Mafuá do HPA

RETRATOS DE BAURU (132)

RALINHO, O SUPRA-SUMO DA BATERIA,  QUASE UNANIMIDADE

Luiz Manaia nasceu no ano em que o mundo sofria uma grande transformação, 1968. Ele acabou recebendo esses positivos fluidos e faz de sua vida algo revolucionário: toca bateria de forma brilhante e consegue o quase impossível nos dias de hoje, sobrevive dela, seu ganha pão. Aos 44 anos possui um currículo de fazer inveja a qualquer bem sucedido no quesito musical, pois já tocou com uma pá de gente conhecida e mais que isso, criou e mantém bandas com composições variadas e ritmos idem. Sua especialidade é e sempre será a MPB, da qual extrai um néctar dos mais saborosos. Ainda jovem teve uma das pernas amputadas e isso não foi motivo para resignação. Entregou-se de vez à música e suas variações e a cada nova apresentação onde esteja presente consegue inovar, buscar o novo, o inusitado, a irreverência musical. Com a baqueta nas mãos é um ser cheio de luz e encantamentos. Perguntem a qualquer músico nessa cidade o que acham do Ralinho (esse seu apelido, quase incorporado ao nome) e sintam se existe ou não a tal da unanimidade. Sim, com ele ela é possível, mas é preferível ficar no quase para não desmerecer a frase de Nelson Rodrigues. Bossa Jazz Trio, Sindicato do Jazz, Salsa Louca, Señor Bluesrock, Gafieira S/A, algumas das bandas onde já tocou (e encantou). Dos que já tocou e continua tocando, cito dois, Derico e Bocato, dispensando apresentações e rapapés. Recentemente fez uma parceria com a famosa fábrica de baterias Gretsch e acabou virando uma espécie de garoto propaganda da marca. Ralinho é dos únicos que consegue manter a mesma silhueta de décadas atrás (sei lá que mágica faz), mas sua marca registrada, além do profissionalismo e da qualidade do som produzido é a sinceridade, serenidade e galhardia. Do apelido, prefiro que ele mesmo use esse espaço para nos explicar sua origem.