TIPOS DE VIOLÊNCIA, UMA NO RIO E OUTRA CONTRA OS MÚSICOS – BASTA DISSO
Janeiro é um mês malemolente. Trabalho com vendas e como o ano ainda está a começar lentamente, vim passar uns dias com Ana em sua casa no Rio de Janeiro (final de érias). Um descanso cheio de muito trabalho. A cidade que mais tenho afinidade fora Bauru é sem sombras de dúvidas essa aqui onde me encontro. Levo cada tropeção inimaginável por aqui, mas gosto muito e aprendo a cada um deles. A crueldade está em cada esquina, assim como pessoas compreensivas e cheias de carinho e atenção. No frigir dos ovos, sempre o que se sobressai é positivo. E nada de negativo me destrói totalmente. Ontem algo a me entristecer por aqui com o assassinato do artista plástico chileno Selarón, idealizador, cuidador e mantenedor da famosa Escadaria da Lapa, uma íngreme subida para um pedacinho do bairro de Santa Tereza, que ele foi moldando com ladrilhos variados, numa miscelânea bem ao estilo do que já fez um dia aqui mesmo no Rio, o Bispo do Rosário e também outro desvairado, Hélio Oiticica. Selarón foi encontrado carbonizado e é mais um que se foi, se não assassinado, pressionado a fazê-lo, pois se não ateou fogo às próprias vestes, motivado pela depressão, alguém o fez e se o fez, foi para tentar extorquir algo indevido do indefeso artista. E como somos indefesos. Me vejo assim diante das multidões pelas ruas, diante de um mar incomensurável de pessoas, mas cada vez mais só. Do Selarón, posto aqui uma foto dos amigos bauruenses Mariza Basso e Kyn Junior, que ano passado aqui estiveram para apresentações teatrais variadas e no tempo livre foram conhecer (ou rever) o Rio, ou melhor, esse Rio que eu também adoro, pedaçoes da sua Zona Norte. Conheceram o Selarón e tiraram uma bela foto com ele. Essa lembrança da alegria que tiveram lá na escadaria junto do seu modelador é algo que deve continuar na nossa retina e não a da gratuita e infortuita violência. Só para terminar, posto algo aqui, outra forma de violência muito cometida com nossos artistas, os que cantam na noite e tentam se firmar, serem conhecidos. Recebo um e-mail da amiga Valéria Villaça expondo algo singular vivido por esses artistas, raladores da noite. Leiam abaixo e entendam algo que acontece muito por aí:
“Anúncio no jornal: Somos um restaurante pequeno e causal no centro da cidade e estamos à procura de músicos para tocarem de graça no nosso restaurante, podendo assim promover a sua música e vender os seus CDs. Este não é um emprego diário, e sim para eventos especiais que eventualmente se tornarão eventos diários uma vez que a ...resposta do público seja positiva. Preferimos que... toquem Jazz, Rock, e outros ritmos mais leves, de todo o mundo e de várias culturas. Estás interessado em promover o teu trabalho? Então comunique-se conosco o mais rápido possível.
Resposta de um Músico: Feliz Ano Novo! Eu sou um músico, com uma casa grande, à procura de um dono de restaurante que venha a minha casa promover o seu restaurante ao fazer comida de graça para mim e meus amigos. Isto não aconteceria diariamente, mas a princípio em eventos especiais, os quais poderão eventualmente crescer e se tornar algo grande e diário, se a resposta for positiva. Preferimos carne de primeira e refeições exóticas e culturais. Você está interessado em promover o seu restaurante? Então comunique-se conosco urgentemente!”.
Obs.: Todas as fotos que ilustram esse texto são do arquivo pessoal de Mariza Basso e Kyn Jr, cedidas graciosamente para esse mafuento HPA.
OLÁ, AMIGO HENRIQUE.
ResponderExcluirFIQUEI MUITO TRISTE COM A PERDA DO SELARÓN, COM QUEM ESTIVE POR DIVERSAS VEZES NA ESCADARIA DO BAIRRO DA PENHA QUE LEVA AO BAIRRO DE SANTA TERESA POR ONDE O ARTISTA ETERNIZOU SUA ARTE.
ESTIVERAM CONOSCO POR LÁ, O COLOMBIANO TITIRITOM JAIME CARDENAS, ADALTO GRANJA, EZEQUIEL ROSA E BEM NA ENTRADA EU VOCÊ O MAFUENTO E O GRANDE CARTUNISTA FAUSTO QUE DEPOIS TE ENVIO A FOTO.
ENFIM O RIO DE JANEIRO QUE ME ACOLHEU E ACOLHE EM DIVERSAS SITUAÇÕES , OU SEJA, TANTO NO PESSOAL QUANTO AO PROFISSIONAL PERDEU UMA REFERÊNCIA ARTÍSTICA, POIS QUEM GANHOU FOI OS CÉUS ONDE SELARÓN CONTINUARÁ A LEVAR SUA ARTE.
ABRAZOS E BESITOS
KYN JUNIOR
sempre adoro o q escreve... a historinha do músico é incrível, apesar da proposta do bar ser infame, né?
ResponderExcluirCláudia Pinto
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ResponderExcluir"RESPOSTA DE UM MINEIRO AO PEDIDO DE CARIOCAS NO "VETA, DILMA" SOBRE OS ROYALTIES DO PETRÓLEO.
ResponderExcluirMinas Gerais carregou o Brasil e a Europa nas costas durante 150 anos, nos ciclos do ouro e diamante! Ficaram para os mineiros os buracos e a degradação ambiental! Depois veio o ciclo do minério de ferro, até hoje principal item da pauta de exportações brasileiras, que rendeu ao Rio de Janeiro uma das maiores indústrias siderúrgicas do Brasil, a CSN, e a sede da VALE. Curioso é que o Rio de Janeiro não produz um único grama de minério de ferro, mas recebeu a siderúrgica rendendo impostos e gerando empregos e a sede da mineradora recebendo royalties de exploração de minério. Mais uma vez Minas Gerais carregando o Brasil nas costas e, de vinte anos para cá, ajudada pelo Pará em razão das reservas de minério de ferro descobertas nesse Estado. Outra vez ficam para os mineiros e paraenses os buracos e a devastação ambiental. Isso sem falar da água; quem estudou geografia sabe que Minas Gerais é a "caixa d'água do Brasil", aqui nascem praticamente todos os rios responsáveis pela geração de energia hidráulica e, embora a usina de FURNAS seja em MG, a sede é no Rio. Me causa estranheza essa posição de alguns cariocas/fluminenses, pois toda riqueza do subsolo, inclusive marítimo, pertence à UNIÃO. Ao contrário do ouro, do diamante e do minério de ferro que estão sob o território mineiro, as jazidas do pré-sal estão a 400 quilômetros do litoral do Rio do Janeiro e nenhum Estado Brasileiro, inclusive o RJ, tem recursos aplicados na pesquisa, exploração e refino de petróleo, pois todo dinheiro é da UNIÃO que é a principal acionista da PETROBRAS. Acho piada de mau gosto quando esses políticos fluminenses falam em "Estados produtores de petróleo" sabendo dessas características da exploração do petróleo e dos eternos benefícios que o RJ recebe, tais como jogos panamericanos, olimpíadas etc. Acho um absurdo ver crianças de outras regiões mais pobres do Brasil estudando em salas de aula sem luz, sentadas duas ou três numa mesma cadeira, quando há cadeira, enquanto que a prefeitura de Macaé/RJ gasta, torra, esbanja, joga fora dinheiro pintando de cores berrantes passeios públicos! Proponho que todos brasileiros dos outros Estados façam o protesto SANCIONA, DILMA e mandem e-mails para seus deputados e senadores para acompanhar de perto essa questão do pré-sal. É como disse certa vez um compositor, cujo nome me esqueci, "o Rio de Janeiro é um Estado de frente para o mar e de costas para o Brasil". Sérgio Cabral, vá te catar! SANCIONA, DILMA.
repassado por Heloísa Leal