sábado, 28 de abril de 2012

PALANQUE – USE SEU MEGAFONE (21)
DESABAFO DE ALGUÉM DE OUTRA GERAÇÃO – recebido da professora e amiga Luiza Quinezi. O reproduzo por um único motivo. Ando de saco mais do que cheio com essa proibição das sacolas plásticas nos caixas dos supermercados e só no momento da saída com os produtos comprados. Dentro do mesmo, tudo continua como dantes, plásticos e mais plásticos. Juntei tudo isso com o texto recebido, que sei não ser dela, mas por ter me repassado, vejo que pensas como eu. Serve para reflexões sobre as imposições e o que podemos de fato fazer pelo meio ambiente:

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes. Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões. Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como? Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não se precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade. Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima. Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

2 comentários:

  1. Henrique

    Essa ecologia de hoje é mantida e bancada pelo capital. Como pode o lucro querer definir o que é bom e mal para a ecologia, por exemplo? Eles os maiores predadores e também os que influenciam as ações. É o lobo cuidando dos cordeiros. Eu não caio nessa, mas a maioria cai e acham que estamos fazendo um grande negócio em ações diminutas, de efeito zero. Ir no cerne da quest~çao ninguém vai de fato.

    Paulo Lima

    ResponderExcluir
  2. HENRIQUE - ALGO MAIS SOBRE AS SACOLINHAS PLÁSTICAS QUE O ALCKMIN RETIROU DO MERCADO PAULISTA.

    MURICY DOMINGUES

    Leda Nagle:
    Me engana que eu gosto
    Rio -

    Qual é a embalagem do açúcar que você compra? Saco plástico.

    Onde vem o sal que você compra? Em saco plástico.

    E a farinha de trigo, de mandioca, o fubá,
    o feijão, o arroz nosso de cada dia?
    Todos embalados em sacos plásticos.

    Onde é que você coloca as frutas e os legumes
    que você compra no supermercado? Em sacos plásticos.

    Onde vem os remédios
    que você compra nas farmácias? Em sacolas plásticas.

    E, por acaso,
    esta profusão de sacos plásticos
    que fazem parte do seu dia a dia não poluem o ambiente?

    Não destroem o planeta?

    O único saco plástico que polui é a sacola plástica
    que você recebe dos supermercados?

    Aquelas mesmo que você recicla colocando seu lixo de casa.
    Aquelas que, se for civilizado, você usa para apanhar e descartar
    as cacas do seu cachorro.

    Aquelas mesmo que as grandes redes de supermercado
    querem parar de fornecer a você na hora das compras.
    E o que eles dizem?
    Que elas são as responsáveis pela poluição do nosso planeta.
    Por que só elas?

    Só o plástico com que elas são feitas poluem rios,
    destroem as matas, tornam nosso mundo menos habitável?
    Mas porque só elas? Quem disse?
    As grandes redes de supermercado.
    E quem ganha com isto? O planeta?
    Me engana que eu gosto.

    Além dos fabricantes de rolos de sacos de lixo,
    que também são feitos de plástico,
    quem mais ganha com a proibição das sacolas de plástico
    são as grandes redes de supermercado que, a partir de agora,
    em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo,
    não terão mais despesa alguma com o consumidor.

    Depois que ele pagar — e muito bem — os produtos que comprar o problema de levar os produtos para casa passa a ser só do consumidor.
    Como você vai levar seus produtos para sua casa? Problema seu.

    Até porque não são eles que vão entrar
    nos ônibus cheios,
    nos trens lotados,
    no metrô entupido,
    nas barcas sobrecarregadas,
    levando uma caixa de papelão.
    Uma mala sem alça.
    E ainda querem convencer você, pessoa de boa fé,
    que está ajudando na reconstrução do planeta.
    Não é meigo? Não. Acho cínico. E a parte deles?

    Bom, eles vendem a você sacolas retornáveis.
    E sabe o que acontece dentro delas?
    Se você não limpá-las, adequadamente,
    lavando com água e sabão, bactérias e fungos crescem dentro delas.

    Sabia também que o correto seria usar uma sacola para carnes,
    outra para vegetais e outra para produtos de limpeza?

    Sabia que elas não podem ser feitas
    de produto muito resistente,
    com muitas tramas?

    Porque as bactérias se entranham nos tecidos
    mais fortes com mais facilidade. E então? Mais tranquilos?

    Vai dar trabalho,
    ficará mais caro e você ainda acha mesmo
    que vai ajudar a salvar o planeta?

    ResponderExcluir