terça-feira, 3 de julho de 2012

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (15)
A FESTA DE ANIVERSÁRIO DO HPA – PARTE I
Quero contar uma história, uma história minha, desse mafuento HPA. Bobagem isso de comemorar aniversário depois de uma carta idade. Penso assim, mas os próximos de mim me fizeram agir diferente. Tanto me espezinharam as ideias, que acabei capitulando e organizamos um “reencontro de parentes e amigos” para comemorar os meus 52 anos. Tudo já estava mais ou menos definido há pelo menos um mês atrás, mas ia adiando a execução, resistindo. Quando tudo estava mais do que em cima, não houve mais jeito, tive que me engajar na atividade e fazer a coisa vingar. E não é que vingou e deu certo.
De uma coisa eu tinha certeza. Festa minha tinha que ter música. E da boa, da que eu gosto,
MPB. Imagine eu tendo que escutar os sertanojos justamente em algo comemorando minha passagem de ano. Se não ouço, nem sei direito o nome desses, mesmo com ritmo dançante, não caberiam numa festa com a minha cara e identidade. Nas saídas todas que faço, pelas andanças e trombadas, quem se oferece propondo algo dentro de minha linha de pensamento, inclusive cedendo um salão em sua casa é o Sr Orlando, mas conhecido como Alemão, da saudosa Kananga. Fiquei de ir ver o salão e só o fiz dias antes de tudo acontecer. Gostei de cara e com o local definido, além do regional dele tocando só para a festa, a parte mais difícil já estava resolvida. Aí não tinha mesmo mais eito, a festa iria realmente acontecer. Alemão tem um repertório dos mais refinados dessa “terra branca” e toda vez que o vejo cantar, continuo a acreditar que nem tudo está perdido nesse mundo.
Fazer 52 não é uma data para comemorações, pois nem redonda é. Nos 50 anos fiz uma no salão do prédio onde a Ana Bia mora e foi muito legal. Tinha gente aos borbotões. Nos 51 escapuli pela tangente, mas nesse ano, ela me pegou pelos colarinhos e a coisa vingou. Alguns dias antes, acho que uns quatro, preparei um texto e o envie para algumas pessoas de minha lista de e-mails. Tinha medo de que houvesse pouca gente, repercussão pífia. Decepção para mim e para os à minha volta. Peguei minha agenda e fui acrescentando nomes. Daí não parei mais e quando vi, já havia postado para conhecidos e desconhecidos.
O combinado foi o seguinte. O cardápio seria comida de botequim e esse ficaria por minha conta e risco. Minha nada, pois a Ana assumiu os bastidores da coisa. Fez uma lista do que precisava comprar e ia me passando. Amendoim, batata, mandioca, salgados de quatro espécies, panceta, torresmo, torradinha de forno, azeitona e queijo. Não me peçam para somar tudo, pois acho que andei dando despesa demais para os mais próximos. Não passei ainda pelo banco para me certificar do estrago. No convite estava expresso, que a bebida ficaria por conta de quem viesse e a comida por conta do festeiro. Devo ter passado mais de duzentos e-mails, uma
centena de telefonemas e fora os convites de boca, feito às pessoas que ia trombando rua afora.
E chegou o sábado. Tudo armado e eu ainda convidando gente. Na retaguarda a mana Helena que ficou no local o dia praticamente todo, depois a Meire, que foi contratada para a retaguarda da cozinha. Essa fez a aconteceu. Cleusa, a esposa do Alemão é uma gaúcha de quatro costados e também deu um trato na casa como nunca vi na vida. O sobrinho Marcos ajudou como pode e o Alemão idem, na armação do som. A Ana nem te conto, era a retaguarda numa espécie de central telefônica. Devo ter feito umas seis viagens  até o salão naquele dia, tudo para ir abastecendo o local com o que me pediam. Tentei até instalar por lá uma vitrolinha para ouvirmos nos intervalos uma ideia maluca que tivemos, a de um Clube do Vinil. No convite havia um pedido para que trouxessem alguns LPs, pois nos intervalos tocaríamos os que cada um haviam escolhido como os de sua preferência. No palco, Alemão e seu filho arremataram instrumentos variados, tudo à espera da chegada das pessoas.


Quero escrever algo sobre o salão. Alemão e Cleusa construíram no térreo da casa donde moram, um amplo salão, ao estilo de uma casa noturna, preparada para eventos variados. O piso com ladrilhos intercalados em branco e preto, dando uma conotação de autêntico botequim. Num dos lados, um palco e no outro, um balcão, com tudo e mais um pouco que existem em bares existentes por aí. No salão umas 18 mesas e acho que mais de 150 cadeiras. Preparei alguns cartazes com frases retiradas de minhas anotações na agenda, o casal dono da casa cobriu uma das paredes com um teflon branco e espalharam pelo local bexigas nas cores vermelho e branca. Quando me dei conta estava tudo pronto, arrumado e a espera dos que se atreveriam a comparecer.
O cenário estava montado e preparado, mas o frio na barriga é dessas coisas que invade o sujeito e só o abandona quando a festa já estiver terminada. Comigo é sempre assim. Ir às festas dos outros é uma coisa, convidar e receber os outros numa festa sua é outra bem diferente. Antes de tudo começar um sufoco, interno e externo, adrenalina a mil. Tudo estava marcado para às 20h e eu estava por lá, plantado e nas arrumações finais desde às 17h15. Expectativa geral. Quem chegaria primeiro? Viria muita gente? Daria tudo certo?
Amanhã tem mais, a continuação e o texto final. As fotos são as tiradas com a minha máquina e ilustram como foi meu convescote. Quem perdeu pode chupar o dedo. Acho que no ano que vem tem mais...

2 comentários:

  1. A festa de aniversário do grande amigo Henrique Perazzi de Aquino foi um verdadeiro show. Muita música brasileira da boa, muitos amigos e amigas. O Alemão está de parabens pela receptividade a todos.

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  2. Caro Henrique..., ver o Kim Jr vestido com a camisa do argentino Boca, redondo como Maradona, e na festa de um corinthiano brsileiríssimo, reforça-me ainda mais aquela certeza: "baixinho só serve mesmo pra levar recados!"

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