AMIGOS DO PEITO (66)
KIZAHY, O REENCONTRO DE UM AMIGO DISTANTE DE BAURU HÁ 25 ANOS
Semana passada, de 28 a 31 de março estive à trabalho em Curitiba PR. Na ausência de Bauru a possibilidade de rever um amigo desses que não vemos por décadas, KIZAHY BARACAT NETO, 56 anos, um eminente “animal político”, no que o termo possui de boníssimo, pois todos sabemos, existem os que fazem política em proveito próprio e os que fazem com a finalidade social, de dar sua contribuição para um país melhor, lutando ideologicamente toda uma vida. Esse último, esse meu amigo, hoje eminência parda no quesito respeitabilidade política em terras paranaeneses. Minhas lembranças de Kizahy são de 25 anos atrás quando este deixou Bauru e foi refazer a sua na capital paranaense. As lembranças desse tempo todo lá para trás, quando tinha 26 anos, correndo o ano de 1987 são de amigos em comum e outros colegas de militância, Duílio Duka, Tuim, Gibi, Roque, Oscar, Paulinho, Barbosa, Almir Ribeiro, Celso Zonta, Peninha, etc. Campanhas e campanhas políticas, tempos de formação política, consolidação do PT, movimento estudantil e operário. Viajava diariamente com Kizahy para Jaú, eu trabalhando num banco, ele numa financeira e ali consolidamos uma amizade, que mesmo após tanto tempo, mostra-se em pleno vigor e pronta para ser não restabelecida, pois nunca se desintegrou totalmente, mas rejuvenescida e revitalizada. Tenho muito o que contar aqui sobre aqueles tempos e isso vou fazendo aos poucos, em “drops”, pouco a pouco como costumo fazer nesse blog.
A vida dá um verdadeiro salto em 25 anos e as nossas não poderiam ser diferentes. Ele fez de tudo um pouco nesse período, trabalhou na formação política de novos militantes, atuou em sindicato de professores da rede pública, agitou o movimento sindical e político, não abandonou as hostes petistas um só momento, foi dono de farmácia e hoje assessora um dos três vereadores petistas na Câmara de Vereadores de Curitiba. Está de cabelos brancos, continua magro, resistente no uso de roupas sociais para as atividades (não sai de camisetas pelas ruas, nem as com motivos políticos), pai de dois filhos, um de 16 e outro de 20 e está casado com a Matilde, uma também professora, funcionária pública na direção da saúde municipal e uma pensadora política (finalizando sua tese de mestrado). Uma bela família, um belo exemplo de como conciliar o trabalho fazendo o que gosta, bem feito e com prazer.
Proporcionou a esse distante amigo uma recepção e um caloroso passeio pelas coisas curitibanas a nos envolver. Sim, tomamos cervejas, primeiro num bar estilo polonês lá perto de sua casa, no bairro de Abranches, perto de uma reserva ecológica, um santuário cheio de pássaros e plantas, distante apenas 7 km do centro da cidade. Isso ainda fez com minha mala no carro e depois, nos demais dias, me cercou de cuidados ao me apresentar às pessoas dos mais diferentes segmentos. Assistimos uma bela manifestação de Solidariedade aos Povos Àrabes, na famosa Boca Maldita, centro da cidade, na praça Osório (conheci Marcio Kieller, um bancário e sindicalista da velha cepa), fui com ele numa homenagem da Câmara para personalidades do esporte e comerciantes da cidade, um Honra ao Mérito ao estilo do Título de Cidadão e percebi o cuidado dele e do vereador Pedro Paulo na escolha do seu representante, alguém com destaque social comprovado. Acabei na noite de sexta participando da Festa dos 90 anos do PC do B (num clube dos negros curitibanos) e lá acabei por conhecer o Milani, da revista Bem Público (http://www.bempublico.com.br/) , onde passarei a escrever a partir desse mês. Comemos um belo de um joelho de porco ao estilo alemão, ocorrendo logo ao lado mais uma peça em praça pública do internacional Festival de Teatro de Curitiba. Conheci o Bar do Torto, todo em homenagem a Garrincha (escrevo dele aqui em breve), almoçamos no ponto de encontro da esquerda na cidade, o Bife Sujo e cervejamos num botequim no centro ao lado de um famoso militante do PC do B local, o Jorge Modesto.
Enfim, colocamos quase todas as conversas em dia. Fui ciceroneado politicamente pela cidade, vi com meus próprios olhos como são décadas de atuação dos tucanos num estado (como se não soubesse, pois em SP ocorre a mesma coisa), revi lugares que não circulava há quase oito anos, andei a pé como não fazia bem um ano e conheci muita gente nova para mim. Enfim, fui devidamente ciceroneado e já fico de prontidão para o troco, quando Kizahy resolver visitar os amigos deixados do lado de cá.
PS.: Esse texto é uma singela homenagem a todas as sinceras amizades, dessas que nem as distâncias conseguem amainar. Kizahy tem muitos amigos iguais a mim aqui por Bauru e revendo-o aqui, muitos saberão onde anda o antes “turquinho”, hoje, mesmo com todo o respeito que sua pessoa mereça, simplesmente NETO, como todos o conhecem por lá.
Morava na rua Cuba, em frente ao Cemitério São Benedito.Um militante e companheiro para todas as horas. Quem gostava muito dele era minha mãe. Dava um trabalho...
ResponderExcluirRoque
Saudade do arroz feijao bife e salada de tomate que sua mae fazia para nos antes dos ensaios da Imperio da Vila.
ExcluirBom dia Henrique!
ResponderExcluirQue legal, sua viagem foi proveitosa.
Curitiba é tudo de bom, estive lá várias vezes com o falecido, muitas opções culturais, só política que nunca fui,....rsrsrs.
Não fui militante, mas sou petista, pra contrariar a minha família....rsrsr.
Vc não perde oportunidade na vida e isso me faz muitas vezes repensar em algumas atitudes, vc que está correto amigo.
Deve ter sido maravilhoso rever esse seu amigo e participar dos eventos na companhia dele.
MARIA DA GLÓRIA, SMC
TURQUINHO
ResponderExcluirSAUDADES DE TODOS OS AMIGOS DE BAURU, QUE 25 ANOS DEPOIS DERÃO RUMOS DIVERSOS PARA SUAS VIDAS E AGORA FICAMOS SABENDO QUE VOCÊ CONTINUA TRILHANDO O MESMO CAMINHO DE QUANDO SAIU DAQUI.
REGINA
Henrique, meu amigo.
ResponderExcluirVocê esqueceu-se de falar do seu Opala verde e da Brasília amarela do Kizahy. Ah! E do Fusca bege do Celso. Eram os carros "oficiais" daquela trempa de jovens companheiros malucos, principalmente o seu e o do Kizahy, lembra? Na esfera em torno do PT e da FACULDADE: o Barbosa com aquele corpanzil e a túnica da MAN. O Paulinho sempre com um novo livro na mão. O Tuim com o símbolo do PCB e a Agenda do Lênin. A Maria Alice e Sônia Fardim, estudo e intelectualidade. O Roque, cabelo encaracolado, moto e discurso formador/educativo e inteligente.
E tantos outros detalhes e tantas outras cenas que o tempo não apaga, mas a mente, de quem se aproxima dos 60, como eu, às vezes esquece, inclusive na descrição. Mas, posso garantir foram os melhores anos de nossas vidas. Fizemos-nos amigos, nos tornamos amigos, continuamos amigos e seremos amigos. Apesar das distâncias do tempo e do espaço.
Parabéns e obrigado, meu amigo, mais uma vez!
Duka, a Re Bordosa nao era amarela, era bege, cor de burro quando foge. Kizahy
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