quarta-feira, 15 de junho de 2011

O QUE FAZER POR AQUI E NAS REDONDEZAS (02)

A UBÁ, A ESTAÇÃO ARTE, OS ARTESÕES NAS RUAS E PRAÇAS DE BAURU
As muitas feiras de artesanato de Bauru me são todas muito gratas. Minha mãe, Eni, recentemente falecida foi presidente de uma hoje extinta Casa do Artesão e Associação Bauruense de Artesanato (é isso mesmo?) e muito a ajudei nos áureos tempos a montar e desmontar barracas cidade afora, nos mesmo lugares onde hoje ocorrem as atuais, o parque Vitória Régia, a praça Rui Barbosa, a Estação Arte nas instalações da ferrovia e dentro da feira dominicial na rua Gustavo Maciel e adjacências. Algo que não me sai da memória é todo domingo (isso lá se vão mais de dez anos), sair de minha casa e ir buscá-la por volta das 6h30, junto de outra amiga, dona Rosalina (que meses atrás, toda pimpona conseguiu sair da Vila Vicentina e voltar para casa de parentes) e ajudá-las a montar barracas no braço da feira dominical, na rua Ezequiel. Por volta das 12h, lá estava eu de volta para o desmonte. Minha tia Edi, irmã gêmea de minha mãe, ia junto em algumas. A mãe já aposentada, fazia isso pelo gosto de continuar ativa (percebi isso somente anos depois), pintava e bordava (literalmente) e hoje, quando meu filho está à procura de um gorro, fuço suas coisas em busca de algo remanescente entre o que restou.

Isso tudo para dizer que um dos lugares mais agradáveis para passeios em Bauru são o feito nessas feiras. Os artesões da cidade são muito versáteis, produzem de tudo um pouco e não se furtam em colaborar na participação e exposição de seus trabalhos onde forem convidados. Conheço muitos deles pessoalmente e paro para um prolongado papo em muitas dessas barracas. No último domingo fiz isso na Feira Ubá, montada no Vitória Régia, tendo ao lado o Festival Canja. Percorri banca por banca, comprei mel, revi os bordados todos, tapetes, peças de madeira, as lindas caixinhas de madeira, entalhes, o brigadeiro artesanal, cortinas e até uma variação incrível de peças feitas com garrafas pet.

Esse pessoal faz e acontece. Promovem uma verdadeira luta, nunca interrompida para terem um reconhecimento mais evidente de sua importância. Quando olho lá para trás, lembro de uma portinha que a antiga Associação tinha na rua Primeiro de Agosto, quase defronte ao Foto Cherry, mais independente do poder público, permanecendo ali até quando pode e hoje, sem sede, resistindo como podem, percebo que como tudo nessa vida, a luta continua. Abnegadas de ontem, minha mãe, dona Wilma lá do PVA, hoje são substituídas por outros batalhadores, lutando por algo que não terá fim, nem sossego. Tenham todos certeza de uma coisa, quando penso num presente diferente (não gosto de presentear ninguém com o trivial), vou logo em busca de algo feito por nossos artesãos e assim sendo, um dos lugares aqui em Bauru onde faço questão de circular e passear junto de queridas pessoas são nessas feiras. Elas são lindas na sua simplicidade e me remetem a algo que nunca esquecerei, minha mãe esteve entre eles.

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