio, vejo e ouço. Detesto a linha editorial adotada pelo PENSAMENTO ÚNICO. Para exemplificar isso, peço somente alguns minutos da atenção de todos. Hoje é sexta, programações mil, ofereço um esclarecimento para um melhor entendimento do que escrevinhei até agora. Respeito alguns jornalistas, um deles vivíssimo e em plena atividade, contumaz frequentador desse mafuá, MINO CARTA. Tenho guardado no meu baú de gratas recordações o fato de o ter trazido aqui em Bauru no já distante 2007, dentro do OLA - Observatório Latino Americano, ou melhor, na sua abertura, com casa cheia e uma fala das mais inesquecíveis. Eis um jornalista na verdadeira acepção da palavra. Repasso aos diletos leitores, três trechos de sua entrevista a ANTONIO ABUJAMRA, no programa PROVOCAÇÕES, da TV Cultura SP, quando abordou durante todo o tempo algo sobre ÉTICA JORNALÍSTICA. Antes de verem o vídeo, duas frases significativas e marcantes: "Patrões só pensam neles mesmos" e "Toda imprensa brasileira implorou pelo golpe em 64". Concluo com uma outra frase, essa em destaque, proferida por outro grande brasileiro, infelizmente já falecido, RAIMUNDO FAORO, que certa vez para comentar como a elite brasileira entende isso tudo proferiu: "ELES QUEREM UMA DEMOCRACIA SEM POVO". É a cara da dita Grande Imprensa brasileira. Cliquem a seguir nas 3 partes da entrevista:
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=RGQjlsKoP9A
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=m7c_LrAta7s
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=dx7s_mVCE6w

7 comentários:

  1. Mas é isso Henrique, a história e as estruturas são distorcidas por todos os lados, tudo é feito de forma mentirosa, sem uma real discussão, seja por aqueles que deram o golpe a favor do capital, dos interesses imperialistas em 64 ou pelo lados dos traidores que hj estão todos juntos defendendo os interesses do capital, nada mudou, todos continuam aí, os oligarcas com as mãos dos traíras.
    Fidel dizia que as vias institucionais estavam esgotadas e por isso lutou e fez o que prometeu, porque falava que se ele perdesse ele poderia tentar de novo, mas o dia que o estado a serviço do imperio caisse seria para sempre.
    Aqui os traidores perderam, muitos foram pra Cuba e pelo visto não aprenderam nada, esperaram o perdão do capital para hj de braços unidos com sistema ficarem.
    Neste primeiro de abril, quando um politico disser que ele e seu partido são de esquerda, pedir pra votar, saiba que este dia, o da mentira, foi imortalizado nas terras brasileiras.

    Marcos Paulo
    Comunismo em Ação

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  2. Henrique,
    Você que gosta da música desses dois, lembra-se dessa:

    Mentiras De Verdade
    João Bosco e Aldir Blanc

    Assoviei, fingi à beça
    Fiz promessa e o amor não some
    Criei um muro e a mesma fome
    Morde os braços do adeus
    Com a boca eu me despedi
    Minhas mãos desdisseram: não, não
    Mentira, foi tudo mentira
    Você me enganou

    Verdade, foi tudo verdade
    Eu hoje admito:
    Somos um mito, sim
    Maldade e carinho
    Ternura sem fim
    Num laço
    Coleira de cetim
    Quero esquecer de mim
    Ser mais você, menos do que eu...
    Verdade e mentira que o amor entre nós reviveu
    _ E um breque é coisa nossa num samba-canção porque...


    Tem horas que é para rir, outras para chorar.
    Francisco Bonadio

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  3. Eu minto
    Tu mente
    Ele mente
    Nós mentimos
    Vós mentis
    Eles mentem

    Esse é o mundo onde o deus é o dinheiro.
    Com esse no altar não existe como não mentir.
    Tudo é uma grande mentira.
    Não só isso que voce escreve.
    Tudo, inclusive isso.

    Paula V.

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  4. Recebo novamente em meu email o e-mail com o Recado do Clube Naval sobre o níver do Golpe de 64 (já reproduzida num Comentário de 30/03). Respondi dessa forma:

    MEU CARO
    Recomendo a você e a todos de sua lista lerem a matéria de capa ra Carta Capital dessa semana, que já está nas bancas com o título "O FANTASMA FARDADO - MILITARES INSISTEM EM COMEMORAR O GOLPE DE 64, VALE ATÉ INSUBORDINAÇÃO". Precisamos desmestificar isso, pois a quertelada ocorreu há 47 anos atrás e nada mais justo dos que cometeram excessos sejam punidos. As Forças Armadas ganhariam e muito com uma oxigenação em sua linha de pensamento. Entender um pouco de história também não faz mal a ninguém, ainda mais porque estamos a vivenciar péssimos reflexos dos anos de uma cruel ditadura. Novos tempos, novos ares, inclusive para as cabeças pensantes dos militares. Sigo um grupo de pensamento dentro das Forças Armadas que já superou isso, aprova as investigações e punições, pois isso ajudará em muito a construir um país novo, modernos, sem o arcaísmo do passado. É assim que penso e assim dou minha contribuição para que os militares superem esse trauma. O papel deles é outro, alguns entendeream isso, outros, mais retrógrados ainda não.
    Abracitos do Henrique Perazzi de Aquino (www.mafuadohpa.blogspot.com)

    A RESPOSTA VEIO EDUCADA, DESSA FORMA:

    Caro Henrique de Aquino,
    Agradeço profundamente por sua aula de história e principalmente por sua opinião firme e convicta.
    Enviei por engano, este e-mail e peço desculpas pelos transtornos causados. No fim, o beneficiado, fui eu, que lucrei com seus comentários sérios e preciosos.
    Do amigo que ainda não conhece pessoalmente,
    Ricardo LINS

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  5. A REVOLUÇÃO DE PRIMEIRO DE ABRIL
    Por Carlos Chagas

    O dia é hoje, não ontem, como impuseram com medo da confusão com o dia da mentira. Não foi a 31 de março que os militares tomaram o poder, no longínquo 1964. Nesse dia saíram dos quartéis, mas só a primeiro de abril o presidente João Goulart deixou o palácio Laranjeiras, no Rio, passando por Brasília. Já na madrugada do dia 2 voou para Porto Alegre, de lá tomando o rumo do exílio no Uruguai.

    A pergunta que se faz é como tudo pode acontecer sem derramamento de sangue nem respeito às instituições então vigentes. A resposta clássica é de que elas, as instituições, não valiam mais nada, postas em frangalhos pela conspiração que vinha de muito tempo, liderada pelas forças econômicas apavoradas com a marcha das reformas de base, prometidas por Jango. Dias antes ele havia nacionalizado as refinarias de petróleo e assinado decreto para desapropriar terras ao longo das rodovias e ferrovias federais, para efeito de reforma agrária. Prometia participação dos empregados no lucro das empresas, co-gestão e ampliação dos direitos trabalhistas implantados décadas antes por Getúlio Vargas.

    Diversos grupos militares conspiravam alegando a iminência do comunismo ou, pelo menos, do estabelecimento de uma república sindicalista no Brasil. Empresários, na medida da amizade e do conhecimento com generais e coronéis, há muito financiavam a campanha de descrédito do governo, valendo-se dos principais meios de comunicação, financiados com recursos nacionais e americanos. Os egressos da Escola Superior de Guerra, o chamado grupo da Sorbonne”, com Cordeiro de Farias, Ademar de Queirós, Jurandir Mamede e,chefe de todos, Humberto de Alencar Castello Branco. Até meses antes, não articulavam a queda do governo Goulart, mas a formação de um esquema militar capaz de impedir um golpe dado de cima para baixo. Havia o grupo paulista, estabelecido ao redor do governador Ademar de Barros, com coronéis radicais dispostos a prender o comandante do II Exército, Amaury Kruel, se ele não aderisse à conspiração, compadre que era do presidente da República. No Rio, em torno do general Costa e Silva, funcionava uma espécie de sublegenda da sofisticada “Sorbonne”, militares mais radicais e dispostos ao rompimento da legalidade. O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, atuava como peão da propaganda anti-Goulart, mas como não sabia guardar segredo, viu-se taticamente posto à margem de planos conspiratórios. Em Minas, depois da adesão do governador Magalhães Pinto, impulsionado pelo ex-ministro da Guerra, Odilio Denis, preparavam uma ação militar os generais Luís Carlos Guedes e Olimpio Mourão Filho, comandando também a Polícia Militar mineira.

    CONTINUA...

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  6. CONTINUAÇÃO...

    Todos os grupos se uniram, mesmo implicitamente, depois do célebre comício na Central do Brasil,a 13 de março, sexta-feira, quando João Goulart discursara como uma espécie de presidente rebelde, prestes a atropelar a Constituição e o Congresso, infenso às reformas e divido de alto a baixo. No dia 30, contrariando conselhos de correligionários tão díspares quanto Tancredo Neves, Santiago Dantas e Tenório Cavalcanti, Jango não cancelou sua ida ao Automóvel Clube, quando discursaria para sargentos do Exército, empenhados em quebrar os rígidos regulamentos da hierarquia castrense. Os da Marinha, junto com marinheiros e fuzileiros navais, já se haviam rebelado de verdade, constituindo um verdadeiro soviete na força. Anistiados em poucas horas, só deram pretexto à oficialidade naval para romper qualquer tipo de diálogo. O ministro da Marinha se demitira, o presidente não encontrou um só almirante do serviço ativo que aceitasse substituí-lo, fixando-se num velhinho reformado que integrava o Tribunal Marítimo e que ao tomar posse declarara um absurdo “com,o custa derrotar o capitalismo agonizante”.

    Goulart foi e, como não podia deixar de ser, empolgou-se com os discursos revolucionários e até superou os demais oradores. Era a linguagem radical que os conspiradores queriam ouvir, como estímulo final ao golpe.

    Faltava apenas a precipitação, de que se encarregou o general Mourão Filho, em Juiz de Fora. Ex-chefe do serviço secreto da Ação Integralista Brasileira, autor do falso Plano Cohen que serviu de pretexto para a decretação do Estado Novo, em 1937, tratava-se de um general de Divisão prestes a passar para a reserva. Comandava a Infantaria Divisionária e pouco depois da meia noite, já na madrugada do dia 31, botou a tropa na rua. Desceria a estrada União e Indústria, ligando a “Manchester Mineira” ao Rio, ainda que com tanques obsoletos e fraca artilharia. Esperava que outros contingentes militares se rebelassem em todo o país, mas não tinha certeza.

    Pela manhã, Jango foi acordado no palácio Laranjeiras com a notícia de uma rebelião limitada a Minas. Em Belo Horizonte, o governador Magalhães Pinto ocupara postos de gasolina e mandara prender líderes sindicais, liberando um manifesto considerado insuficiente pelo general Mourão. Logo realizou-se uma reunião do presidente com alguns ministros, mas Jair Dantas Ribeiro, da Guerra, encontrava-se hospitalizado. Substituía-o chefe de gabinete, general Moraes Âncora. O ministro da Aeronáutica sugeriu que uma esquadrilha de caças levantasse vôo e paralisasse a tropa que descia a serra com bombas incendiárias. O presidente assustou-se: “vai morrer gente, inclusive moradores da região, não vai?” “Vai”. “Então não quero”. Acertou-se que uma tropa do Regimento Escola de Infantaria, aliás, muito maior e mais bem equipada, comandada pelo general Cunha Melo, deixaria Vila Militar e deteria os rebeldes ainda na fronteira entre os estados do Rio e de Minas. ..(Continua amanhã)

    POSTADO POR PASCOAL MACARIELLO - RJ

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  7. Hoje tomo conhecimento que o professor Duílio Duka, meu grande amigo lendo esse texto do blog, passou na sala de aula, os três links do programa do Abujamra com o MIno Carta, onde explicou algo aos alunos sobre o Golpe de 64, Papel da Imprensa brasileira nos dias de hoje. Isso é gratificante.

    Henrique - direto do mafuá

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