quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (65)

HISTÓRIA DE MULTAS E CARTEIRAS DE HABILITAÇÃO SUSPENSAS
A notícia está nos jornais. O Ministro das Comunicações, PAULO BERNARDO está sentado em bancos de um curso de reciclagem em Brasília, tudo para conseguir renovar sua Carteira Nacional de Habilitação, suspensa após um acúmulo de multas em seu nome. No Brasil a coisa assim se procede: todas as multas recebidas no trânsito (aquelas onde o motorista não é identificado) incidem sobre o nome do proprietário do veículo e quando ninguém recorre, decorrido o prazo, vão acumulando pontos negativos em seu nome. Foi o que aconteceu com o ministro, com mais de 30 pontos na carteira (extrapolou a cota de 20 pontos) e com a CNH suspensa há mais de dois anos. Querendo reavê-la, está cursando aulas de Sinalização e Conceitos da Legislação de Trânsito, a única forma de ter o documento de volta. O fato é que o ministro não foi o infratoir nas multas. Sim, o mais corriqueiro no Brasil (zil zil) é outros fazerem uso de um carro em nome de outro e as multas irem se acumulando, sem que ninguém recorra e aí, num certo dia, ploft, a explosão e a suspensão. O ministro acusa cunhada, prima da mulher, ela própria e somente uma ou outra dele.

Lembrei de fato corriqueiro hoje em dia onde a fiscalização eletrônica é implacável (consegue enxergar todas as placas possíveis e imagináveis), fotografa a todos, indistintamente. Hoje até na entrada desses Passe Fácil, a redução da velocidade é obrigatória e o flash espoca sem dó e piedade. Sou campeão nessas coisas e ainda outro dia ouvi o Paulo Sérgio Simonetti anunciar em alto e bom som no InformaSom matinal da 94FM: “Não existe mais possibilidades de ocorrer alguma viagem pelas estradas paulistas sem que levemos uma multa”. Concordo. Virou uma fábrica arrecadatória e altamente lucrativa. Isso uma coisa. A outra é isso que está na alegação da inocência do ministro. Conheço pessoas que mantém veículos em nome de parentes que já não mais dirigem e levam multas seguidas. Pagam todas, diga-se de passagem, mas mantém a CNH incólume, sem uma mancha sequer. É claro que diante de tanta fiscalização (sic), todos estão mais atentos, mais controlados na verificação de placas e das leis. Num passado não tão remoto tenho recordações históricas de gente que dava um jeito de “tirar” a multa. Hoje até o ministro faz o curso e não pede tratamento especial.

Tudo isso para lembrar de algo ocorrido comigo. Certa feita, anos atrás levei uma (continuo levando várias, viu!) por excesso de velocidade dentro do perímetro urbano de Bauru e fui preencher a justificativa. O fiz da seguinte forma: “Senhor julgador, explico meu caso e conto com sua compreensão. Casado, deixei a alma gêmea de um lado da cidade e fui trabalhar noutro. Passado pouco tempo ela me liga e pede para buscá-la. Não atendi na primeira, na segunda e na terceira chamada. Ouvi poucas e boas, estava incontrolável e eu com os ouvidos daquele tamanho. Fui voando ao seu encontro, tudo para evitar problemas maiores e infringi regras de trânsito. As multas estão aí e espero que entenda. Sei que deves ter esposa e sabe como elas nos tratam quando as deixamos esperando. Não tinha outra alternativa. Por favor, entenda minha situação. Atenciosamente HPA”. Insensível, ele nem me respondeu e paguei mais aquela.

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