BAURU POR AÍ (72)
PADRE SEVERINO, CPT E ROMEIROS REUNIDOS NO ASSENTAMENTO DE AYMORÉS
No último domingo, 26/08/2012, algo me fez levantar cedo, preparar a matula e cair na estrada junto de amigos. Eu, Ana Bia, Roque Ferreira e Wellington Leite aportamos cedo no Assentamento Aymorés e presenciamos uma romaria católica. Não se espantem, nem se insurjam por esse desencaminhado andarilho estar à procura de novos caminhos. Os meus continuam sendo os velhos e bons caminhos. Desses não abro mão e foi o que fizemos adentrando a 14º ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Não se tratava de uma romaria qualquer e sim, de uma organizada pela CPT – Comissão Pastoral da Terra, talvez o último bastião libertador (e propagador dela) dentro da hoje conservadora igreja católica. Saudades imensas de tempos onde a Teologia da Libertação era atuante e permitida. Esse resistente agrupamento de decididas pessoas, dessas realmente transformadoras tenta mover a igreja, voltando-a para atividades sociais, de cunho libertário e atendendo os anseios dos menos favorecidos, os explorados e renegados. Ouvir o clamor dos povos dos campos e florestas é coisa que poucos se habilitam a fazer, lutar pela defesa da terra como princípio elementar para sobrevivência do ser humano virou raridade. E lá fomos nós, unir a cidade com o campo, na ingrata luta travada pelo trabalhador em busca do direito de cuidar da terra e de possibilitar que ela lhe dê frutos para o seus sustento.
No último domingo, 26/08/2012, algo me fez levantar cedo, preparar a matula e cair na estrada junto de amigos. Eu, Ana Bia, Roque Ferreira e Wellington Leite aportamos cedo no Assentamento Aymorés e presenciamos uma romaria católica. Não se espantem, nem se insurjam por esse desencaminhado andarilho estar à procura de novos caminhos. Os meus continuam sendo os velhos e bons caminhos. Desses não abro mão e foi o que fizemos adentrando a 14º ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Não se tratava de uma romaria qualquer e sim, de uma organizada pela CPT – Comissão Pastoral da Terra, talvez o último bastião libertador (e propagador dela) dentro da hoje conservadora igreja católica. Saudades imensas de tempos onde a Teologia da Libertação era atuante e permitida. Esse resistente agrupamento de decididas pessoas, dessas realmente transformadoras tenta mover a igreja, voltando-a para atividades sociais, de cunho libertário e atendendo os anseios dos menos favorecidos, os explorados e renegados. Ouvir o clamor dos povos dos campos e florestas é coisa que poucos se habilitam a fazer, lutar pela defesa da terra como princípio elementar para sobrevivência do ser humano virou raridade. E lá fomos nós, unir a cidade com o campo, na ingrata luta travada pelo trabalhador em busca do direito de cuidar da terra e de possibilitar que ela lhe dê frutos para o seus sustento.
Esse era o motivador de todos. O Assentamento, já legalizado, fica seguindo em frente o Mary Dota, por uma estrada de terra pra além do Chapadão. Uns dez quilômetros de terra e por fim um grande agrupamento de gente, carros e ônibus. Uma missa estava terminando e nela vi quase lado a lado, o marxista Roque e o bispo católico, d Caetano Ferrari, que lá aportou, afinal o evento tinha cunho aglutinador religioso. Essa parte eu perdi e o que veio a seguir foi uma longa caminhada pelas estradinhas rurais, com muito sol, cantoria e parada para muitas falas. Revi gente muito querida, tendo à frente o sempre presente padre Severino Leite, com paróquia em Promissão e atuação mais do que consolidada junto ao MST. Ouvi-lo é ainda um alento, pois prega tudo o que arrepia hoje seguimentos da atual cúpula religiosa. Nada de novo, só o respeito e reconhecimento do direito aos explorados. Vejo residir exatamente a acesa chama a assustar, a possibilidade do explorado cobrar e exigir seus direitos. Nas paradas, representantes de vários outros assentamentos expunham sua situação, seus problemas e o faziam diretamente ao presidente do Incra, ali presente.
Muitos vieram de longe, caravanas de várias cidades e cito somente alguns dos conhecidos e lutadores por dias melhores. Além de Severino (quero muito fazer um Memória Oral com ele, de sua luta e atuação), estava lá o vereador Roque Ferreira, o presidente do Incra, a incansável Maria do CPT, Antonio da Ave Maria (amanhã aqui um Retrato de Bauru com ele), Celso Costa, professor Oscar Sobrinho, o sindicalista Abel Barreto de Duartina, lideranças regionais, tanto religiosas como dos movimentos populares e romeiros. No final da caminhada um imenso barracão, construído pela comunidade, estrutura de bambus, parceria com a Unesp local e lá uma grande feira, produtos dali, comidas variadas, um palco e uma grande festa rural. A escolha por Aymorés como sede da romaria deste ano é uma espécie de denúncia, pois além da conquista da terra, os assentados sofrem com a falta de água, acessos difíceis, estradas ruins, recursos escassos, lixo das cidades, desmatamento, enfim, uma omissão dos poderes públicos. Como expresso no folheto distribuído, em resumo são “essas as dores, omissões, desrespeitos, injustiças e desigualdades que denunciamos e celebramos nessa romaria”. Marquei presença.
OBS.: Todas as fotos foram tiradas por mim, exceto, claro numa em que estou presente. Essa, confesso, não me lembro de quem a tirou.
DESAFADO DE UM PROFESSOR SOBRE DIA 28 – “As discussões sobre a função alienante dos meios de comunicação já virou um bordão surrado entre acadêmicos, entre setores religiosos tidos como críticos, entre conservadores e moralistas etc. Quando se comenta sobre a disseminação da violência, sobre a “excessiva” liberação sexual e dos costumes, sobre consumismo, logo ecoa vozes do senso comum afirmando que a culpa é da televisão, do rádio, da internet etc., que vivem mostrando em domicílio, maus exemplos de todo tipo. Como jornalista e pesquisador da comunicação, eu não posso fazer eco para discursos sem fundamentação científica.
No entanto, devo ressaltar que no Brasil, os meios de comunicação não têm cultura e postura democrática e também não contribuem nem um pouco, para preservar a memória histórica nacional, da luta recente contra o autoritarismo, do qual muitos jornalistas e até veículos também foram vítimas. Ontem, 28 de agosto completaram 33 anos da aprovação da Lei de Anistia. A votação da lei permitiu que tantos perseguidos pela Ditadura Militar pudessem sair da clandestinidade ou voltar do exílio, foi episódio decisivo para a redemocratização, que ocorreria formalmente em 1985, com a derrota do candidato dos militares no Colégio eleitoral.
OBS.: Todas as fotos foram tiradas por mim, exceto, claro numa em que estou presente. Essa, confesso, não me lembro de quem a tirou.
DESAFADO DE UM PROFESSOR SOBRE DIA 28 – “As discussões sobre a função alienante dos meios de comunicação já virou um bordão surrado entre acadêmicos, entre setores religiosos tidos como críticos, entre conservadores e moralistas etc. Quando se comenta sobre a disseminação da violência, sobre a “excessiva” liberação sexual e dos costumes, sobre consumismo, logo ecoa vozes do senso comum afirmando que a culpa é da televisão, do rádio, da internet etc., que vivem mostrando em domicílio, maus exemplos de todo tipo. Como jornalista e pesquisador da comunicação, eu não posso fazer eco para discursos sem fundamentação científica.
No entanto, devo ressaltar que no Brasil, os meios de comunicação não têm cultura e postura democrática e também não contribuem nem um pouco, para preservar a memória histórica nacional, da luta recente contra o autoritarismo, do qual muitos jornalistas e até veículos também foram vítimas. Ontem, 28 de agosto completaram 33 anos da aprovação da Lei de Anistia. A votação da lei permitiu que tantos perseguidos pela Ditadura Militar pudessem sair da clandestinidade ou voltar do exílio, foi episódio decisivo para a redemocratização, que ocorreria formalmente em 1985, com a derrota do candidato dos militares no Colégio eleitoral.
Portanto, 28 de agosto deveria ser um dia para ser relembrado em grandes reportagens, em matérias detalhadas, em depoimentos de personagens significativos da época; merecia até um pronunciamento em cadeia nacional, deveria ser feriado, dia de celebração, de reflexão em escolas e instituições públicas. No entanto, foi motivo de manifestações isoladas de velhos militantes, de brurocráticas notinhas de redação em veículos sem disposição para relembrar qualquer coisa cpivica ou socialmente relevante. Enquanto seguimos reclamando que as novas gerações não sabem de nada e não respeitam ninguém, os mais novos vão repetir de modo pior, os hábitos dos mais velhos e a cultura autoritária e alienada, que eles tiveram durante a criação... Leia mais e http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5746 “. Esse texto entre aspas me foi enviado pelo Prof. Dr. Antônio Francisco (Dino) Magnoni,Tutor Grupo PET-Rádio e Televisão da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Comunicação Social. Contatos:Telefone: 3103-6066 - Ramal: 7204. E-mail: petrtv@faac.unesp .
30/08/2012
ResponderExcluirVereador Roque Participa da 14ª Romaria da Terra e das Águas
Em 26 de agosto ocorreu a décima quarta Romaria da Terra e das Águas do Estado de São Paulo, organizada pela Comissão Pastoral da Terra e outros movimentos sociais, no Horto de Aymorés, Bauru/SP.
A Grande Marcha teve como tema “Terra e Água: Dom de Deus e Direito de Todos e Todas”, seguiu pela estrada do Horto, Gleba 1, até a capela do Horto onde fora realizada a celebração. Cerca de duas mil pessoas participaram da Romaria entre trabalhadores rurais, sindicalistas, membros da Comissão Pastoral da Terra, autoridades, membros do poder público e apoiadores da Reforma Agrária.
O Assentamento Horto de Aymorés que recebeu a 14ª Romaria da Terra concentra hoje 373 família e começou o processo de ocupação em 1999, quando foi descoberta que estas terras públicas estavam nas mãos de um latifundiário arrendada de forma ilegal. Em 2007 o processo de reforma agrária fora concluído e as famílias receberam os lotes.
O Assentamento ainda tem vários problemas de infraestrutura como a falta de estradas, lotes ainda sem ligação de água e ausência de pontes sobre rios e córregos o que acaba dificultando a vida dos trabalhadores rurais que ali residem e trabalham.
A 14ª Romaria da Terra e das Águas também é um meio de fazer a denuncia destas situações ao poder público para que este não seja omisso e cumpra sua função, que é fazer a Reforma Agrária e dar as mínimas condições para que a agricultura familiar possa prosperar.
O vereador Roque que sempre apoiou a luta pela Reforma Agrária e já realizou diversas Audiências Públicas sobre o tema na Câmara Municipal de Bauru estava presente na Romaria da Terra a convite dos próprios organizadores.
enviado por SILVIO DURANTE - ASSESSORIA PARLAMENTAR DE ROQUE fERREIRA
Vocês não se emendam. Tanta coisa para falar e escrever. Perda de tempo.
ResponderExcluirPara anônimo:
ResponderExcluirProvocações eu ador oresponder, mas vindas de quem possui nome e sobrenome. E mais, coragem para assumir o que escreve.
Henrique - direto do mafuá
Henrique, meu caro
ResponderExcluirToque o barco.
O conservadorismo não gosta de ninguém propondo avanços e lutando por seus direitos, só pensam nos deles e mais nada.
Eu, assim como você, temos muita saudade da Teologia da Libertação e de sua luta ao lado do povo oprimido. Infelizmente, a cúpula da igreja atualmente isolou seus representantes e até os reprime. Isso que voce presenciou na Romaria da Terra é algo cada vez mais difícil, as tais das brechas. Fale mais disso. Conhecemos pouco desse padre Everenino.
Paulo Lima