quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


UM LUGAR POR AÍ (35)

O TEXTO FOI ESCRITO PARA UM, MAS PODERIA TER SIDO ENDEREÇADO PARA OUTROS

Acordo e ao abrir os jornais vejo que o resultado catastrófico das eleições italianas preocupa não só a Europa, o reinado do Euro, como o resto do mundo. Dizem que as Bolsas balançam. A incerteza é tanta que mesmo a coalisão de centro-esquerda, comandada por Pier Luigi Bersani sendo alçada a indicar o primeiro ministro, chega ao cargo, mas não leva. Ter Berlusconi como fiel da balança é o mesmo aqui que ter Renan, Maluf, Serra ou um PMDB sempre impondo condições de governabilidade, mais voltadas para o atendimento das suas reivindicações do que as de um país. Querem um exemplo disso. Nem bem está certa a chegada da verba carimbada para o tratamento do esgoto em Bauru e a voz mais importante e imponente desse partido na cidade, a do vereador Renato Purini já diz ser favorável a utilização do dinheiro para asfaltar ruas da cidade. Outro exemplo clássico da atuação nefasta do PMDB é como dirige a COHAB na cidade, com uma dívida impagável, só aumentando, com pouquíssimas explicações de algo para sua solução e gente encastelada lá dentro só aumentando as despesas, em algo que já poderia ter sido extinto. Os que se impõem a um Governo, os "indemitíveis" são os causadores dos maiores problemas em uma administração. Hoje, pelo visto, o presidente da COHAB estará na Câmara de Veradores e deverá explicar algo dos bastidores daquele secreto lugar. É a incoerência da incoerência. Estamos de mal a pior.

Voltando à Itália, leiam isso. “O chefe do governo manchou-se de delitos que, diante de um povo honesto, mereceriam a condenação, a vergonha, a privação de qualquer autoridade de governo. Por que o povo (...) tolerou esses crimes? Alguns por insensibilidade moral, outros por astúcia, outros ainda por interesse pessoal. (...) Um homem medíocre, tosco, de eloquência vulgar mas de fáceis efeitos, é perfeitamente representante dos seus contemporâneos. (...) Cultor da força, venal, c orruptível e corrupto, católico sem crer em Deus, presunçoso, vaidoso, serve-se de quem despreza, cerca-se de mentirosos e aproveitadores...”.

Quem hoje pega um texto desses acha que foi escrito nesse exato momento e retrata Silvio Berlusconi. Não, ele foi escrito pela escritora italiana do século passado ELSA MORANTE, retratando algo a respeito de Benito Mussolini. Muito do que foi dito ontem para situações daquele período continuam muito atuais e esse mesmo, pode ser utilizado não só para o atual caso italiano, para muitos outros aqui no Brasil. O fato é um só, estamos tanto lá como cá com péssimos representantes galgados a postos importantes de poder, demonstrando um despreparo não só do eleitor, como do político. Daí os tempos nebulosos e sombrios que estamos a viver. Estamos nas mãos de gente de um naipe deplorável, mas cientes de que fomos nós, os eleitores que os colocamos lá. Será que não temos mais discernimento para saber separar o que irá nos fazer bem e o que certamente nos fará muito mal? Eis a questão.
Obs.:as tiras são todas do Miguel Rep, argentino e retiradas do Página 12, hoje o melhor jornal diário de Las Américas.

Um comentário:

  1. Oi Henrique,
    de vez em quando leio – e gosto muito – dos perfis e textos que você escreve.
    Um trabalho sensível e necessário.
    Parabéns!
    Abraços Fraternais
    Marcos Carlson

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