MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (158) e JAÚ (13)
MEUS TRÊS ANOS DE BOM DIA – publicado diário bauruense em 07.01.2012
Ao atingir meu 158º texto aqui no BOM DIA, desde dezembro de 2008, três anos de escrevinhações, tenho algumas considerações a fazer. Uma delas a que me fez o ex-prefeito Nilson Costa na porta de um supermercado: “Você está preenchendo uma lacuna na imprensa bauruense, tocando em temas que ninguém possui mais a coragem de escrever”. Fiquei lisonjeado. Não sou dono da verdade e escrevo de forma contundente, mais para alertar, pequenos toques em posicionamentos nos quais não concordo. Vi na TV, programa do indefectível Datena, uma frase guardada para ser usada num momento como esse: “Eu não entendo de tudo, eu só falo de tudo, é diferente”. E esse falar (no meu caso, escrever), me gera elogios em alguns casos (a professora Ana Guedes diz ler tudo o que escrevo) e problemas, noutro. E até um processo do qual qualquer dia escrevo (espero sua conclusão). O fato é que peguei gosto pela coisa e acredito, sentiria falta se tivesse o espaço interrompido, como querem alguns. Tomo conhecimento da fala de uma influente pessoa numa roda: “Esse aí precisa levar um tiro no joelho ou no cotovelo para aprender”. Sei que isso é somente retórica, mas sei também que o mesmo deve morrer de saudade dos tempos da insana ditadura militar, tempos do “prendo e arrebento”, onde a justiça (sic) era feita somente por um dos lados. É isso ou o gostar somente de uma imprensa a favor, o contrário do que Millôr sabiamente preconizou: “Imprensa é oposição, o resto é balcão de secos e molhados”. Meu negócio é bem outro e como não vivo no sul do Pará, nem na Rússia de Putin, acredito que meus riscos sejam mínimos e não incomode tanto assim alguns declarados desafetos. A melhor definição para minha pessoa, sem falsa modéstia encontro no texto do crítico Daniel Durchholz, feita para a obra de Tom Waits: “A voz dele soa como se o tivessem mergulhado num tonel de Bourbon, pendurado num defumado por alguns meses e depois, atropelado por um carro”. Queria provocar algo parecido, mas seria muita pretensão. Sou um incomodado, só isso.
A RIVALIDADE – publicado diário jauense em 08.01.2012
Sou do tempo em que bauruense e torcedor do Noroeste nutria uma rivalidade das mais aguerridas com o jauense e torcedor do XV. Foram décadas alimentando isso, um a provocar e instigar o oponente. Não sei como começou, mas acredito tenha sido o futebol o propulsor a tudo o que se seguiu. Um não podia visitar a cidade do outro e uma mera placa de carro de um na cidade alheia podia resultar em insultos, quando não bilhetinhos acintosos no vidro e até bestialidades de maior monta. Numa das contendas futebolísticas, auge da rivalidade, acredito que anos 80, jogo noturno em Bauru no estádio Alfredo de Castilho, o XV em melhor situação na tabela, os jauenses vieram em grande número de torcedores e quase todos trouxeram velas nas mãos. Quando acesas ironizavam a lanterna noroestina. Foi um pau danado, corre-corre por todos os lados e provocações o jogo todo. A Polícia Militar trabalhou bastante naquele dia. A resposta dos bauruenses era sempre a mesma: “cortador de cana”. Como se isso menosprezasse o jauense, numa de suas principais atividades, a cana de açúcar. Não me perguntem o resultado do jogo, pois não me lembro (a memória falha depois de certo tempo). O que não esqueço é da presença de ilustres bauruenses e jauenses no campo. Um deles, o jauense e médico, dr Chiozzi, comprovam que naquela época o futebol movia todas as classes sociais para os campos de futebol. Isso infelizmente, de ambos os lados, se não acabou, diminuiu consideravelmente. Se essa rivalidade nos tempos atuais está arrefecida, algo perdura. Uma mera provocação, que antes podia ser o estopim de algo mais constrangedor muito além de um ranger de dentes, mas hoje não merece mais do que risos. O bauruense para ironizar o jauense diz que Jaú fica logo ali no final da avenida Rodrigues Alves e o jauense, para não ficar atrás, no certeiro troco, diz que Bauru fica logo ali no final da avenida Ana Claudina. E dessa forma a rivalidade não termina nunca.
Tiro no joelho ou cotovelo.
ResponderExcluirNão nos mate de curiosidade.
Quem seria o autor da AMEAÇA, se é assim que se pode chamar o recado dado.
Andreé Ramos
caro André
ResponderExcluirEssa eu tenho que contar pessoalmente e não deixar registrado aqui, pois essas coisas são ditas, mas na hora do vamos ver, pulam para trás e eu acabo ainda sendo penalizado e até processado. Mas que foi dito, isso foi. Mas não perco o sono por causa disso. Quem a proferiu, acredito, não passará disso, um bravateador.
Henrique - direto do mafuá
Aos 70 anos, Tio Gastão sairá de cena em Bauru
ResponderExcluirConhecido pela busca por recursos e apego aos pacientes, superintendente do Centrinho vai se aposentar Cristina Camargo
cristina.camargo@bomdiabauru.com.br
Numa solenidade, o ex-governador José Serra (PSDB) não resistiu ao ver José Alberto de Souza Freitas, o Tio Gastão, subir ao palco para receber um prêmio. Pediu para ele descer rapidamente, caso contrário seria certo que começaria a pedir dinheiro para o Centrinho (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP-Bauru).
Famoso pelo empenho para garantir o crescimento do hospital, Tio Gastão vive seus últimos meses na função que o fez conhecido e respeitado nos gabinetes de homens públicos e nas casas de milhares de pacientes que já receberam atendimento em Bauru: o de superintendente do Centrinho.
Ele completa 70 anos no dia 18 de junho e, como determina a universidade, será obrigado a se aposentar. “Acho que ele ainda nem pensou nisso”, confidencia uma funcionária que convive com Tio Gastão há muitos anos. “Vai ser difícil para todo mundo, não só para ele.”
Gastão é um dos fundadores do Centrinho, assim como outros seis professores da FOB (Faculdade de Odontologia de Bauru), da USP. Passou por dez reitores, foi decisivo na ampliação do hospital – que começou numa sala da faculdade e ainda luta para inaugurar o novo prédio e ampliar o atendimento.
A intenção é abrigar casos complexos de anomalias e compartilhar a experiência acumulada nas quatro décadas de existência do Centrinho.
“O futuro do Centrinho é descrever essas síndromes, formalizar protocolos de tratamento e ampliar a qualidade de vida dessas crianças”, disse o Tio Gastão, em entrevista concedida para a assessoria de imprensa do hospital em 2008.
De férias, ele ainda não falou sobre a aposentadoria. O novo superintendente será escolhido por meio de lista com três nomes apresentada ao reitor.
Cronologia
1967: O Centrinho/USP é fundado por um grupo de professores da Faculdade de Odontologia de Bauru.
1976: O Centrinho é transformado em unidade hospitalar autônoma.
1985: É assinado o primeiro convênio entre o hospital e a Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais).
1989: É lançada a pedra fundamental do novo hospital, o “predião”, que até hoje não foi inaugurado.
1998: O Centrinho ganha o nome de Hospital de Reabilitação por causa da ampliação de seus atendimentos.
2012: O hospital se prepara para a aposentadoria do homem que se transformou na imagem do Centrinho.
Tio Gastão sairá de cena em Bauru sem ver o Hospital do Centrinho (USP) inaugurado?
ISSO É UMA VERGONHA!!!
1989
2012
23 ANOS E ATÉ AGORA NÃO FOI INAUGURADO
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