O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (03)
PRAÇA RUI BARBOSA, ALI ACONTECE DE TUDO UM POUCO
Nossa praça central, a Rui Barbosa já foi mais charmosa e cheia de pompa. Isso nos áureos tempos, quando até um lago com crocodilos lá existia. Pelas fotos antigas, um verde a perder de vista e hoje uma imensidão de concreto. Dizem que tudo foi feito em nome da segurança e da modernidade. Hoje, mesmo com tudo mais à vista, rola de tudo um pouco por lá. Mas de tudo mesmo, desde os mais românticos tipos de comércio e de contato amoroso, como os mais escabrosos relacionamentos possíveis, desses inimagináveis. Nada a espantar, pois Bauru é uma cidade com mais de 350 mil habitantes e tudo o que acontece numa praça de cidade grande, ocorre numa proporção menor aqui na nossa. Gosto mesmo é de espetáculos realizados em praça pública. Sou um pracista juramentado, com reconhecimento cartorial.
Gosto da praça e de quase tudo o que rola por lá. Transpasso a praça durante algumas vezes pela semana e quando tem por lá novidades, por lá me estabeleço, como no último sábado, 02/07, no show do artista, o mamulengueiro, também praceiro (ou seria pracista?) WALDECK DE GARANHUNS (ainda dentro da I Mostra Internacional de Bonecos de Bauru). Cheguei junto do pai e de Ana Bia, assuntei de onde vinha o barulho, me aproximei e finquei estaca. E foi um achegamento de gente que não acabava mais. Revi gente de todas as matizes, amigos de longa data, outros de curta, gente que queria e outros que não queria encontrar. Mas o gostoso de uma original praça é isso mesmo, esses reencontros inesperados e não sabidos.
No dia do Waldeck, o ali visto foi uma das melhores coisas que se pode fazer numa praça, ou seja, o desfrutar de boa música e de atrações reconhecidamente culturais, valorizando o que de melhor temos, esse cadinho de regionalismo a engrandecer esse país. Levo e convido todos meus amigos para estarem comigo nessas oportunidades, carrego muitos e nesses momentos até esboço uns passinhos de sacolejos dançantes. Praça é diversão, e isso tudo vi lá naquela ensolarada manhã. O poder público propiciando algo inovador, algo a fugir do trivial e a distribuir alegria para quem por lá passe. Quer coisa melhor?
Conheço muitos dos personagens dessa nossa praça. Seu Varme, o pastor que não professa, mas distribui santinhos sobre seu filme documentário, o hippie Celsão com sua secular barba e seu artesanato feito ali mesmo, o Uau-Uau fazendo um lanche esfumaçante respingado no calçamento, o barbudo vendedor de amendoim e ratinhos de espuma, os comerciantes todos e alguns taxistas mais conhecidos no pedaço que moeda de um real. Com esses paro sempre e papeio de esquecer do tempo. Tem hora que se percebe um cheiro de algo estranho no ar, mas isso não é privilégio dessa praça, pois qualquer boate dessas baladeiras tem isso de montão. Ouço dizer que até polícia tem por lá, outros dizem que entram até de cavalo praça adentro.
“A praça é do povo e o céu é do avião”, dizia o poeta e eu concordo, dessa feita sentei numa de suas escadas ao lado do meu pai e ali desfrutei de algo que talvez demore um tempão para voltar a se repetir por ali. Ouvíamos um forró pé de serra e quando esse parou, do outro lado, saia um som de uma potente caixa, com uns bolivianos vendendo CDs com outro estilo musical. Tem para todos os gostos. Isso tudo me revigora.
Obs.: Criei essa seção após uma “thurma” de cariocas em visita a Bauru questionarem alguns dos nossos: “Mas o que existe para fazer aqui? Onde ir?”. Essa a terceira postagem e a faço após ler domingo último, 03/07 no Jornal da Cidade, no Caderno JC nos Bairros, a matéria “Férias: Tempo de conhecer Bauru”, com opções para “visitar pontos turísticos espalhados pelos bairros da cidade”. Esse mais um dos meus.
Queridos,
ResponderExcluira Valéria Garbelotti, grande amiga e atriz (Conceição, dos Órfãos de Jânio), faleceu esta tarde - um câncer a levou de nós!
Será velada no Terra Branca e ainda não sabemos o horário do enterro.
Estou muito triste e peço a Deus que console seus familiares!
Beijo,
Marthynha Ferraz
...é preciso cantar e alegrar a cidade... (Vinícius de Moraes)