DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (57)
RETOMANDO A VIDA POR AQUI, UMA FESTA, UM CÃO E LEMBRANÇAS MUSICAIS
Vou procurar não espezinhar demais os que me lêem aqui com reminiscências de minha viagem de sete dias por Buenos Aires. É que me entrego nesses momentos. Comprei um desses Diários de Viagem (editado pela Tilibra) e fiz um minucioso relato, cheio de colagens (parece um verdadeiro álbum de figurinhas). Agora, com ele quase todo concluído, consigo reviver cada passo dado. E foram tantos. Contarei alguns deles aqui, com uma riqueza maior de detalhes do que a escrita inicialmente. Lembranças são sempre dolorosas, pois como havia me dito o cineasta Carlos Pronzato quando de sua passagem por Bauru e após comunicar meu intento de viajar ao seu país. “Não vá”, me disse. “Mas como, sonho com isso?”, retruquei. Rindo me respondeu: “É que ao voltar vai ver o quanto fazes pouca coisa por aqui e o quanto deixarás por lá”. Pois é, ele tem razão.
Antes das lembranças, ontem dei uma breve espiada na festa de aniversário de Bauru, a dos seus 115 anos, comemorada com pompa no Parque Vitória Régia (leiam comentário texto de ontem de Egberto, ex-Bauru Chic). Passamos, eu e Ana Bia, quase no final do dia, quando uma banda de rock bauruense estava no palco e muita gente por ali. Quase não se via a grama e quando isso era possível, percebia-se que o estrago era grande. Parecia aqueles campos pelados de futebol varzeano do passado. Tudo muito cheio, ficamos pouco tempo. Estávamos ainda com a cabeça meio que fora de órbita. Peguei o fim da bagunça promovida pelo Quintal do Bras, comandado pelos amigos Ivo e Borracha. Um grande contentamento pelo que estiveram a proporcionar aos presentes. Onde esse grupo canta é sinal de música boa e gente alegre ao redor. Nem me fiz notar, mas notei o quanto podem crescer, bastando alguém investir e acreditar que “desse mato sai coelho”. De lá fui ver meu velho cão, o Pimpa, quase 16 anos de vida, tão velhinho que não anda mais, suas pernas expiraram o prazo de validade. Levado a um veterinário, Cléo e o filho ficaram com dó de sacrificá-lo e tentam um tratamento. Mas como fazê-lo com a velhice elevada a enésima potência. Ele está lá de fraldas, mexendo só o rosto e com aqueles olhinhos que tantas alegrias deram a todos à sua volta. Lembro sempre de sua aventura paulistana, socorrido por um casal de anjos lá de Marília. Pimpa, dentre todos os cães que tive me é o mais marcante. Todos temos nossas histórias com cães.
Diante desses dois relatos, volto ao que queria de fato escrever hoje. Algo lá a lembrar aqui, com duas passagens vividas na Argentina em distintos momentos. No primeiro, eu Ana e o filho caminhávamos pela rua Florida, um movimentado calçadão, quando nos deparamos com alguns jovens tocando samba, uma batucada de escola de samba. Fotografei e gravei. Escaparam pelos fundos de uma galeria e fiquei a escutá-los de longe. É muito bom você notar algo de seu país num ambiente estranho. Mais emocionado fiquei no metrô (que lá se denomina Subte), quando fui conhecer a rádio FM Urquiza, no bairro do Congresso. Um saxofonista monta uma caixinha no meio do carro e liga um acompanhamento. Toca duas músicas, todos aplaudem e quase na chegada ao ponto final, encerra com “Garota de Ipanema” e me derreto todo. Esvazio meu bolso com vários pesos e vou dar-lhe um abraço. Comento isso com o pessoal da rádio e me dizem: “Mas tocou bem?”. “Sim”, respondo. São coisas tão pequenas, parecem tão insignificantes, mas recheadas de muita vida. Deixa-me esquecer logo disso e retomar a vida onde a deixei guardada num guarda-volumes quando de minha partida. Mas onde é que estava mesmo, que não consigo me lembrar e nem sei onde guardei a tal da chave. E hoje já é terça, porém continuo mais perdido que cego em tiroteio.
Me passa seu email para que eu envie os informes do blog! Um abraço! Vamos nos falando!
ResponderExcluirCARA TAJETA CUBANA:
ResponderExcluirMEU EMELEIO É O:
mafuadohpa@gmail.com
E o Tarjeta Cubana uma bela iniciativa. Vou escrevinhar dele aqui este mês. Estou juntando algo mais sobre Cuba e se puder me envie algo sobre a iniciativa de sua criação, além de uma que recebi via também emeleio enviada pelo amigo, ue deve ser em comum, Arthur Monteiro.
Abracitos cubanos. Aguarde no post de hoje do blog um texto musical, com uma gravação que fiz em Buenos Aires de um grupo de m´suica cubana comandado por um vocal peruano.
Abracitos
Henrique - direto do mafuá
Enquanto em Buenos Aires se tem um saxofonista tocando musica brasileira no metro, por aqui o máximo que podemos encontrar é uma semana de música de péssima qualidade no Recinto da Exposição.
ResponderExcluirAndré Ramos