CARTA (66)
REFORMA NA CÂMARA E UM PROCESSO DESAPARECIDO – carta publicada na Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade, Bauru SP – edição de hoje
No JC de sábado passado, 25/06 um susto na página 4, “Prédio da Câmara vai ser reformado”. Após não oficializar mudança para prédio da Estação da NOB, não conseguir emplacar o “puxadão” (mais adequado que puxadinho) como anexo ao prédio atual, muito menos a construção de um mega prédio novíssimo em folha, a nova investida do presidente da edilidade bauruense, Roberval Sakai Pinto será por uma reforma. O espanto maior foi pela foto, com Sakai apontando um dedo para um vaso na entrada da Câmara com a legenda “RS mostra trincas no imóvel que atualmente sedia a Câmara Municipal”. Trincas num vaso? Se o problema for só esse, faço eu mesmo a doação de um novo e encerramos o assunto. Parece que o problema é outro, pois pelo que leio na mesma edição do jornal ele decide por algo grandioso (explicita até o dinheiro em caixa para isso) e volta a tomar decisões sem ouvir nenhum outro vereador. É aí que o bicho pega. Havendo entendimento, nada contra, porém, algo mais precisaria ser levado em consideração.
Aproveito a oportunidade para levantar um questionamento sobre algo um tanto esquecido. Existe um processo de tombamento dessa edificação junto ao CODEPAC. Mais que isso, esse processo encontra-se desaparecido, isso mesmo, escafedeu-se e seu paradeiro é ainda incerto e não sabido. Não se assustem, isso não é coisa de hoje, pois quando assumi o Conselho e lá permaneci como presidente por 4 anos, de 2005 a 2008, vasculhamos tudo, informações foram solicitadas aqui e acolá e nada. O processo de abertura do mesmo é 23.678/01, ou seja é de 2001, teve tramitação normal nos primeiros anos e evaporou-se como num passe de mágica. Existe até um folclore sobre tal sumiço, sempre no campo das suposições. O alento atual é por saber terem sido encontradas cópias deste na Câmara e com isso em mãos a retomada poderá ser feita.
Muito importante isso, pois o CODEPAC, hoje presidido por Sérgio Losnak tomou conhecimento após decidir pela abertura de um novo processo que, o prefeito solicita que esperemos um pouco mais, ou pelo menos até ter plena ciência da destinação final daquela edificação. Não questiono isso, pode ser feito, mas com a verificação das cópias existentes em poder da Câmara, talvez uma retomada (quase dez anos depois). Reformas em prédios históricos (esse além de público, inquestionável) precisam ser feitas com todo o cuidado possível e isso é o mínimo que se é pedido aos proprietários destes ou aos detentores temporários do poder de mando sobre eles, em caso de propriedade pública.
A cidade precisa estar atenta na recuperação nos dois momentos que acontecerão a seguir. Na primeira, a verificação dos documentos perdidos ao longo do tempo, reencontrados nesse momento dentro da Câmara e depois, os responsáveis pelo uso da atual edificação fazerem algo dentro dos preceitos básicos e necessários para restauro de imóveis tombados ou em processo. Será uma preciosa oportunidade para a presidência da Câmara se mostrar atenta ao cumprimento de legislação existente. E mais, aquele prédio todo restaurado, sem anexos, ficará lindo dentro de algo um tanto deteriorado e de gosto duvidoso no centro de nossa cidade. Amanhã, quinta, 30/06, o CODEPAC tem reunião ordinária marcada e seria ótimo já ter em mãos esses documentos para análise de seus conselheiros.
OBS. DE OUTRA COISA: Ontem, 29/06, Espetu’s Bar, 21h, dois eventos paralelos dentro da I MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS DE BAURU. No primeiro o espetáculo de mímica com JÚLIO HERNANDEZ e depois um show de violão e gaita, com o artista colombiano JAIME ALBERTO CÁRDENAS MONSALVE –TITIRITOM. Noite das mais agradáveis, com algo extra, uma canja maravilhosa com dois mestres bonequeiros, o uruguaio LUÍS ALEJANDRO MOZZO, o CHINA e o luso curitibano BETO HINÇA, colocando dois dos seus bonecos sob o mesmo tablado e ao som de algo bem brasileiro. Gravei tudo e uma pequena amostra aqui em baixo, num bocadinho por dia, começando hoje com o TITIRITOM cantando Mano Chao em "Clandestino", com ampla participação dos presentes. Todas as fotos do lado direito do texto são da noite de ontem, o segundo dia da Mostra que está agitando a cidade até o próximo domingo. Hoje, 20h, mesmo Espetu's, show com o ALEMÃO, o do KANANGA.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (55)
POSSIBILIDADES BLOGUEIRAS COM ZÉ DA VIOLA, MADÊ CORREIA E OS "BONEQUEIROS"
De vez em quando o bicho costuma pegar aqui pelos lados desse mafuento blog. Quem cutuca, costuma receber o troco. Eu faço isso sempre e o troco vem, algumas vezes lentamente, noutras mais rápido. Tento tirar de letra, como quando sentei ao piano logo após o show da Angela Ro Ro na capital paulista na semana passada. Nessa semana alguns troquinhos. Junto do Guardião instiguei a administração municipal sobre os reparos feitos na frente do viaduto inacabado. Passaram-se alguns dias e o Jornal da Cidade anuncia que a obra feita foi porque o prefeito tinha necessidade de fazê-la para atender exigências (sic). Continuo sem entender. No mínimo estranho e facilmente desmontadas. No meu artigo semanal no Bom Dia cutuquei o Centrinho sobre os aparelhos auditivos e na edição de ontem eles respondem, dizendo fazerem isso há tempos, bons samaritanos (no qual, concordo), mas não entram no cerne da questão, a questão política, de favorecimento a amigos. Quer dizer, o meu texto continua valendo e muito. Provoco também a empresa de ônibus pelo aumento no preço das passagens e ouço ter sido chamado de subversivo. Mas como, indago: Só por questionar e querer uma sublevação para cima de quem ganha muito com tudo isso? Não sou dono da verdade, longe disso, mas gosto quando incomodo justamente a esses que pareço incomodar nesse momento. Estou aqui para isso mesmo. Mas tem o outro lado dessa moeda e dois fatos quase me fizeram chorar ontem. São as tais possibilidades blogueiras contadas abaixo:
1. Ontem ouço algo sobre esse blog a deixar esse mafuento escrevinhador todo orgulhoso. No retorno de uma ida ao Jardim Redentor dou carona para seu Zé da Viola, um músico desses completos, retratado aqui num recente Memória Oral, quando contei parte de sua vida. Viemos papeando até a cidade e ele me conta que o texto postado na internet foi por onde lhe encontraram, sendo repassadas duas notícias, uma triste e uma boa. Seu irmão, mais novo que ele, um excêntrico a viver solteiro e sozinho, meio que isolado do mundo, residente em São José dos Campos havia falecido e ninguém sabia do paradeiro do herdeiro (no caso ele, o Zé). Descobriram por lá o nome dele, mas não sabiam como encontrá-lo e numa pesquisa na internet deram de cara com o meu texto “Zé da Viola, um violeiro ao sabor do vento”, publicado em 28/02/2011 e lá num comentário os telefones para contato. Ligaram, deram a triste notícia e também que ele terá que ir rapidamente para aquela cidade, tudo para tomar conhecimento do que o irmão deixou para ele. Heranças que chegarão em muito boa hora, pois nosso Zé continua camelando a vender seus picolés de iogurte pelas ruas dos Altos da Cidade. Possibilidades blogueiras e os meus votos são para que seu Zé volte de lá com algo de concreto, com uma rechonchuda conta bancária, possibilitando uma vida menos atribulada.
2. À noite, como não poderia deixar de ser fui ver a abertura da I Mostra Internacional de Bonecos de Bauru. Vi uma linda apresentação, dessas de emocionar um leigo nesses assuntos bonequeiros e mais que isso, revi uma pá de gente interessante, dessas que fazem a diferença numa cidade. No palco, após o show, Mariza, a anfitrião convida ao palco dois desses, Paulinho da Oficina Cultural (não detesto todos os tucanos, pois esse gosto muito) e Elson Reis, da Secretaria Municipal de Cultural. Ambos com uma presença de espírito muito boa (de palco idem) convencem esse mafuento expectador de que a Cultura na cidade pode estar adentrando um caminho cheio de luz e esperança. A Mostra prossegue e pelo que vi no primeiro dia, não perco mais nenhum. Mas não é disso que quero escrevinhar. Madê Correa, uma maestrina no ofício teatral, penou bastante meses atrás com seus problemas de saúde e está de volta à ribalta, cheia de novos afazeres. De bem com a vida. No final do espetáculo me chama num canto e conta algo só para mim, que não agüento e declaro aqui para todos. Ela estava meio para baixo no mês passado, saindo da fase a ser esquecida e leu aqui no blog sobre o espetáculo das Marias, um que foi apresentado na Casa Ponce Paz, ali na Ezequiel Ramos. Instiguei a guapa, tanto que ela lá apareceu como quem não queria nada. Amou o espetáculo e mais a casa, que não conhecia. Caiu de quatro e viu que era ali o local adequado para seu retorno aos palcos. E será mesmo, pois tudo já foi acertado. E ela me abraçando disse que foi lendo aqui nesse mafuá, num dia não tão bom, que a fiz sair de casa e ter um reencontro consigo mesma. E ali será seu recomeço à vida e aos palcos.
Eu que ainda não consegui retornar à normalidade de minha vida após o falecimento de minha mãe, dia 13/06 (acho que não retorno nunca mais), estou mais emotivo. Tenho dificuldade para chorar, mas ando acumulando muitas emoções nos últimos dias. E não é para menos.
POSSIBILIDADES BLOGUEIRAS COM ZÉ DA VIOLA, MADÊ CORREIA E OS "BONEQUEIROS"
De vez em quando o bicho costuma pegar aqui pelos lados desse mafuento blog. Quem cutuca, costuma receber o troco. Eu faço isso sempre e o troco vem, algumas vezes lentamente, noutras mais rápido. Tento tirar de letra, como quando sentei ao piano logo após o show da Angela Ro Ro na capital paulista na semana passada. Nessa semana alguns troquinhos. Junto do Guardião instiguei a administração municipal sobre os reparos feitos na frente do viaduto inacabado. Passaram-se alguns dias e o Jornal da Cidade anuncia que a obra feita foi porque o prefeito tinha necessidade de fazê-la para atender exigências (sic). Continuo sem entender. No mínimo estranho e facilmente desmontadas. No meu artigo semanal no Bom Dia cutuquei o Centrinho sobre os aparelhos auditivos e na edição de ontem eles respondem, dizendo fazerem isso há tempos, bons samaritanos (no qual, concordo), mas não entram no cerne da questão, a questão política, de favorecimento a amigos. Quer dizer, o meu texto continua valendo e muito. Provoco também a empresa de ônibus pelo aumento no preço das passagens e ouço ter sido chamado de subversivo. Mas como, indago: Só por questionar e querer uma sublevação para cima de quem ganha muito com tudo isso? Não sou dono da verdade, longe disso, mas gosto quando incomodo justamente a esses que pareço incomodar nesse momento. Estou aqui para isso mesmo. Mas tem o outro lado dessa moeda e dois fatos quase me fizeram chorar ontem. São as tais possibilidades blogueiras contadas abaixo:
1. Ontem ouço algo sobre esse blog a deixar esse mafuento escrevinhador todo orgulhoso. No retorno de uma ida ao Jardim Redentor dou carona para seu Zé da Viola, um músico desses completos, retratado aqui num recente Memória Oral, quando contei parte de sua vida. Viemos papeando até a cidade e ele me conta que o texto postado na internet foi por onde lhe encontraram, sendo repassadas duas notícias, uma triste e uma boa. Seu irmão, mais novo que ele, um excêntrico a viver solteiro e sozinho, meio que isolado do mundo, residente em São José dos Campos havia falecido e ninguém sabia do paradeiro do herdeiro (no caso ele, o Zé). Descobriram por lá o nome dele, mas não sabiam como encontrá-lo e numa pesquisa na internet deram de cara com o meu texto “Zé da Viola, um violeiro ao sabor do vento”, publicado em 28/02/2011 e lá num comentário os telefones para contato. Ligaram, deram a triste notícia e também que ele terá que ir rapidamente para aquela cidade, tudo para tomar conhecimento do que o irmão deixou para ele. Heranças que chegarão em muito boa hora, pois nosso Zé continua camelando a vender seus picolés de iogurte pelas ruas dos Altos da Cidade. Possibilidades blogueiras e os meus votos são para que seu Zé volte de lá com algo de concreto, com uma rechonchuda conta bancária, possibilitando uma vida menos atribulada.
2. À noite, como não poderia deixar de ser fui ver a abertura da I Mostra Internacional de Bonecos de Bauru. Vi uma linda apresentação, dessas de emocionar um leigo nesses assuntos bonequeiros e mais que isso, revi uma pá de gente interessante, dessas que fazem a diferença numa cidade. No palco, após o show, Mariza, a anfitrião convida ao palco dois desses, Paulinho da Oficina Cultural (não detesto todos os tucanos, pois esse gosto muito) e Elson Reis, da Secretaria Municipal de Cultural. Ambos com uma presença de espírito muito boa (de palco idem) convencem esse mafuento expectador de que a Cultura na cidade pode estar adentrando um caminho cheio de luz e esperança. A Mostra prossegue e pelo que vi no primeiro dia, não perco mais nenhum. Mas não é disso que quero escrevinhar. Madê Correa, uma maestrina no ofício teatral, penou bastante meses atrás com seus problemas de saúde e está de volta à ribalta, cheia de novos afazeres. De bem com a vida. No final do espetáculo me chama num canto e conta algo só para mim, que não agüento e declaro aqui para todos. Ela estava meio para baixo no mês passado, saindo da fase a ser esquecida e leu aqui no blog sobre o espetáculo das Marias, um que foi apresentado na Casa Ponce Paz, ali na Ezequiel Ramos. Instiguei a guapa, tanto que ela lá apareceu como quem não queria nada. Amou o espetáculo e mais a casa, que não conhecia. Caiu de quatro e viu que era ali o local adequado para seu retorno aos palcos. E será mesmo, pois tudo já foi acertado. E ela me abraçando disse que foi lendo aqui nesse mafuá, num dia não tão bom, que a fiz sair de casa e ter um reencontro consigo mesma. E ali será seu recomeço à vida e aos palcos.
Eu que ainda não consegui retornar à normalidade de minha vida após o falecimento de minha mãe, dia 13/06 (acho que não retorno nunca mais), estou mais emotivo. Tenho dificuldade para chorar, mas ando acumulando muitas emoções nos últimos dias. E não é para menos.
terça-feira, 28 de junho de 2011
CENA BAURUENSE (82)
MOSTRA DE BONECOS DE BAURU É PARA ENDOIDECER GENTE SÃ
Tenho amigos que põe a mão na massa e transformam esse mundo em algo bem mais palatável. O que seria de nossa existência sem esses? Pior, com certeza. Nem todos têm oportunidades de sair mundo afora conferindo o algo novo e quando isso aporta diante de nossos olhos, aqui no nosso habitat, estar presente é o mínimo que podemos fazer. Algo assim está chegando a Bauru hoje, dia 28/06, é a I MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS, uma invencionice divinal saída da cabeça de duas pessoas que fazem e acontecem, a MARIZA BASSO e o KYN JUNIOR. Conheci os dois separadamente em condições diferentes e hoje, unidos pela arte e numa relação de muito amor, deram um “bum” considerável em suas vidas. Ganharam o mundo, mas não se esqueceram de sua aldeia e um bocadinho do muito que conheceram nas apresentações mundo afora eles trouxeram para Bauru. Gente que propicia isso à sua comunidade e de forma graciosa merece ser paparicado e louvado. São uns doidos varridos, desses persistentes a nos fazer sair da rotina e ver o mundo com outros olhos. Tinham um sonho, buscaram um meio de botar a coisa para funcionar, saíram à cata das pessoas certas para o apoio e realização (Secretaria Municipal de Cultura e Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes), até tornarem possível a abertura das cortinas em algo que, se a cidade perceber sua grandiosidade dará o estímulo necessário para que se reproduza ano após ano.
A programação é longa e vai de hoje, tendo na abertura a CIA MORPHEUS DE TEATRO, no Teatro Bela Vista, do Colégio São Francisco, no jardim Bela Vista (quanto tempo não vou até lá...), 20h, com entrada gratuita. Depois várias companhias e diversas linguagens, mostrando a diversidade dessa arte milenar. Um blog, o http://bonecosbauru2011.blogspot.com/ foi criado e dá uma visão geral do evento. Basta entrar ali e ir clicando em cima do nome de cada companhia, com os nomes citados em ordem de apresentação, do lado direito. Tudo sobre eles, com horários e até dicas extras, como a das Oficinas e Shows Musicais. Tem gente do Brasil, do Uruguai, da Colômbia, de Portugal e da Argentina, gente que vem de longe e gente que veio de lá e já atua no Brasil, fazendo o que Mariza faz, viajando e mostrando sua arte e talento por lugares variados e não sabidos. Vai ter show até num local quase inédito em Bauru, o Espetu’s Bar (rua Marcondes, entre a Araujo e a Antonio Alves), com variações pós espetáculos.
Eu não me atrevo a ficar descrevendo atividade por atividade. Prefiro que todos vejam diretamente no blog, pois lá tem de tudo, desde perfis e fotos. Tem mais no Youtube, clicando a seguir no http://www.youtube.com/watch?v=sGx2DlGHuGc . O que instigo nesse texto é que todos deixem seus afazeres e das reclamações da falta de novidades por essa terra. Eis uma rara oportunidade de verdadeiramente viajar sem sair de Bauru, em algo que, quase certamente nunca mais serão vistas por aqui. Tiremos a bunda do sofá e enfrentemos esse friozinho preparados para ver o novo, o diferente, o ousado com olhos dentro da singeleza e do inusitado, que um espetáculo de bonecos pode proporcionar. Por favor, não me convidem para mais nada nessa semana, pois de hoje até domingo, 03/07 lá estarei e avise aos oficiais de justiça ser moleza me localizar por esses dias. Vamos nos encontrar por lá? Continuarei escrevinhando muito disso nos próximos dias...
MOSTRA DE BONECOS DE BAURU É PARA ENDOIDECER GENTE SÃ
Tenho amigos que põe a mão na massa e transformam esse mundo em algo bem mais palatável. O que seria de nossa existência sem esses? Pior, com certeza. Nem todos têm oportunidades de sair mundo afora conferindo o algo novo e quando isso aporta diante de nossos olhos, aqui no nosso habitat, estar presente é o mínimo que podemos fazer. Algo assim está chegando a Bauru hoje, dia 28/06, é a I MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS, uma invencionice divinal saída da cabeça de duas pessoas que fazem e acontecem, a MARIZA BASSO e o KYN JUNIOR. Conheci os dois separadamente em condições diferentes e hoje, unidos pela arte e numa relação de muito amor, deram um “bum” considerável em suas vidas. Ganharam o mundo, mas não se esqueceram de sua aldeia e um bocadinho do muito que conheceram nas apresentações mundo afora eles trouxeram para Bauru. Gente que propicia isso à sua comunidade e de forma graciosa merece ser paparicado e louvado. São uns doidos varridos, desses persistentes a nos fazer sair da rotina e ver o mundo com outros olhos. Tinham um sonho, buscaram um meio de botar a coisa para funcionar, saíram à cata das pessoas certas para o apoio e realização (Secretaria Municipal de Cultura e Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes), até tornarem possível a abertura das cortinas em algo que, se a cidade perceber sua grandiosidade dará o estímulo necessário para que se reproduza ano após ano.
A programação é longa e vai de hoje, tendo na abertura a CIA MORPHEUS DE TEATRO, no Teatro Bela Vista, do Colégio São Francisco, no jardim Bela Vista (quanto tempo não vou até lá...), 20h, com entrada gratuita. Depois várias companhias e diversas linguagens, mostrando a diversidade dessa arte milenar. Um blog, o http://bonecosbauru2011.blogspot.com/ foi criado e dá uma visão geral do evento. Basta entrar ali e ir clicando em cima do nome de cada companhia, com os nomes citados em ordem de apresentação, do lado direito. Tudo sobre eles, com horários e até dicas extras, como a das Oficinas e Shows Musicais. Tem gente do Brasil, do Uruguai, da Colômbia, de Portugal e da Argentina, gente que vem de longe e gente que veio de lá e já atua no Brasil, fazendo o que Mariza faz, viajando e mostrando sua arte e talento por lugares variados e não sabidos. Vai ter show até num local quase inédito em Bauru, o Espetu’s Bar (rua Marcondes, entre a Araujo e a Antonio Alves), com variações pós espetáculos.
Eu não me atrevo a ficar descrevendo atividade por atividade. Prefiro que todos vejam diretamente no blog, pois lá tem de tudo, desde perfis e fotos. Tem mais no Youtube, clicando a seguir no http://www.youtube.com/watch?v=sGx2DlGHuGc . O que instigo nesse texto é que todos deixem seus afazeres e das reclamações da falta de novidades por essa terra. Eis uma rara oportunidade de verdadeiramente viajar sem sair de Bauru, em algo que, quase certamente nunca mais serão vistas por aqui. Tiremos a bunda do sofá e enfrentemos esse friozinho preparados para ver o novo, o diferente, o ousado com olhos dentro da singeleza e do inusitado, que um espetáculo de bonecos pode proporcionar. Por favor, não me convidem para mais nada nessa semana, pois de hoje até domingo, 03/07 lá estarei e avise aos oficiais de justiça ser moleza me localizar por esses dias. Vamos nos encontrar por lá? Continuarei escrevinhando muito disso nos próximos dias...
segunda-feira, 27 de junho de 2011
INTERVENÇÕES SUPER-HERÓI BAURUENSE (05)
O ONIBUS SOBE NOVAMENTE E NINGUÉM SE MANIFESTA? GUARDIÃO, SIM!!!
O cálculo do preço das passagens de ônibus em Bauru é uma verdadeira “caixa preta”, ou seja, algo que nem os conselheiros do Conselho do Transporte Coletivo conseguem decifrar. Os empresários do setor, os donos do rico empreendimento nada fazem para facilitar isso. Ou melhor, fazem sim, no sentido de dificultar ou manter tudo em sigilo absoluto. Nem uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores, convocada pelo vereador Roque Ferreira PT conseguiu esclarecer a contento os motivos de o valor cobrado ser esse. Uma coisa ficou mais do que clara: o preço da passagem possibilita um altíssimo lucro para os donos do lucrativo negócio. Guardião demonstra isso usando dados transpirados nessa audiência. E se empresários ganham muito e o serviço deixa a desejar, ninguém fará nada? Parece que não, mas Brasil afora começa a vicejar algo novo, um alento no quesito manifestações de rua contra os abusos.
Citei aqui dias atrás que a reunião dos participantes da Marcha da Liberdade, ocorrida em Bauru dia 18/06, foi quase toda organizada e reunida via internet, sem a mediação de partidos ou sindicatos. Fiquei cheio de contentamento ao comprar minha revista semanal, a Carta Capital, sábado passado e lá estar estampado em sua capa “#protesto”, exatamente sobre esse assunto. “Trincheiras na web – Sem partidos ou sindicatos, os brasileiros voltam às ruas em grandes manifestações convocadas pela internet”, resume o texto, demonstrando ser mais do que possível fazer política sem intermediários.
E o que isso teria a ver com o aumento da passagem do ônibus urbano de Bauru? Tudo, afirmo. Está chegando o momento de algo assim ocorrer em Bauru e se o usuário, amordaçado por tantos outros problemas a atormentar sua vida e os geradores de manifestações não estejam lá interessados em agitações, que isso possa ocorrer gerado por outros meios. Na charge dessa semana, algo instiga sobre essa real possibilidade. Guardião, agindo em todas as frentes, promove duas ações. Uma divulgando sua charge nos pontos de ônibus da região central de Bauru e outra espalhando-a via internet, por todos os meios disponíveis, para aguçar o negócio da revolta via web. Por trás de tudo, claro, eu, esse mafuento blogueiro e Leandro Gonçalez (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/ ). Instigar também é papel do Guardião.
PS.: Amanhã tem início na cidade a I Mostra Internacional de Bonecos de Bauru, algo grandioso idealizado por Mariza Basso e Kyn Jr, mestres nesse ofício. Amanhã destrincho tudo por aqui, tim-tim por tim-tim.
O ONIBUS SOBE NOVAMENTE E NINGUÉM SE MANIFESTA? GUARDIÃO, SIM!!!
O cálculo do preço das passagens de ônibus em Bauru é uma verdadeira “caixa preta”, ou seja, algo que nem os conselheiros do Conselho do Transporte Coletivo conseguem decifrar. Os empresários do setor, os donos do rico empreendimento nada fazem para facilitar isso. Ou melhor, fazem sim, no sentido de dificultar ou manter tudo em sigilo absoluto. Nem uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores, convocada pelo vereador Roque Ferreira PT conseguiu esclarecer a contento os motivos de o valor cobrado ser esse. Uma coisa ficou mais do que clara: o preço da passagem possibilita um altíssimo lucro para os donos do lucrativo negócio. Guardião demonstra isso usando dados transpirados nessa audiência. E se empresários ganham muito e o serviço deixa a desejar, ninguém fará nada? Parece que não, mas Brasil afora começa a vicejar algo novo, um alento no quesito manifestações de rua contra os abusos.
Citei aqui dias atrás que a reunião dos participantes da Marcha da Liberdade, ocorrida em Bauru dia 18/06, foi quase toda organizada e reunida via internet, sem a mediação de partidos ou sindicatos. Fiquei cheio de contentamento ao comprar minha revista semanal, a Carta Capital, sábado passado e lá estar estampado em sua capa “#protesto”, exatamente sobre esse assunto. “Trincheiras na web – Sem partidos ou sindicatos, os brasileiros voltam às ruas em grandes manifestações convocadas pela internet”, resume o texto, demonstrando ser mais do que possível fazer política sem intermediários.
E o que isso teria a ver com o aumento da passagem do ônibus urbano de Bauru? Tudo, afirmo. Está chegando o momento de algo assim ocorrer em Bauru e se o usuário, amordaçado por tantos outros problemas a atormentar sua vida e os geradores de manifestações não estejam lá interessados em agitações, que isso possa ocorrer gerado por outros meios. Na charge dessa semana, algo instiga sobre essa real possibilidade. Guardião, agindo em todas as frentes, promove duas ações. Uma divulgando sua charge nos pontos de ônibus da região central de Bauru e outra espalhando-a via internet, por todos os meios disponíveis, para aguçar o negócio da revolta via web. Por trás de tudo, claro, eu, esse mafuento blogueiro e Leandro Gonçalez (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/ ). Instigar também é papel do Guardião.
PS.: Amanhã tem início na cidade a I Mostra Internacional de Bonecos de Bauru, algo grandioso idealizado por Mariza Basso e Kyn Jr, mestres nesse ofício. Amanhã destrincho tudo por aqui, tim-tim por tim-tim.
domingo, 26 de junho de 2011
PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DO ERNESTO VARELA (51)
ENCOSTADINHA NA PAREDE, AO ESTILO DE ERNESTO VARELA
Ernesto Varela, personagem a empunhar um elétrico microfone (desses a provocar choque), perguntava o que todos queriam saber. Poucos hoje possuem coragem suficiente para fazê-lo dessa forma. Algo raro no Brasil, ainda mais porque, seu idealizador, o jornalista Marcelo Tas, hoje comandando um programa de TV na Band, o “CQC”, assume posições conservadoras e distantes de tudo o que fez no passado. Na Bauru de hoje, as situações a necessitar de um Varela se repetem e também ficamos a chupar o dedo. Cito algumas:
1. O governador Alckmin veio a Bauru inaugurar uma importante obra concluída no seu mandato, justamente no momento em que um secretário de seu governo, o da Saúde estava sendo afastado por estar envolvido até a medula num escândalo de corrupção explícita. Por que ninguém da imprensa bauruense perguntou nada a ele sobre isso? Ninguém teve coragem de lhe dar uma encostadinha na parede...
2. Se amanhã sobem as passagens de ônibus urbano em Bauru e até uma Audiência Pública foi realizada para discutir como os empresários ganham e muito, com uma base de cálculo muito mal explicada, já sendo consenso que o lucro é altíssimo, por que ninguém vai atrás dos tais empresários e lhe dão uma encostadinha na parede?
3. Ano passado o deputado federal Vicentinho PT passou por Bauru na campanha eleitoral e num encontro com sindicalistas, esses lhe questionaram sobre a situação do Hospital Estadual de Bauru, administrado pela Famesp. Perguntaram como fariam para dar continuidade em investigações freadas na ALESP. O deputado foi direto: “Ganhem as eleições e façam diferente”. A eleição em SP foi ganha pelo mesmo PSDB, quase 20 anos no poder e agora a Famesp, que já dirigia o Hospital Estadual, irá também dirigir o Hospital de Base e a Maternidade Santa Isabel. E ninguém vai dar uma encostadinha na parede cobrando transparência na Famesp?
4. Nem bem o prefeito Rodrigo aconselhou seu secretário municipal Ricardo Oliveira a pedir exoneração da SEAR, com a conseqüente saída do PTB de participação no governo, teve início uma fratricida disputa para ocupar esse cargo, movida pelos partidos de sua base partidária. PMDB e PT no comando da disputa. Querem o cargo e suas benesses, só isso. Não li em nenhum lugar algo sobre ser colocado no posto alguém a transformar a SEAR numa verdadeira guarida, amparo e base de sustentação dos movimentos sociais e de fortalecimento das Associações de Moradores, sendo exatamente isso o que precisaria ser feito. E ninguém vai dar uma encostadinha na parede nesses que só querem cargos, no fortalecimento de seus partidos e nada para os avanços sociais?
OBS. DE FINAL DE DOMINGO: Escrevo esse texto ouvindo pelo rádio o triste jogo onde o River, um dos maiores times platinos cai para a Segunda Divisão de Futebol na Argentina. O Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Vasco já passaram por isso no Brasil. O torcedor que ama seu clube sofre muito nesses momentos e qualquer um que ama o futebol sente o mesmo. Enquanto ouço a rádio Mitre, de Buenos Aires, relembro minha rápida passagem por São Paulo, capital, ontem, quando eu, Ana Bia e meu pai Heleno cumprimos compromissos familiares. Encontro tempo para três atividades diferentes. Dou uma passada rápida no Memorial da América Latina e encantado fico com a manifestação pró-Cuba na XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. Depois vou para a praça Dom José Gaspar, junto à reformulada Biblioteca Mário de Andrade e assisto ao final de um show de “Voz e Piano” com nada menos que Angela Ro Ro, um dia antes da Parada Gay por lá. Cantei junto a um emocionado público alguns de seus sucessos. Na noite, fui ver o amigo Lyra comandar seu conjunto de samba, o Mé Maior, numa apresentação no Botequim Santo Antonio. Volto mais cansado do que quando fui, mas ciente de continuar não perdendo as oportunidades que a vida me apresenta.
As fotos das quatro indagações são as 5 primeiras e as demais de minha ida para Sampa.
ENCOSTADINHA NA PAREDE, AO ESTILO DE ERNESTO VARELA
Ernesto Varela, personagem a empunhar um elétrico microfone (desses a provocar choque), perguntava o que todos queriam saber. Poucos hoje possuem coragem suficiente para fazê-lo dessa forma. Algo raro no Brasil, ainda mais porque, seu idealizador, o jornalista Marcelo Tas, hoje comandando um programa de TV na Band, o “CQC”, assume posições conservadoras e distantes de tudo o que fez no passado. Na Bauru de hoje, as situações a necessitar de um Varela se repetem e também ficamos a chupar o dedo. Cito algumas:
1. O governador Alckmin veio a Bauru inaugurar uma importante obra concluída no seu mandato, justamente no momento em que um secretário de seu governo, o da Saúde estava sendo afastado por estar envolvido até a medula num escândalo de corrupção explícita. Por que ninguém da imprensa bauruense perguntou nada a ele sobre isso? Ninguém teve coragem de lhe dar uma encostadinha na parede...
2. Se amanhã sobem as passagens de ônibus urbano em Bauru e até uma Audiência Pública foi realizada para discutir como os empresários ganham e muito, com uma base de cálculo muito mal explicada, já sendo consenso que o lucro é altíssimo, por que ninguém vai atrás dos tais empresários e lhe dão uma encostadinha na parede?
3. Ano passado o deputado federal Vicentinho PT passou por Bauru na campanha eleitoral e num encontro com sindicalistas, esses lhe questionaram sobre a situação do Hospital Estadual de Bauru, administrado pela Famesp. Perguntaram como fariam para dar continuidade em investigações freadas na ALESP. O deputado foi direto: “Ganhem as eleições e façam diferente”. A eleição em SP foi ganha pelo mesmo PSDB, quase 20 anos no poder e agora a Famesp, que já dirigia o Hospital Estadual, irá também dirigir o Hospital de Base e a Maternidade Santa Isabel. E ninguém vai dar uma encostadinha na parede cobrando transparência na Famesp?
4. Nem bem o prefeito Rodrigo aconselhou seu secretário municipal Ricardo Oliveira a pedir exoneração da SEAR, com a conseqüente saída do PTB de participação no governo, teve início uma fratricida disputa para ocupar esse cargo, movida pelos partidos de sua base partidária. PMDB e PT no comando da disputa. Querem o cargo e suas benesses, só isso. Não li em nenhum lugar algo sobre ser colocado no posto alguém a transformar a SEAR numa verdadeira guarida, amparo e base de sustentação dos movimentos sociais e de fortalecimento das Associações de Moradores, sendo exatamente isso o que precisaria ser feito. E ninguém vai dar uma encostadinha na parede nesses que só querem cargos, no fortalecimento de seus partidos e nada para os avanços sociais?
OBS. DE FINAL DE DOMINGO: Escrevo esse texto ouvindo pelo rádio o triste jogo onde o River, um dos maiores times platinos cai para a Segunda Divisão de Futebol na Argentina. O Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Vasco já passaram por isso no Brasil. O torcedor que ama seu clube sofre muito nesses momentos e qualquer um que ama o futebol sente o mesmo. Enquanto ouço a rádio Mitre, de Buenos Aires, relembro minha rápida passagem por São Paulo, capital, ontem, quando eu, Ana Bia e meu pai Heleno cumprimos compromissos familiares. Encontro tempo para três atividades diferentes. Dou uma passada rápida no Memorial da América Latina e encantado fico com a manifestação pró-Cuba na XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. Depois vou para a praça Dom José Gaspar, junto à reformulada Biblioteca Mário de Andrade e assisto ao final de um show de “Voz e Piano” com nada menos que Angela Ro Ro, um dia antes da Parada Gay por lá. Cantei junto a um emocionado público alguns de seus sucessos. Na noite, fui ver o amigo Lyra comandar seu conjunto de samba, o Mé Maior, numa apresentação no Botequim Santo Antonio. Volto mais cansado do que quando fui, mas ciente de continuar não perdendo as oportunidades que a vida me apresenta.
As fotos das quatro indagações são as 5 primeiras e as demais de minha ida para Sampa.
sábado, 25 de junho de 2011
MEUS TEXTOS NO BOM DIA (130 e 131)
ALGO SOBRE NOSSOS HOSPITAIS – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 18.06.2011
Nem sempre o mais bonito é o melhor. Um ditado popular acertadamente apregoa que “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Levo isso em conta em tudo e não me impressiono com as coisas modernosas, mesmo ciente de que muitas delas me são úteis e de valor extremado. Perdi minha mãe essa semana e ela foi maravilhosamente cuidada por um pessoal valioso lá no judiado e sempre útil Hospital de Base de Bauru, pertencente à sugada (até quase sua falência) Associação Hospitalar de Bauru. Seu Centro de Hemodiálise é primoroso, sem comparações com o dos demais hospitais da cidade. Meus pais pagam regiamente um plano particular de saúde, o da Unimed e já se utilizaram do hospital deles. Sempre bem tratados, mas afirmo algo aqui, não com o intuito de diminuir a instituição, mas como crítica para uma melhora na sua sensibilidade operacional. Falta algo, o material humano no trato com o paciente é bom. Ele é moderno, lindo, mas nem tudo se resume no que os olhos podem ver. Uma instituição verdadeiramente sã e tendo como sua atividade primeira a saúde do ser humano precisa estar atenta a algo mais. O que falta de um lado explode no outro. O combalido HB precisa ser repensado, revisto, todos (sem exceção) os que o inviabilizaram ser colocados num “paredon” (expelidos da vida pública e seus nomes expostos nos postes da cidade) e agora, ao ser entregue de bandeja para uma Fundação (ou que nome isso tenha), ter fiscalização redobrada, pois se falta transparência na gestão do Hospital Estadual, com certeza faltará nesse. Ajudar também a Beneficência Portuguesa no seu novo momento. No da Unimed, a mesma coisa e em algo muito simples, o dinheiro e o visual não são tudo. Queria ver a mesma Polícia Federal que agiu num hospital de Sorocaba, algemando gente daqui. Toques são sempre bem vindos. Que esse aqui sirva para algo.
ATÉ NO RAFAEL MAURÍCIO... – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 25.06.2011
O desmantelamento do Lar Escola Rafael Maurício, entidade com quase 50 anos, ainda não foi digerido pela cidade e possui muitas histórias ainda não reveladas. A mais conhecida é a de ter assumido ações, como a contratação de novos funcionários sem perceberem que o valor a ser recebido de verbas públicas seria insuficiente para cobrir todos seus custos. Isso lhe foi fatal, uma total falta de competência administrativa. Outra história, mais escabrosa, foi a sua definitiva pá de cal. Durante anos a entidade possuiu autorização para num convênio junto ao SUS, efetuar a revenda de aparelhos auditivos. Isso gerava considerável receita, por volta de R$ 30 mil mês, sustentáculo importantíssimo para equilíbrio de suas contas. Bauru possui somente um deputado estadual eleito, Pedro Tobias (PSDB), hoje líder do governo na Assembléia Legislativa. Ele possui conhecimento antecipado de todo o dinheiro a caminhar de um lado para o outro nos investimentos públicos, tanto que em qualquer inauguração, de uma mera cobertura de quadra em ginásio de grupo escolar, lá está o mesmo a dizer ter sido por sua influência. Na defesa do Rafael Maurício nada fez. Ou melhor, fizeram, mas ao contrário. Pressão ocorreu para não revalidação na autorização de revenda, alegando ilegalidade. Mais estranho foi que essa revenda hoje está sendo feita pelo Centrinho. Acredito ser mera coincidência o fato do Centrinho ter no comando alguém muito próximo do deputado, o Tio Gastão e no Rafael Maurício, ninguém. Da mesma forma como acredito que a mudança de Bauru para Botucatu como sede da Virada Cultural foi mero rodízio e não porque Bauru tem prefeito ao lado do PMDB/PT e Botucatu do PSDB. Vivemos no meio das coincidências, algumas absurdas e a necessitar de explicações mais convincentes. Alguém se habilita a esmiuçar isso tudo?
ALGO SOBRE NOSSOS HOSPITAIS – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 18.06.2011
Nem sempre o mais bonito é o melhor. Um ditado popular acertadamente apregoa que “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Levo isso em conta em tudo e não me impressiono com as coisas modernosas, mesmo ciente de que muitas delas me são úteis e de valor extremado. Perdi minha mãe essa semana e ela foi maravilhosamente cuidada por um pessoal valioso lá no judiado e sempre útil Hospital de Base de Bauru, pertencente à sugada (até quase sua falência) Associação Hospitalar de Bauru. Seu Centro de Hemodiálise é primoroso, sem comparações com o dos demais hospitais da cidade. Meus pais pagam regiamente um plano particular de saúde, o da Unimed e já se utilizaram do hospital deles. Sempre bem tratados, mas afirmo algo aqui, não com o intuito de diminuir a instituição, mas como crítica para uma melhora na sua sensibilidade operacional. Falta algo, o material humano no trato com o paciente é bom. Ele é moderno, lindo, mas nem tudo se resume no que os olhos podem ver. Uma instituição verdadeiramente sã e tendo como sua atividade primeira a saúde do ser humano precisa estar atenta a algo mais. O que falta de um lado explode no outro. O combalido HB precisa ser repensado, revisto, todos (sem exceção) os que o inviabilizaram ser colocados num “paredon” (expelidos da vida pública e seus nomes expostos nos postes da cidade) e agora, ao ser entregue de bandeja para uma Fundação (ou que nome isso tenha), ter fiscalização redobrada, pois se falta transparência na gestão do Hospital Estadual, com certeza faltará nesse. Ajudar também a Beneficência Portuguesa no seu novo momento. No da Unimed, a mesma coisa e em algo muito simples, o dinheiro e o visual não são tudo. Queria ver a mesma Polícia Federal que agiu num hospital de Sorocaba, algemando gente daqui. Toques são sempre bem vindos. Que esse aqui sirva para algo.
ATÉ NO RAFAEL MAURÍCIO... – texto publicado no diário BOM DIA, edição de 25.06.2011
O desmantelamento do Lar Escola Rafael Maurício, entidade com quase 50 anos, ainda não foi digerido pela cidade e possui muitas histórias ainda não reveladas. A mais conhecida é a de ter assumido ações, como a contratação de novos funcionários sem perceberem que o valor a ser recebido de verbas públicas seria insuficiente para cobrir todos seus custos. Isso lhe foi fatal, uma total falta de competência administrativa. Outra história, mais escabrosa, foi a sua definitiva pá de cal. Durante anos a entidade possuiu autorização para num convênio junto ao SUS, efetuar a revenda de aparelhos auditivos. Isso gerava considerável receita, por volta de R$ 30 mil mês, sustentáculo importantíssimo para equilíbrio de suas contas. Bauru possui somente um deputado estadual eleito, Pedro Tobias (PSDB), hoje líder do governo na Assembléia Legislativa. Ele possui conhecimento antecipado de todo o dinheiro a caminhar de um lado para o outro nos investimentos públicos, tanto que em qualquer inauguração, de uma mera cobertura de quadra em ginásio de grupo escolar, lá está o mesmo a dizer ter sido por sua influência. Na defesa do Rafael Maurício nada fez. Ou melhor, fizeram, mas ao contrário. Pressão ocorreu para não revalidação na autorização de revenda, alegando ilegalidade. Mais estranho foi que essa revenda hoje está sendo feita pelo Centrinho. Acredito ser mera coincidência o fato do Centrinho ter no comando alguém muito próximo do deputado, o Tio Gastão e no Rafael Maurício, ninguém. Da mesma forma como acredito que a mudança de Bauru para Botucatu como sede da Virada Cultural foi mero rodízio e não porque Bauru tem prefeito ao lado do PMDB/PT e Botucatu do PSDB. Vivemos no meio das coincidências, algumas absurdas e a necessitar de explicações mais convincentes. Alguém se habilita a esmiuçar isso tudo?
sexta-feira, 24 de junho de 2011
UM LUGAR POR AÍ (14)
APÓS MAIS DE 40 ANOS, RETORNO NA “ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE QUILOMBO”
Da última vez que lá estive fui levado pelo meu pai, num apertado carro, acompanhado da mãe e de outros três irmãos. Devia ter por volta de uns dez anos e algumas coisas consegui me recordar. Um rio, um lago e muito mato em volta. Na quarta, 22/06, instigado por um amigo de Reginópolis, no retorno para Bauru passo por lá, tudo para buscar queijos, que me dizia maravilhosos.
Fui conferir e do trevo da entrada de Iacanga até lá são 11 km, tudo asfaltado, a vicinal Maurílio Biaconcini. A Queijaria Quilombo não é tão fácil de ser encontrada, mas com a indicação recebida, a de estar logo após um bambuzal é certeira. Uma pequena placa afastada da pista diz ser ali, distante uns cem metros da pista o reduto de uma iguaria das mais requisitadas da região. No balcão a proprietária, dona Cidinha, que junto do marido Cláudio Manuel Crepaldi está por ali há 30 anos (um dos filhos é padre aqui em Bauru). Pergunto dos queijos e ela sem pestanejar me dá alguns para provar. “O Bolinha é o cremoso, feito com recheio de iogurte e arredondado. Esse em formato de U é o Quilombo, cuja massa, o fermento é desenvolvido aqui, próprio para churrasco, feijoada, molhos. Está patenteado e dos que mais vendemos. Esse outro, em tiras é para ser comido desfiado e junto de alguma bebida é inigualável”, me disse. Confirmei tudo e sai dali com um pacote, inclusive com outro sabor de alho.
O distrito é pequeno, mas muito acolhedor, pertencendo à cidade de Iacanga. Não passa de uma avenida na continuação da vicinal, uma venda logo na entrada e outra, numa rua lateral, junto à praça da igreja. Um hotel no centro da vilinha, antes com bom movimento, mas hoje fechado. Numa esquina outro imponente comércio, o Apiário Ki-Mel Quilombo, onde sou atendido por um casal, a Gilcimara e o Paulo, os donos do estabelecimento, funcionando ali há exatos 22 anos. É uma variedade de produtos, expostos ali num balcão e contando com as informações do Paulo, o mesmo que põe a mão na massa em todas as fases do processo. Impossível sair dali sem provar algo.
Diante da loja, uma estradinha de terra e uma placa em tamanho grande “Hotel Estância Quilombo e Água Mineral Quilombo – Fonte a 300 metros”. Quem não conhece pode até achar não ter nada de grandioso ali dentro de um portal de pequeno porte, mas ao adentrar o local, muitas surpresas aguardam todos. No comando do local está a sra Laura e a filha Elisa, ambas de descendência japonesa e após o falecimento do patriarca, cuidando de tudo, sem abandonar estar na frente do negócio, inclusive no atendimento aos clientes no hall do hotel. O clima é muito próximo de algo do país de origem, tanto que o próprio cartão de visitas está todo escrito na língua japonesa e a grande maioria dos hóspedes é oriunda da colônia. Quarta, véspera de feriado, alguns ônibus já estão chegando ao local e assim se repete todos os finais de semana. Percebo de um cliente algo a inquietá-lo. É seu celular que não pega no local e o único contato com o mundo externo terá que ser feito pelo telefone do hotel ou o de um orelhão lá no centro do distrito. Ótimo lugar para aproveitar e desfrutar ao máximo das águas medicinais e para um desligamento completo com o mundo externo. As duas coisas juntas devem ser mesmo ótimas, afinal todos podem, mesmo sem acreditar que ainda o consigam fazer, o de viver alguns dias sem fazer uso de um aparelhinho de celular.
Voltar para o mundo em que vivemos é possível de duas maneiras. Na primeira retornando até o trevo de Iacanga e de lá, no meu caso, Bauru. Para os apressadinhos como eu, uma estrada de terra batida, 7 km, corta um caminho e o deixa quase em Arealva. Um pouco de poeira só no cruzamento com outros carros e ali o visual mais encontrado na região, cana plantada por todos os lados. Quero voltar em breve para descansar uns dias e tentar me curar dos malefícios inerentes de quem quer sair da agitação de uma vida cheia de percalços, com um embate após o outro. Quilombo é lugar de muita paz e pelas três dicas conferidas, recomendo.
APÓS MAIS DE 40 ANOS, RETORNO NA “ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE QUILOMBO”
Da última vez que lá estive fui levado pelo meu pai, num apertado carro, acompanhado da mãe e de outros três irmãos. Devia ter por volta de uns dez anos e algumas coisas consegui me recordar. Um rio, um lago e muito mato em volta. Na quarta, 22/06, instigado por um amigo de Reginópolis, no retorno para Bauru passo por lá, tudo para buscar queijos, que me dizia maravilhosos.
Fui conferir e do trevo da entrada de Iacanga até lá são 11 km, tudo asfaltado, a vicinal Maurílio Biaconcini. A Queijaria Quilombo não é tão fácil de ser encontrada, mas com a indicação recebida, a de estar logo após um bambuzal é certeira. Uma pequena placa afastada da pista diz ser ali, distante uns cem metros da pista o reduto de uma iguaria das mais requisitadas da região. No balcão a proprietária, dona Cidinha, que junto do marido Cláudio Manuel Crepaldi está por ali há 30 anos (um dos filhos é padre aqui em Bauru). Pergunto dos queijos e ela sem pestanejar me dá alguns para provar. “O Bolinha é o cremoso, feito com recheio de iogurte e arredondado. Esse em formato de U é o Quilombo, cuja massa, o fermento é desenvolvido aqui, próprio para churrasco, feijoada, molhos. Está patenteado e dos que mais vendemos. Esse outro, em tiras é para ser comido desfiado e junto de alguma bebida é inigualável”, me disse. Confirmei tudo e sai dali com um pacote, inclusive com outro sabor de alho.
O distrito é pequeno, mas muito acolhedor, pertencendo à cidade de Iacanga. Não passa de uma avenida na continuação da vicinal, uma venda logo na entrada e outra, numa rua lateral, junto à praça da igreja. Um hotel no centro da vilinha, antes com bom movimento, mas hoje fechado. Numa esquina outro imponente comércio, o Apiário Ki-Mel Quilombo, onde sou atendido por um casal, a Gilcimara e o Paulo, os donos do estabelecimento, funcionando ali há exatos 22 anos. É uma variedade de produtos, expostos ali num balcão e contando com as informações do Paulo, o mesmo que põe a mão na massa em todas as fases do processo. Impossível sair dali sem provar algo.
Diante da loja, uma estradinha de terra e uma placa em tamanho grande “Hotel Estância Quilombo e Água Mineral Quilombo – Fonte a 300 metros”. Quem não conhece pode até achar não ter nada de grandioso ali dentro de um portal de pequeno porte, mas ao adentrar o local, muitas surpresas aguardam todos. No comando do local está a sra Laura e a filha Elisa, ambas de descendência japonesa e após o falecimento do patriarca, cuidando de tudo, sem abandonar estar na frente do negócio, inclusive no atendimento aos clientes no hall do hotel. O clima é muito próximo de algo do país de origem, tanto que o próprio cartão de visitas está todo escrito na língua japonesa e a grande maioria dos hóspedes é oriunda da colônia. Quarta, véspera de feriado, alguns ônibus já estão chegando ao local e assim se repete todos os finais de semana. Percebo de um cliente algo a inquietá-lo. É seu celular que não pega no local e o único contato com o mundo externo terá que ser feito pelo telefone do hotel ou o de um orelhão lá no centro do distrito. Ótimo lugar para aproveitar e desfrutar ao máximo das águas medicinais e para um desligamento completo com o mundo externo. As duas coisas juntas devem ser mesmo ótimas, afinal todos podem, mesmo sem acreditar que ainda o consigam fazer, o de viver alguns dias sem fazer uso de um aparelhinho de celular.
Voltar para o mundo em que vivemos é possível de duas maneiras. Na primeira retornando até o trevo de Iacanga e de lá, no meu caso, Bauru. Para os apressadinhos como eu, uma estrada de terra batida, 7 km, corta um caminho e o deixa quase em Arealva. Um pouco de poeira só no cruzamento com outros carros e ali o visual mais encontrado na região, cana plantada por todos os lados. Quero voltar em breve para descansar uns dias e tentar me curar dos malefícios inerentes de quem quer sair da agitação de uma vida cheia de percalços, com um embate após o outro. Quilombo é lugar de muita paz e pelas três dicas conferidas, recomendo.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
CHARGES ESCOLHIDAS A DEDO (41)*
PROFECIAS CULTURAIS SOB O EFEITO DE UM VINHO, NA BANCA DOMINICAL DO CARIOCA - RESOLUÇÕES E ACHADOS
(*Pois bem, como os frequentadores desse espaço etílico cultural sabem, sou um adorador de charges e de seus criadores. Gosto demais de incluir desenhos deles todos nos meus escritos e hoje, reproduzo dois. Primeiro o BIER, sobre a cara que pretendemos dar ao que vejo acontecer naturalmente defronte e nos fundos da banca do Carioca e depois, esse ajuntamento de cabelinhos brancos lutando por algo palatável nesse rincão varonil, expressado no desenho do gaúcho SANTIAGO).
Um dos lugares onde mais gosto de extravasar as agruras vividas durante a semana é na obrigatória “batida de cartão” junto à dominical Feira do Rolo e, conseqüentemente, parando por mais tempo na Banca de Livros do Carioca. E ali tenho encontrado uma infinidade de gente aportando por ali com a mesma justificativa e finalidade: “Esse lugar é gostoso demais e aqui me sinto bem”. Nesse domingo cruzei com o professor Duílio Duka e esposa, a Rosana, o também professor Manuel Rubira, o advogado e declarado judeu Carlos Augusto, o imenso farmacêutico e poeta Francisco, o jornalista de política internacional Benedito Requena, a professora aposentada de Educação Física Enys Orti, o radialista e adorador da música francesa Aldo Wellichan e outros que me esqueci no momento. Passo e ali me instalo, já do lado de lá do balcão. As vezes alguém me vendo ali se atreve até perguntar o preço de um livro e falo logo um preço maior do que o praticado pelo Carioca, pois ele revende seus produtos muito baratos e assim o ajudo a ganhar algum a mais.
Nesse último domingo falamos de tudo um pouco. Eu, acabrunhado com o passamento de minha mãe, fui lá exatamente para rever pessoas queridas, folhear livros e olhar novamente para a vida ainda pela frente. Falamos de tudo e ali ao lado algo me chamava para outro espaço. A Maria Fumaça apitava insistentemente na Feira Estação Arte, junto à Estação da Cia Paulista. Pisando ali naquele chão de paralelepípedos, todos, sem distinção clamávamos para que o tal do Memorial da Indústria a ser instalado junto ao antiga armazém defronte o largo tenha um mínimo de sensatez e não queira fazer o mesmo que a Polícia Militar, que queria colocar uma camada de asfalto sobre a história, tudo para facilitar o seu serviço. Impedida, o estrago está feito pela metade e na recuperação vozes gritarão pela recuperação do piso num todo. De política, falamos de quem realmente manda na cidade, do papel dos vereadores e da corrupção desvairada e avassaladora instalada na mente da maioria de nossos representantes. “Toda pessoa ao atingir 70 anos deveria receber um salvo conduto e poder dar uma marretada certeira e fatal na cabeça de vinte pessoas, pondo fim ao seu ciclo de malversações”, é o que clamava aos brados Carlos Augusto, após arrebatar uns seis novos LPs para sua coleção (me disse ter mais de oito mil, deixando os meus dois mil no chinelo).
Carioca desaparece como num passe de mágica e ao voltar traz na mão uma garrafa de vinho mineiro. Copos de plástico para todos os presentes e uma decisão tomada ali em conjunto. Por que não criar um espaço ao fundo de sua banca, coberto por uma lona, junto ao muro da Associação dos Aposentados, onde estaríamos oficializando um ponto de encontro semanal para esses desprovidos de atenção e desaventurados culturais? Tomaríamos todos as medidas necessárias para que isso pudesse vingar o mais rápido possível. Eu lancei outra idéia, que estarei apresentando para a namorada Ana Bia, professora de Design: poderíamos criar um protótipo de uma banca moderna para expor os livros do Carioca e isso poderia, vingando a idéia, ser estendido para todos os demais expositores da feira. Seria uma proposta de trabalho para os alunos da Bia no segundo semestre, a de modernizar a Feira do Rolo, dando a ela novos ares. Ela comprou a idéia de imediato e acho que isso vinga em breve. Junto dela a da barraca de encontros e reencontros culturais. Seria a pá de cal naqueles que querem essa Feira longe dali.
Dito isso, fomos alguns ver as apresentações culturais sob os paralelepípedos da Estação Arte. Xiko Peres, da TUSP, do alto de um palanque, de cuecas e enrolado entre cartolinas comandava o espetáculo e no chão, Arthur Faleiros, do Enxame Coletivo tentava equilibrar seus malabares, sob um som esfuziante e pés descalços na pedra quente. Tudo tendo ao fundo os apitos de uma Maria, a Fumaça. As manhãs de domingo estão ficando movimentadas culturalmente pelos lados da beirada dos trilhos. Numa barraca, livros sendo trocados. Levo dois e fiquei de trazer os correspondentes para troca no próximo evento. Despedida geral e feita às pressas, pois meu pai me chama para o almoço e nem o alface prometido havia ainda comprado (pelo adiantado do horário acho somente acelga). Na saída trombo com um casal, Isaías e Ana Daibem, chegando para presenciarem as animações culturais dominicais à beira dos trilhos. Saio de lá em desabalada carreira, acreditando que todo o planejado poderia vingar o mais rápido possível, para o bem dessa cidade, principalmente o quesito das marretadas nos vinte irrecuperáveis (pena mesmo é estar longe dos 70 - compelto 51 hoje). É nisso tudo que me empenho nos próximos dias.
OBS.: Ontem, quase na virada do dia, o SANTOS sagrou-se TRI campeão da Libertadores da América, vencendo o Penarol por 2x1 no Pacaembu e no final foram entrevistar o presidente do clube uruguaio: “Esse menino, o Neymar é de outra galáxia. Não existe como ganhar de algo assim. E dessa forma, perdemos”.
PROFECIAS CULTURAIS SOB O EFEITO DE UM VINHO, NA BANCA DOMINICAL DO CARIOCA - RESOLUÇÕES E ACHADOS
(*Pois bem, como os frequentadores desse espaço etílico cultural sabem, sou um adorador de charges e de seus criadores. Gosto demais de incluir desenhos deles todos nos meus escritos e hoje, reproduzo dois. Primeiro o BIER, sobre a cara que pretendemos dar ao que vejo acontecer naturalmente defronte e nos fundos da banca do Carioca e depois, esse ajuntamento de cabelinhos brancos lutando por algo palatável nesse rincão varonil, expressado no desenho do gaúcho SANTIAGO).
Um dos lugares onde mais gosto de extravasar as agruras vividas durante a semana é na obrigatória “batida de cartão” junto à dominical Feira do Rolo e, conseqüentemente, parando por mais tempo na Banca de Livros do Carioca. E ali tenho encontrado uma infinidade de gente aportando por ali com a mesma justificativa e finalidade: “Esse lugar é gostoso demais e aqui me sinto bem”. Nesse domingo cruzei com o professor Duílio Duka e esposa, a Rosana, o também professor Manuel Rubira, o advogado e declarado judeu Carlos Augusto, o imenso farmacêutico e poeta Francisco, o jornalista de política internacional Benedito Requena, a professora aposentada de Educação Física Enys Orti, o radialista e adorador da música francesa Aldo Wellichan e outros que me esqueci no momento. Passo e ali me instalo, já do lado de lá do balcão. As vezes alguém me vendo ali se atreve até perguntar o preço de um livro e falo logo um preço maior do que o praticado pelo Carioca, pois ele revende seus produtos muito baratos e assim o ajudo a ganhar algum a mais.
Nesse último domingo falamos de tudo um pouco. Eu, acabrunhado com o passamento de minha mãe, fui lá exatamente para rever pessoas queridas, folhear livros e olhar novamente para a vida ainda pela frente. Falamos de tudo e ali ao lado algo me chamava para outro espaço. A Maria Fumaça apitava insistentemente na Feira Estação Arte, junto à Estação da Cia Paulista. Pisando ali naquele chão de paralelepípedos, todos, sem distinção clamávamos para que o tal do Memorial da Indústria a ser instalado junto ao antiga armazém defronte o largo tenha um mínimo de sensatez e não queira fazer o mesmo que a Polícia Militar, que queria colocar uma camada de asfalto sobre a história, tudo para facilitar o seu serviço. Impedida, o estrago está feito pela metade e na recuperação vozes gritarão pela recuperação do piso num todo. De política, falamos de quem realmente manda na cidade, do papel dos vereadores e da corrupção desvairada e avassaladora instalada na mente da maioria de nossos representantes. “Toda pessoa ao atingir 70 anos deveria receber um salvo conduto e poder dar uma marretada certeira e fatal na cabeça de vinte pessoas, pondo fim ao seu ciclo de malversações”, é o que clamava aos brados Carlos Augusto, após arrebatar uns seis novos LPs para sua coleção (me disse ter mais de oito mil, deixando os meus dois mil no chinelo).
Carioca desaparece como num passe de mágica e ao voltar traz na mão uma garrafa de vinho mineiro. Copos de plástico para todos os presentes e uma decisão tomada ali em conjunto. Por que não criar um espaço ao fundo de sua banca, coberto por uma lona, junto ao muro da Associação dos Aposentados, onde estaríamos oficializando um ponto de encontro semanal para esses desprovidos de atenção e desaventurados culturais? Tomaríamos todos as medidas necessárias para que isso pudesse vingar o mais rápido possível. Eu lancei outra idéia, que estarei apresentando para a namorada Ana Bia, professora de Design: poderíamos criar um protótipo de uma banca moderna para expor os livros do Carioca e isso poderia, vingando a idéia, ser estendido para todos os demais expositores da feira. Seria uma proposta de trabalho para os alunos da Bia no segundo semestre, a de modernizar a Feira do Rolo, dando a ela novos ares. Ela comprou a idéia de imediato e acho que isso vinga em breve. Junto dela a da barraca de encontros e reencontros culturais. Seria a pá de cal naqueles que querem essa Feira longe dali.
Dito isso, fomos alguns ver as apresentações culturais sob os paralelepípedos da Estação Arte. Xiko Peres, da TUSP, do alto de um palanque, de cuecas e enrolado entre cartolinas comandava o espetáculo e no chão, Arthur Faleiros, do Enxame Coletivo tentava equilibrar seus malabares, sob um som esfuziante e pés descalços na pedra quente. Tudo tendo ao fundo os apitos de uma Maria, a Fumaça. As manhãs de domingo estão ficando movimentadas culturalmente pelos lados da beirada dos trilhos. Numa barraca, livros sendo trocados. Levo dois e fiquei de trazer os correspondentes para troca no próximo evento. Despedida geral e feita às pressas, pois meu pai me chama para o almoço e nem o alface prometido havia ainda comprado (pelo adiantado do horário acho somente acelga). Na saída trombo com um casal, Isaías e Ana Daibem, chegando para presenciarem as animações culturais dominicais à beira dos trilhos. Saio de lá em desabalada carreira, acreditando que todo o planejado poderia vingar o mais rápido possível, para o bem dessa cidade, principalmente o quesito das marretadas nos vinte irrecuperáveis (pena mesmo é estar longe dos 70 - compelto 51 hoje). É nisso tudo que me empenho nos próximos dias.
OBS.: Ontem, quase na virada do dia, o SANTOS sagrou-se TRI campeão da Libertadores da América, vencendo o Penarol por 2x1 no Pacaembu e no final foram entrevistar o presidente do clube uruguaio: “Esse menino, o Neymar é de outra galáxia. Não existe como ganhar de algo assim. E dessa forma, perdemos”.