O TEA PARTY TUPINIQUIM – publicado no diário bauruense BOM DIA, 13/08/2011
Na Europa dos dias atuais floresce algo deplorável, a islamofobia. Tudo virou culpa do imigrante, além da intolerância religiosa, principalmente com os muçulmanos. Nos EUA isso tem nome e sobrenome, Tea Party, o reacionarismo no mais alto grau. E não pensem que nós brasileiros estamos livres. Por aqui, uma versão local viceja a olhos vistos e representantes com as mesmas idéias e práticas. Estão por todos os lugares, desde blogs a fóruns de extrema-direita. Apresentadores de rádio e TV, escritores, colunistas e jornalistas prestigiados por grandes órgãos da mídia. Gente ligada aos mais famosos jornais e revistas defendem teses muito semelhantes. É o que hoje se denomina de Cultura da Barbárie e na ponta do iceberg, o aumento de uma ideologia de intolerância cultural. Vêem a culpa nos outros, nos mais fracos, no diferente, sendo na verdade os reais incentivadores do que moveu o terrorista norueguês a fazer o que fez. Pregam a manutenção de privilégios, defendem direitos de uma excludente minoria e enxergam tudo de ruim na ascensão da classe C e D. Quem seriam eles? Cito alguns de renome nacional, deixando os de “minha aldeia” para outro momento. Os jornalistas Arnaldo Jabor e Diogo Mainardi seus porta-vozes e o Instituto Milenium o agrupamento a acolher todos. O deputado Jair Bolsonaro o único assumido. Merval Pereira, hoje acadêmico e Miriam Leitão os boquirrotos. O arcabouço jurídico é dado por Gandra Martins e pelo D’Urso. FHC o príncipe, Daniel Dantas o lado sombrio e quatro famílias, donas do que se lê e vê, propagadoras, as Marinho, Frias, Mesquita e Sirotsky . Civita, o cruel manipulador de matérias e na política, desde o demitido Nelson Jobim aos empoados Álvaro Dias, ACM Neto e Arthur Virgilio. Nos tribunais, o trono é do ministro Gilmar Mendes, seguido por Marco Aurélio de Mello. Em São Paulo, o senador Aloysio Nunes e o governador Alckmim, junto do ex-Serra, não se desviam da trilha. No Rio, César Maia é imbatível. Na igreja, o sempre cardeal Eugênio Salles é o primeiro da santa lista. Boris Casoy, Persio Arida, Jô Soares, a medrosa Regina Duarte, Caetano Veloso fazem por merecer não ficarem de fora da lista. Empoados nas ações e gestos. Tem mais, mas o espaço é curto. E a lista local, qualquer dia a faço. É só continuarem me municiando com suas ações.
CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU – publicado no diário bauruense BOM DIA, 20/08/2011
Está tudo muito esquisito. O prefeito foi eleito num discurso com promessas diferentes das que se concretizam hoje. Vejam só. A DAE nunca esteve tão sucateado como agora, algo inimaginável num passado nem tão distante. A Saúde está às portas de uma velada privatização, impensável em discursos de campanha. Existiam planos mirabolantes para o tratamento de esgoto, mas o mais provável está sendo sua entrega de mão beijada para a Sabesp, em adiantadas conversações. E nessa semana uma pressão hipnotizante a envolver gregos e troianos para um abrandamento da Lei de Preservação do Cerrado, atendendo interesses da especulação imobiliária. Só essas quatro coisas já dão o que falar. Junto tudo isso no mesmo balaio e vejo nas mesmas algo muito próximo do que o PSDB, o partido dos tucanos possui como prática política, ou seja, privatizar tudo, até nossos sonhos e vender, desfazer de patrimônios ao sabor do vento. E isso intriga aos analistas de plantão, dentre os quais me incluo. Tem algo de muito estranho nisso tudo, um contato de aproximação já está mais do que estabelecido. Manter tudo nas mãos do povo sempre é mais trabalhoso. Algo incessante, subsídios inevitáveis, recursos que se vão, mas uma independência mantida. E quando se incentiva uma deterioração, um sucateamento para facilitar o processo, lamentos são ouvidos. Para o povo que sofre e o leigo não entendendo as entrelinhas, o que interessa é tudo funcionando e bem, a saúde, o esgoto, a indústria chegando, o rápido reparo na rede de água, etc. Até vislumbrar que tudo se perdeu e piorou, foi-se o tempo. Situações até irreversíveis. Pois bem. O PSDB quer o poder, tentado e não conseguido. Oferece ajuda e sabe das dificuldades de chegar lá. Uma alternativa é ser vice de Rodrigo. A popularidade de um alavancaria o outro. Depois o ajudariam a tornar-se deputado e aí sim chegariam ao que, de fato buscavam, o poder. Uma vez lá, o buraco é sempre mais embaixo. Pior que isso, a continuidade de todos os serviços públicos sendo entregues para a iniciativa privada. Para mim, o caos instalado.
DILMA E O PRESENTE III – Carta deste HPA, publicada na edição nº 660, 24/08, comemorativa dos 17 anos da revista CARTA CAPITAL e 10 anos como semanal, nas bancas:
“São 17 anos acompanhando a revista, sem decepções e uma constatação, a da não existência de outra semanal com isenção para escrever sobre os problemas deste País. Leio na última edição duas coisas não possíveis em outra publicação. Na primeira, algo sobre uma consulta da presidenta Dilma à Lula sobre a situação com os aliados, logo a seguir, a entrevista, sem os truques, para pegá-la no contrapé. Algo sério, esclarecedor e desmistificador, numa realização com um tripé de peso e muita responsabilidade. No resto da imprensa, escrevem muito sobre essas consultas ao ex-presidente, sempre de forma jocosa, mas não a mostram com a verdadeira face. Possuem somente um lado e expõem o mais detestável. Em Carta Capital, algo único, mostrando-a como na verdade os outros fazem questão de que não seja vista. Mais, um editorial de Mino reafirmando por A + B dos motivos de se continuar ao lado dela e na coluna de Maurício Dias a frase definitiva, servindo para todos nossos atos: “Existiria no mundo alguém que comentasse qualquer coisa a partir de uma visão não ideológica?”. Sim, agimos todos ideologicamente, mas só alguns poucos sem falsear a verdade e nisso a revista cumpre um papel soberano. Vida longa para Carta Capital”.
Ali em destaque uma frase a permear tudo o que fazemos de forma clara e sucinta. No editorial de Mino Carta, “Dois aniversários em um”, na mesma edição comemorativa, outra, na seqüência ao tema: “Dizia um grande do jornalismo americano: não nos peçam objetividade, peçam-nos honestidade. A objetividade de fato é balela nutrida de retórica, somos subjetivos até ao colocar uma modesta vírgula ao meio de um período”. Encerra com algo profético e tão pouco em uso nos dias atuais, uma porrada na face de alguns: “Nós acreditamos que jornalismo honesto é aquele baseado na verdade factual e na informação isenta. Aquele que não omite, e tanto menos inventa ou mente”.
Henrique,
ResponderExcluirTua lista do Tea Party está boa, mas sempre faltam nomes. Cito dois de memória, Olavo de Carvalho e Ali Kamel. Que acha?
Paulo Lima
Henrique não tem nada de estranho nessa questão da cidade, quando falo que a maior crise hj no capitalismo é justamente a falta de crítica a ele é fato. É um erro querer rotular partidos dentro do sistema, quando se pega dinheiro de construtoras, banqueiros, empresários e etc, se espera o q??? E essa prática é uma constante de quem participa das regras do sistema, é uma pena que a capacidade de entender a funcionalidade e tb a falta de coragem de deixar o sistema nu com a crítica na veia tem afastado as pessoas da realidade deste sistema, de uma luta concreta, pq não há luta, mudança se não houver entendimento do que ocorre e ideais intensos para revolucionar. Eu, ainda bem que amadureci e saí desse erro de rotular, de achar q só o psdb representa o capital, o liberalismo, quando todos quando eleitos com o dinheiro do capital, lembre-se disso, terão práticas corruptas do capitalismo, nada me estranha do q acontece por aqui na cidade e no país tb, pq enquanto a dona Dilma abraça com toda simpatia os tucanos Alckimin e FHC(essa imagem mostra muita coisa), a população segue cada vez mais jogada na merda, sem consciencia e violentadas pelo capital, mas ano q vem tem eleição de novo, todo teatro será montado de novo, a falsa sensação de democracia, os papos de sempre, todos irão confirmar nas urnas as regras deste estado burgues e no final alguns sempre se surpreenderão com atitudes "estranhas" dos q se dizem "populares".
ResponderExcluirE nisso tudo a sábia crítica de Che cada vez mais esquecida num mundo esclerosado.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Esse texto abaixo mostra um pouco do brasil e seu capitalismo.
ResponderExcluirA COPA DO MUNDO JÁ TEM SEUS DERROTADOS
As primeiras reações à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 foram de festa.
De certo modo justificada: depois de mais de 60 anos, o país que tem o futebol como uma marca de cultura popular, com centenas de milhares de campos de várzea espalhados por todos os cantos, poderia voltar a ver de perto o maior evento futebolístico do planeta.
O menino da favela poderia, quem sabe, ir ao estádio ver seus maiores ídolos, que costumam se exibir apenas nos campos europeus. Um sonho…
Que não tardou muito em gerar desilusão.
De início, apareceu o incômodo problema de quem iria pagar a conta.
E veio a resposta, ainda mais incômoda, de que 98,5% do gordo orçamento do evento seriam financiados com dinheiro público, segundo estudo do TCU.
Boa parte do BNDES, é verdade.
Mas o capital do BNDES é alimentado pelo Orçamento Geral da União, portanto, dinheiro público, apesar dos malabarismos explicativos do Ministro dos Esportes.
Dinheiro que deveria ser investido no SUS, na educação, em habitação popular e tantos outros gargalos mais urgentes do país.
A questão torna-se ainda mais grave quando, motivado pelo argumento do tempo curto até 2014, o controle público dos gastos corre sério risco.
A FIFA impõe contratos milionários com patrocinadores privados. E o presidente do todo-poderoso Comitê Local é ninguém menos que Ricardo Teixeira, que dispensa comentários quanto à lisura e honestidade no trato com dinheiro.
Estes temas têm sido amplamente tratados pela grande imprensa.
No entanto, há uma outra dimensão do problema, infelizmente pouco abordada. E não menos grave.
Trata-se das consequências profundamente excludentes dos investimentos da Copa nas 12 cidades que a abrigarão.
Três anos antes da bola rolar, esta Copa já definiu os perdedores. E serão muitos, centenas de milhares de famílias afetadas direta ou indiretamente pelas obras.
Somente com despejos e remoções forçadas já há um número de 70 mil famílias afetadas, segundo dossiê de março deste ano produzido pela Relatora do Direito à Moradia na ONU, Raquel Rolnik.
E estes dados foram obtidos unicamente através de denúncias de comunidades e movimentos populares.
O que significa que os números tendem a ser muito maiores.
A Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos solicitou a representantes governamentais do Conselho das Cidades um dado estimado de famílias despejadas e recebeu a resposta de que este levantamento não existe. O Portal da Transparência para a Copa 2014 tampouco fornece qualquer informação. Há uma verdadeira caixa-preta entorno dos números.
Isso facilita que qualquer processo de remoção receba o carimbo da Copa e, deste modo, seja conduzido em regime de urgência, sem negociação com a comunidade e passando por cima dos direitos mais elementares.
E, o que é pior, na maioria dos casos não há qualquer alternativa para as famílias despejadas. Quando há, são jogadas em conjuntos habitacionais de regiões mais periféricas, com infra-estrutura precária e ausência de serviços públicos.
Não é demais lembrar que, na África do Sul, milhares de famílias continuam hoje vivendo em alojamentos após terem sido removidas para a realização da Copa 2010.
ResponderExcluirQuem sorri de orelha a orelha é o capital imobiliário.
As grandes empreiteiras e, principalmente, os especuladores de terra urbana se impõem como os grandes vitoriosos. Nunca ganharam tanto.
Levantamento recente do Creci-SP mostra que em 2010 houve uma valorização de até 187% de imóveis usados em São Paulo e um aumento de até 146% no valor dos aluguéis. A rentabilidade do investimento imobiliário superou a maior parte das aplicações financeiras Para este segmento a Copa é um grande negócio.
Quem perde com isso é a maior parte do povo brasileiro. O trabalhador que ainda podia pagar aluguel num bairro mais central é atirado para as periferias. E mesmo nas periferias, os moradores são atirados para cidades mais distantes das regiões metropolitanas.
As obras da Copa desempenham um papel chave neste processo de segregação. O exemplo de Itaquera não deixa dúvidas: os preços de compra e aluguel dos imóveis dobraram após o anúncio da construção do estádio. Aliás, não se trata de um fenômeno apenas nacional: as Olimpíadas de Barcelona (1992), por exemplo, foram precedidas de um aumento de 130% no valor dos imóveis; em Seul (1988) 15% da população sofreu remoções. A conta costuma ficar para os mais pobres.
Isso quando não se paga com a liberdade ou a vida. Na África do Sul, durante a Copa 2010, foi criada por exigência da FIFA uma legislação de exceção, com tribunais sumários para julgar e condenar qualquer transgressão. O Pan do Rio foi precedido de um massacre no Morro do Alemão, com dezenas de mortos pela polícia, supostamente “traficantes”. Despejos arbitrários, repressão ao trabalho informal, manter os favelados na favela e punir exemplarmente qualquer “subversão”, eis a receita para os mega-eventos. Receita que mistura perversamente lucros exorbitantes, gastos públicos escusos e exclusão social.
*Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
Repassado por Marcos Paulo
ACHO QUE ENTENDI VOCE TER COLOCADO ESSA CAPA DO LIVRO SOBRE A UDN, POIS ELES FORAM OS MAIS RETRÓGRADOS NO PASSADO E HOJE UMA PARCELA DO PSDSB SÃO A MAIS PURA ENCARNAÇÃO DO QUE UM DIA FOI O UDENISMO.
ResponderExcluirPASCHOAL - RIO RJ
Nós brasileiros, vivemos metendo o pau nos politicos. Só que,
ResponderExcluirinfelizmente, somos dependentes deles. (Aldo Wellichan)
Henrique
ResponderExcluirGosto mais quando você faz essas citações de frases, principalmente a nos fazer entender como funciona a propalada liberdade de imprensa dentre da maioria desses. Vibro com as comparações. Já quando voce fica a explicar esse emaranhado da política bauruense, me dá náuseas. Deixe isso de lado, pois dali nçao se salva ninguém. Os promessões e os prometidos. Aguarde para ver os partidos de esquerda de Bauru se aproximando do Otaviani de Agudos. Eles todos se entendem e quem disse bem deles foi o cara que você publicou as fotos, o Valente.
Bauru não tem salvação e nem cerrado terá mais.
Aurora
meus caros e caras:
ResponderExcluirPuxa, que participação dominical, hem?
Vocês, todos meus amigos, são meus incentivadores para que continuem batucando essas mal traçadas. Obrigado a todos (as).
Sim, esqueci, principalmente do Kamel, um dos baluartes do Tae Party no Brasil. Se fosse refazer, incluiria os dois nomes.
Marcão é sempre oportuno e preciso, na lata. Te devo uma visita, que não a fiz desde que voltei da Argentina. Faço esses dias. Teus toques não nos deixam desviar-se do caminho.
Paschoal, que legal, foi isso mesmo, o livro sobre a UDN foi pensando nisso. Estamos no mesmo dial.
O Aldo é outro que me abre os olhos. Meu colega de bater cartão na banca do Carioca aos domingos lá na Feira do Rolo.
E a Aurora, assim como nós todos, desiluidos com o que vemos na nossa aldeia, já quase sem esperanças. Colocamos lenha nessa fogueira, mas não assopramos.
Por fim, um resgate das charges publicadas. Na ordem, a tira é do REP, do Página 12, depois charge do Ziraldo, depois o Santiago lá de Porto Alegre com um toque mais do ótimo sobre o papel dos jornalões, tanto daqui como lá nos países hermanos, todos cruéis. O desenho do Pateta, do grupo Disney é interessante, pois é sobre algo que ocorre muito aqui no mafuá, um acumulo de papéis para serem lidos e um tempo curto. Tô com jornais do ano passado que ainda nçao foram lidos.
Um abracito a todos (as)
Henrique - direto do mafuá
A Eliane Cantanhêde, jornalista da Folha SP é uma víbora e mais Tea Party do que ela só elas mesma.
ResponderExcluirMá
Henrique
ResponderExcluirComprei a revista aqui em São Paulo e te vi nela. Parabéns.
Francisco Bonadio