terça-feira, 31 de maio de 2011

OS QUE SOBRARAM E OS QUE FAZEM FALTA (21)

ABDIAS SE FOI, BOB DYLAN RESISTE E PÁGINA 12, UM JORNAL COMO POUCOS
Esse meu texto de hoje é mais para demonstrar como vejo alguns dos grandes (sic) jornalões latino-americanos e algumas homenagens que fazem entre si, mas antes disso algumas palavrinhas, breves e sucintas sobre duas pessoas. A primeira é uma que se foi e vai fazer uma bruta de uma falta, ABDIAS DO NASCIMENTO, aos 94 anos, um grande ativista na luta contra o racismo e as igualdades raciais mundo afora. Paulista de Franca, constituinte de 1946, quando propõe a definição de crime de lesa pátria para a discriminação racial. Daí para frente não parou e de suas ações destaco uma, a de ter estado sempre ao lado de Leonel Brizola, ambos da mesma cepa. Para algo mais cliquem em www.abdias.com.br . O segundo é um dos poucos que sobraram nesse mundo atual, um aniversariante da semana passada, 70 anos, BOB DYLAN, um verdadeiro revolucionário na música mundial e em plena atividade.Quando ouvi “Hurricane” pela primeira vez levei a letra para um amigo traduzi-la, pois vi naquilo algo a me transformar. Cida Moreira tem uma versão dela maravilhosa. Esse merece um texto dos grandões (faço qualquer dia desses), mas ressalto aqui e agora não me esquecer do filme “Pat Garret Billy the Kid” (1973), um faroeste onde foi ator e compositor da trilha sonora.

Agora vamos a minha homenagem do mês, um jornal DOS QUE SOBRARAM, o PÁGINA 12, que infelizmente é argentino e não brasileiro. Digo infelizmente, porque não entendo como não conseguimos ter um jornal verdadeiramente de esquerda a nível nacional. Público leitor ainda existe, mas nenhum criado por aqui emplacou por muito tempo. Lá, já são 24 anos de algo único. E faço questão de enaltecer a luta do PÁGINA 12, pois acabo de ler algo do qual tenho muito vergonha. O jornal diário, também argentino, CLARÍN, recebeu em Brasília o prêmio ANJ (Associação Nacional de Jornais) por causa de sua luta pela liberdade de imprensa (sic). Chega a ser ridícula a homenagem, sob a alegação de enfrentar ataques de setores ligados ao governo da presidente Cristina Kirchner. “Aliás, só não é mais ridícula porque a gente já viu como é o comportamento da imprensa brasileira diante de um governo progressista. O senhor Ricaro Kirshbaum diz que o governo considera a imprensa “um inimigo a combater”. Talvez, mas o Clarín é uma parte da imprensa que considera governos eleitos pelo voto popular um inimigo a combater. E diz que o governo criou um exército de jornalistas militantes, “um conglomerado(?) de mídia pública e oficial” a seu favor. Ou algo como os “blogueiros sujos daqui”. Relações limpas devem ser – será, sr. Khirshbaum? – as que o grupo Clarín manteve com a ditadura do general Jorge Videla, naquele país, que envolveram não só o apoio político como, até, a suspeita, fundada, de que os filhos adotivos da dona do jornal, Ernestina Herrera de Noble, sejam filhos de assassinados políticos do regime, entregues a ela, o que está sendo objeto de ação judicial e exames de DNA?”, indaga sobre o prêmio e o jornalão o deputado federal Brizola Neto (www.tijolaco.com ). Infelizmente, a ANJ (que considero como uma entidade patronal a defender o lado do patrão e nadica de nada de “liberdade de expressão e de imprensa”) defende tudo o que repudio, pois liberdade de imprensa, para os donos dos grandes jornais e para a camada de jornalistas que se torna incondicional às suas vontades, é só para eles. Estamos muito mal de imprensa livre, mas enquanto existir algo como um PÁGINA 12, uma esperança nesse velho e rabugento mafuento escrevinhador. É isso que leio e assim sobrevivo. Querem uma simples comparação entre os ditos grandes, os daqui do Brasil e os de lá da Argentina e o Página 12? Dou uma, fatal, os brindes encartados ao jornal são livros e títulos nunca vistos por aqui. Sem comparação.

Um comentário:

  1. Bob Dylan, um gênio da música, completa 70 anos


    Batizado como Robert Allen Zimmerman, o artista é um símbolo da contracultura americana desde o início da década de 1960, quando seu repertório como cantor encontrou espaço nas reivindicações de uma sociedade que fervia pela Guerra do Vietnã.

    Na década de 60, Dylan estava no palco próximo a Martin Luther King quando ele proferiu o famoso discurso “Eu tenho um sonho”. Várias de suas canções ganharam o status de hinos do movimento pelos direitos civis naquela década. Sua obra deste período já seria suficiente para gravar um nome na história.

    Mas, como mostrou Martin Scorsese no documentário “No Direction Home”, Dylan não estava nem aí para o que pensavam dele. Trocou o violão pela guitarra elétrica e deu início a uma nova e bem-sucedida fase de sua carreira.

    "Não sou um salvador ou um profeta", declarou em 2004 em sua primeira entrevista televisiva em quase 20 anos.
    É um dos músicos mais influentes da história, capaz de usar as letras para expiar seus próprios pecados e transformá-los em prosa, seja pela veia pop, rock, country ou folk, enquanto deixa escapar seus lamentos por essa garganta que pode parecer rouca por alguns momentos, mas sempre amaciada por sua inseparável gaita.

    Uma trajetória de ouro para um homem que teve muito claro desde o início que devia sair de Hibbing, em sua fria Minnesota natal, para encontrar a luz nas ruas injetadas de vida do Greenwich Village nova-iorquino, onde achou inspiração na poesia de Dylan Thomas para o nome que lhe acompanharia pelo resto de sua vida artística.

    Seu primeiro disco, "Bob Dylan" (1962), foi seguido por outros como os imprescindíveis "The Freewheelin' Bob Dylan" (1963), "The Times They Are A-Changin" (1964), "Another Side of Bob Dylan" (1964), "Highway 61 Revisited" (1965) e "Blonde on Blonde" (1966), que continham hinos clássicos de protesto político.

    Era a primeira fase de sua época mais brilhante, contínua com obras mais líricas e elétricas como "New Morning" (1970), "Pat Garrett & Billy the Kid" (1973), "Desire" (1975) - onde aparecia o inesquecível "Hurricane" - e "Blood on the Tracks" (1975), antes de cair em um buraco criativo especialmente notável na década de 1990, sua pior etapa de vendas.

    Dessa queda, partiu para trabalhos tão triunfantes como "Time Out of Mind" (1997) e especialmente, já no novo século, com "Modern Times" (2006).

    No total, são 50 anos sobre os palcos, incluindo o que pisou em abril deste ano na China, em uma trajetória brilhante, com exceção de 1966, quando sofreu um grave acidente de moto que o levou a passar mais tempo com sua família.

    Dylan se casou em duas ocasiões: em 1965 com Sara Lownds (de quem se divorciou em 1977), com a qual teve quatro filhos (incluindo Jakob, vocalista da banda The Wallflowers), e com Carolynn Dennis em 1986 (se divorciaram seis anos depois), com quem teve mais uma filha.

    O jornal “The Independent”, um dos mais importantes da Inglaterra diz ser ele “a mais importante figura da história da cultura pop” e enumera 70 motivos para embasar esta afirmação. As canções clássicas que compôs, como “Like a Rolling Stone”, “Mr. Tambourine Man” e “Blowin´in the Wind”, representam dez pontos da lista. Não menos importante é o fato de ter inventado uma espécie de subgênero musical, o folk-rock, até hoje com discípulos.

    Igualmente notável é a sua influência sobre outros artistas. O jornal britânico cita os Beatles (a quem apresentou não só a música, mas também a maconha), os Byrds e Tom Waits, mas a lista completa preencheria um volume do tamanho do “Houaiss”.

    Ao longo dos anos, Dylan já se arriscou como romancista, autor de livros para crianças, ator, cineasta e, até, artista plástico, além de um memorialista brilhante, como se viu em “Crônicas – Volume 1

    achei no site VERMELHO
    Pascoal Macariello

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