quinta-feira, 26 de julho de 2012

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (16)

JÁ ESCOLHI O QUE DE MELHOR ACONTECE NA PROGRAMAÇÃO DOS 116 ANOS DE BAURU
O que de melhor acontecerá na programação do aniversário de Bauru, 116 anos, comemorados essa semana aqui, eu vi estampada na foto de primeira página do jornal BOM DIA, edição de 20/07, sexta passada e em outra foto (click de Juliana Lobato, reprodução aqui), maior, em página interna. Triste foi ver a fila formada por ambulantes bauruenses na sexta para conseguir uma senha, que foi entregue na segunda, tudo para conseguirem um espaço onde vão poder comercializar os seus produtos durante as festas no Parque Vitória Régia. Mas o que uma coisa tem a ver com outra? Tem tudo. Da tristeza para a alegria, pois o que realmente torna a festa alegre é ver esse pessoal da foto em atividade. Na grande foto, ocupando quase meia página do jornal, só ali estão três diletos amigos, o vendedor de batatas fritas, Valdemir Obristo, o primeiro da fila, depois em segundo lugar Maria Inês Faneco, nossa pipoqueira de plantão e como sétimo da fila, o famoso Reinaldo Costa, mas conhecido como “Au-Au”, noroestino de quatro costados, como eu, lancheiro de mão cheia. Tendo a certeza que os espaços dedicados a eles estão garantidos, tenho garantido também que a festa será das melhores. Esse pessoal labuta bravamente propiciando a todos os presentes momentos de pura alegria para nós, que nos encontraremos do lado de cá da festa. De tudo o que estará
acontecendo em Bauru nesses 116 anos, a festa tendo eles como personagens mais do que principais é o ponto alto. Urgente seria dar melhores condições para exercerem o ofício que escolheram, deixando o resto com eles, pois sabem tornar uma festa em algo inesquecível. Bauru 116 anos é a cara dos integrantes dessa fila. É com eles que eu vou, sempre.
Já dos festejos em si, tenho comigo (cada um tem suas preferências), que o ponto alto será o show no SESC, dia 01/08 com EDU LOBO e em segundo lugar o no Vitória Régia, DIA 29/07 com ARLINDO CRUZ. Gosto muito da Festa do Sanduíche Bauru, principalmente por tratar-se de algo nosso, a difusão de uma marca bem bauruense, que só não está tombado e eternizado como receita nacional por um pequeno descuido, ainda contornável.

NOTÍCIA MAIS DO QUE TRISTE DO DIA: Faleceu nessa manhã em Marília, o amigo e mais que considerado DÉCIO BASSAN, vencido na batalha que travava com o câncer. Seu livro, ENERGIA: ALTERNATIVAS, recém formatado, sua última atividade em vida, será lançado postumamente, como seu desejo. Escrevi dele aqui, semana passada, dois textos, um Retratos de Bauru e outro sobre as providências coletivas possibilitando que o livro nasça. Infelizmente, esse parto ocorrerá sem ele. Quem esteve ao seu lado, a incansável Rose Barrenha, sabe do esforço final desenvolvido por ele para que o texto fosse definido. Isso ele bravamente conseguiu.

6 comentários:

  1. "Oi Henrique, não conhecia o Decio pessoalmente não mas deixo aqui meus sentimentos pelo falecimento dele hoje..."
    Cássio Cardoso de Mello - Piarjuí, o Cururu

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  2. Décio Bassan: Um pouco da sua história

    Décio Bassan de Freitas Miranda nasceu no Sítio da Serra, em 26 de março de 1952, filho mais velho da italianíssima Aparecida Bassan - hoje nome de rua e bairro em Marília - e de Darcy Miranda, descendente de portugueses. Passou a infância em Iacri, cidadezinha onde o pai foi até vereador.
    Desde cedo acostumado á lida no campo, observava e registrava tudo. Gostava de estudar. Garoto arteiro - mas muito quieto - lia tudo que lhe caía nas mãos.
    Com doze anos, foi para Marília morar com a avó viúva Maria Cayres, a Madrinha de todos os netos.

    Esta, uma senhorinha de 4 palmos e meio que, por quase um século, influenciou a sua vida e de todo mundo á sua volta ensinou-lhe muito.

    Á sua moda, nas conversas á hora sagrada do almoço, passou-lhe muitos dos princípios que apresenta neste livro, especialmente o respeito á Mãe Natureza.

    Ela faleceu com 97 anos e com vontade de viver mais pra cuidar do viveiro de plantas em plena Avenida Santo Antônio.

    Décio fez Colégio Técnico Industrial onde pode aprender muito sobre usinagem, tornearia, freza e eletricidade, despertando sua vocação para a Engenharia Mecânica.

    Ingressou na Fundação Educacional de Bauru em 1975 e cursou Engenharia Mecânica até o último ano.

    Casou-se (duas vezes) com a psicóloga Rosângela Maria Barrenha.Teve dois filhos: Bianca (31 anos) e Bruno (22) e 3 netas.
    Trabalhou no IPMET – Instituto de Pesquisas Metereológicas da Fundação até assumir sua outra vocação e colocar em prática suas habilidades culinárias aprendidas com as avós.

    Para delícia da cidade de Bauru, assumiu o Restaurante Alternativa Chopp, montado com dois amigos arquitetos (Paulo Correa e Fernando Menezes) por 14 anos.
    Entre filés ao creme e joelhos de porco á moda alemã, continuou sua militância política por um mundo melhor, sempre entabulando altas discussões filosóficas com os frequentadores e apoiando a cultura de Bauru.

    Após a separação e o fechamento do restaurante, reinventou seu caminho: voltou a estudar e trabalhar na área industrial.
    Formou-se como consultor, assessor e auditor para padronização NBR ISO 9001:2000, NBR ISO 14001, OSHAS 18001, Boas Práticas de Fabricação, HACCP (Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controles), Saúde e Segurança do Trabalho.

    continuação...

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  3. Prestou serviços para as maiores empresas do Brasil e do mundo, como:

    CEVAL: Fábrica de óleo de Ourinhos e Moinho de trigo de Santos – SP
    Bunge Alimentos S/A, em todas as unidades do BrasilIndustrias Pennacchi & Cia Ltda – Arapongas (PR),
    Fábrica de Óleos INSOL em Ponta Grossa (PR);
    Industria de Óleos IMCOPA em Araucária (PR),
    Dettector Alarmes – nas unidades: Apucarana e Arapongas (PR), Bel Produtos Alimentícios Ltda em Marília (SP),
    Empresa Agrenco Bioenergia de Alto Araguaia (MT) e Carapó (MS).
    Virou um viajor: voando de Suape (Pernambuco) a Mimoso do Oeste (Bahia), de Passo Fundo (Rio Grande do Sul) á Cuiabá (Mato Grosso), de Uruçuí (Piauí) a São Francisco do Sul (Santa Catarina), foi colecionando personagens e aprendizagens, plantando suas idéias e projetos Brasil afora.
    Realizou inúmeras campanhas educativas, fazendo teatro com o grupo “Energívoros” e através dos vários manuais, vídeos, livretos e outros materiais educativos que escreveu.

    Seu trabalho sobre conservação e racionalização de energia foi premiado pela FIESP concorrendo com indústrias de todo o Estado de São Paulo .

    Nos raros intervalos de trabalho, encontrava os filhos e netas para contar suas histórias e escrevinhar seus livros.
    Formado nos anos negros da ditadura,participou ativamente da vida política e manteve-se fiel aos ideais socialistas, sempre sonhando com um mundo mais justo e sustentável.

    Embora não acreditasse em Deus como a maioria O concebe, cria no Equilíbrio e na convivência pacífica entre as espécies, as raças, as cores e as sexualidades.
    Cria na possibilidade de distribuição racional da abundância de recursos existentes sobre este pequeno e insignificante planeta - por enquanto - azul.

    Como todo bom trotskista, estudou o capitalismo e o seu processo de derrocada e nem se abalou com a queda dos muros de Berlim.

    Apesar da doença que lhe judiava, informava-se diariamente sobre política e economia,torcendo por medidas de mudança pela presidenta Dilma.

    Sua militância e seu caráter expressaram-se sempre nas pequenas atitudes com todos por onde passou e na convivência absolutamente respeitosa com a família e os amigos.

    Homem sisudo e de poucas palavras, escondeu a vida toda um coração de menino.

    Amante da poesia e da música clássica sempre foi um apaixonado pela cultura brasileira.
    Cultivou nos filhos o gosto musical e literário: Vinicius, Mestre Salustiano, Mozart, Rosa Passos, Manoel de Barros, Maria Tereza Horta, Pessoa, Cora Coralina, Bethoven, Vivaldi e tudo de bom que a Humanidade produziu e lhe caiu nas mãos.

    Escreveu outros livros ainda não publicados.
    Para a filha Bianca, colecionou suas poesias prediletas em um livreto de edição caseira.
    Para que o filho Bruno entendesse “Os Sertões” de Euclides da Cunha, escreveu o “Dicionário de apoio para a interpretação do livro OS SERTÕES”, ainda inédito e dedicado á neta mais velha, Giovanna.
    De que outra forma um garoto poderia compreender a imensidão deste país maravilhoso chamado Brasil, em que “Canudos não se rendeu”?

    Escreveu ao filho: “Saber interpretar uma obra, seja ela literatura ou uma pintura, é puro prazer. Manoel de Barros me ensinou que, para fazer poesia, é preciso fazer um curso de “desaprendizado” para reinventar as palavras...”

    continua...

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  4. De Iacri para o mundo, foi conhecendo e amando a cultura do Brasil de norte a sul. Em 2006, no livro, exortava o filho á curiosidade e á garimpagem do que é, de fato, nosso: “Cultura nossa de riqueza intrínseca, promiscuiu-se sem freios por séculos a fio, foi se dando aos outros despudoradamente, misturando-se com negros, índios, brancos e amarelos, viche! A bem da verdade, nossas elites tentam ignorá-la. Ah, mas ela que é desregrada de nascença, teimosa, se mantém intacta pelas mãos de artistas em sua maioria anônimos: causos, quadros, repentes, danças, grafites, cordéis, cantorias e modas de viola que eu, avoengo, adoro.E saiba, meu filho: fica esperto, olho aberto, porque a História é contada pelos vencedores do Brasil Oficial. Constroem-se prisões e não escolas no Brasil Re
    Coube a mim apresentar este homem que escreveu livros e ensinou aos filhos a beleza, justiça e a igualdade.
    Um homem que lutou há quatro anos contra um câncer que lhe consumiu o corpo mas não a inteligência e a sensibilidade, cada vez mais aguçadas.
    Tive a honra e o privilégio de compartilhar com ele do nascimento deste livro no refazimento de nossa relação de 35 anos.
    Dormir de mãos dadas, compreender suas angústias, curar suas feridas, nada além daquilo que nos prometemos num longínquo maio em Catanduva: AMOR PARA SEMPRE, NA SAÚDE E NA DOENÇA, NA RIQUEZA E NA POBREZA, ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.
    Porque o tempo, o tempo não importa.
    Aprendemos a viver como os alcoólicos: um dia por vez. Intensamente, até na dor.Valeu á pena.


    Ele colocou em seu livro um poema de Pessoa que diz tudo sobre ele e tudo que fez em vida:

    Navegar é Preciso

    Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
    "Navegar é preciso; viver não é preciso".
    Quero para mim o espírito desta frase,
    transformada a forma para a casar como eu sou:
    Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
    Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
    Só quero torná-la grande,
    ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
    Só quero torná-la de toda a humanidade
    ainda que para isso tenha de a perder como minha.
    Cada vez mais assim penso.
    Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
    No propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
    para a evolução da humanidade.
    É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

    Fernando Pessoa
    OBRA POÉTICA
    [Nota de SF :"Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 906-48 AC, dita aos marinheiros amedrontados que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.


    ROSÂNGELA MARIA BARRENHA - 27/7/2012

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  5. QUERIDO AMIGO HENRIQUE: AGRADEÇO DE CORAÇÃO TODO O CARINHO QUE VOCÊ E A ANA BIA TEM NOS DEDICADO. TERÃO NOSSA ETERNA GRATIDÃO POR TUDO QUE FEZ PELO DÉCIO E PELO LIVRO. AINDA TEMOS ESTA MISSÃO PELA FRENTE.HONRA A QUEM TEM HONRA. ABRAÇOS.ROSÂNGELA MARIA BARRENHA (ROSE)

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  6. PAUL HENRY BUENO FORT5 de outubro de 2015 às 10:49

    HOJE TENTEI RESGATAR UM POUCO DE MEU MARAVILHOSO PASSADO O QUAL ENTRE 1975 A 1981 TEVE COMO PERSONAGENS PRINCIPAIS MEUS GRANDES E INESQUECÍVEIS AMIGOS DÉCIO E ROSE BASSAN, QUANDO EU E DÉCIO CURSÁVAMOS ENGENHARIA NA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BAURU, NO ENTANTO, PASSADO 34 ANOS DE SEPARAÇÃO, VIM DE CUIABÁ/MT, PARA BAURU E PUSEMOS EU E MINHA ESPOSA VANIA, A PROCURA-LOS, EUFÓRICOS E ANSIOSOS, IMAGINANDO QUANTO SERIA ALEGRE O MOMENTO DE NOSSO REENCONTRO DEPOIS DE TODOS ESTES ANOS A QUAL O DESTINO NOS SEPAROU, LOGO ESGOTADO, OS RECURSOS PARA ENCONTRA-LOS, PASSAMOS A ACESSAR O GOOGLE, QUANDO NOS DEPARAMOS COM ESTA PAGINA COM O ANUNCIO DA PASSAGEM DE MEU IRMÃO DÉCIO BASSAN PARA O OUTRO PLANO ESPIRITUAL, E NESTE MOMENTO DE IMENSURÁVEL FRUSTRAÇÃO E TRISTEZA, ONDE IMPOSSÍVEL CONTER NOSSAS LAGRIMAS NOS DEPARAMOS COM A TRISTE NOTICIA DE SUA PASSAGEM DE MANEIRA TÃO SOFRIDA E DOLORIDA, LOGO SOMOS OBRIGADOS A ADIAR NOSSO REENCONTRO, NO ENTANTO VISTO OS LAÇOS DE AMOR QUE SEMPRE ESPIRITUALMENTE VEM NOS UNINDO, ACREDITAMOS PIAMENTE, QUE ESTE REENCONTRO JÁ ACONTECERA EM VIDAS PASSADAS, LOGO ACONTECERÁ TAMBÉM EM MOMENTOS FUTUROS, PORTANTO IRMÃOZINHO, NOS ESPERE QUE LHE PROMETO AINDA HAVEREMOS TODOS DE ESTARMOS JUNTOS, PARA DISCUTIRMOS POLÍTICA SOCIOLOGIA E TALVEZ ENGENHARIA, MAS COM CERTEZA SOBRE A ENERGIA ETÉREA QUE SEMPRE NOS UNIU, UNI E UNIRÁ, VULGARMENTE DENOMINADA AMOR, POIS NA MECÂNICA QUÂNTICA A RELAÇÃO TEMPO E ESPAÇO É OUTRA, LOGO O ONTEM SEMPRE PODERÁ SER AGORA, ATÉ LÁ, NOSSO QUERIDO E ETERNAMENTE AMIGO DÉCIO, ABRAÇOS DE SEUS AMIGOS PAUL E VANIA FORT.
    BAURU, 05/10/2015.

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