quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CENA BAURUENSE (104)

POSSES DO PREFEITO E VEREADORES DE BAURU E A EXPOSIÇÃO DA VERDADEIRA (E ORIGINAL) “CONDIÇÃO HUMANA”
Esse mafuento escrevinhador não tem pretensão nenhuma de ser articulador político (muito menos comentarista político), aliás abomina essa titulação. Sou um mero observador da política, da vida em si e muito crítico da forma como ela é atualmente tocada, cheia de atos de bastidores, acordos feitos em surdina e um poder sendo mantido e bancado por atos mais fora do prumo do que alinhados. Ontem, dia 1º de janeiro, dia da posse de prefeito, vice e vereadores, o festim maior de Bauru ocorreu na Câmara de Vereadores, a partir das 18h e lá estive, uma anônima figura dentro do universo lá montado.

Aquilo tudo é um grande teatro, encenado de forma ensaiada, com muitos rapapés, sorrisos, abraços e apertos de mãos, mas tudo mera encenação. O que de fato ocorre (e sempre foi assim) é uma constante queda de braços, jogo de força, onde o mais forte impõem aos mais fracos a sua vontade e forma de agir. Uma pena observar como os mais novos são logo introduzidos a esse jeito de fazer política e nem bem começam o exercício da nova função já estão mais do que integrados e nada de novo desponta no horizonte, como renovador, oxigenador e a fugir do trivial. A nova Câmara age igualzinha à anterior, pelo menos na forma de ação.

O que mais me espantou em tudo o que presenciei foi a não existência de oposição, sempre tão necessária em tudo nessa vida. Discursos foram feitos de que alguns se colocariam nesse sentido, mas na hora do vamos ver, da eleição da nova mesa diretora, uma composição englobando tudo, alhos e bugalhos. O que se pode esperar de um PV como oposição? Nada, pois sempre esteve aliado Brasil afora em tudo quanto é tipo de governo e alianças. E de um PSDB tendo Mantovani como líder? Uma acomodação, quietude e amenidades, sua especialidade. Se existir alguma oposição ela virá mesmo do vereador Roque Ferreira, mas não acirrada, doentia e sim, em cima de pautas, temas onde deva existir um melhor diálogo. Mas oposição mesmo só existirá do lado de fora da Câmara, na presença constante de alguns frequentadores do local, que apimentaram a discussão durante todo o processo. Alguns visam interesses pessoais, outros se mostram descontentes com os rumos e na junção disso algo instigador, prováveis e incertas agitações.

O que assusta é ir assuntando, tomando conhecimento de temas e soluções de acomodação da bancada, tudo circulando de um lado para outro entre os presentes. No diz-que-diz fala-se de cargos para esses, oportunidades para aqueles, vantagens para outros, num jogo sórdido, que se verdadeiro, excrescência política explícita e vergonhosa. O inimaginável, para mim é ver vereadores mantendo cargos dentro da administração pública. Inconcebível, pois sua função básica é fiscalizar e como o farão dessa forma? Não o farão, simples assim. Pretendo manter aqui nesse espaço uma relação de todos que agem dessa forma e solicitar processos de cassação de mandatos e denúncias ao Ministério Público. E quem oferece e aceita isso com vereadores também é merecedor de punição. Pau neles, de forma constante, sem tréguas.

Nada mais me espanta na política como ela é praticada hoje. Está tudo viciado, muita esperteza e pouca pureza. Verdadeiras torcidas organizadas estão instaladas na Câmara, numa demonstração de força de um para o outro. Algo que vejo como perigoso, pois até que ponto irá ser possível alguém criticar um “nobre edil”, se um leão de chácara do mesmo está te olhando com cara de poucos amigos. Tudo ali são articulações, verdadeiro jogo de xadrez e um livro, se posso usar algum como exemplo do que vi ali acontecer, cito a “A Condição Humana”, de Hannah Arendt, resumido nisso: “A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras: Pelos nossos próprios atos, aquilo que pensamos, nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento e pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento”.
OBS.: Fotos tiradas ontem, soltas ao vento, buscando um entendimento, clamando por compreensão. Universo renovado, repaginado, porém sem alterações. meros retoques, maquiagem e continuade de ação, métodos, modus operandi... Nelas o salão lotado, o que fala alto durante o ato, o que grava cada detalhe, a que não deixam expor seu cartaz, o assessor que retorna, o novo (velho) presidente discursando e a capa do livrinho..

6 comentários:

  1. Henrique, não sei como você ainda perde o precioso tempo de sua vida para estar presente num antro desses.

    A mudança jamais estará ali, é mais do mesmo, a subversão vem de fora, mas ela não acontecerá mais se ficarmos perdendo o tempo nos alienando nesses lugares, em debates vazios repetitivos, em redes sociais que são verdadeiras prisões cerebrais.

    Ninguém que queira estar a participar deste circo fugirá da alienação, do rabo preso, da cordialidade para com as regras da sociedade, pode ver que tudo ali é cada vez mais cordial, e até o Roque não é mais o mesmo como já tenho dito há tempos, é apenas um reclamão para inglês ver, mas passa a imagem de politicamente correto, sem subversão nenhuma para ser aceito e agradar algumas pessoas.

    Tenho dito sempre, a premissa para o desenvolvimento das pessoas é o embate, a crítica ácida e as pessoas se mostram cada vez menos receptivas a isso, tudo é opinião pré moldada dos clichês sociais.

    A Ideologia Alemã, livro de Marx-Engels poderia servir melhor de parâmetro para tudo isso que você quis expressar, porque pra mim embora a Hanna seja uma pensadora do século 20 comete alguns equívocos em suas obras, coisas que o marxismo dentro da ciencia social já havia quebrado lá atrás.

    No mais, tenha a certeza que nos melhores lugares, nos melhores momentos com as melhores companhias e livros, ganhará muito mais do que a falsidade dos sorrisos do esgoto público e político de Bauru, pois todos ali são pelegos enganando com palavrinhas bonitas cujo interesse é apenas amarrar o rabo por benesses. Como destruir o estado, o sistema, como ser subversivo, se o sujeito se pendura nele??

    Marcos Paulo
    Comunismo em Ação

    ResponderExcluir
  2. prezado hpa,
    nada há de novo no reino da inglaterra, meu caro. Como digo sempre, POLÍTICA É A ARTE DE ESCAMOTEAR, MENTIR E SAIR ILESO DAS MARACUTAIAS FEITAS PELA SITUAÇÃO E CORROBORADA PELA OUTRA PARTE, QUE ME NEGO A CHAMAR DE OPOSIÇÃO. Assim, o problema está no POVO, que NÃO SABE ESCOLHER OS SEUS DITOS REPRESENTANTES, QUE DISSO NADA POSSUEM, SÃO UM BANDO DE OPORTUNISTAS, QUE DIZEM EM SEUS DISCURSOS AQUILO QUE OS INCAUTOS QUEREM OUVIR, MAS NÃO FAZEM NADA DE DIFERENTE DAQUILO QUE ESTAVAM PROGRAMADOS PARA FAZER E ATENDER A UM GRUPO MAIS INFLUENTE E DOMINADOR DENTRO DESSE SISTREMA NOJENTO CHAMADO POLÍTICA.
    um abracito carioca e feliz 2013
    Paulo Humberto Loureiro

    ResponderExcluir
  3. Ingenuidade nossa esperar algo novo de um sistema velho e corrompido.
    profa Maria Cristina Romão

    ResponderExcluir
  4. Olá amado Henrique Aquino.

    Agradeço sua atenção, pois vc. é o verdadeiro lutador pela verdade,
    lamento que o povo ainda não perceba as maracutaias eleitorais.
    quem viver verá a nosso Legislativo no amém para o patrão.
    Abraço, saúde e paz.

    Gaspar

    ResponderExcluir
  5. Quem é Sandro Bussola?

    Alheios ao universo político só tomaram conhecimento do nome de Alexandro Bussola (foto) no último pleito eleitoral. Petistas o conhecem bem, até porque ele foi assessor do ex-vereador José Carlos Batata, marido da vice-prefeita, Estela Almagro por quinze anos.

    Foram quinze anos atuando na Câmara Municipal e lá aprendendo os trâmites da casa e mais ainda: como se portar diante de políticos, que têm sabidamente um jeito só seu de se relacionar.

    Se foi por anos assessor do ex-vereador Batata, é de se concluir que tanto o ex-vereador que não conseguiu se reeleger, quanto sua digníssima esposa, a vice-prefeita Estela Almagro, agora, mais do que nunca, têm a força, o poder, o legislativo nas mãos e com essa força podendo mandar prender e mandar soltar no cenário político local.
    Mais pelo link http://www.baurunapolitica.com/2013/01/quem-e-sandro-bussola.html

    ResponderExcluir
  6. Henrique
    primo e companheiro noroestino, acredito que teremos mais 04 anos onde os interesses dos partidos estarão acima da coletividade. Lamentável.

    Sds

    Antonio Eduardo Lopes

    ResponderExcluir