segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO QUALQUER (106)

A CONVULSÃO NA ARGENTINA E ALGO BEM PRÓXIMO NO BRASIL – UMA SEMANA MAIS QUE DECISIVA
O pau come feio na Argentina há algumas semanas e os mais desavisados pensam que o país está em plena convulsão, causada pelas ações intempestivas de um desumano e cruel governo, o de Cristina Kirchner. Tudo bem não ser ela uma unanimidade, mas seu governo e toda a Era Kirchner é infinitamente melhor de tudo o que a antecedeu (igual o Brasil de Lula e Dilma). O país continua atrelado ao neoliberalismo e disfarça possuir e promover uma revolução interna, o tal do algo novo, o que de fato não ocorre, mas tanto lá como aqui no Brasil, o atendimento a alguns dos atávicos problemas e um olhar diferenciado para a questão social. Observem bem o quanto de problemas as mídias locais produzem, uma que insiste em fazer os países retrocederem e voltar a fazer tudo somente para benefício de uns poucos oligarcas, grupos econômicos e o que de mais retrógrado existe hoje no mundo atual. Sem tirar nem por, tanto lá como cá, situação mais do que idêntica com uma cruel e insana mídia só pensando nos seus botões e seus interesses. Elas representam a própria "Casa Grande & Senzala".

Por aqui, nessa semana que passou mais um caso de corrupção, dentre tantas outras que pipocam, dia pós dia. Nenhuma novidade, gente próxima ao poder e tirando proveito de relações onde misturar o público com o privado virou rotina. Isso em todos os escalões, setores, partidos, de alto a baixo. Dentro do capitalismo selvagem, modelo neoliberal onde tudo existe, mas poucos terão condições de alcançar o acepipe à sua frente, ocorre um “deus me acuda”, tudo para ter o que cada vez mais poucos possuem. O mal dessa vez (e das outras) é sempre querer buscar um elo com o ex-presidente Lula, algo obsessivo da oposição, desesperada em matar de vez o homem que lhes tira o sono e a possibilidade de retornarem ao Governo. E o que ocorre aqui, ocorre com igual teor lá na vizinha Argentina.

O agravante da vez lá na terra de Perón e Gardel é que dia 07, nessa semana acontece algo que está tirando o sono dos que até então conseguiram controlar a mídia como uma mera extensão do seu quintal, ao bel prazer. Tanto lá como cá existe uma real necessidade de regular a mídia, que age de forma incontrolada, ocupando espaço, fazendo uso de monopólios inescrupulosos e lucros excessivos, promovendo algo destrutivo ao mercado no setor. Excesso de concentração com pouco donos em muitas empresas, danoso à saúde midiática. Com a concentração, as informações ficam sempre restritas ao que um pequeno grupo promove e o faz sempre visando o seus interesses e não o da coletividade. No Capitalismo é assim mesmo, quem muito tem, nunca se contenta e sempre quer mais e mais.

E o que Cristina fez foi regular isso, impor limites, redistribuir um bocadinho do excesso. A grita não é geral e sim, somente de quem até então mais age fora da lei, no caso argentino, o Grupo Clarín. Alguém em sã consciência imagina ser normal uma só empresa deter todo o monopólio da informação de mídia de um país, como rádio, tv, jornais, em mais de 300 empresas? Claro que não e o que irá ocorrer lá dia 7 não se trata de censura, cerceamento de liberdade de expressão, nada disso. A Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual foi promulgada em 2009 e entrará em vigor agora estabelecendo cotas mínimas de conteúdo nacional, próprio e independente, impondo limites para o capital estrangeiro e para o número de licenças. É aqui que o bicho pega, pois nenhum grupo privado poderá mais acumular mais que 35% da TV aberta e a de cabo, limitando também a 10 licenças de rádio (até 3 na mesma cidade). O Clarín sempre quis tudo só para si e não aceita isso, uma limitação do seu abusivo campo de ação. Quer continuar impondo o que quer, como quer e quando quer. Assim como aqui no Brasil, se acham além do dito Quarto Poder, algo mais perigoso, como se fossem os reais donos do país atualmente, pois o que não sai publicado neles, passa a não ser mais verdade. Igualzinho aqui.

E o pessoal do Clárin quer bagunçar o país ao máximo nessa semana, pois a data fatal de enquadramento chegou. A hegemonia deles é comparada a da Globo aqui no Brasil e dos grandes grupos de jornal impresso, Folha, Estado, Globo e Zero Hora, além da semanal Veja, da Abril e da Época, da Globo. Querendo reverter o jogo o Clárin entrarou com uma ação judicial dizendo que os jornais de oposição (e não eles próprios) estão “incitando a violência no país”. Eles sim estão a cercear a liberdade de imprensa existente no país e além disso, encheram os tribunais com pedidos de ação cautelar, prorrogando o prazo ou mesmo tentando derrubá-lo. Tentam encurralar Cristina, promovendo também uma série de ações combinadas de protesto nas ruas, denotando uma caos imaginário, para confundir a cabeça dos incautos e o dos sem muita informação. Uma semana decisiva por lá e nesse mesmo quesito, algo ainda incerto e não sabido por aqui.

Tenham certeza de que se esse dia chegar por aqui, tudo ocorrerá da mesma forma e jeito. Vejam só o que está sendo feito nesse momento dentro do Congresso Nacional brasileiro para livrar de depoimentos o jornalista da Veja, Policarpo Jr, que criminosamente participou de ações ao lado do sr Cachoeira e do governador de Goiás, sr Perillo, que igualmente estava associado ao crime. Já uma mera servidora, que resolveu se associar ao crime chega às manchetes dos jornais como a mentora de algo grandioso e com elos de ligação com o ex-presidente Lula. Engole isso quem quer, estando muito mal informado ou me desculpem, se locupleta com o ocorrido.

A Cristina e seu Governo não são nenhuns santos. Pecam como todos os mortais a atuar dentro desse sistema, onde o deus de tudo é sempre e tão somente o “dinheiro”. Lula e Dilma igualmente, pecaram no atacado e varejo, mas possuem também acertos. O grande inimigo hoje não são eles (mesmo tendo lá suas culpas), mas os que tentam retirá-los do poder a fórceps, tudo para colocar em seu lugar os que antes faziam e aconteciam. Dai, tenham certeza, não mais existirão indícios de corrupção nesse país (e nem lá na vizinha Argentina). Tudo voltará à normalidade. Mas se está ruim hoje, tudo pode piorar e um retrocesso é tudo o que não pode ocorrer, tanto lá, como aqui. É dessa forma que dou nomes aos bois. Não me considero radical, irredutível, inconsequente, incoerente, longe disso, sou apenas um inconformado e bom observador. Discordem, mas debatamos antes e entendamos juntos tudo o que realmente se passa nos bastidores dessa intrincada trama, urdida para nos deixar chupando o dedo.

14 comentários:

  1. REVISTA IMPRENSA explica o significado da sigla 7D, usada pela imprensa argentina

    Hostilidade é a palavra apropriada para definir o clima vivido entre o governo de Cristina Kirchner e alguns meios de comunicação da Argentina. Entre eles, destaca-se o Clarín, um dos maiores conglomerados de mídia da região que concentra participações em TV aberta e fechada, internet, jornal, revista e rádio AM e FM. Até janeiro deste ano, a companhia também era sócia majoritária – juntamente com o La Nación – da empresa de insumo para jornais Papel Prensa.


    Como em qualquer batalha, cada oponente justifica seus ataques. Um lado defende o fim do monopólio. O outro, a liberdade de expressão. Em seu programa semanal de TV, “Periodismo para Todos”, o jornalista Jorge Lanata destacou o clima de ódio que vive o país, tanto do lado pró-governo, como do da oposição. A situação não fica somente nas palavras, estende-se para agressões físicas. Em 8 de novembro – o 8N, como ficou conhecida a manifestação que reuniu milhares de pessoas contra o governo em todo o país –, o jornalista Néstor Dib, do canal C5N, foi agredido de forma violenta por um manifestante.

    O tom raivoso parte da própria presidente. Entre os principais atributos políticos de Cristina, desde quando era senadora, estão a ousadia e o nível de autoritarismo em seus discursos, atualmente direcionados a desmoralizar e combater a imprensa “golpista”. Para a mandatária, a imprensa é desnecessária. Basta estruturar uma boa rede de comunicação pública e de veículos parceiros – muitos nas mãos de amigos e apadrinhados agraciados por verbas publicitárias – para falar com a sociedade.

    Com os jornalistas de meios privados, Cristina não fala. Usa os discursos como principal forma de comunicação. Até o fechamento desta edição, tinha feito uso da cadeia nacional 16 vezes este ano. Em todos eles atacou direta ou indiretamente a imprensa. Em setembro, quando esteve na Universidade Harvard e foi questionada por alunos daquela instituição por qual motivo não falava com a imprensa, a presidente foi irônica e desdenhou dos universitários. Ainda que o país viva problemas relacionados a inflação, insegurança, crises energéticas e cambiárias, o governo não assume os problemas e afirma que tudo faz parte do “jogo sujo” da imprensa.

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  2. Dia emblemático

    O próximo capítulo do duelo, que começou em 2008, tem dia e mês marcados: 7 de dezembro de 2012. Popularmente conhecido como 7D, o emblema surgiu desde que, em maio de 2012, a Suprema Corte argentina determinou a data como prazo para que o Clarín obedeça a nova legislação e se desfaça de suas concessões.

    Segundo a Lei de Meios, aprovada em outubro de 2009, as empresas de comunicação podem ter até 24 licenças de TV a cabo, dez emissoras de rádio e uma de TV aberta. O Clarín possui 240 concessões a cabo, nove rádios AM, uma FM e quatro canais de TV aberta. O grupo recorreu da decisão alegando que a lei é inconstitucional.

    Para a pesquisadora da Universidade de Buenos Aires Mariana Moyano, o 7D é um termo utilizado pelo Grupo Clarín para alegar “censura”, uma tentativa da empresa de não cumprir a lei. “Se o grupo mais poderoso não respeita a legislação, é muito difícil estabelecer critérios de autoridade para os grupos menores”, diz a acadêmica. Ricardo Kirschbaum, editor-geral do diário Clarín, rebate que, se aplicada, a decisão da Justiça será arbitrária. “O que espero é que os juízes decidam sobre o caso e que não aconteça nada no dia 7 de dezembro. Nós acreditamos que será um ato arbitrário caso coloquem em prática essa decisão. Espero que seja aberto um caminho para que isso se resolva”, disse Kirschbaum.

    Também colaboradora do Clarín, a jornalista Elisa Carrió afirma que o 7D é o começo de uma ditadura. O termo emblemático, além de ter virado discussão constante em programas de televisão pró e contra a decisão, motivou o Clarín a defender-se de um vídeo que o governo divulgou explicando o que acontecerá no 7D. A empresa utilizou-se da mesma estratégia e também divulgou um vídeo em seus meios de comunicação afirmando que nada acontecerá na data, já que os artigos 45 e 161 da Lei de Meios foram impugnados por violarem trechos constitucionais

    ENVIADO POR LIMINHA

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  3. Que pasará en Argentina?

    Por João Brant, no jornal Brasil de Fato

    O dia 7 de dezembro está sendo chamado de 7D na Argentina. Nesta data, vence o prazo limite dado pela Suprema Corte para a medida cautelar que suspende a eficácia do artigo 161 da ‘Ley de Medios’ para o Grupo Clarín. Trocando em miúdos: a partir desta data, o maior grupo de mídia argentino deixa de estar protegido contra as medidas anticoncentração e terá que garantir o processo de ‘desinversión’, ou seja, se desfazer das licenças de televisão que têm em excesso ao permitido pela lei. O grupo tem 237 licenças de cabo e 25 de TV aberta, mas a lei só permite que cada operadora tenha 24 no cabo e 10 abertas.

    As vozes mais críticas veem nessa medida um atentado à liberdade de expressão, mas para quem está acostumado com o funcionamento das medidas anticoncentração no capitalismo é muito difícil defender essa tese. Países europeus e os Estados Unidos têm leis tão rigorosas para a comunicação e para outros setores estratégicos, e isso é percebido como um fator que fortalece a competição, portanto benéfico para se ampliar a liberdade de expressão. Não é por acaso que diversos organismos internacionais, como OEA, Unesco e ONU apoiam os termos da lei.

    É verdade que a campanha feita nos meios públicos contra o Clarin reforça uma polarização que ajuda a aumentar o ruído sobre o caso, especialmente fora do país. Mas também é verdade que o caso de maior concentração se dá justamente com o Clarín, portanto não há como aplicar a lei sem afetar o grupo.

    Está sob discussão o que acontecerá propriamente no dia 7, mas o mínimo deverá ser a apresentação, pelo Clarín, de um plano de desinvestimento. No quadro mais acirrado, o governo já abriria um chamado para licitação das licenças. A despeito do que se dará, a Argentina parece dar um passo importante na direção de uma comunicação mais democrática. Resta agora o governo jogar o mesmo empenho na aplicação de outras medidas importantes da lei, como a garantia de um terço das frequências para entidades sem fins de lucro e o fomento a meios comunitários.

    HENRIQUE, ESSE É MEU E PARA FAZER FRENTA AO DO LIMINHA


    PASQUAL - RJ

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  4. Caro Henrique
    Parabens pelo belo texto, como sempre.
    Um abraço e continue produzindo que estamos carentes dos escribas ideológicos e por isso mesmo comprometidos nessa incessante busca de ''um mundo novo possível'' -
    Isaias Daibem

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  5. Oi, Henrique!!

    Da p dar um "Curtir" ai embaixo??

    Excelente! Obrigada por postar!

    Olha, uma das xs em que estive na Argentina tive a oportunidade de encontrar uma manifestacao de uma ong que fez uma pesquisa sobre o conteudo dos programas infantis tendo chegado a conclusao de que uma crianca que assistisse a uma hora de programas de TV infantis estaria submetida, apos o periodo de tantos anos , a uma carga absurda de cenas de violencia. Nao me lembro exatamente dos numeros e infelizmente perdi o contato , nao me lembro tambem do nome da ONG, mas a conclusao e que ha uma planejamento sistematico nessa exposicao com o intuito de dessensibilizar as novas geracoes.
    Foi assutador!

    Bjs!

    Márcia Nuriah - Holanda

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  6. Márcia
    Quando leio algo assim como o que voce me responde, fico sensibilizado e ganho o dia. Emito meus sinais de fumaça sem empáfia, pedantismo ou qualquer outro ismo. Sou um observador e dessa forma vou relatando o que vejo por aí. Tudo o que escrevo, levo sempre em consideração algo muito simples: nunca levo em consideração somente uma fonte de informação, procuro ter várias e no frigir dos ovos, procurando entender melhor os fatos, dou o meu pitaco, algumas vezes certeiro, outros não. Nesse, vejo muito claro os males do monopólio para uma sociedade, principalmente quando esse nos passa notícias, informações e as repassa conforme os seus interesses. Isso é péssimo em todos os sentidos. Acontece lá na Argentina e aqui também. Hoje, infelizmente não nos falta somente pluralidade, falta coragem para interpretar o que fato está em curso. Eu só posso te agradecer por ter entendido isso tudo.

    Um abracito do tamanho do mundo para ti e os seus, que mesmo distante continua muito antenada com as nossas coisas

    Henrique - direto do mafuá (e quase chorando)

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  7. A “ley de Medios” da Argentina, o controle social e o Brasil

    “Afinal, o ‘perigo da igualdade’ é algo intolerável contra o qual devem-se erguer as bandeiras da liberdade de expressão, a soberania e é claro, a defesa da propriedade”, constata Afonso Maria das Chagas, mestrando do PPG em Direito da Unisinos e colaborador do Instituto Humanitas Unisinos - IHU.
    Eis o texto
    Nesta semana (07/12) vence o prazo da liminar que paralisou a entrada em vigor da “Ley de Medios”, determinada pela Suprema Corte da Argentina. Desta forma, começará a vigência da Lei dos Meios de comunicação argentina que, sobretudo, visa extinguir os monopólios, regular os critérios de outorgas de licenças de operação e atender o critério do pluralismo e da ética na divulgação das informações de interesse público.
    O grupo Clarín ajuizou uma ação de inconstitucionalidade da referida lei, mas que ainda não foi julgada. Entrando em vigência, a Lei dos Meios de Comunicação da Argentina se propõe, de forma desafiadora, a desmontar a estrutura dos conglomerados dos meios de comunicação, em especial o Clarín, com uma proposta inovadora de democratizar os meios de comunicação no país. Tal Lei, em resumo, se objetiva a limitar aquilo que se chama de “propriedade cruzada”, ou seja, a concentração de outorgas em um mesmo monopólio para TVs aberta e paga, rádios e jornal, por exemplo.
    Sem surpresas, a crítica à lei e ao governo da Argentina já ressoa por todos os lados, inclusive no Brasil. A ideia de um controle social da imprensa é e tem sido sempre rotulado como eufemismo para o termo “censura”. Por aqui, de forma cínica e mordaz, o governo de Cristina Kirchner tem sido rotulado como antidemocrático, ditatorial, governo que impede a liberdade de expressão e que impõe a censura à imprensa e por isso representa uma ameaça à democracia.
    Por certo, esta retórica orquestrada pela grande mídia esconde do público o centro da questão que é a concentração e o monopólio dos meios de comunicação. Quando por ocasião do Programa Nacional de Direitos Humanos III, em 2009, a gritaria geral uniu de articulistas dos grandes monopólios a setores conservadores da Igreja católica, sob os mais vetustos argumentos: controle estatal, ofensa à liberdade de expressão, ameaças do totalitarismo, etc. Foi preciso um recuo estratégico do governo para que o PNDH III pudesse ser aprovado.
    Para entender o centro da questão é fundamental saber que, na Argentina, o Clarín controla 240 sistemas de transmissão a cabo, 09 Rádios AM e mais 04 canais de TV aberta. Aqui no Brasil, as Organizações Globo, detêm 15 TVs abertas próprias e 79 afiliadas e quase 3 mil retransmissoras. Acresce-se ao sistema, o Jornal impresso, rádios, TVs pagas, produções cinematográficas e indústrias da música, num total de 80 empresas.

    CONTINUA...

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  8. Com estes números, portanto, falar em democratização da mídia soa como um crime contra o qual editoriais devem ser proclamados, colunas devem ser publicadas e os “apoiadores”, os de sempre, devem ter sua opinião reiteradamente manifestada. Afinal, o “perigo da igualdade” é algo intolerável contra o qual devem-se erguer as bandeiras da liberdade de expressão, a soberania e é claro, a defesa da propriedade.
    Como se sabe, em regimes democráticos e republicanos, a coisa pública (res publica), por serem de interesse social e para o bem da coletividade deve ser democraticamente regulada pelo Estado. Trata-se de bens de interesse coletivo a serem tutelados, entre os quais, aqueles que servem ao uso de todos como o ar, o meio ambiente, as terras públicas, etc. Assemelha-se à iníqua concentração de terra a concentração do espaço das ondas de som e transmissão de imagens. Nesta superconcentração, não poucas vezes se confunde liberdade de expressão com vínculos espúrios com o poder.
    Hoje por exemplo, ao se revisar historicamente o período ditatorial, seria de grande importância democrática examinar o apoio tácito e expresso de alguns meios de comunicação com a ditadura. Sobram notícias de meios de comunicação, que na época gozavam de privilégios enquanto outros sofriam todo tipo de repressão, ou mesmo de apoio logístico a grupos de tortura por parte de grande grupo de comunicação.
    Na verdade, a reação enraivecida contra uma proposta de controle social da imprensa nada tem a ver com censura, mas uma reação contra a democratização dos meios de comunicação e acesso a estes meios. Em nenhuma democracia levada a sério, conglomerados midiáticos, conservadores e de ética profissional duvidosa tem a importância que têm no Brasil, principalmente no repasse de informações distorcidas ou manipuladas. E são grupos que, além de beneficiários da concessão pública ainda recebem recursos públicos.
    A regulação social é um campo que precisamos evoluir. O controle social, aliás, é e tem sido proposto como órgão colegiado, principalmente com forte presença da sociedade, a parte mais interessada. Se a concessão é um serviço público precisa-se de regras sim, regras que digam quem pode ter tal concessão e de como pode ter. Por isso confundir regulação com censura é um equívoco. A assimetria de lugares de onde se fala e da opinião que se emite tem que ser pesada e combatida, sobretudo quando envolve outros interesses, e principalmente quando envolve recursos públicos.
    Por isso é importante compreender o que se passa na Argentina e o que ocorrerá, a partir do próximo dia 07 de dezembro. Assim como é importante também desconstruir o falacioso discurso publicado contra a regulação e o controle social da imprensa. Afinal, se a democracia que se busca não significar também a democratização dos meios de comunicação, será outra coisa que teremos e que já tivemos, mas não será democracia.

    ENVIADO POR PASQUAL MACARIELLO - RJ

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  9. Henrique, queria fazer meu comentário por aqui desta vez de forma reservada a ti, por respeito e porque há momentos que devemos ficar na reflexão entre amigos, espero que possamos sempre continuar a desenvolver no campo das ideias, mas confesso que não ando mais escrevendo no blog porque a coisa não tem se desenvolvido, não aguento sempre ter que voltar no ABC da história. O faço aqui mais uma vez.

    Quero que saiba em primeiro lugar que muitas vezes a crítica é melhor que o elogio, porque elogios muitas vezes pode ser agrado de aduladores que em nada servem para evoluir um embate que é a premissa de um desenvolvimento da sociedade, me dirijo mais uma vez a você não por ódio, mas por consideração, por estimo, para tentar resgatar um caminho que se perdeu.

    Através do materialismo histórico compreende-se que as formas de relação de produção e relações sociais fundam-se a formação de uma sociedade, a alienação do trabalho capitalista faz por compreender as demais, é a base da sobrevivência do capital, e nesses meios de alienação social você está se perdendo meu amigo, ao invés de agir como historiador e pensador no qual até o título universitário lhe confere, faz o caminho inverso, o de evangelizador petista, o fato de ter entrado de cabeça nisso e no facebook da vida, tornou-se a crítica simplória, superficial, igual um pregador bíblico faz, dizendo ser assim e pronto sem argumentação alguma que sustente tal crítica, o PT e outras coisas que ainda insiste em defender nunca foi de esquerda analisando o processo histórico e foi se deixando perder cada vez mais alguma relação e hoje nada tem de esquerda, o ponto não é falar do roubo do outro, a questão é que não deveria roubar, não deveria ser igual, a verdade é que o Lula é uma das maiores farsas da história "esquerda" do Brasil, insistir nessa defesa Henrique está sendo prejudicial para desenvolver a crítica comunista e pensar um país, dar uma chance a resistência, virou briga de egos de ladrões, está evidente que devido a força eleitoral do Lula tenta-se blindá-lo das corrupções do partido, mas ele não é uma virgem imaculada, sempre foi uma das cabeças articuladoras do partido, sabe de tudo o que acontece e contribui para as negociatas, ganhou muito dinheiro e prestígio com vários grupos dos endinheirados, abraçou e sustentou aqueles velhacos que queríamos ver morrer e se utiliza do pior tipo de massa de manobra que é o assistencialismo a la George Soros.

    continua a seguir...

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  10. a continuação...

    É um mau caráter e não tem honra, traiu a confiança do povo e usa seus parceiros para se blindar, você não vê que Dirceu e cia estão na berlinda apenas para impedir que chegue ao cabeça?? Daqui um tempo todos estarão rindo e curtindo a vida e os trouxas aqui se fudendo com o capitalismo e ainda defendo essa "igreja", agora essa da namorada dele, não se pronuncia e correu viajar na hora de mais uma bomba, as reservas federais estão esgotando e a bomba economica está prestes a explodir de novo, desvalorização da moeda, inflação, recuo do PIB e etc, tudo como sempre funciona no capital, se estourar até 2014 pode ter certeza que vai deixar a Dilma, como já está fazendo, isolada e recebendo todas as pressões e desgastes sozinha, aí aparece como o messias de sempre, é muita filha da putagem isso, a Dilma pelo menos tem um piguinho de vergonha na cara, só um pinguinho, veja por exemplo que ela estava se begando a receber o José Marin, óbvio né, eis que ele recorre ao Lula para adentrar no governo federal, o Marín, o cara que ferrou o Herzog a morte, hoje comanda cheio de poder a CBF, fora Maluf, Sarney, Collor, olha o país morreu, essa de que antes o país era ruim e agora está melhor altaneiro, sem pires na mão é papo de adolescente de catecismo bíblico, não tem corpo técnico isso, eu que já vivi mais de 30 anos dessa história e procurando ao contrário da maioria que se prendeu a prisão das redes sociais, a desenvolver o entendimento social, é mais do que claro que estamos piorando, é o pior nazismo possível, estamos fazendo classificação racial e de gênero, separando a sociedade em guetos virtuais e isso tudo com o prazer alienante das pessoas, a rede social é feita exatamente para o pensar rápido e superficial, o curtir e descurtir, e o rápido processamento aleatório de comentários leva a pessoa a se sentir vista na sociedade fazendo-a prisioneira do sistema, alienada, dizem que a rede é a liberdade da expressão e protesto, mas é o inverso, todo mundo protesta contra tal tema, muda seu avatar em protesto, mas não sai disso, mas a faz sentir-se importante e com o dever cumprido, essa é a finalidade da rede, e o fato de qualquer poder abrir um blog para escrever também não diz sobre espaços influentes na sociedade, pois mesmo ali o poder econômico de mídia faz a diferença.

    continua a seguir...

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  11. parte final...

    E sobre a mídia argentina, o que tem ali é disputa para beneficiar também grupos econômicos ligados ao governo, você se refere a terra de Perón, mas a minha Argentina é a terra de Guevara, assim como o Brasil não pode ser terra de Getúlio e nem de Lula, tudo tem seu fundo econômico, você já se perguntou o que é essa tal regulamentação da mídia que deseja?? Como seria?? É de espantar ver gente como o Pascal recorrer aos EUA, a OEA, Onu, Unesco para defender modelo de regulamentação, é piada ou o que isso??? Estamos elogiando presidente americano, e por puro racismo, sendo que uma semana depois de reeleito foi mais uma vez apoiar o bombardeio israelita, vocês professores estão fudendo com o pensar, viraram conservadores e não perceberam isso, mantém as mesmas relações sociais de interesse econômico do passado, e sobre a mídia ainda, a da Argentina vai ficar parecida com a do Brasil, a de beneficiar os interesses economicos de grupos, e a tal porcentagem de produção nacional que o Brasil também já aprovou a sua, um nazismo sem fim, porque antes eu assistia a noite muitos bons documentários estrangeiros sobre astronomia, física, biologia, debates, agora parte da programação é produção de quinta categoria, folclórica e com aqueles editais superfaturados beneficiando os mesmos de sempre, esse país é uma piada, não é a toa que ficamos com o "vice campeonato" de 2012 como um dos países mais burros do planeta na medição dos níveis escolares, não temos educação, cultura, saúde, infra estrutura, somos reis do mico, a copa por exemplo que já está sendo a roubalheira de sempre, íamos pagar o mico no sorteio quando perceberam que a cadeira de técnico no sorteio ficaria vazia, pois o país sede tinha ficado sem técnico naquela semana e do anuncio que seria feito em janeiro correram para antecipar para não pagar o mico e como sempre vamos ao retrógrado.

    O que quero com tudo isso e muito mais que pode e deve ser debatido é que perceba a alienação e atrofiamento que entrou, que saia do fanatismo, porque dessa forma além de não contribuir a um pensar, num dia em um eventual embate com uma esperta cabeça direitista seria presa fácil, pense nisso.
    Essa briga midiática, não está sendo entre esquerda e direita e sim entre grupos do capital, cada um tem o seu e dessa cartilha só sai alienação e corrupção.
    Você já viu alguma entrevista da Cristina na argentina??? Se não viu com atenção, pegue qualquer uma e veja os absurdos que ela fala, houve uma greve enorme lá esses dias e não foi golpe nada de mídia, e sim que o argentino percebe para onde está indo esta sociedade e que ali na casa rosada não mora a revolução, como professor de história precisa saber que cada país há um processo histórico diferente a ser estudado e colocar tudo no mesmo balaio é atropelar a história simploriamente, e esse é um dos erros que tem insistido.
    Tem muito mais ainda para colocar, mas as teclas me dão desespero, se achar benéfico continuar, apareça por aqui para debater e desenvolver as ideias, senão, vá curtir o facebook que eu vou curtir meu mar de livros.

    Abraços e fico no aguardo

    "Pioneiros para o Comunismo, seremos como Che Guevara"

    "Ódio e Morte para o Imperialismo Norte Americano!"
    Hasta La Victoria Siempre

    Camarada Insurgente Marcos Paulo "Stalin III"
    Movimento Comunismo em Ação - A RETOMADA

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  12. A covardia do PT diante da mídia
    Rara oportunidade de investigar ligações entre o oligopólio da comunicação e o crime organizado é jogada no lixo, com grande prejuízo para a sociedade

    Por Maurício Caleiro, no Cinema e Outras Artes

    Determinada pela presidência do PT, a decisão do deputado Odair Cunha (MG), relator da CPI do Cachoeira, de deixar de indiciar cinco jornalistas suspeitos de ligação com o crime organizado – entre eles Policarpo Júnior, editor-chefe da Veja – e de abdicar da sugestão de que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público tem causado indignação entre a militância petista, apoiadores do governo e cidadãos preocupados com o atual estágio das relações entre política, mídia e Justiça no Brasil.
    Instalada a duras penas, a CPI representou uma rara oportunidade de promoção de uma investigação séria sobre as ligações entre mídia e crime organizado no país, a partir das para lá de suspeitas relações entre o criminoso condenado “Carlinhos” Cachoeira e a revista Veja. Tal oportunidade está perdida, e, embora a responsabilidade por tal retrocesso deva ser repartida com os demais membros da aliança governista – o PMDB, notadamente -, ele corrobora uma constatação que se difunde entre um número cada vez maior de pessoas: a de que, não importa o que a mídia apronte, o PT está acovardado e não reagirá.
    Reação corporativa
    Além da saraivada de ataques disparados pela imprensa, nos últimos dias, contra o indiciamento dos jornalistas – categoria profissional que, no Brasil, parece estar acima das leis – e do corporativismo extremado do Ministério Público em defesa de Gurgel, rondam o recuo petista ameaças menos ou mais veladas advindas do potencial supostamente explosivo da divulgação da correspondência entre o ex-presidente Lula e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indiciada na última sexta-feira pela Polícia Federal, com estridente alarde, mesmo para os padrões brasileiros.
    Ainda que remota, a possibilidade de que Lula venha se candidatar a governador de São Paulo em 2014, com grandes chances de estabelecer hegemonia petista no município, no estado e no país, tem levado a mídia corporativa, linha-auxiliar do tucanato, a recrudescer as manifestações de ódio contra o ex-presidente, num exemplo claro do conflito de classes e de disputa de poder – e da posição que, neles, a mídia, que idealmente deveria buscar a imparcialidade, assume. Isso inclui, como índice de baixeza operacional da mídia, o desprezo pelo tratamento discreto da vida afetiva dos ex-presidentes da República, norma rigidamente seguida em relação a Fernando Henrique Cardoso, mas que as presentes insinuações em relação a Lula e Rosemary mandam às favas. Neste momento, reside no fuçar de e-mails e telefonemas entre eles a “grande esperança branca” do conservadorismo brasileiro – uma aposta, a meu ver, fadada ao fracasso.

    CONTINUA...

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  13. O caso Rosemary
    Dadas as condições materiais tipicamente de classe média de Rosemary e a vagueza das acusações de tráfico de influência – ainda mais contra uma agente radicada em São Paulo, longe do poder concentrado no Planalto Central – não se deve descartar a hipótese de que, assim como ocorreu com Erenice Guerra, com Luiz Gushiken e com Orlando Silva, trate-se, ao final, de mais um factoide para abastecer a mídia de manchetes escandalosas contra Lula e o PT. O modo como os jornais têm tratado as perfeitamente aceitáveis duas viagens oficiais ao ano efetuadas pela ex-secretária na última década – chamando-as de “a volta ao mundo de Rosemary” – sugere exatamente isso.
    Já vimos esse filme várias vezes, e a sensação de déjà vu é inevitável: se, ao final, a acusada for proclamada inocente, como aconteceu com os personagens citados, uma notinha escondida na página 11 será a compensação pela enxurrada de manchetes e reportagens televisivas. Os danos morais, a desqualificação pessoal, o tratamento como criminoso dispensado a quem é apenas suspeito, o direito de resposta, o ouvir o outro lado? São detalhes que, naturalmente, não requerem o instrumento anacrônico da Lei de Imprensa, que a sapiência e o espírito democrático reinantes no STF extinguiram. Deixemos tudo à autorregulação, como sugeria o saudoso Ayres Britto.
    Ufanismo fora de lugar
    Os entusiastas do governo nas redes sociais dedicam horas e horas, diariamente, a prognosticar um golpe de Estado iminente, a destilar seu ódio contra o STF e a rebater todas as bobagens tendenciosas que Ricardo Noblat e Reinaldo Azevedo escrevem – o que dá mais audiência a tais “blogueiros”, provocadores profissionais a soldo dos interesses da plutocracia mediática. Se esses internautas direcionassem uma pequena parte de sua energia a fins mais concretos – como pressionar o governo que apoiam a confrontar a mídia venal e a cumprir os compromissos assumidos em campanha -, não só as possibilidades de ruptura institucional tornar-se-iam mais remotas, mas, entre outras áreas, seria outra a situação da saúde, da segurança pública e da educação (onde, conforme anunciado ontem, o Brasil ficou em 39o. lugar entre 40 países concorrentes no ranking do Índice Global de Habilidades Cognitivas e Realizações Profissionais, evidência que desmistifica e contraria o discurso ufanista predominante nessa área durante as administrações petistas).

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  14. Além disso, poderíamos ao menos vislumbrar a possibilidade de regular a ação da mídia de acordo com parâmetros éticos.
    Ao invés disso, temos um cenário em que, como resume um dos maiores estudiosos da mídia no país, Venício A. de Lima, “Apesar do trabalho desenvolvido há décadas por pessoas e/ou entidades da sociedade civil, e apesar do inegável aumento da consciência coletiva sobre a centralidade da mídia na vida cotidiana, não tem havido resposta correspondente dos poderes da República no sentido da proposta e/ou implementação de políticas públicas que promovam a universalização do direito à comunicação em nosso país”.
    Paz sem voz não é paz, é medo
    O fato de a arena comunicacional do país ser dominada por uma mídia corporativa que age de forma parcial e partidarizada, tendo como métodos rotineiros a desqualificação agressiva, o escândalo e a mentira é uma herança do capitalismo selvagem e do patrimonialismo que por décadas vigeu no país – açulados, na última década, pela perda progressiva de poder e pelo ódio de classes.
    Já o fato de tal distorção antidemocrática permanecer ativa e impune durante uma década de administração federal petista é resultado da omissão, pusilanimidade e covardia – e, quem sabe, de interesses não confessos – que têm caracterizado a inação do Partido dos Trabalhadores no que concerne à sua relação com a mídia, na qual não se limita a apanhar calado: continua a encher as burras das editoras e corporações midiáticas que, suspeitas de conluio com o crime organizado, o atacam e à democracia.
    Como assinala Saul Leblon, em artigo de leitura obrigatória, o petismo no poder parece resignado após assinar uma “pax branca” que concede ao conservadorismo o pleito da hegemonia intocável na esfera da comunicação”. Esse conformismo, que hoje desqualifica reputações, envenena o jogo político e deturpa o debate democrático, pode vir a ter consequências ainda mais graves, institucionalmente traumáticas, para o partido e, pior, para o país. E fica cada vez mais evidente que o PT nada fará contra o inimigo que alimenta.

    HENRIQUE
    O PT ESTÁ COM MÊDO
    PASQUAL - RJ

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